CUIDADOS NO PREPARO DE INJETÁVEIS



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Transcrição:

Márcia Gisele Santos da Costa Chefe do Serv. Farm. Inst. Nac. Cardiologia Laranjeiras Especialista em Farmácia Hospitalar pela SBRAFH Mestranda em Ciências Cardiovasculares CUIDADOS NO PREPARO DE INJETÁVEIS

DEFINIÇÕES RDC Nº 45 de 12 de março de 2003 dispõe sobre BP de utilização de soluções parenterais em serviços de saúde. Capítulo 3: Ambiente: espaço fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações. Local de preparo: espaço controlado e especificamente destinado ao preparo das SP.

DEFINIÇÕES Capítulo 3 (cont.): Preparo: ato de misturar medicamentos destinados ao uso injetável, empregando-se técnicas que assegurem sua integridade microbiológica e seu equilíbrio físico-químico. Sistema fechado: sistema de administração de SP que, durante todo o preparo e administração, não permite o contato da solução com o meio ambiente.

PREPARO E ADMINISTRAÇÃO Anexo II BP Assegurar ausência de: contaminação microbiológica, física e química. Interações e incompatibilidades medicamentosas.

ORGANIZAÇÃO E PESSOAL Capacitação de técnicos treinamento inicial e contínuo: Noções de qualidade, instruções sobre higiene e saúde, segurança do trabalho, higiene pessoal (lavagem de mãos ipc: lavagem das luvas com álcool 70% e troca quando integridade não está garantida.). POP`s Avaliação teórica e prática, com registro. Exames médicos periódicos.

INFRA-ESTRUTURA RDC ANVISA Nº 50 de 21 de fevereiro de 2002. Farmacotécnica: área mínima de 25 m 2. Dispensação de medicamento manipulado 6 m 2. Sala de preparo de misturas EV com antecâmara mín. 5 m 2 por capela. Sala de lavagem e preparo de material 4,5 m 2. Superfícies internas lisas, laváveis, resistentes a saneantes, com cantos arredondados, luminárias embutidas. Equipamento de refrigeração com filtro de ar limpo rotineiramente e fluxo de ar em salas controladas deve prover pressão positiva em relação ao exterior. Esterilidade e sistema de filtração de ar com controle microbiológico periódico.

CONT. INFRA-ESTRUTURA Capelas de fluxo laminar devem estar devidamente validadas. Sala de paramentação com pia de cuba profunda e secador automático de mãos ou toalhas de papel não rugosas. Torneiras com fechamento sem o comando das mãos.

CERTIFICAÇÃO SALAS Testes primários: Velocidade, volume e uniformidade do fluxo de ar Vazamento da instalação de filtros HEPA Pressurização das salas Contagem de patículas em suspensão no ar Recertificação varia de 6 meses a 2 anos.

CLASSIFICAÇÃO SALAS LIMPAS CLASSIFICAÇÃO CLASSE NBR/ISO 14.644-1 NÚMERO MÁXIMO DE PARTÍCULAS POR M 3 DE AR 0,1 µm 0,3 µm 0,5 µm 1 µm 5 µm 2 100 10 4 4 10.000 1.020 352 83 5 100.000 10.200 3.520 832 29

FONTES DE CONTAMINAÇÃO Pessoas: pele, cabelo, suor, respiração, alimentação, maquiagem, roupas, sapatos. Equipamentos Produtos e embalagens Processos Materiais de construção Acessos Ar

PREPARO POP s fracionamento, diluição, administração ( farmacêutico). Prescrição avaliação farmacêutica: legibilidade; identificação de leito, paciente, prescritor, substância, dose, forma farmacêutica, quantidade, modo de usar. Rotulagem: nome completo paciente, leito, nome do produto, quantidade dos componentes aditivados, volume final, velocidade de infusão, via de administração, data e horário do preparo, validade e quem preparou.

PREPARO Inspeção: integridade física( estabilidade química); coloração, presença de partículas, corpos estranhos e validade. Desinfecção de ambiente e superfícies, higienização de mãos, EPI s, ampolas, F/A, pontos de adição de medicamentos e conexões de linhas de infusão CCIH.

PREPARO Ausência das condições descritas: POP s que assegurem manutenção da esterilidade e compatibilidade físico-química do produto final. Embalagens em sistemas fechado ( medicamentos): com ponto de adição de medicamento, composta de material adequado.

PREPARO Cont.: Proteção adicional do manipulador: compressas de gaze embebidas em álcool a 70% para assepsia de frascos; adequação veículos; mapas de estabilidade de soluções após diluição. Utilização de sistemas fechado onde as conexões possuem borrachas auto cicatrizantes; ou ainda produtos em dose unitária.

PREPARO Fatores que modificam a integridadee do medicamento: Concentração: smtz+ trimet. 1:10 glicose; 1:25 glicosado ou fisiologico Composição e ph do solvente (decomposição) Velocidade de degradação Natureza do recipiente e da solução Temperatura (ampicilina em 4 horas: 27 C, 22% glicose e 1,8% em fisiol.) Luz natural e outras radiações

CONSIDERAÇÕES GERAIS Reconstituição com água, ou solução compatível. Evitar misturas = incompatibilidades Manipulação asséptica Utilizar preparações recentes (máx. 24 h) Misturas endovenosas devem ser observadas durante infusão: alterações = suspensão Rodar frasco, evitando espumas e bolhas reduzindo [fármaco] administrada.

CONCLUSÃO Pelo exposto fica claro as dificuldades de implantação do sistema fechado de infusões: pessoas, mat-med, infraestrutura, equipamentos, alto custo. Porém os benefícios são incalculáveis para a saúde do profissional e o nível de assistência prestada ao paciente.

OBRIGADO! mgisele@gmail.com Cel.: (21) 8111-2720