SUPEROVULAÇÃO EM BOVINOS



Documentos relacionados
42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

AVANÇOS NOS PROTOCOLOS DE SUPEROVULAÇÃO DE BOVINOS

AVALIAÇÃO DO USO DE CIDR REUTILIZADO E PROGESPON DE PRIMEIRO USO EM NOVILHAS RECEPTORAS DE EMBRIÕES (BOS TAURUS X BOS INDICUS)

Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) Em Bovinos Leiteiros

Cuidados essenciais para maior produtividade na criação de bovinos

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO

ANÁLISE MERCADOLÓGICA DE EMBRIÕES ZEBUÍNOS PRODUZIDOS A PARTIR DA TÉCNICA DE FERTILIZAÇÃO IN VITRO - FIV

Aspectos da Sincronização de Estro em Bovinos de Acordo com a Fase do Ciclo Estral

EFEITO DO TAMANHO DO FOLÍCULO DOMINANTE NO MOMENTO DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO NA TAXA DE GESTAÇÃO EM VACAS NELORE

RESPOSTAS REPRODUTIVAS DE OVELHAS SUBMETIDAS A PROTOCOLOS DE INDUÇÃO DE ESTRO DE CURTA E LONGA DURAÇÃO

PROGRAMAS DE IATF EM NOVILHAS ZEBUÍNAS

PLANO DE ENSINO Unidade: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) / EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL / UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA (UFRA).

Raniê Ralph GO. 24 de Setembro de Professor Sobral. Ciclo Menstrual

REDVET. Revista Electrónica de Veterinaria E-ISSN: Veterinaria Organización España

EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EMPRENHAR A VACA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL APÓS O PARTO

INTERAÇÃO ENTRE NUTRIÇÃO E REPRODUÇÃO EM VACAS DE CORTES

Ciclo Sexual ou Estral dos Animais Domésticos Prof. Dr. Wellerson Rodrigo Scarano Departamento de Morfologia Instituto de Biociências de Botucatu

Curva de Crescimento e Produtividade de Vacas Nelore

Precocidade Sexual e a Inseminação Artificial em Tempo Fixo

ASPECTOS PECULIARES DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM OVINOS

ALINE CARVALHO MARTINS DINÂMICA FOLICULAR EM BOVINOS

PROGRAMA DE SUPLEMENTAÇÃO DE LUZ ARTIFICIAL PARA BEZERROS EM ALEITAMENTO

Sistemas de produção e Índices zootécnicos. Profª.: Valdirene Zabot

EMPREGO DE IATF (INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO) COMO ALTERNATIVA NA REPRODUÇÃO DA PECUÁRIA DE CORTE

[CICLO ESTRAL (CIO) NAS CADELAS]

Med. Vet. Avelino Murta

HISTOLOGIA. Folículos ovarianos

Manejo reprodutivo de vacas de leite criadas a pasto. José Luiz Moraes Vasconcelos

PERFIL CITOLÓGICO VAGINAL E DINÂMICA FOLICULAR DURANTE O CICLO ESTRAL EM NOVILHA NELORE

DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE FSH NA COLHEITA DE EMBRIÕES EM VACAS DA RAÇA GIR

PEDRO ANDRÉ DE SENE BIERNASKI ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM REPRODUÇÃO ANIMAL

SENADO FEDERAL. PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 94, DE 2013 (Complementar)

SINCRONIZAÇÃO DE ESTRO E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) EM OVINOS: RELATO DE CASO

Manejo reprodutivo. Gustavo M. Chilitti Coordenador Técnico MT Intervet do Brasil Vet. Ltda.

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <

EDITAL Nº 02 CONCURSO DE MONITORIA

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Indução e sincronização de cio em caprinos

SINCRONIZAÇÃO DE OVULAÇÃO COMO ESTRATÉGIA PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE FÊMEAS BOVINAS, EM LARGA ESCALA

Hipófise (ou glândula Pituitária)

Como estimar peso vivo de novilhas quando a balança não está disponível? Métodos indiretos: fita torácica e hipômetro

USO DE GONADOTROFINA FOLÍCULO ESTIMULANTE PARA O AUXÍLIO DO CRESCIMENTO FOLICULAR FINAL EM VACAS EM ANESTRO NA IATF : FOLLTROPIN

ESTRATÉGIAS ADICIONAIS EM PROTOCOLOS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO EM FÊMEAS BOVINAS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS ROLIM DE MOURA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Programa Analítico de Disciplina VET381 Fisiologia da Reprodução

Existem três tipos de glândulas: endócrinas (tireóide, suprarrenal), exócrinas (lacrimais, mamárias) e anfícrinas ou mistas (pâncreas)

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Manejo reprodutivo de caprinos e ovinos

BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 43 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

ANALISANDO O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE MÉDIAS PROPRIEDADES LEITEIRAS

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

DA MULHER Manual prático para viver com saúde os melhores anos da vida

BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 42 APARELHO REPRODUTOR FEMININO

UTILIZAÇÃO DE GnRH COMO EFEITO SOMATÓRIO NA INDUÇÃO DE OVULAÇÃO DE BOVINOS

Fisiologia do Sistema Reprodutor Masculino. Carla Cristina Zeppenfeld Doutoranda Zootecnia

Estado da tecnologia avançada na gestão dos recursos genéticos animais

Quais hormônios regulam a ovogênese?

Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) Em Bovinos Leiteiros

INTERDISCIPLINARIDADE E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO: O ESTUDO DE CASO EM UMA ASSOCIAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE PEIXE EM MUNDO NOVO MS

3 Qualidade de Software

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

SUPLEMENTAÇÃO DE BEZERROS DE CORTE

Estudo da ilha de calor urbana em cidade de porte médio na Região Equatorial

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

ESTATUTO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE BRASIL CAPITULO I. Da Apresentação

Qualidade de Software

MANUAL TÉCNICO SOBRE SINCRONIZAÇÃO E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Representatividade e Participação Marden Marques Soares

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Aula 23 Sistema endócrino

Rev Bras Reprod Anim Supl, Belo Horizonte, n.6, p , dez Disponível em

Sistemas de produção e sua representatividade na produção de leite do Brasil. Brazilian milk production systems and its representativeness

PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DE ZEBUÍNOS - PMGZ

Relatório Final da Subcomissão Especial de Rádio Digital destinada a estudar e avaliar o modelo de rádio digital a ser adotado no Brasil.

ÍNDICE MITSUISAL A SUA NOVA OPÇÃO COM QUALIDADE

Inseminação Artificial em Tempo Fixo em Vacas Leiteiras

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO. Chronogest CR, 20 mg, esponja vaginal de libertação controlada para ovinos.

TEÓRICA PRÁTICA TOTAL CRÉDITOS

EMERSON LUIZ BARTOLI CENTRO UNIVERSITÁRIO FMU. Uso de Gonodatrofina Coriônica Humana no Controle Reprodutivo de Éguas

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

JOSÉ ROGÉRIO MOURA DE ALMEIDA NETO

EDITAL DE ABERTURA DE PROCESSO SELETIVO

CONTROLE E INTEGRAÇÂO

Teste de Software Parte 1. Prof. Jonas Potros

UTILIZADORES DE REDUTORES DE VAZÃO NA REDUÇÃO DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

MELHORAMENTO ANIMAL II Código: DP0034. Prof. Eduardo Brum Schwengber

Perspectivas do Ensino da Reprodução Animal

PlanetaBio Resolução de Vestibulares UNESP ª fase

SEFAZ-PE DESENVOLVE NOVO PROCESSO DE GERÊNCIA DE PROJETOS E FORTALECE OS PLANOS DA TI. Case de Sucesso

Atividade Ovariana em Fêmeas Bovinas da Raça Holandesa e Mestiças Holandês x Zebu, Durante Dois Ciclos Estrais Normais Consecutivos 1

1 Introdução simulação numérica termoacumulação

Introdução à. Engenharia de Software. Givanaldo Rocha de Souza

nasce uma nova estirpe de produtor no brasil Por que o fígado é tão importante para as vacas leiteiras? Nossa História: conheça a Fazenda Pinheiros

Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina - FACAPE Curso: Ciência da Computação Disciplina: Ambiente de Negócios e Marketing

Transcrição:

REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA - ISSN 1679-7353 PUBLICAÇÃO CI ENTÍFICA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DE GARÇA/FAMED ANO IV, NÚMERO, 08, JANEIRO DE 2007. PERIODICIDADE: SEMESTRAL SUPEROVULAÇÃO EM BOVINOS OLIVEIRA, Jorel Leandro Santos Oliveira E-mail: jorel_vet@hotmail.com SOARES, Renato Duarte ROCHA, Felipe Augusto ROMERO, Vinícius Lovizutto PRADO, Fabrício Rasi de Almeida Docente, M.V. MSc. da Faculdade de Medicina Veterinária de Garça RESUMO A superovulação em bovinos tornou-se uma técnica de grande serventia para o aumento e melhora dos rebanhos brasileiros, uma vez que com essa técnica consegue-se emprenhar um número maior de vacas e com um intervalo menor de tempo entre uma cria e outra, através do conhecimento da técnica e da fisiologia dos animais, uma vez que seus ciclos serão alterados para um melhor resultado. Mesmo que o Brasil não seja pioneiro e utilize muito pouco de seu potencial o uso de gonadotrofinas para indução de superovulação promete ter grande valia científica e ótimas chances de evoluir, com melhorias técnicas e de manejo mais adequado, quando se perceber que as técnicas rudimentares não dão bom resultado e que a melhor solução é o uso de técnicas mais avançadas, que devem ser buscadas em nações que dispõem de uma melhor tecnologia. Palavras chaves: superovulação, gonadotrofinas, melhoria genética. Tema central: Medicina Veterinária. ABSTRACT The multiple ovulations in bovines became a great usefulness technique for the increase and improve of the Brazilian flocks, once that with this technique obtains pregnancy in a bigger number of cows and with a lesser interval of time between one suckling other, through the knowledge of the technique and the physiology of the animals, once that its cycles will be modified for a better result. Even though Brazil is

not pioneering and uses very little of its potential, the use of gonadotropin for multiple ovulations induction promises to have great scientific value and excellent possibilities to evolve, with improvements techniques and more adequate handling, when it gets perceived that the rudimentary techniques do not give good results and that the best solution is the use of more advanced techniques, that must be searched in nations that make use of better technology. Key-words: multiple ovulations, gonadotropins, genetical improvement Central theme: Veterinarian Medicine 1.INTRODUÇÃO A utilização de fármacos na área reprodutiva, mais especificamente os hormônios, sofreu significados progressos na última década, de modo que, atualmente, eles são intensamente pesquisados e diversos outros já são empregados com bastante sucesso. Mediante os fármacos é possível incrementar os índices reprodutivos dos rebanhos de corte e leite, utilizando-se a hormonioterapia, tanto para o tratamento individual, caso das afecções ovarianas, quanto ao tratamento de rebanhos, como por exemplo, programas de inseminação artificial, ou mesmo de superestimulação ovariana em animais de elevado valor genético, e que evidentemente deve ser otimizado no seu aproveitamento (Kozicki et al., 2005). O controle farmacológico do ciclo estral e da ovulação de vacas zebuínas (Bos taurus indicus) depende primeiramente do entendimento do comportamento fisiológico reprodutivo da vaca, o qual está ligado diretamente com o seu estado nutricional e condição (parida ou solteira). Neste mesmo sentido as interações e funções de hormônios aplicados para este fim, requer compreensão e análise do seu funcionamento fisiológico (Reichenbach et al., 2002). O objetivo desta revisão é proporcionar conhecimentos sobre os métodos atualmente utilizados em protocolos de superovulação em bovinos. 2.CONTEÚDO A seleção genética em bovinos proporcionou animais com alta produção de leite e carne, no entanto, em condições naturais, os animais conseguem produzir, no máximo, uma cria por ano. A multiplicação mais efetiva de animais geneticamente superiores

implica na necessidade de promover múltiplas ovulações como ferramenta importante para aumentar a produção de embriões. Quanto maior o número de embriões viáveis produzidos, maior será o número de crias geradas por ano (Amaral et al., 2004). Durante o ciclo estral uma onda de folículos emerge entre os dias 1 e 3 após o estro. São geralmente, em torno de 10 a 50 folículos neste grupo com o tamanho de 2 a 3mm cada. Nos dias subseqüentes, parte desses folículos crescem para 4 a 6 mm, sendo que 2 a 5 folículos maiores do grupo continuarão a crescer enquanto que os outros regridem. Neste grupo de folículos pelo menos um continua a crescer e torna-se dominante, este momento é denominado divergência, após isso essa onda na maioria das vezes inicia sua atresia (Bo et al., 1994). O desenvolvimento do ciclo estral e conseqüente crescimento folicular são regulados por mecanismos endócrinos e neuroendócrinos principalmente os hormônios hipotalâmicos, as gonadotrofinas e os esteróides secretados pelos ovários. A regulação de secreção destes hormônios durante o ciclo estral requer um delicado balanceamento entre complexas interações hormonais, podendo ser denominados de mecanismos de feedback. O folículo dominante que escapa da atresia secreta quantidades crescentes de estradiol, este induz mudanças de comportamento que estão associadas ao estro e induz o pico de LH (hormônio luteinizante). O folículo ovulado sofre mudanças estruturais e funcionais e dá origem a uma estrutura denominada de corpo lúteo,(binelli, 2000) esta estrutura é responsável pela secreção de progesterona, hormônio essencial para ciclicidade normal da vaca. Durante a fase de secreção de progesterona ocorrem aumentos periódicos de secreção do hormônio FSH (hormônio folículo estimulante), o qual estimula a emergência das ondas foliculares. Neste raciocínio, vacas com 2 ondas tem três aumentos. Em torno do quarto dia após a ovulação, quando o folículo dominante tem aproximadamente 10 mm de diâmetro, ocorre a transição da dependência de FSH para LH (divergência), sendo este estágio o ponto crítico para continuar o crescimento do folículo dominante (GUINTHER et al.; 1996), Na observação de Jolly et al O LH estimulou o AMP cíclico em células da granulosa somente em folículos com mais de 9 mm de diâmetro, provando então que folículos com mais de 9 mm de diâmetro adquirem receptores para LH e portanto capacidade ovulatória. (Bo. et.al, 2000).

O desenvolvimento folicular ovariano é um processo dinâmico caracterizado pela emergência de ondas sucessivas, sendo que cada onda de crescimento folicular consiste em um grupo de folículos recrutados de um pool de folículos antrais gonodotropina dependentes. Os bovinos podem apresentar uma, duas ou três ondas de crescimento folicular por ciclo estral, dependendo da duração da fase luteal, sendo cada onda precedida de aumento da concentração plasmática de FSH. A seleção do folículo dominante coincide com o declínio da onda estimulatória de FSH, e a presença de receptores para LH nas células da granulosa de folículos dominantes, após a divergência folicular, sugere efetiva participação deste hormônio na fase final do desenvolvimento e maturação folicular (Figueiredo et al., 2000). Dentre alguns hormônios implicados diretamente na superestimulação ovariana dos animais para obtenção de maior número de folículos desenvolvidos, podem ser mencionados o hormônio folículo estimulante, o hormônio coriônico gonadotrófico, a gonadotrofina da mulher na menopausa, dentre outros. Além dos mencionados, pesquisa-se atualmente com intensidade, a utilização da somatotrofina bovina recombinante (BST), tida como uma substância que acarreta o aumento de receptores para o fator de crescimento semelhante à insulina, favorecendo o recrutamento folicular ovariano, além de propriedades de efeitos anabolizantes (Lucy, 2000). Denomina-se superovulação ao aumento do número fisiológico de ovulações próprias da espécie, provocada mediante a administração de gonadotrofinas. No bovino, se considera que houve resposta ao tratamento quando se produzem mais de duas ovulações. A superovulação deve complementar-se com um regime ótimo de inseminação artificial, utilizando sêmen de ótima qualidade (Cabodevila & Torquati, 2001). Prado & Toniollo (2006), superovularam 67 vacas da raça Gir Leiteiro com 300, 400 ou 500 UI de FSH, sendo administradas em 8 subdoses decrescentes, com início em fase aleatória do ciclo estral, durante 4 dias consecutivos, com intervalos de 12 horas. Das variáveis analisadas apenas o tratamento com 400 UI de FSH influenciaram a recuperação de embriões viáveis, sendo de 2,92. Nas vacas que receberam 300 UI e 500 UI a taxa de recuperação de embriões viáveis foi de 1,44 e 1,63 respectivamente,

não apresentando diferença estatística. 3.CONCLUSÃO Os protocolos para superovulação ainda não são perfeitos, os resultados são estáveis dentro de diferentes raças, idade e manejo das doadoras. Os protocolos devem ser adequados na sua individualidade para cada animal para obtenção de respostas cada vez melhores. 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL,B.C.; SOUZA, J.C.; BERTECHINI, A.G.; VIVEIROS, A.T.; TEXEIRA, J.C.; ARANTES, A.F.A. Efeito de diferentes dosagens de vitamina A injetável na produção e qualidade de embriões bovinos da raça Nelore. Ciências Agrotécnicas v. 28, n. 3, p. 662-667,2004. BINELLI, M. Estratégias anti-luteolíticas para a melhora da sobrevivência embrionária em bovinos. In: MADUREIRA E.H., BARUSELLI, P.S. Controle farmacológico do ciclo estral em ruminantes, São paulo, FUNVET, 2000, p. 99-114. BO, G.A., ADANS, G.P.; MAPLETOFT, R.J. Dinâmica folicular ovarica em el bovino. In MADUREIRA, E.H BARUSELLI, P.S controle farmacológico do ciclo estral em ruminantes, São Paulo, FUNVET, 2000, p.12-34. BO, G.A. Sincronizacion Del desarrolo folicular y luteal in grupos de donantes y receptoras de embriones bovinos. In: Curso de abordagem teórico-prático de noves técnicas de sincronização sem observação de cio em bovinos (IA e TE). Cornélio Procópio-PR. Anais, 2002. CABODEVILA, J. & TORQUATRI, S. Superovulação de Fêmeas bovinas. In: PALMA, G.A Biotecnologia de la reproducción 1ª edição INTA, Agentina, 2001. p. 79-108. FIGUEREDO, M.M.N.; FONSECA, F.A; TORRES, C.A.A.; GALIMBERT, A.M.; ALMEIDA, C.A. Dinâmica folicular ovariana de vacas leiteiras nos pós-partos após o tratamentos com buserilina (GnRH) e cloraprostenol (PGF2α). Revista brasileira de zootécnica v.29, p.725-731,2000. GUINTHER, O.J.; WILTBANK, M.C.; FRICKE, P.M selectin of the dominat follicle in catlle. Biological reproduction, v.55,p.1187-1194,1996

JOLLY, P.D.; TISDALL, D.J.; HEATH, D.A apoptosis in bovine granulose cells in relation to steroid synthesis, camp, response to FSH and LH, and follicular atresia. Biological reproduction, v. 51, p934-944, 1994. Kozicki, LE: SEGUI, M.S; FANTINI FILHO, D.A apoptosis in bovine granulosa cells in relation to steroid synthesis, campresponse to FSH and LH, and follicular atresia. Biological reproduction, v. 51, p. 934-944, 1994. LUCY, M.C. Regulation of folicular growth by somatotroppin and insulin-like growth factors in cattle. Journal of dairy science, savoy, v.83, p.1635-1647, 2002. PRADO, F.R.A, TONIOLLO, G.H. SUPEROVULAÇÃO EM VACAS DA RAÇA GIR COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE FSH/LH EM OITO SUBDOSES Net. São Paulo, 2006. Radar técnico em reprodução. Disponível em: http://www.milkpoint.com.br Acesso em: 01 mar. 2006. REICHENBACH, HD.; OLIVEIRA, M.A.L.; LIMA, P.F.; SANTOS FILHO, A.S.; ANDRADE, J.C.O Transfrência e criopreservação de embriões bovinos. In: Gonsalves, P.B.D.; Figueiredo, J.R.; Freitas, V.J.F. BIOTÉCNICAS APLICADAS À REPRODUÇÃO ANIMAL, 1ª ed. São Paulo, Ed. Varela, 2002 p. 153-160. oduction, v. 55, p. 1187-1194, 1996.