Relatório Anual 2007 Amnistia Internacional. Factos e Números



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Transcrição:

Embargado até às 10h00 TMG, de dia 23 de Maio de 2007 Relatório Anual 2007 Amnistia Internacional Factos e Números Estes factos e números ilustram a situação em algumas áreas de trabalho da Amnistia Internacional em 2006: Violência Contra as Mulheres; Controlo de armas; Pena de Morte; Tortura e Terror; Justiça Internacional. Os dados não conseguem nem podem relatar toda a história de todos os abusos cometidos em todo o mundo em 2006. São representativos dos casos conhecidos pela Amnistia Internacional, mas não são uma lista exaustiva. Tal como as estatísticas de pena de morte ilustram, o verdadeiro número de casos de abuso e negação dos direitos humanos é certamente muito maior do que é referido neste relatório. Para mais casos de estudos detalhados, informação específica do país ou análise de certos acontecimentos, por favor visite o nosso relatório de 2007 no website e use os links ou o motor de busca com palavras chave. Por exemplo: Bielorússia Migração Despejos forçados Zimbabué http://thereport.amnesty.org

Amnistia Internacional em 2006 Tinha 2,2 milhões de membros ou apoiantes em mais de 150 países e territórios. 5.000 pessoas, comunidades, organizações de direitos humanos e famílias trabalharam em conjunto por todo o mundo; 700 defensores dos direitos humanos e organizações formados; 473 relatórios e outras publicações produzidos; 330 Acções Urgentes publicadas a favor de indivíduos em risco; 153 países presentes no relatório da Amnistia Internacional de 2007; 121 projectos de campanhas empreendidos; 120 visitas feitas a 77 países e territórios; 57 países têm prisioneiros de consciência ou hipotéticos prisioneiros de consciência; Fonte: Amnistia Internacional

Violência Contra as Mulheres 185 Estados ratificaram a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres 62 Estados colocaram restrições nas cláusulas; 9 não assinaram; 1 assinou mas não ratificou - EUA. Violência Doméstica 1 em cada 3 mulheres está sujeita a abusos do parceiro durante a sua vida; 50 % das mulheres assassinadas são mortas pelos actuais parceiros ou exparceiros; Tráfico 2 milhões de pessoas são traficadas todos os anos, a maioria são mulheres e raparigas; 137 países recebem estas mulheres, a maioria na Europa Ocidental, Ásia e América do Norte; 127 países exportam estas mulheres, maioritariamente da Europa Central e de Este, Ásia, África Ocidental, América Latina e Caraíbas. Mulheres em conflito 70 % dos feridos em conflitos recentes têm sido não-combatentes; a maioria são mulheres e crianças; Dezenas de Milhares de mulheres e crianças foram sujeitas a violações e violência sexual desde a crise no Darfur em 2003; 0 pessoas foram condenadas em Darfur por estas atrocidades. Fonte: Amnistia Internacional, UNICEF, UNIFEM, ONU, OMS, Médicos Sem Fronteiras em 2006:

Campanha controlar as armas em 2006 1.250.000 pessoas juntaram-se à petição para um Um Milhão de Rostos que pedia o fim do comércio descontrolado de armas; 153 governos votaram em Dezembro para começar a trabalhar num Tratado Internacional de Comércio de Armas; 24 países abstiveram-se; 1 votou contra o Tratado, EUA. Negócio São gastos em, cada ano, em média, 22 biliões de dólares, cada ano, em armas por países da Ásia, Médio Oriente, América Latina e África; 22 biliões de dólares seriam suficientes para estes países garantirem a cada criança um lugar na escola e reduzir a mortalidade infantil para dois terços em 2015; 85 % das mortes registadas pela Amnistia Internacional envolve o uso de armas e armas de pequeno porte; 60 % das armas de fogo do mundo estão nas mãos de indivíduos privados; 2 balas são produzidas por cada homem, mulher e criança no planeta, todos os anos. Fonte: Amnistia Internacional, Estudo sobre Armas de Pequeno Porte 2002, 2003, 2004, 2005, Relatório das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Humano 2005, dados Comtrade das Nações Unidas, Proposta de Simplificação de Finanças Internacionais, Janeiro 2003, Ministério das Finanças de HM, Relatório Global da UNAIDS 2004, Congresso dos EUA. Controlar as Armas é uma campanha da Amnistia Internacional, em conjunto com a Acção Internacional em Rede da Small Arms (IANSA) e a Oxfam: www.controlarms.org

A Pena de Morte em 2006* 20.000 pessoas estima-se que estejam nos corredores de morte em todo o mundo; 3.861 pessoas foram sentenciadas à morte em 55 países; 1591** prisioneiros foram executados em 25 países; 2148 foram executados em 22 países em 2005; 128 países não executam pessoas (tendo abolido a pena de morte na lei ou na prática); 99 desses países aboliram a pena de morte na lei por crimes comuns. As Filipinas foram o 99º país a fazê-lo em 2006; 91 % de todas as execuções que se conhecem tiveram lugar em 6 países: China, Irão, Iraque, Sudão, Paquistão e EUA; 69 países retêm a pena de morte; 65 pessoas foram executadas no Iraque em 2006; 3 foram executadas em 2005. * Os números de execuções e sentenças são os conhecidos pela Amnistia Internacional; os verdadeiros números serão bastante mais elevados. ** Este número é maior do que o publicado no relatório da Amnistia Internacional 2007, uma vez que inclui informação recebida nas últimas semanas. Fonte: Amnistia Internacional

Tortura, e Terror em 2006 144 Estados ratificaram a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Castigos Cruéis, Desumanos e Degradantes; 102 países relatam casos de tortura e maus tratos pelas forças de segurança, polícia e outras autoridades do Estado, documentadas pelo relatório da Amnistia Internacional em 2007. Guerra ao terror 400 detidos de mais de 30 nacionalidades continuam presos em Guantánamo o símbolo público de injustiças no que se refere ao terrorismo no final de 2006; 200 detidos fizeram greves de fome desde que Guantánamo abriu; 40 tentaram o suicídio; 3 morreram em Junho de 2006, depois de aparentes suicídios;?? detidos estão presos noutros centros de detenção secretos ou locais obscuros em todo o mundo. Fonte: Amnistia Internacional

Justiça Internacional* O Tribunal Penal Internacional (TPI) 104 países ratificaram o estatuto de Roma do TPI 100 Estados assinaram um acordo de impunidade com os Estados Unidos da América, excluindo os cidadãos americanos de acções judiciais; 6 mandatos de prisão foram emitidos; 3 situações estão sob investigação Norte do Uganda; Republica Democrática do Congo, Darfur (Sudão); Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia; 161 pessoas foram indiciadas por graves violações ao direito internacional humanitário Tribunal especial para a Serra Leoa 10 pessoas estão à espera de julgamento, incluindo Charles Taylor que foi transferido para o Tribunal Especial em Março de 2006. Todos se declaram inocentes são acusados de crimes de guerra, crimes contra a humanidade, e outras violações ao direito internacional humanitário. Tribunal Penal Internacional do Ruanda 27 julgamentos tiveram lugar, envolvendo 33 pessoas. * Informação actualizada. Inclui o período de 1 de janeiro a 1 de Maio de 2007