Telecomunicações e Redes



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Transcrição:

Telecomunicações e Redes Curso de Sistemas e Tecnologias da Informação Universidade Atlântica Antiga Fábrica da Pólvora de Barcarena Telf: +351 214 398 224; fax: +351 214 398 207 Discentes: José Cavalheiro, jfcavalheiro@sapo.pt Fernando Jorge Alves, nandojo007@gmail.com Docente: Professor Doutor António Soares Aguiar, aguiar@uatlantica.pt Resumo Considerando os sete principais componentes das infra-estruturas da tecnologias de informação e comunicação (IETIC), as telecomunicações e redes serão sem dúvida um componente essencial ao funcionamento e interligação dos restantes componentes. Desde sempre dentro das IETIC as telecomunicações e redes tiveram um papel essencial como motor de desenvolvimento, sendo na sua essência o meio que possibilita a troca de informação entre os diversos sistemas e as diferentes localizações onde esses sistemas estejam instalados. É propósito deste trabalho identificar quais os tipos de redes existentes, suas respectivas tecnologias e modos de funcionamento. Após essa identificação e análise será tratado que tendências tem-se vindo assistir relativas à evolução das telecomunicações e redes e por fim tentar identificar de que forma este componente das IETIC se relaciona com os restantes seis componentes. Índice 1. Introdução... 1 2. Telecomunicações e Redes... 2 2.1. A história das Telecomunicações... 2 2.2. A história das redes de dados... 2 2.3. Caracterização das redes... 3 2.4. As redes multi-serviço... 5 Conclusões... 6 Bibliografia... 6 1. Introdução As telecomunicações e redes com o seu evoluir têm cada vez mais ganhando importância, tanto a nível profissional como particular, no inicio as telecomunicações começaram com uma serie de circuitos dedicados, pelos quais se transportava a informação, inicialmente pelo telegrafo, depois a voz através do telefone, por ai adiante. Com o aumento das exigências por parte dos utilizadores, essas redes de circuitos dedicados, tiveram de evoluir e criar técnicas de comutação, criando assim as redes de comutação por circuitos, redes estas que estabeleciam temporariamente circuitos dedicados para o estabelecimento da comunicação e após o termino desta, os recursos seriam utilizados para uma outra qualquer comunicação, conseguindo assim um aproveitamento de recursos e facilidade de comunicação. A tecnologia da computação nas empresas começou inicialmente com o computador que tinha a capacidade de processamento, armazenamento e acesso à informação. Ao longo do tempo foi se armazenando a informação surge então a necessidade de retirar o computador do isolamento ou seja partilhar a informação e recursos com outros computadores surgiram as Redes. Com o desenvolvimento da tecnologia surgiram nas empresas dois tipos de redes, as redes por comutação de circuitos e as redes por comutação de pacotes. Com o aumento da competitividade das empresas no mercado e exigências das mais variadas formas, o fluxo de informação aumenta, obrigando assim a uma maior especialização e tendência em juntar estas duas redes numa única. Surgiram desta forma as redes multi-serviço que vem a integrar numa única rede o tráfego de dados, voz e vídeo. Com esta funcionalidade vem trazer para as empresas maior produtividade e redução de custos relativamente à não instalação das várias infra-estruturas que anteriormente funcionavam de forma autónoma. 1

Actualmente as redes são autênticas auto-estradas da informação permitindo a trocar de dados, voz ou vídeo de forma rápida e fácil entre os vários computadores sobre a mesma infra-estrutura, facilitando a sua manutenção e integração com as outras componentes dos sistemas de informação e comunicação existentes nas empresas. 2. Telecomunicações e Redes 2.1. A história das Telecomunicações [1]Telecomunicações é o acto de comunicar (passar uma mensagem) entre pelo menos um emissor e um receptor, essa transmissão obrigatoriamente não poderá ser estabelecida de forma directa e será sempre através de um meio, seja ele cabo, fibra, ar, radiofrequência, etc. Por volta de 1844 por Samuel Morse começou a revolução que até aos nossos dias influencia a forma como todos nós interagimos e comunicamos, essa revolução teve o nome de telecomunicações, e começou nesta data através do Código Morse. Esta tecnologia utilizava uma linha de cobre como meio de transmissão e tinha como principais mais-valias a sua inteligibilidade mesmo quando as condições de ruído de transmissão não eram as melhores, esta comunicação era estabelecida através de um sistema de representação do alfabeto e da numeração, através de um sinal codificado capaz de ser transmitido por sinais eléctricos, esta tecnologia também é conhecida pelo termo de telegrafia. Em 1876 surge mais um passo na evolução das telecomunicações com a invenção do telefone por Alexander Graham Bell. Esta invenção disputada na altura por outros dois notáveis do seu tempo, Elisha Gray e Thomas Edison, A. Bell ganhou a corrida inventando um aparelho mais prático de utilizar e dai a sua melhor aceitação por parte da comunidade. Este facto veio introduzir mais um elemento na comunicação, a voz, que com a invenção do microfone de carvão dez anos mais tarde veio concretizar os princípios básicos de transmissão telefónica que iriam permanecer praticamente até à década de 1950. [2]Uma das grandes revoluções na área das telecomunicações foi a possibilidade de transmissão através de ondas electromagnéticas. Essa revolução foi iniciada por Gugliermo Marconi em 1895 que baseado nos fundamentos de James Maxwell e de Heinrich Hertz construiu o primeiro transmissor de rádio possibilitando assim a transmissão de mensagens através de ondas electromagnéticas, dispensando desta forma o uso de cablagem e facilitando em muito a comunicação. Segundo Aleksandr Popov (1959-1906) cientista Russo contemporâneo de Gugliermo Marconi, considera este o pai dos sistemas wireless, sistemas esses importantíssimos nos nossos dias devido à sua flexibilidade e facilidade de implementação. [3]Em plena guerra fria no ano de 1957 foi lançado pela Rússia o primeiro satélite artificial o Sptunik, cinco anos 2 mais tarde em 1962 é colocado em órbita o primeiro satélite activo de comunicações, [4] o Telstar, que veio permitir conversações telefónicas, telefotos e transmissão de sinais de televisão a cores. Com este facto veio abrir um novo capitulo na era das telecomunicações e permitir uma expansão extraordinária nos últimos 50 anos neste âmbito. A transmissão por satélite veio permitir que a era da globalização começa-se já que com comunicações por satélite as transmissões a nível planetário começaram a ser relativamente fáceis de conseguir e trazer uma importância cada vez maior às telecomunicações. Recuando a 1870 o físico inglês Tyndall conseguia demonstrar que um feixe de luz poderia ser transmitido através de um tubo de água, mesmo quando curvado. Esta ideia veio dar os fundamentos para mais tarde trazer uma nova revolução na área das telecomunicações, o cabo de fibra óptica. [5]Em 1952, o físico Narinder Silva Kapany inventou o que já poderá ser chamado de fibra óptica, ou seja, fibras de vidro revestidas de forma a conseguir índices adequados de refracção. Só alguns anos mais tarde em 1965 Charles K. Kao e George A. Hockham da empresa britânica Standard Telephones Cables, indicaram que a fibra óptica devido às suas características poderia ser utilizada como meio de comunicação. Charles Kao propôs que as fibras existentes na altura não conseguiam transmitir grandes distâncias devido ao seu grau de impureza e conseguindo melhorar esse factor das fibras ópticas se iria conseguir transmitir sinais a grandes distancias sem necessidade de repetidores ou outros equipamentos activos. [6]Esta proposta inspirou outros investigadores e em apenas quatro anos trouxeram os seus primeiros frutos e o fabrico de fibra óptica ultra pura possibilitou passar de transmissões de 20 metros conseguidas na década de 1960 para o que assistimos nos nossos dias, uma sociedade totalmente ligada através de redes de alta velocidade e grandes débitos de transmissão. Este revolução nas telecomunicações deu a Charles Kao o prémio Nobel da física de 2009. 2.2. A história das redes de dados [7]Toda a história iniciou 4 de Outubro de 1957 a Rússia lançou para o espaço o primeiro satélite artificial na história da humanidade com nome Sputnik. Em resposta a este avanço tecnológico russo o presidente dos USA, Eisenhower, criou, em Outubro de 1957, a ARPA (Advanced Reasearch Project Agency). Com objectivo para desenvolvimento de programas respeitantes aos satélites e ao espaço. No verão de 1958 fundou a NASA (National Aeronautics& Space Administration) parecia retirar à ARPA razão para a sua existência. Em 1961 a Universidade da Califórnia (UCLA) em Santa Bárbara herdou da Força Aérea um enorme computador IBM, o Q-32. Voltou à ARPA a ser ponto fulcral na investigação para a origem da área Informática. Foi nomeado coordenar o Command and Control Research o psicólogo Joseph Licklider que era um especialista em computadores com reconhecimento

internacional. No CCR o trabalho baseava-se na utilização do batch processing processamento de dados por lotes e em tempo moroso. Este processo que satisfazia a maioria das necessidades de cálculo mas não se adequava à comunicação interactiva com computadores nem à transmissão de dados entre eles. Licklider criou então o IPTO (Information Processing Techniques Office) orientado para a comunicação interactiva e transmissão de dados. Para a comunicação rápida entre as equipas de investigadores era necessária a construção de uma rede (NET) levando a investigação, no âmbito da ARPA, foi orientada para a construção de redes de comunicação de dados. Existia uma dificuldade em garantir que as mensagens chegassem intactas ao destino independentemente dos incidentes encontrados no percurso entre o emissor e o receptor. A solução proposta depreendia a utilização de redes do tipo distribuído nas quais era possível ligar um receptor e um emissor utilizando vários percursos. Para que todos os computadores pudessem comunicar era necessário criar um protocolo de comunicações que regulasse o intercâmbio de mensagens. Os primeiros protocolos construídos foram o Telnet ligação interactiva de um terminal com um computador remoto, o FTP (File Transfer Protocol) transferência de ficheiros entre dois computadores. As denominações originais dos protocolos eram DEL (Decode Encode Language) linguagem de codificação/descodificação e NIL (Network Interchange Language; linguagem de intercâmbio na rede). A primeira rede de computadores foi construída entre a Universidade da Califórnia (Los Angeles, SRI - Stanford Research Institute), Universidade de Utah e Universidade da Califórnia (Santa Bárbara). No dia 1 de Dezembro de 1969 nasceu ARPANET utilizava a rede telefónica normal através do sistema de aluguer de circuitos. Os quatro nós iniciais da rede foram ampliados para trinta em Agosto de 1972 esta data foi o marco para início da actividade da primeira comunidade. Desenvolvimento da ARPANET Entre 1973 e 1978 uma equipa de investigadores coordenada por Vinton Cerfno SRI (Stanford) Robert Kahn na DARPA desenvolveu um protocolo que assegurava a interoperacionalidade e interconexão de redes diversas de computadores. Este protocolo denominou-se TCP/IP (Transmission Control Protocol e Internet Protocol) que substituiu totalmente o NCP em 1983. No princípio do ano de 1980 a ARPANET foi dividida em duas redes. A MILNET que servia as necessidades militares e a ARPANET que suportava a investigação. O Departamento de Defesa coordenava, controlava e financiava o desenvolvimento em ambas as redes. A Internet 3 Em 1990, o Departamento de Defesa dos USA desmantelou a ARPANET a qual foi substituída pela rede da NSF, rebaptizada NSFNET que se popularizou, em todo o mundo, com a denominação Internet. Para expansão da utilização da Internet foi decisiva a criação da WWW (World Wide Web) criada por dois engenheiros do CERN Centre Eoropéen por la Recherche Nucléaire Robert Caillaiu e Tim Berners- Lee, do HTML (HyperText Markup Language) e dos Browsers. O primeiro browser utilizado foi o LYNX que apenas permitia a transferência de textos. O MOSAIC, concebido na Universidade de Illinois USA já permitia a transferência de textos e imagens. Do MOSAIC derivaram os populares Nescape e Internet Explorer. A Internet transforma-se num sistema mundial público, de redes de computadores, ao qual qualquer pessoa ou computador, previamente autorizado, pode conectar-se. Obtida a ligação o sistema permite a transferência de informação entre computadores. A infra-estrutura utilizada pela Internet é a rede mundial de telecomunicações. Nos meados da década de 1980 a Internet começa a ser utilizada em Portugal nas Universidades e em algumas empresas. As primeiras utilizações eram realizadas com terminais conectados por via telefónica a Universidades Europeias e a Universidades nos USA e restringiam-se, na maioria dos casos, a consultas documentais e e-mail. A difusão da Internet em Portugal é realizada pelas Universidades, suportada na existência de um grupo denominado PUUG (Portuguese Unix Users Group) e, a partir de 1986 na recem criada FCCN Fundação de Cálculo Científico Nacional. A partir de 1991 o uso da Internet generaliza-se em todas as Universidades Portuguesas através da criação da RCCN (Rede da Comunidade Científica) Nacional. 2.3. Caracterização das redes [8]Como já foi identificado anteriormente existem dois grandes tipos de redes, as redes de voz e as redes de dados. Na sua origem tiveram objectivos diferentes e igualmente diferentes modos de as conceber. Basicamente essas redes poderão ser dívidas em dois grandes grupos, as redes comutadas por circuitos e as redes comutadas por pacotes. As redes comutada por circuitos sendo o exemplo maior as redes de voz tradicionais, funcionam basicamente através de circuitos dedicados, essas redes têm essencialmente três fases: - Fase de conexão: caracterizada pelo estabelecimento da ligação, através de um pedido do emissor para o estabelecimento da ligação até ao receptor; - Fase de transferência de dados: caracterizada pela troca de informações entre o emissor e receptor;

- Fase de encerramento da ligação: caracterizada pelo pedido do emissor ou do receptor do fim da ligação libertando assim os recursos reservados para o estabelecimento da comunicação. [9]Estas redes têm como principal factor a favor a qualidade de serviço e a simplicidade dos equipamentos e tecnologias envolvidas na comunicação. As comunicações através de comutação por circuitos no inicio recorreram a comutações efectuadas manualmente por operadores, com o evoluir da tecnologia e a exigência estabelecida por um aumento das comunicações, a comutação de circuitos começou a ser efectuada através de circuitos magnéticos, sendo o numero de dístico característico de uma determinada zona geográfica, por essa razão actualmente ainda se consegue através de um determinado numero telefone identificar a zona geográfica de um determinado numero. No entanto tem uma grande desvantagem, bastante importante nos nossos dias, que é o desperdício de largura de banda, no estabelecimento de uma comunicação recorrendo a circuitos dedicados é estabelecido pelo menos um canal de comunicação com largura de banda de 64 kbps, não podendo esse canal ser utilizado por quaisquer outras comunicações até mesmo em momentos em que não esteja a ser transmitido quaisquer dados, facto este que confere a este tipo de rede um desperdício enorme relativamente à largura de banda disponível e a largura de banda utilizada. [8]Na década de 1970 é criada a comutação por pacotes, esta nova tecnologia foi criada para resolver os problemas existentes na comutação de circuitos, sendo o principal problema o desperdício de largura de banda e a redundância relativamente ao caminho que a comunicação poderá estabelecer entre o emissor e o receptor. Neste tipo de comunicação a comunicação é dividida em vários pacotes, pacotes esses numerados e com informações de controlo e destino da comunicação, para o encaminhamento desses pacotes foi criado um novo equipamento que designa de router. Através das sete camadas OSI foi estabelecido os diferentes níveis do tratamento dos pacotes de forma a poder ser possível estabelecer comunicações estandardizadas e transparentes entre os diversos fabricantes de equipamentos de rede. Com o evoluir da tecnologia de comutação de pacotes e o evoluir da Internet um protocolo de comunicação começou a prevalecer e será esse protocolo que irá ser abordados deste trabalho, o TCP/IP, na figura abaixo é apresentado a correspondência entre o modelo OSI o modelo TCP/IP, que de uma forma mais sintética sistematiza o modo como os pacotes são processados nos diversos níveis do modelo. Fig.1 - Modelo OSI e modelo TCP/IP [10]O TCP/IP não é mais que um conjunto de protocolos, facto este que faz com que também seja conhecido como pilha TCP/IP, sendo esta pilha constituída por quatro camadas: Camada física - Responsável por tratar do "bit", engloba todos os componentes eléctricos, cablagem e conectores necessários ao estabelecimento da comunicação; Camada de rede - Camada responsável pelo roteamento de pacotes entre a origem e o destino, tornando transparente para as camadas superiores os componentes eléctricos e electrónicos envolvidos na comunicação, é nesta camada que surge a noção de IP; Camadas de transporte - Nesta camada são tratados os tipos de transporte dos pacotes existindo essencialmente dois, TCP (Transmission Control Protocol), transmissão orientada à conexão, existindo neste caso um controlo, garantia de entrega do pacote e respectiva sequenciação e UDP (User Datagram Protocol), transmissão não orientada à conexão, não existindo neste caso garantias de entrega dos pacotes nem da sua sequenciação; Camada de aplicação - Oferece ao utilizador as ferramentas/protocolos para que possa utilizar a rede, é nesta camada que temos transferência de ficheiros (FTP), correio electrónico (SMTP), serviços de terminal (Telnet), etc. A comutação por pacotes veio também permitir a implementação de várias topologias de rede, estas topologias estão relacionadas com o modo como fisicamente os terminais estão interligados entre si, tendo essencialmente quatro topologias utilizadas: Topologia em Barramento: caracterizada pela existência de um único canal físico partilhado, que interliga todos os computadores de cada segmento de rede; 4

Topologia em Estrela: constituída por um ponto central, ao qual cada nó da rede é interligado, em ligações ponto-a-ponto; Topologia em Anel: os nós da rede são interligados entre si por repetidores, em ligações unidireccionais ponto-a-ponto, num circuito fechado; Topologia em Malha: o meio de transmissão é constituído por ligações arbitrárias ponto-a-ponto, entre os diferentes nós da rede. Outro factor que caracteriza as diferentes redes de comutação por pacotes será a sua dimensão geográfica, sendo divididas em três grupos: As redes LAN (Local Area Networks): são redes locais normalmente localizadas numa área geográfica limitada sendo o meio de transmissão mais comum o cobre ou através de radiofrequência através de redes Wi-Fi. As redes MAN (Metropolitan Area Networks): são redes com uma área geográfica maior, limitadas a um campus universitário ou mesmo uma cidade, como meio de transmissão alem do cobre e de redes Wi-Fi, poderá ser utilizado cabos de fibra óptica e redes WiMAX. As redes WAN (Wide Area Networks): são redes a nível de uma região, países ou mundiais, são utilizados os mais diversos modos de transmissão que vão desde o cobre, fibra óptica, WiMAX, satélite ou GSM. Poderemos considerar que o limite de uma rede WAN será a nível planetário, 2.4. As redes multi-serviço Ao longo da evolução da implementação das tecnologias da informação nas empresas e em resposta às pressões comerciais estas exigem cada vez maior eficácia e altas rentabilidades das soluções em rede. Com a fusão das várias redes numa só onde, na qual vai circular tráfego de dados, voz e vídeo. As organizações obtêm vantagens significativas e eficazes a nível de produtividade e reduzem custos relativamente à não instalação das várias infra-estruturas necessárias para suportar cada um desses serviços. Ainda hoje é comum encontramos empresas a utilizar computadores com suporte multimédia e um telefone. Numa solução de convergência quer o telefone quer o computador partilham a mesma infra-estrutura, a rede e o mesmo protocolo de transporte o TCP/IP, embora cumpram diferentes objectivos. Os dados originam tráfego com características diferentes do de voz e vídeo. A comunicação entre dois interlocutores via telefone apresenta a necessidade de um fluxo constante de dados o VoIP e não pode estar sujeito a longos atrasos e flutuações sob pena de a comunicação se tornar imperceptível. O tráfego gerado pelo PC na utilização dos serviços e aplicações obriga a necessidade aleatória da largura de banda e a sua inconstância, não põe em causa quer os processos de comunicação quer a obtenção em tempo útil do acesso à informação. 5 Uma das grandes vantagens da rede multi-serviços é disponibilização de serviços através de uma infraestrutura de comunicações comum, é adequar o nível de serviço correcto em função da natureza do tráfego quer seja de dados, voz ou vídeo e de acordo com as necessidades de comunicação em tempo real especificadas pelas organizações. Quando estamos a efectuar o planeamento para a implementação do projecto para uma rede para além das preocupações da ligação, mobilidade e segurança temos como principal assegurar o aproveitamento da largura de banda existente na máxima disponibilidade sem grandes variações e sem interrupções. Devemos atribuir serviços diferenciados aos utilizadores para que o tráfego dos dados de voz e vídeo não sejam submetidos a flutuações no nível de serviço prestado ao longo do tempo que se traduzem na necessidade absoluta de alta disponibilidade da infra-estrutura e uma gestão eficaz da qualidade de serviço (QoS). [11]Na utilização dos serviços de voz os dispositivos terminais, os vulgares telefones, têm evoluído e apresentam-se em diversas tecnologias e formatos: telefones analógicos, telefones digitais, telefones IP e telefones emulados através de software num PC. É comum numa empresa encontrarem-se vários tipos quer TDM quer IP. Para que se garanta o investimento feito em tecnologia TDM as novas soluções de convergência normalmente integram e compatibilizam TDM com a nova tecnologia IP, através de equipamentos e software de integração ou seja Gateways. Desta forma garantimos a convergência com a rede de dados assim como a migração sem descontinuidades e sem elevados custos de substituição integral do mundo TDM, mantendo a compatibilidade de ambos. Na integração de vídeo o objectivo é ter um serviço em tempo real para que o conteúdo não seja visualizado com interrupções e flutuações. O desafio coloca-se em disponibilizar para vários utilizadores, mas eventualmente não para todos, um fluxo constante de dados que corresponda a um sinal de vídeo. As implementações baseadas no standard H.323 permitem este processo de comunicação. Do ponto de vista do comutador o switch que garante a ligação à rede este deve permitir que os utilizadores se associem a grupos multicast, no sentido de garantir a privacidade da consulta dos vídeos e para que a rede não seja sob carregada por tráfego de broadcast. O sistema de videoconferência e a formação à distância são algumas das aplicações onde é possível reduzir custos com as deslocações de recursos humanos. As redes multi-serviço hoje em dia tornaram-se uma realidade devido aos desenvolvimentos tecnológicos e à definição e aceitação dos vários standards entretanto adoptados pelos diversos fabricantes. [12]As vantagens das redes de convergência para as organizações são magníficas, não só pela utilização partilhada da ligação mas também das tecnologias usadas numa mesma infra-estrutura, simplificando os

processos de gestão dos recursos e tornando-a uma solução racional do ponto de vista financeiro. Com a convergência as organizações obtêm alto nível da produtividade global e reduzem os custos inerentes à não instalação de redes independentes para suportar cada um desses serviços. Conclusões A evolução das telecomunicações e redes vieram facilitar o acesso à informação, aumentar a informação disponível e promover a integração de serviços. Serão estas as principais conclusões que se poderão tirar quando analisamos a evolução deste tipo de tecnologias. Sendo as telecomunicações e redes, um dos elementos base nas tecnologias de informação e comunicação (TIC), a sua evolução e melhoramento vieram influenciar todos os outros componentes das TIC, permitindo assim evoluir a todos os níveis estas tecnologias. A ideia de auto-estradas da informação, aldeia global ou convergência IP, são termos que entram todos os dias na conversa de todos nós, seja a nível empresarial, académico como particular, termos estes directamente associados à componente de telecomunicações e redes, este facto é mais uma prova da importância que esta componente das TIC tem nas nossas vidas e como influencia todas as outras tecnologias de informação. Nos últimos anos tem se vindo a assistir a um aumento drástico da largura de banda disponível nas comunicações e ao mesmo tempo a fusão das várias tecnologias de comunicação numa só, utilizando tecnologias standardizadas e comuns aos vários fornecedores de serviços e equipamentos. Este facto tem vindo a permitir uma total integração dos vários componentes dos sistemas de comunicação e informação, tornando mais fácil para quem utiliza este tipo de tecnologias a sua utilização e tirar maior partido das ferramentas disponíveis e conseguindo ao mesmo tempo uma redução de custos na implementação e manutenção dos sistemas, indo ao encontro assim da exigência dos gestores das organizações que é conseguir fazer mais com menos custos. O trabalho tratou essencialmente da evolução dos sistemas de telecomunicações e redes ao longo da sua história, focalizando os marcos mais importantes da sua evolução e indicar quais as tendências de evolução futuras. Seria do maior interesse como complemento a este trabalho a análise da aplicação destes sistemas e analisar no terreno se as novas tendências de integração das comunicações em tecnologias IP têm trazido vantagens para as organizações que promoveram e utilizam os sistemas de comunicação integrados e até que ponto tem sido um ponto diferenciador e de maisvalia para as organizações. Bibliografia [1] P. Moreira, "HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS REDES DE TELECOMUNICAÇÕES E DE COMPUTADORES," Faculdade Marechal Rondon, 2005. [2] R. W. SIMONS, "Guglielmo Marconi and Early Systems of Wireless," Marconi Radar Systems, 1996. [3] "Comunicação por Satélite," Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Beja. [4] AT&T. (2010, Jan.) Milestones in AT&T History. [Online]. http://www.corp.att.com/history/milestones.html [5] t. f. e. Wikipedia. (2010, Jan.) Optical Fibre. [Online]. http://en.wikipedia.org/wiki/optical_fiber [6] C. f. P. o. t. R. S. A. o. Sciences, "TWO REVOLUTIONARY OPTICAL TECHNOLOGIES," Royal Swedish Academy of Sciences, 2009. [7] U. d. Minho. (2010, Jan.) Breve história da INTERNET. [Online]. http://piano.dsi.uminho.pt/museuv/internet.pd F [8] P. Alves, "Redes de computadores - Introdução a redes comutadas," Universidade Federal de Minas Gerais Apresentação de aula. [9] P. C. D. Cantrell, "THE PUBLIC SWITCHED TELEPHONE NETWORK," The University of Texas at Dallas, 2009. [10] N. G. Rodrigues, "Qualidade de serviço na impleemntação de serviços VoIP - Avaliação a partir de um modelo de simulação," Universidade do Minho Tese de Mestrado, 2009. [11] A. Henriques. (2010, Jan.) Belenus - Destaque Convergência Multiserviço. [Online]. http://belenus.pt/destaques/techmultiser.htm [12] J. L. K. Laudon, Essentials of Management Informations Systems, 9th ed. Prentice Hall, 2009. 6