Decreto-Lei n.º 36/1992 de 28/03 - Série I-A nº74



Documentos relacionados
Decreto-Lei nº 36/92, de 28 de Março

Decreto-Lei nº 238/91, de 2 de Julho

Decreto-Lei nº 495/88, de 30 de Dezembro

Publicado no Diário da República, I série nº 79, de 28 de Abril. Decreto Presidencial N.º 95/11 de 28 de Abril

Lei nº 8/90 de 20 de Fevereiro. Bases da contabilidade pública

Legislação. Publicação: Diário da República n.º 106/2015, Série I, de 02/06, Páginas

Mais informações e atualizações desta obra em

Decreto-Lei n.º 187/2002 de 21 de Agosto *

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PRJ - CONTABILIDADE, FISCAL. E CONSULT. GESTÃO, LDA.

AVISO Nº. 05/98 DE 30 DE NOVEMBRO. Havendo necessidade de se actualizarem as regras de constituição e funcionamento das Casas de Câmbio;

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Decreto-Lei n.º 228/2000 de 23 de Setembro

Decreto-Lei n.º 15/97/M. de 5 de Maio

Decreto-Lei nº 70/2004, de 25 de Março

NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 15 INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E CONSOLIDAÇÃO

ANTE-PROPOSTA DE DECRETO-LEI VALORES MOBILIÁRIOS DE ESTRUTURA DERIVADA

DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 872

Decreto-Lei nº 220/94, de 23 de Agosto

AVISO N.º 10/2013 de 9 de Julho

circular ifdr Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública SÍNTESE: ÍNDICE

Portaria nº 913-I/2003, de 30 de Agosto

Legislação MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 701

Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional

Lei quadro da Dívida Pública

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSES E NEGÓCIOS ENTRE PARTES RELACIONADAS DA EDP

Regulamento n.º 1/2008, de 12 de Maio de 2008

Decreto-Lei n.º 219/2001, de 4 de Agosto *

CAPÍTULO I- Recomendação da Comissão aos mediadores de seguros REQUISITOS PROFISSIONAIS E REGISTO DOS MEDIADORES DE SEGUROS

Regulamento da CMVM n.º 97/11 Critérios de Avaliação e Peritos Avaliadores dos Imóveis dos Fundos de Investimento Imobiliário

ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DE 17 DE ABRIL DE 2012

Decreto-Lei n.º 221/2000, de 9 de Setembro *

Regime de constituição e de direitos e deveres das associações de pais e de encarregados de educação Decreto-Lei n.º 372/90 de 27 de Novembro

Decreto-Lei n.º 222/99 de 22 de Junho *

directamente o estabelecimento e o funcionamento do mercado interno; Considerando que é pois necessário criar um certificado complementar de

Por despacho do Presidente da Assembleia da República de 26 de Julho de 2004, foi aprovado

Regulamento da CMVM n.º 10/98 Operações de Reporte e de Empréstimo de Valores Efectuadas por Conta de Fundos de Investimento Mobiliário

Decreto-Lei n.º 125/2008, de 21 de Julho

disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO

Legislação MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

A Lei n.º 18/2015 introduziu novos tipos de OICs em Portugal, que poderão ser geridos por SCRs e outras gestoras de OICs:

Decreto-Lei n. o 221/

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Regime de qualificações nos domínios da construção urbana e do urbanismo Perguntas e respostas sobre a inscrição/renovação da inscrição

O RELATÓRIO DE GESTÃO E OS REQUISITOS DO CÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS

DECLARAÇÃO CONJUNTA. Feito em São Tomé, em 30 de Maio de Pelo Governo da República Portuguesa:

Decreto n.º 101/78 Acordo de Base entre a Organização Mundial de Saúde e Portugal, assinado em Copenhaga em 12 de Junho de 1978

As Novas Formas Organizadas de Negociação de Instrumentos Financeiros

Informação complementar ao Relatório de Governo das Sociedades referente ao Exercício de 2007

Decreto n.º 20/92 de 4 de Abril Protocolo de Cooperação entre a República Portuguesa e a República Popular de Angola na Área das Finanças Públicas

Decreto-Lei n.º 26/2012. de 6 de fevereiro

Só um ou, quando muito, dois membros do órgão de gestão ou administração da empresa local pode ser remunerado.

Orientações relativas ao tratamento de empresas relacionadas, incluindo participações

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS. Artigo 1.º. Âmbito

Altera o Decreto-Lei n.º 176/95, de 26 de Julho ÍNDICE. Artigo 1.º- Alteração ao Decreto-Lei n.º 176/95, de 26 de Julho

DECRETO-LEI N.º 165/86 de 26 de Junho

ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DA ALTRI, SGPS, S.A. A REALIZAR, NA SEDE SOCIAL, NO DIA 14 DE ABRIL DE 2015, PELAS HORAS

Regulamento da Creditação

ASSEMBLEIA NACIONAL. Lei n 5/02 de 16 de Abril

Por outro lado, estabelece ainda o referido preceito a susceptibilidade da Norma Regulamentar emitida se aplicar igualmente aos mediadores de seguros.

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 835

FUNCHAL. CAE Rev_ ACTIVIDADES DE ANGARIAÇÃO IMOBILIÁRIA ÂMBITO:

Decreto-Lei 187/2002, de 21 de Agosto-192 Série I-A

7. PROTOCOLO RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA

Decreto-Lei n.º 146/93 de 26 de Abril

REGRAS PARA A CONCESSÃO DO ESTATUTO DE TRABALHADOR- ESTUDANTE. Artigo 1.º (Valorização pessoal e profissional)

COMISSÃO EXECUTIVA DA ESPECIALIZAÇÃO EM SEGURANÇA NO TRABALHO DA CONSTRUÇÃO PROCEDIMENTOS PARA ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM

NOVAS REGRAS SOBRE CONTAS ANUAIS E CONSOLIDADAS

REGULAMENTO DO CURSO DE PREPARAÇÃO PARA REVISORES OFICIAIS DE CONTAS

Política de Exercício de Direito de Voto

ASSUNTO: Plano de Contas (Caixa Central e Caixas de Crédito Agrícola Mútuo)

REGULAMENTO DA COMISSÃO EXECUTIVA DA EDP RENOVÁVEIS, S.A.

Glossário sobre Planos e Fundos de Pensões

Decreto n.o 7/90. de 24 de Março

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia

Regulamento de inventario e cadastro do património da Câmara de Vila Nova de Cerveira Nota justificação

ESTATUTO DA SOCIEDADE .. SOCIEDADE UNIPESOAL S.A.

TEXTO INTEGRAL. Artigo 1. Objecto

Regulamento de Inventário e Cadastro dos Bens da Junta de Freguesia

Regulamento do inventa rio. Junta de freguesia da Carapinheira

Portaria n.º 913-I/2003 de 30 de Agosto

PROMOTORES: PARCEIROS/CONSULTORES: FUNCIONAMENTO RESUMO

Proposta de Decreto Legislativo Regional

Decreto-Lei n.º 201/2009 de 28 de Agosto

Sistema de Informação Schengen - acesso pelos serviços de emissão de certificados de matrícula dos veículos ***II

CONTRATO DE TRABALHO. Diferença entre Contrato de Trabalho e Contrato de Prestação de Serviços

Regime dos Planos de Poupança em Acções

PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO ENTRE A REPÚBLICA PORTUGUESA E A REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU NOS DOMÍNIOS DO EQUIPAMENTO, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES.

Concurso limitado por prévia qualificação para a celebração de acordo quadro para a prestação do serviço de seguro automóvel

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 840

Lei n.º 66/98 de 14 de Outubro

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: alínea j) do nº 1 do artigo 2º. Assunto:

NOVAS REGRAS DE OPERAÇÕES CAMBIAIS IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E REEXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS

Decreto-Lei n.º 333/95, de 23 de Dezembro

Transcrição:

Alterado pelo DL 36/92 28/03 Estabelece o regime da consolidação de contas de algumas instituições financeiras A Directiva do Conselho n.º 86/635/CEE, de 8 de Dezembro de 1986, procedeu à harmonização das regras essenciais a que deve obedecer a prestação de contas dos bancos e de outras instituições financeiras estabelecidos nos Estados membros das Comunidades Europeias. A parte da referida directiva respeitante às contas anuais, enquanto demonstrações financeiras das instituições consideradas na sua individualidade jurídica, já se encontra transposta para a ordem jurídica interna, através do Plano de Contas para o Sistema Bancário, posto em vigor pelo Banco de Portugal, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 91/90, de 17 de Março. É chegado o momento de efectuar a transposição das regras relativas a um importante domínio da harmonização prevista na citada directiva, que é o da consolidação de contas, sendo certo que o instrumento comunitário em apreço, introduzindo embora as especialidades exigidas pela natureza do sector financeiro, remete, nas suas linhas gerais, para a disciplina prevista na chamada 7.ª Directiva n.º 83/349/CEE, de 13 de Junho de 1983. No presente decreto-lei são estabelecidas as regras de natureza mais geral, cabendo ao Banco de Portugal definir, a exemplo do procedimento utilizado para efeitos das contas individuais das instituições financeiras, os métodos e técnicas a utilizar, bem como a estrutura do balanço consolidado, da demonstração consolidada de resultados e do anexo. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Definições Para efeitos do presente diploma entende-se por: a) Empresas-mãe - as empresas referidas no n.º 1 do artigo 2.º, que são obrigadas a elaborar contas consolidadas e um relatório consolidado de gestão; b) Empresas filiais - as empresas que se encontrem em relação à empresa-mãe em alguma das circunstâncias referidas no n.º 2 do artigo 2.º; c) Empresas associadas - as empresas participadas nas quais a empresa participante exerça uma influência significativa sobre a sua gestão e a sua política financeira, presumindo-se existir essa influência quando a participação corresponda a, pelo menos, 20% dos direitos de voto; d) Contas consolidadas - o balanço consolidado, a demonstração consolidada de resultados e o anexo; e) Órgão de administração - o conselho de gestão, o conselho de administração, a direcção ou outro órgão com funções análogas; f) Órgão de fiscalização - o conselho fiscal, o conselho geral ou outro órgão com funções análogas. 1

Artigo 2.º Empresas-mãe 1 - São obrigadas a elaborar contas consolidadas e um relatório consolidado de gestão, nos termos previstos neste diploma, as seguintes instituições e as instituições que pertençam aos tipos a seguir indicados, que controlem, de modo exclusivo ou em conjunto com outra ou outras empresas não incluídas na consolidação, uma ou várias empresas: a) Caixa Geral de Depósitos; b) Bancos comerciais ou de investimento; c) Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo; d) Caixas económicas que sejam sociedades anónimas; e) Sociedades de investimento; f) Sociedade de locação financeira; g) Sociedade de factoring; h) Sociedades financeiras para aquisições a crédito; i) Sociedades financeiras de corretagem; j) Sociedade cuja actividade, exclusiva ou principal, consista em tomar ou deter participações, nomeadamente sociedades gestoras de participações sociais (SGPS), quando controlem, directa ou indirectamente, uma instituição do tipo das indicadas nas alíneas precedentes. 2 - Uma instituição controla de modo exclusivo uma empresa quando em relação a esta se verificar alguma das seguintes situações: a) Ter a maioria dos direitos de voto dos titulares do capital dessa empresa; b) Ter o direito de designar ou destituir a maioria dos membros dos órgãos de administração ou de fiscalização, sendo simultaneamente titular de capital dessa empresa; c) Ter o direito de exercer uma influência dominante sobre a empresa, da qual seja um dos titulares do respectivo capital, por força de um contrato celebrado com esta ou de uma cláusula estatutária desta; d) Ser titular de capital de uma empresa, cuja maioria dos membros dos órgãos de administração ou de fiscalização em funções durante o exercício em curso, bem como no exercício anterior e até à elaboração das contas consolidadas, tenha sido exclusivamente nomeada por efeito dos seus direitos de voto, desde que estes representem, pelo menos, 40% do total e que nenhum outro titular de capital da empresa disponha, directa ou indirectamente, de uma fracção de capital superior àquela; e) Controlar por si só, por força de um acordo celebrado com outros sócios da empresa, a maioria dos direitos de voto dos titulares do capital da mesma. 3 - Verifica-se uma situação de controlo conjunto quando o controlo efectivo de uma empresa é exercido por um número limitado de sócios e as decisões a ela relativas resultam de comum acordo entre estes. 4 - Para efeitos da aplicação das alíneas a), b), d) e e) do n.º 2: 2

a) Aos direitos de voto, de designação e de destituição da empresa-mãe devem ser adicionados os direitos de qualquer outra empresa sua filial e os das filiais desta, bem como os de qualquer pessoa que actue em seu próprio nome, mas por conta da empresa-mãe ou de qualquer outra empresa filial; b) À totalidade dos direitos de voto dos titulares de capital da empresa filial devem deduzirse os direitos de voto relativos às acções ou quotas próprias detidas por esta empresa, por uma empresa filial desta ou por uma pessoa que actue no seu próprio nome, mas por conta destas empresas. Artigo 3.º Contas a consolidar 1 - Sem prejuízo do disposto nos artigos 4.º e 5.º, as contas da empresa-mãe e as de todas as suas filiais devem ser consolidadas qualquer que seja o local da sede destas. 2 - Para efeitos do número anterior, qualquer empresa filial de uma empresa filial é considerada como filial da empresa-mãe de que ambas dependem. 3 - Devem igualmente ser incluídas na consolidação, na proporção dos direitos detidos pelas empresas naquela compreendidas, as contas das empresas sujeitas a controlo conjunto. Artigo 4.º Dispensa de consolidação 1 - Ficam dispensadas da obrigação prevista no artigo 2.º as instituições com sede em Portugal que sejam filiais de uma empresa sujeita ao direito de um Estado membro das Comunidades Europeias quando essa empresa, em alternativa: a) Seja titular de todas as partes de capital daquela; ou b) Detenha 90% ou mais das mesmas partes de capital e os restantes titulares de capital tenham aprovado a referida dispensa. 2 - Para efeitos da alínea a) do número anterior, não são consideradas as partes de capital detidas por membros dos órgãos de administração ou de fiscalização por força de uma obrigação legal ou estatutária. 3 - A dispensa referida no n.º 1 é subordinada às seguintes condições cumulativas: a) A empresa estrangeira deve ser uma instituição de crédito e ter-se declarado garante dos compromissos assumidos pela instituição dispensada, devendo esta declaração ser publicada justamente com as contas desta; b) As contas da instituição dispensada, bem como as de todas as suas empresas filiais, devem ser consolidadas com as contas de uma empresa-mãe que esteja sujeita ao direito de um Estado membro das Comunidades Europeias; c) As contas consolidadas e o relatório consolidado de gestão devem ser elaborados e fiscalizados de acordo com o direito do Estado membro a que a empresa-mãe esteja sujeita, em conformidade com a Directiva do Conselho n.º 83/349/CEE, de 13 de Junho de 1983; d) As contas consolidadas e o relatório consolidado de gestão, bem como a certificação da entidade encarregada da revisão destas contas, devem ser objecto de publicidade por parte da instituição dispensada, efectuada segundo as modalidades previstas para as suas próprias contas e em língua portuguesa; 3

e) O anexo das contas anuais da instituição dispensada deve incluir a indicação da denominação e da sede da empresa-mãe que elabora as contas consolidadas e a menção da dispensa a que se refere o n.º 1. 4 - O presente artigo não é aplicável a instituições que tenham emitido valores mobiliários em circulação admitidos à cotação oficial de uma bolsa de valores estabelecida num Estado membro das Comunidades Europeias. Artigo 5.º Exclusões da consolidação 1 - São excluídas da consolidação as contas das empresas cuja inclusão seja incompatível com o objectivo previsto no artigo 6.º tendo em conta a diferente natureza da sua actividade, nomeadamente, as das empresas comerciais, industriais, agrícolas e de seguros. 2 - Não podem ser excluídas da consolidação, ao abrigo do número precedente, as empresas sujeitas à supervisão do Banco de Portugal ou de entidades de supervisão homólogas deste de outros países, bem como as que, não obedecendo a este critério, desenvolvam uma actividade complementar ou auxiliar da empresa-mãe ou de filiais incluídas na consolidação, designadamente empresas de prestação de serviços informáticos e empresas de gestão de imóveis. 3 - Se as contas anuais ou as contas consolidadas das empresas excluídas da consolidação não forem publicadas em Portugal devem ser juntas às contas consolidadas da empresamãe ou postas à disposição do público. 4 - Quando as contas referidas no número anterior forem postas à disposição do público, qualquer interessado poderá solicitar à empresa em causa cópia dos referidos documentos, a qual deve ser fornecida a um preço que não pode exceder o respectivo custo. 5 - Uma empresa pode ser excluída da consolidação quando: a) Se verifiquem factos com efeitos severos e duradouros que prejudiquem substancialmente o exercício pela empresa-mãe dos seus direitos sobre o património ou a gestão da empresa em causa; b) As informações necessárias à elaboração das contas consolidadas não possam ser obtidas sem custos desproporcionados ou sem demora injustificada; c) As partes representativas do seu capital social forem detidas exclusivamente, tendo em vista a sua cessão posterior, a curto prazo. 6 - As exclusões baseadas neste artigo devem ser mencionadas no anexo e devidamente justificadas. 7 - Quando a empresa excluída por força da alínea c) do n.º 5 for uma instituição de crédito e a referida detenção temporária das acções for motivada por uma operação de assistência financeira, destinada ao seu saneamento ou à sua viabilização, as respectivas contas anuais devem ser anexadas às contas consolidadas das quais a referida empresa foi excluída, devendo ser dada no anexo informação adicional relativa à natureza e aos termos da operação de assistência financeira. Artigo 6.º Objectivo das contas consolidadas 1 - As contas consolidadas devem ser elaboradas com clareza, de acordo com o presente diploma e com as normas regulamentares que forem adoptadas ao abrigo do artigo 7.º, 4

com o objectivo de ser dada uma imagem fiel do património, da situação financeira e dos resultados do conjunto das empresas compreendidas na consolidação. 2 - Deverão ser fornecidas no anexo todas as informações complementares que se revelarem necessárias à apresentação da imagem fiel referida no número precendente. Artigo 7.º Estrutura das contas consolidadas A estrutura e o conteúdo das contas consolidadas, bem como os métodos e critérios que devem ser utilizados na sua elaboração, serão fixados por instruções do Banco de Portugal. Artigo 8.º Dever de cooperação As empresas filiais, as empresas sujeitas a controlo conjunto e as empresas associadas são obrigadas a fornecer às empresas-mãe todas as informações e dados que sejam indispensáveis a preparação das contas consolidadas. Artigo 9.º Publicação das contas consolidadas Para além das publicações previstas na lei geral, é ainda obrigatória a publicação, num jornal de grande circulação, até 30 de Junho do ano seguinte àquele a que respeitam as contas consolidadas, pelo menos, do balanço consolidado e da demonstração consolidada de resultados, bem como da indicação de como podem ser consultados os restantes documentos que integram as contas consolidadas e o relatório consolidado de gestão. Artigo 10.º Suportes de consolidação 1 - As empresas-mãe devem manter suportes e registos adequados à comprovação das operações de consolidação. 2 - Os suportes e registos a que se refere o número anterior devem ser conservados por um período igual ao fixado no artigo 40.º do Código Comercial. Artigo 11.º Regime jurídico 1 - São aplicáveis à prestação de contas consolidadas a que se refere o presente diploma, em tudo o que não o contrarie, as disposições do Código das Sociedades Comerciais, do Código Cooperativo e do Código de Registo Comercial relativas à prestação de contas consolidadas e à elaboração e apresentação do relatório consolidado de gestão. 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, as empresas públicas são equiparadas a sociedades anónimas. Artigo 12.º Produção de efeitos O presente diploma produz efeitos desde 1 de Janeiro de 1992, sendo obrigatória a elaboração dos documentos de prestação de contas consolidadas relativamente aos exercícios de 1992 e seguintes. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16 de Janeiro de 1992. - Aníbal António Cavaco Silva - Jorge Braga de Macedo. Promulgado em 13 de Março de 1992. 5

Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 17 de Março de 1992. O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. 6