CARTA-CIRCULAR Nº 2201 Levamos ao conhecimento dos interessados que: Programa federal de desregulamentação. Estabelece condições para as transferências ao exterior de receitas auferidas com o transporte internacional de cargas. I - As transferências ao exterior de receitas líquidas auferidas, por empresas estrangeiras, com a exploração do transporte rodoviário internacional de cargas, relativo às importações e exportações brasileiras, subordinam-se as disposições do regulamento anexo a esta carta-circular; II - Esta Carta-Circular entra em vigor na data de sua publicação; III - Fica revogado o Comunicado Decam n. 1.154, de 31.03.89. Departamento de Câmbio. Alcindo Ferreira Chefe, em exercício. Este texto não substitui o publicado no DOU e no Sisbacen. Regulamento anexo a Carta-Circular n. 2.201, de 20.08.91. Capitulo I Dos Conhecimentos de Transporte Internacional Brasília (DF), 20 de agosto de 1991. 1. Os conhecimentos de transporte rodoviário internacional, relativos a bens importados ou exportados pelo Brasil, deverão ser emitidos com observância das disposições legais e regulamentares aplicáveis. Capitulo II Das Vedações 1. E vedada a transferência de valores relativos a transporte de bens em transito de passagem no país - assim considerados os provenientes do exterior e a ele destinados - bem como os valores de transporte referentes à entrada no Brasil ou retorno ao exterior de: estrangeiras; a) material de reposição e consertos de embarcações, veículos ou aeronaves
b) bens admitidos temporariamente ou importados em consignação; c) mercadorias recebidas do exterior e destinadas a feiras, exposições e certames assemelhados; d) equipamentos e materiais desportivos em geral, ingressados no país para utilização em competições ou disputas de provas; e) animais, veículos, materiais cênico e demais bens de propriedade e uso de circos, grupos teatrais e semelhantes, ingressados em caráter temporário para exibições em espetáculos; f) animais ingressados temporariamente para tomar parte em competições esportivas no país. Capitulo III Dos Valores Remissíveis ao Exterior 1. Independentemente de autorização previa do banco central e observadas as condições indicadas a seguir, podem os bancos autorizados a operar em cambio dar curso, no mercado de cambio de taxas livres instituído pela resolução n. 1.690, de 18.03.90, a transferências ao exterior do valor de receitas auferidas por empresas estrangeiras autorizadas a operar, no país, o transporte rodoviário internacional de cargas, relativas a: a) conhecimentos de transporte internacional emitidos no exterior com clausula de pagamento no destino ("collect"), referentes a importações brasileiras; b) conhecimentos de transporte internacional emitidos no país com clausula de pagamento na origem ("prepaid"), referentes a exportações brasileiras. 2. Por ocasião do respectivo fechamento de cambio deverão ser apresentados, ao banco negociador, os seguintes documentos: I - fretes de importação: a) via original, do transportador, do correspondente conhecimento de transporte internacional, emitido com clausula de pagamento no destino ("collect"); b) via "v - para importador - pagamento de frete", original, da correspondente guia de importação em que esteja consignado "incoterm" compatível com a modalidade do conhecimento ou, no caso de importação dispensada ou isenta de guia, da correspondente fatura comercial; c) copia de documento fiscal que comprove o inicio ou conclusão de despacho aduaneiro, no país, relativo a mercadoria transportada. II - fretes de exportação:
a) via original, do transportador, do correspondente conhecimento de transporte internacional, emitido com clausula de pagamento na origem ("prepaid"); b) via "V-a - bacen", original, da correspondente guia de exportação ou, se for o caso, da via "III-a bacen" da correspondente declaração de exportação, em que esteja consignado "incoterm" compatível com a modalidade do conhecimento. Capitulo IV Da Centralização das Operações de Cambio 1. A contratação de operações de cambio em pagamento dos fretes internacionais de que se trata devera ser centralizada, pelos agentes ou representantes dos transportadores, em uma única praça, eleita a exclusivo critério da empresa transportadora. 2. Para essa finalidade, devera o agente/representante de o transportador cientificar a respectiva delegacia regional do banco central que jurisdicione a praça escolhida, mediante protocolização de correspondência na qual deverão estar indicados os seguintes dados: a) do agente ou representante legal: - nome - CGC/CPF - endereço, telefone, telex e fac-simile; b) da empresa transportadora estrangeira: - nome - pais - endereço, telefone, telex e fac-simile; 3. A simples protocolização da citada correspondência habilitara a empresa a realizar transferências ao exterior nas condições previstas neste regulamento. 4. A constatação de irregularidades nas remessas de que se trata acarretara, para a empresa transportadora, ate regularização da pendência, suspensão das transferências da espécie ao exterior, sem prejuízo da aplicação das sanções legais cabíveis. 5. Cada empresa transportadora estrangeira poderá se utilizar de apenas um agente/representante no pais. Capitulo V Outras Disposições
1. A cobertura de despesas, em moeda nacional, incorridas no país, pelos transportadores estrangeiros, devera ser efetivada através de dedução de receitas auferidas pela empresa, provenientes de transporte, passiveis de transferência ao exterior. 2. Alternativamente, poderão as citadas despesas, a critério da transportadora, ser custeadas mediante venda da correspondente quantia em moeda estrangeira a estabelecimento bancário autorizado a operar no mercado de cambio de taxas livres. 3. As despesas incorridas no país em moeda nacional, relacionadas com o transporte internacional de que se trata, compreendem, mas não se limitam, a: a) despesas de combustíveis e lubrificantes; b) comissões e demais custos administrativos ordinários dos agentes ou representantes das empresas de transporte; c) despesas pessoais dos condutores de veículos; d) despesas incorridas com a subcontratação, no país, do transporte com empresas transportadoras brasileiras (transbordo). 4. Ficara o agente/representante do transportador responsável pelo cumprimento do disposto nos itens 1 e 2, devendo apresentar, anualmente, a delegacia regional do banco central, na praça de sua jurisdição, demonstrativo onde fique cabalmente evidenciado o custeio das despesas incorridas no pais nos termos estabelecidos neste capitulo. 5. Deverão os agentes/representantes manter em seus arquivos os documentos abaixo relacionados, devidamente atualizados: a) documento emitido pela autoridade brasileira competente, atestando estar a empresa habilitada, no Brasil, a operar o transporte internacional de cargas; b) contrato de agenciamento ou de representação, ou instrumento publico de procuração em que a empresa transportadora outorgue, ao seu agente ou representante, poderes específicos para movimentação dos recursos recebidos no pais a titulo de frete; c) correspondência protocolizada no banco central na forma prevista no capitulo iv deste regulamento. 6. As remessas referentes aos fretes de exportação limitarem-se ao aos valores previstos a esse titulo no campo 42 das correspondentes guias de exportação ou no campo 36 das declarações de exportação. Nos fretes de importação, observar-se-á o contido no respectivo conhecimento de transporte internacional. 7. Ao banco negociador do cambio cabe:
a) averbar, na forma a seguir indicada, as vias originais da guia/declaração de exportação e da guia de importação (ou da respectiva fatura comercial, se dispensada ou isenta de guia), de que trata o capitulo III deste regulamento: "Pagamento de frete" Valor do frete: Contrato de cambio n.: Data da operação: Banco/praça - assinaturas autorizadas b) reter e arquivar no dossiê da operação as vias originais de guias e declarações de exportação, bem como de guias de importação que se tenham exaurido para efeito de pagamento de frete; c) observar as demais disposições legais e regulamentares aplicáveis, inclusive o contido nos artigos 128, parágrafo único, e 138 do regulamento do imposto de renda, instituído pelo decreto n. 85.450, de 04.12.80.