DISCLOSURE DAS PROVISÕES E DOS PASSIVOS E ATIVOS CONTINGENTES: UM ESTUDO EM EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA



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Transcrição:

1 DISCLOSURE DAS PROVISÕES E DOS PASSIVOS E ATIVOS CONTINGENTES: UM ESTUDO EM EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA Araceli Farias de Oliveira Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau FURB Rua Antônio da Veiga, 140. Victor Konder. Blumenau SC E-mail: aracelio@al.furb.br Telefone: (47) 3321 0565 Juliana Eliza Benetti Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau FURB Rua Antônio da Veiga, 140. Victor Konder. Blumenau SC E-mail: jbenetti@al.furb.br Telefone: (47) 3321 0565 Patrícia Siqueira Varela Doutora em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau Rua Antônio da Veiga, 140, Sala D 202, Bairro Victor Konder - Blumenau/SC Caixa Postal 1507 CEP: 89012-900. Telefone: (47) 3321-0938 E-mail: pvarela@furb.br RESUMO A evidenciação contábil possibilita a redução do grau de incerteza e da assimetria de informação, possibilitando ao usuário da contabilidade bases mais confiáveis para a tomada de decisões. As normas internacionais de contabilidade têm provocado mudanças profundas quanto ao disclosure obrigatório pelas empresas. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o disclosure obrigatório das provisões, ativos contingentes e passivos contingentes, no final do exercício de 2009 e no primeiro trimestre de 2010, em empresas listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA S.A.. Para isso, foi realizada pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, aplicando-se a técnica de análise de conteúdo nas demonstrações contábeis das maiores empresas não-financeiras em receita líquida. Para a coleta dos dados, utilizou-se de uma métrica fundamentada no Pronunciamento do Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC) 25 e composta de 4 categorias e 29 subcategorias de informações a serem divulgadas. Os achados da pesquisa revelam que a adoção do CPC 25 não impactou o nível de disclosure em razão de ser um procedimento já praticado anteriormente pelas empresas. O nível de evidenciação dos ativos contingentes, passivos contingentes e casos especiais mantiveram-se acima de 60%, todavia, o elevado índice foi alcançado mesmo com a não divulgação de várias subcategorias de informações, já que não é possível saber se o fato não ocorreu na empresa ou se ela não fez a divulgação. Quanto às provisões, várias informações ainda não são divulgadas, principalmente quanto às incertezas dos valores, natureza da obrigação e cronograma de saída. Conclui-se que mesmo com o caráter coercivo do disclosure, as empresas não atenderam ao princípio full disclosure. Palavras-chave: Provisões. Ativos contingentes. Passivos Contingentes. Disclosure.

2 1 INTRODUÇÃO As empresas devem disponibilizar aos seus usuários não só as informações exigidas por lei, mas todas aquelas que possam influenciar as decisões destes. Estas não devem se restringir ao que determina a norma, informações adicionais podem ser divulgadas objetivando a transparência das suas demonstrações contábeis (FARIAS, 2004). Por outro lado, Geron (2008) afirma que o que não é coercivo muito pouco é divulgado. Para as companhias abertas, o reconhecimento, mensuração e divulgação das provisões, contingências ativas e contingências passivas passaram por mudanças a partir do ano de 2005, por meio da Deliberação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nº 489/05. De acordo com Iudícibus et al. (2010), a Norma e Procedimento Contábil (NPC) nº 22 do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), aprovada pela Deliberação CVM nº 489, já tinha a intenção da convergência para as práticas contábeis internacionais (IAS 37). O Comitê de Pronunciamento Contábil, por meio do CPC nº 25, contemplou as provisões, ativos contingentes e passivos contingentes em relação a aspectos de reconhecimento, mensuração e divulgação em consonância com as normas internacionais de contabilidade. A CVM aprovou este pronunciamento com a Deliberação nº 594/09, revogando a Deliberação n.º 489/05. Este pronunciamento passou a fazer efeito nas demonstrações contábeis encerradas a partir de dezembro de 2010 e também nas de 2009 que devem ser divulgadas em conjunto com as demonstrações de 2010 para fins de comparação (IUDÍCIBUS et al. 2010). Diante do exposto, a questão que norteou esta pesquisa foi à seguinte: qual o nível de disclosure das provisões, ativos contingentes e passivos contingentes, no final do exercício de 2009 e no primeiro trimestre de 2010, nas empresas listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA S.A? Neste sentido, o objetivo deste estudo é analisar o disclosure obrigatório das provisões, ativos contingentes e passivos contingentes, no final do exercício de 2009 e no primeiro trimestre de 2010, em empresas listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA S.A. Optou-se em efetuar a pesquisa nas notas explicativas no final do exercício de 2009, por ser o período antecedente ao CPC 25 e no primeiro trimestre de 2010, por ser o primeiro período posterior ao CPC 25 já com a obrigatoriedade da divulgação de notas explicativas sobre provisões, ativos contingentes e passivos contingentes. Este artigo se justifica por desenvolver um estudo sistemático, dando continuidade aos já desenvolvidos anteriormente sobre o CPC 25 e por ser um tema emergente. Na opinião de Tavares et al. (2010); para proporcionar informações transparentes, comparáveis e para reduzir significativamente os custos de geração da informação; os fatores: a) único padrão contábil, b) alterações profundas no campo dos métodos, c) nos processos de registros e d) na concepção teórica que fundamenta as práticas contábeis, provocam diversos desafios e simultaneamente oportunidades de ampliar as fronteiras de conhecimento contábil. O estudo contribui ao indicar se a alteração na norma está, necessariamente, refletindo na prática contábil e produz conhecimento sobre como tem ocorrido o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade. 2 REVISÃO DE LITERATURA Na composição da referente fundamentação teórica, optou-se em estruturá-la em duas partes. Na primeira parte abordou-se o tópico evidenciação contábil. Na segunda parte, tratouse das provisões, ativos contingentes e passivos contingentes. 2.1 Evidenciação Contábil De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999), a evidenciação contábil, também

3 conhecida por divulgação ou disclosure, tem se destacado entre os temas pesquisados na teoria da contabilidade e por conseqüência na prática contábil. A evidenciação, ao reduzir o grau de incerteza e a assimetria da informação fornecida pelas empresas, contribui tanto para melhoria da eficiência do mercado de capitais, no que se refere à gestão do risco, como também para a melhor compreensão da informação contábil pelos diferentes grupos de usuários que dela usufruem. O disclosure de uma empresa não é formado somente pela informação que é estipulada por lei, mas, também pela veiculação de toda informação que seja útil para a tomada de decisões pelos stakeholders. O disclosure pode apresentar-se das seguintes formas: compulsório - envolvendo os requerimentos de informações para registro das companhias abertas e as demais informações periódicas exigidas pelas comissões de valores mobiliários ou associações de cada país; ou voluntário o qual abrange informações que não são obrigatórias por lei, mas que oferecem maior transparência para a empresa no âmbito corporativo, podendo ser estas informações quantitativas ou não (LIMA, 2007). De acordo com Verrecchia (1999), existe uma variedade de críticas em relação aos estudos que permeiam a informação contábil, não existindo uma teoria que seja abrangente e sólida sobre as informações emitidas pelas empresas, o que se tem é um conjunto de direcionadores que auxiliam a integrar os estudos. Segundo o mesmo autor (2001), a categorização do estudo do disclosure pode ser classificada em três tipos: divulgação baseada em associação com foco nos efeitos exógenos do disclosure na ação do investidor por meio do comportamento do equilíbrio do preço dos ativos e volumes de transação; divulgação baseada em discricionariedade em que examina como gestores e/ou empresas exercem a divulgação da informação sobre o que eles têm conhecimento; e a divulgação baseada em eficiência a qual investiga a existência de alguma forma de divulgação que promova e tenha relação com a eficiência econômica. Hendriksen e Van Breda (1999) salientam que um dos principais objetivos do disclosure é fornecer informações para a tomada de decisões, isto se deve à pressuposição de que os dados sejam relevantes e apropriados. Segundo os autores (1999), esses dados podem ser detectados, utilizando-se de três perguntas, sendo: (1) a quem deve ser divulgada a informação? (2) qual é a finalidade da informação? (3) quanta informação deve ser divulgada? Farias (2004) acrescenta que as respostas às três perguntas podem ser analisadas a partir do instante em que se tenha a capacidade de conhecer os principais usuários da contabilidade, como também, de conhecer o modelo decisório de cada um deles, por meio da informação contábil. Segundo Hendriksen e Van Breda (1999) para responder às três questões principais,devem ser consideradas duas abordagens distintas, sendo uma de origem norte americana e outra de origem europeia. Na abordagem norte-americana, os relatórios contábeis servem primariamente a investidores, acionistas e fontes de financiamento, objetivando principalmente fornecer subsídio para a tomada de decisões econômicas racionais. Na abordagem de origem européia, os interesses de todos os stakeholders estão relacionados aos dos acionistas, investidores e credores, o que denota per si uma redução da participação do interesse destes últimos usuários em relação aos demais. Para Dantas et al. (2004), o que define quanto de informação evidenciar é o equilíbrio entre o custo e o benefício da divulgação, em que os benefícios decorrentes da informação têm que exceder o custo de produzi-la. Se existem evidências sobre os benefícios que um maior nível de evidenciação poderá trazer tanto para a empresa como para o mercado,

4 também é evidente que existe um custo relacionado à produção e divulgação da informação. De acordo com a CVM (2010), no Brasil a divulgação de informações no mercado de valores mobiliários, especialmente, as evidenciadas em notas explicativas não têm merecido a devida importância. A CVM (2010) ressalta que a divulgação, na maioria das vezes, limita-se ao que é imposto por força de lei ou norma e, neste sentido, a presença do órgão regulador é essencial para garantir informação tempestiva, relevante e útil à medida que tenta evitar o uso de práticas que coloquem em risco a confiança no mercado mobiliário como um todo. De forma sintetizada, Farias (2004) afirma que as informações contábeis são divulgadas no relatório da administração e nas demonstrações contábeis que devem receber a complementação das notas explicativas e do parecer dos auditores independentes. Godoy e Costa (2007) enfatizam que diante do atual cenário em que o investidor utiliza-se, geralmente, de dados contábeis, a evidenciação contábil caracteriza-se como de fundamental importância para evitar a imperfeição de mercado. 2.2 Provisão, Passivo Contingente e Ativo Contingente A Deliberação CVM nº 489 de 3 de outubro de 2005 aprovou e tornou obrigatório, a partir de 1º de janeiro de 2006, para as companhias abertas o Pronunciamento NPC nº 22 emitido pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) sobre Provisões, Contingências Passivas e Contingências Ativas. A NPC nº 22 já tinha a intenção de convergência para as práticas contábeis internacionais (IAS 37) e estabeleceu critérios de reconhecimento, mensuração e evidenciação aplicáveis a tais itens (IUDÍCIBUS et al. 2010). A Deliberação CVM nº 594, de 15 de setembro de 2009, revogou a Deliberação CVM nº 489/05 e tornou obrigatória a aplicação do CPC 25 pelas companhias abertas a partir do exercício financeiro de 2010. O CPC 25, parte do novo regimento de contabilidade a ser adotado pelas companhias abertas no Brasil em 2010, determina o uso de procedimentos para registro, mensuração e divulgação das provisões, contingências passivas e ativas. O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 25 é assegurar que os critérios de reconhecimento sejam observados e, quando possível,os critérios de mensuração adequadamente utilizados. Como também, exigir o mínimo de informações em notas explicativas que permitam aos usuários o entendimento da natureza, oportunidade e valor de tais elementos. A provisão de acordo com o CPC 25 é definida como sendo um passivo de prazo ou de valor incertos. A Deliberação CVM nº 489, de 3 de outubro de 2005 também conceitua a provisão da mesma forma que o CPC 25. Iudícibus et al. (2010) destacam que há diferença entre provisões propriamente ditas e as provisões derivadas de apropriações por competência (accruals). Estas últimas são caracterizadas como obrigações já existentes, registradas no período de competência em que não existe grau de incerteza relevante. Sendo assim, podem-se caracterizar como passivos genuínos e não como provisões. Pereira, Giuntini e Boaventura (2002) acrescentam que as provisões se diferenciam de outros passivos, como por exemplo, dívidas a pagar e acréscimos de custos, pela incerteza ligada necessariamente ao seu montante e/ou prazo de liquidação. As contas escrituradas como ajustamentos de valores de ativos também se excluem do conceito de provisão, tendo como exemplos: os créditos de liquidação duvidosa e depreciação. Farias (2004) salienta que precisa ser efetuado um controle permanente das provisões, principalmente quanto à baixa das mesmas, a qual deve ocorrer pelo pagamento da obrigação que lhe deu origem. Existe, também, a possibilidade de as provisões alterarem seu valor por meio do reconhecimento de encargos decorrentes da passagem do tempo e que tenham sido utilizados com a finalidade de ajuste a valor presente no ato da constituição da provisão. A provisão também pode ser ajustada pela melhoria das estimativas, como exemplo, pode-se ser

citado o caso de provisões de valores incertos. De acordo com Nannini e Salotti (2009, p. 311), passivo contingente é uma obrigação possível que resulta de eventos passados. Hendriksen e Van Breda (1999, p.288) conceituam passivo contingente como sendo um provável sacrifício de benefícios econômicos, decorrente de obrigações presentes de uma empresa no sentido de no futuro transferir ativos ou prestar serviços a outras empresas, como resultado de transações ou eventos passados, e cuja liquidação depende de um ou mais eventos futuros com alguma probabilidade de ocorrência. Pereira, Giuntini e Boaventura (2002) ressaltam que para cada classe de passivos contingentes não reconhecidos, na data de referência das demonstrações financeiras, deverá ser divulgada, de forma breve, a descrição da natureza da obrigação e, caso seja possível: estimativa do seu efeito financeiro, referência às incertezas relacionadas ao montante e prazo de qualquer desembolso e a possibilidade de qualquer reembolso. De acordo com Caetano et al. (2010), a evidenciação do passivo contingente nos demonstrativos contábeis e nas notas explicativas é importante para o fornecimento aos diversos usuários da informação contábil de dados úteis e confiáveis, com base em sólidos princípios para a tomada de decisão. Neste sentido, quando houver um passivo, cuja existência é provável e o seu montante é mensurável com suficiente segurança, este passivo deve ser provisionado. Na situação em que a existência desse passivo for somente possível, mas a saída dos recursos necessários à sua liquidação seja provável ou possível, neste caso este passivo deve ser divulgado. E, caso a existência do passivo e a saída dos recursos for classificada como remota, nada deve ser divulgado ou provisionado (CPC 25). Iudícibus et al. (2010) salienta que o passivo contingente caracteriza-se por uma saída de recursos possível, porém não provável (mais provável que não do que sim). A empresa não reconhece um passivo contingente nas demonstrações contábeis, assim torna-se necessário somente a sua divulgação em notas explicativas. Contudo, quando a possibilidade de saída de recursos é pequena não é necessária a divulgação. O CPC 25 evidencia que são dois os motivos para passivos contingentes não serem reconhecidos como passivos no balanço: (1) obrigações possíveis possam conduzir a uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos; e (2) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento do Pronunciamento Técnico, porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação. Os passivos contingentes precisam passar por uma avaliação periódica, pois uma saída de recursos pode tornar-se, de forma inesperada, provável com necessidade do reconhecimento de uma provisão nos demonstrativos do período em que a mudança na estimativa ocorreu, obviamente, levando em consideração as demais condições para seu reconhecimento (IUDÍCIBUS et al., 2010). Nannini e Salotti (2009, p. 311) salientam que ativo contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados. Os ativos contingentes originam-se da probabilidade de entrada de benefícios econômicos para a empresa oriundos de eventos não esperados ou não planejados. Esses ativos não são reconhecidos nas demonstrações contábeis até que a sua realização de ganho seja praticamente certa, o que o deixará de caracterizá-lo como contingente. (IUDÍCIBUS et al., 2010). A Deliberação CVM nº 489, de 3 de outubro de 2005, já enfatizava que as contingências ativas não deveriam ser reconhecidas nas demonstrações contábeis, pelo fato de se tratarem de resultados que podem nunca virem a ser realizados. Deve ser realizada a divulgação do ativo enquanto classificado como ativo contingente nas notas explicativas, quando for possível a entrada de benefícios econômicos futuros. Com 5

6 isto, torna-se necessária a avaliação periódica do ativo contingente, sendo reconhecido um ativo apenas no momento em que for praticamente certa a entrada dos benefícios econômicos no período em que ocorrer a mudança de estimativa (IUDÍCIBUS et al., 2010). Pereira, Giuntini e Boaventura (2002) salientam que deve ser efetuada a divulgação da natureza dos ativos contingentes e se possível uma estimativa do efeito financeiro deste ativo. As divulgações relacionadas aos ativos e passivos contingentes não devem dar indicações erradas com relação à probabilidade de ocorrência de um ganho ou de uma perda. Nas situações em que não seja possível divulgar qualquer informação exigida, deve ser apresentado o motivo subjacente à não divulgação. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta pesquisa caracteriza-se como sendo de natureza descritiva. De acordo com Cervo e Bervian (1996, p. 66), [...] a pesquisa descritiva observa, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem manipulá-los. Os autores relatam ainda que a pesquisa descritiva [...] procura descobrir, com a previsão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características. Quanto aos procedimentos é documental. Segundo Martins e Theóphilo (2009, p. 55), [...] a estratégia de pesquisa documental é característica dos estudos que utilizam documentos como fonte de dados, informações e evidência. Considera-se as notas explicativas um material ainda não editado, e utilizou-se destes como fonte de dados para investigar o nível de evidenciação das empresas nos exercícios de 2009 e primeiro trimestre de 2010. Quanto à abordagem a pesquisa é de natureza quantitativa. Conforme Richardson (1999), a pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples, como percentual, até as mais complexas. A população de estudo se constituiu das 100 maiores empresas em receita líquida sediadas no Brasil e com suas ações negociadas na Bolsa de Valores Mercadorias e Futuros BM&FBOVESPA. O critério para a seleção da amostra foi intencional e não probabilístico por meio da Receita Líquida. Foram excluídas as empresas financeiras, por não serem comparáveis com as empresas não financeiras e também as empresas que não possuíam notas explicativas divulgadas no sítio da BM&FBOVESPA. A escolha das empresas listadas na BM&FBOVESPA justifica-se pelas mesmas serem de capital aberto e, consequentemente, terem sido obrigadas a seguir a Deliberação CVM nº 489/05 e, em seguida, o CPC 25. Considerou-se, também, a disponibilidade dos balanços e notas explicativas, documentos estes necessários para a coleta e análise dos dados. O setor de atuação é heterogêneo e, com a exclusão das instituições financeiras, a amostra foi composta de 80 empresas. Para a coleta de dados, utilizou-se a análise de conteúdo das notas explicativas das demonstrações contábeis do exercício encerrado em 2009e do primeiro trimestre de 2010, antes e após a obrigatoriedade de aplicação do CPC 25. Martins e Theóphilo (2009, p. 98) afirmam que [...] a análise de conteúdo é uma técnica para estudar e analisar a comunicação de maneira objetiva e sistemática. Para a coleta dos dados utilizou-se uma métrica elaborada de acordo com as exigências do CPC 25 sobre a divulgação de informações, demonstrada no Quadro 1. A métrica para a coleta dos dados foi dividida em quatro partes: a primeira parte contém informações relativas às provisões, a segunda parte informações sobre os passivos contingentes, a terceira parte informações relacionadas aos ativos contingentes e a quarta e última parte informações referentes aos casos especiais.

7 Categorias Provisões Passivos Contingentes Ativos Contingentes Casos especiais Subcategorias Detalham cada classe de provisão por natureza? Divulgam o valor contábil no início e no fim do período das provisões? Evidenciam as provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes? Evidenciam os valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o período? Divulgam os valores não utilizados revertidos durante o período das provisões? Divulgam o aumento durante o período no valor descontado a valor presente proveniente da passagem do tempo e o efeito de qualquer mudança na taxa de desconto das provisões? Fazem uma breve descrição da natureza da obrigação? Fazem o cronograma esperado de quaisquer saídas de benefícios econômicos resultantes das provisões? Divulgam uma indicação das incertezas sobre o valor das saídas? Divulgam o cronograma dessas saídas? Sempre que necessário para fornecer informações adequadas, a entidade divulga as principais premissas adotadas em relação a eventos futuros sobre as provisões? Divulgam o valor de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer ativo que tenha sido reconhecido por conta desse reembolso esperado? Fazem uma breve descrição da natureza do passivo contingente na data do balanço? Quando praticável na data do balanço: Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme a melhor estimativa? Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme o risco e incerteza? Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme o valor presente? Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme o evento futuro? Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme a alienação esperada do ativo? Evidenciam a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer saída? Evidenciam a possibilidade de qualquer reembolso? Fazem uma breve descrição da natureza do ativo contingente na data do balanço? Divulgam a estimativa do ativo contingente e seu efeito conforme a melhor estimativa? Divulgam a estimativa do ativo contingente e seu efeito conforme o risco e incerteza? Divulgam a estimativa do ativo contingente e seu efeito conforme o valor presente? Divulgam a estimativa do ativo contingente e seu efeito conforme o evento futuro? Divulgam a estimativa do ativo contingente e seu efeito conforme a alienação esperada do ativo? Evidenciam a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer saída? Evidenciam a possibilidade de qualquer reembolso? Quando a provisão e o passivo contingente surgem do mesmo conjunto de circunstâncias, evidenciam a ligação entre a provisão e o passivo contingente? Quando não divulgaram alguma informação exigida por não ser praticável fazê-lo, evidenciaram esse fato? Divulgam a natureza geral da disputa com outras partes sobre os assuntos da provisão, passivo contingente ou ativo contingente, juntamente com o fato de que as informações não foram divulgadas, com a devida justificativa? Quadro 1 - Métrica para coleta de dados sobre o nível de evidenciação das provisões, passivos contingentes e ativos contingentes Fonte: CPC 25 (2009) Para quantificar as subcategorias de disclosure atribuiu-se valor 1 (um) para as

8 empresas que evidenciaram o atributo, 0 (zero) para as que não evidenciaram e 2 (dois) para aquelas que não se aplicam à empresa em análise. Para identificar o nível de disclosure obrigatório, levantou-se a frequência de evidenciação e dividiu-se pelo número de empresas que eram obrigadas a evidenciar cada subcategoria, desconsiderando-se no cálculo os casos de não aplicação. Com esse critério foi estabelecido um nível de evidenciação para cada informação no ano de 2009 e primeiro trimestre de 2010 para as empresas da amostra. Os dados foram analisados por meio de medidas de estatísticas descritivas. Fávero et al. (2009, p 51) afirmam que a estatística descritiva permite ao pesquisador uma melhor compreensão do comportamento dos dados por meio de tabelas, gráficos e medidas-resumo, identificando tendências, variabilidade e valores atípicos. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Para análise da evidenciação das provisões, ativos contingentes e passivos contingentes, utilizou-se a análise descritiva por meio de frequência. De acordo com o CPC 25 (2009), quando houver um passivo, cuja existência é provável e o seu montante é mensurável com suficiente segurança, este passivo deve ser provisionado. Na Tabela 1, apresentam-se os resultados da subcategoria provisões referentes ao exercício de 2009 e primeiro trimestre de 2010. Tabela 1 Nível de Evidenciação das Provisões Maiores Empresas por Receita Líquida da BOVESPA final do exercício de 2009 e primeiro trimestre de 2010 2009 2010 Classe de Provisões Sim Não Não se aplica atendimento Sim Não Não se aplica Detalham cada classe de provisão por natureza? 77 3 0 96,25 77 3 0 96,25 Divulgam o valor contábil no início e no fim do período das provisões? 73 7 0 91,25 73 7 0 91,25 Evidenciam as provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes? 37 17 0 46,25 37 17 0 46,25 Evidenciam os valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o período? 59 21 0 73,75 59 21 0 73,75 Divulgam os valores não utilizados revertidos durante o período das provisões? 58 22 0 72,50 58 22 0 72,50 Divulgam o aumento durante o período do valor descontado a valor presente proveniente da passagem do tempo e o efeito de qualquer mudança na taxa de desconto das provisões? 57 23 0 71,25 57 23 0 71,25 Fazem o cronograma esperado de quaisquer saídas de atendimento benefícios econômicos resultantes das provisões? 0 80 0 0,00 0 80 0 0,00 Fazem uma breve descrição da natureza da obrigação? 4 76 0 5,00 4 76 0 5,00 Divulgam uma indicação das incertezas sobre o valor das saídas? 20 60 0 25,00 20 60 0 25,00

9 Divulgam o cronograma das saídas? 0 80 0 0,00 0 80 0 0,00 Sempre que necessário para fornecer informações adequadas, a entidade divulga as principais premissas adotadas em relação a eventos futuros sobre as provisões? 60 20 0 75,00 60 20 0 75,00 Divulgam o valor de qualquer reembolso esperado declarando o valor de qualquer ativo que tenha sido reconhecido por conta desse reembolso esperado? 0 0 80 100,00 0 0 80 100,00 Fonte: dados da pesquisa Observa-se, na Tabela 1, que não houve diferenças entre os dois períodos analisados. As empresas mantiveram o mesmo padrão de evidenciação das provisões. A Copasa (2009) destacou que a Companhia já registra suas provisões em conformidade com o CPC 25, em razão de ser um procedimento já praticado anteriormente e comum às suas operações. Portanto, este Pronunciamento não gerou impactos na Companhia. Pode-se perceber que as empresas já adotavam a Deliberação CVM nº 489/05 que já tinha a intenção da convergência para as práticas contábeis internacionais (IAS 37), não ocasionando impacto com a adoção do CPC 25. Verificou-se que, das 80 empresas pesquisadas, 77 delas detalharam as provisões por natureza, dividindo-as em cíveis, trabalhistas e tributárias. Algumas empresas evidenciaram as provisões ambientais. Algumas empresas detalharam um pouco mais, a exemplo, tem-se a AES ALPA que além das classes mencionadas ainda detalhou COFINS, Plano Cruzado e Processos Administrativos. A AMBEV (2009) trouxe a categoria outros, e destacou que a Companhia está envolvida em diversos processos ajuizados por ex-distribuidores, os quais se referem principalmente a pedidos de indenização pelo término da relação contratual de distribuição com a Companhia. 37 empresas adotaram uma tabela que continha saldo inicial, adições, reversões, pagamentos, atualização monetária e saldo final. Esta tabela atendia a quatro subcategorias: (1) valor contábil no início e no fim do período das provisões, (2) as provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes, (3) os valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) e (4) os valores não utilizados revertidos durante o período das provisões. O cronograma esperado das saídas de quaisquer saídas de benefícios econômicos resultantes das provisões não foi evidenciado pelas empresas. Apenas 4 delas fizeram uma breve descrição da natureza da obrigação e 20 divulgaram a incerteza sobre o valor das saídas, obtendo-se um nível de evidenciação de 0%, 5% e 25% respectivamente, ao considerarem-se os 100%, percebe-se que o nível de adesão ao CPC 25 está baixo nessas subcategorias. É importante salientar que os reembolsos precisam ser evidenciados pelas empresas nas notas explicativas, já que estes não são registrados nas demonstrações contábeis. Durante a coleta não foi encontrada a evidenciação de reembolsos, tornando-se difícil afirmar se não haviam reembolsos ou se as empresas não os divulgaram. Na dúvida considerou-se que não se aplica. O CPC 25 (2009) relata que na situação em que a existência do passivo for somente possível, mas a saída dos recursos necessários à sua liquidação seja provável ou possível, neste caso este passivo deve ser divulgado em notas explicativas. Sendo assim na Tabela 2, apresentam-se o nível de evidenciação dos passivos contingentes no ano de 2009 e no primeiro trimestre de 2010 pelas empresas da amostra.

10 Tabela 2 Nível de Evidenciação dos Passivos Contingentes Maiores Empresas por Receita Líquida da BOVESPA final do exercício de 2009 e primeiro trimestre de 2010. 2009 2010 Passivos Contingentes Sim Não Não se Aplica Atendimento Sim Não Não se aplica Atendimento Fazem uma breve descrição da natureza do passivo contingente na data do balanço? 78 0 2 100,00 78 0 2 100,00 Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme a melhor estimativa? 76 0 4 100,00 76 0 4 100,00 Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme o risco e incerteza? 1 0 79 100,00 1 0 79 100,00 Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme o valor presente? 8 0 72 100,00 8 0 72 100,00 Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme evento futuro? 2 0 78 100,00 2 0 78 100,00 Evidenciam a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer saída? 60 20 0 76,92 60 20 0 76,92 Evidenciam a possibilidade de qualquer desembolso? 2 0 78 100,00 2 0 78 100,00 Fonte: dados da pesquisa Percebe-se, pela Tabela 2, que não houve alteração no nível de divulgação nos dois períodos em análise. Conforme o CPC 25 (2009), caso a existência do passivo e a saída dos recursos seja classificada como remota, nada deve ser divulgado ou provisionado. Segundo Iudícibus et al. (2010), a empresa não reconhece um passivo contingente nas demonstrações contábeis, assim torna-se necessário somente a sua divulgação em notas explicativas. Contudo, quando a possibilidade de saída de recursos é pequena não é necessária a divulgação. Diante do exposto, é difícil para os stakeholders avaliarem se a empresa realmente não possui passivos contingentes ou se esta não os evidenciou. Pode-se verificar que 78 empresas fizeram uma breve descrição do passivo contingente na data do balanço e duas não apresentaram informações, sendo que a não divulgação da informação foi classificada em não se aplica. O CPC 25 menciona ainda que para cada classe de passivo contingente na data do balanço, quando praticável, deve-se fazer uma breve descrição se a mensuração deste foi feita conforme a melhor estimativa, o risco e a incerteza, o valor presente ou o evento futuro. Quando a empresa divulgou a mensuração de seus passivos contingentes com apenas uma das subcategorias mencionadas, considerou-se que as demais não se aplicavam, levando-se em consideração que a norma proporciona essa liberdade de escolha. Observa-se que 76 empresas mensuraram seus passivos contingentes pela melhor estimativa. Neste sentido, a empresa Gol (2010) destacou que as provisões são constituídas para as perdas prováveis e são revisadas com base na evolução dos processos e no histórico de perdas para causas cíveis e trabalhistas, com base na melhor estimativa corrente. Dessas 76

11 empresas, sete fizeram a combinação entre a melhor estimativa e o valor presente e uma delas combinou com evento futuro, dependendo da classe de passivo divulgado. Apenas uma empresa estima seu passivo contingente por meio de riscos e incertezas e outra conforme o evento futuro. Desconsiderando-se os casos de não aplicação, o nível de evidenciação pelas empresas da amostra foi de 100%. A evidenciação da possibilidade de qualquer reembolso foi divulgada por duas empresas, considerou-se novamente um nível de 100 evidenciação, já que não se pode afirmar se não haviam reembolsos ou se a empresa não os evidenciou, já que estes valores não são registrados nas demonstrações contábeis. O CPC 25 menciona ainda que quando for provável a entrada de benefícios econômicos, a entidade deve divulgar breve descrição da natureza dos ativos contingentes na data do balanço e, quando praticável, uma estimativa dos seus efeitos financeiros, mensurada usando os princípios estabelecidos para as provisões. Na Tabela 3, apresentam-se, para as empresas da amostra, o nível de evidenciação dos ativos contingentes no exercício de 2009 e no primeiro trimestre de 2010. Tabela 3 Nível de Evidenciação dos Ativos Contingentes Maiores Empresas por Receita Líquida da BOVESPA final do exercício de 2009 e primeiro trimestre de 2010 2009 2010 Ativos Contingentes Sim Não Não se Aplica Atendimento Sim Não Não se aplica Atendimento Fazem uma breve descrição da natureza do ativo contingente na data do balanço? 18 0 62 100,00 18 0 62 100,00 Divulgam a estimativa do ativo contingente e seu efeito conforme a melhor estimativa? 18 0 62 100,00 18 0 62 100,00 Divulgam a estimativa do ativo contingente e seu efeito conforme o risco e incerteza? 0 0 80 100,00 0 0 80 100,00 Divulgam a estimativa do passivo contingente e seu efeito conforme o valor presente? 2 0 78 100,00 2 0 78 100,00 Divulgam a estimativa do ativo contingente e seu efeito conforme evento futuro? 1 0 79 100,00 1 0 79 100,00 Evidenciam a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer saída? 12 16 52 66,67 12 16 52 66,67 Evidenciam a possibilidade de qualquer reembolso? 2 0 78 100,00 2 0 78 100,00 Fonte: dados da pesquisa Observa-se, na Tabela 3, que o nível de divulgação, nos dois períodos em análise, não sofreu alteração. A mesma dificuldade encontrada para os passivos contingentes repete-se para os ativos contingentes, é arriscado afirmar que a empresa não possui ativos contingentes uma vez que os valores são divulgados apenas em notas explicativas. Diante deste fato, durante a análise de conteúdo das notas explicativas quando algumas subcategorias não foram mencionadas, considerou-se que não eram aplicáveis.

12 Das 80 empresas pesquisadas, apenas 18 descreveram a natureza de seus ativos contingentes. Desconsiderando-se os casos de não aplicação, obteve-se um índice de 100%. A empresa Cosan e Cosan Ltda evidenciarou nos dois períodos que, [...] em 28 de fevereiro de 2007, a controlada Cosan Açúcar e Álcool reconheceu um ganho no montante de R$318.358, correspondente a uma ação movida contra a União, reivindicando indenização em virtude de os preços de seus produtos, à época em que o setor estava submetido ao controle governamental, terem sido impositivamente fixados de forma incompatível com a realidade do setor criada pelo próprio controle do governo, cuja sentença transitou em julgado favoravelmente à controlada. O referido ganho foi registrado no resultado do exercício, em contrapartida ao ativo não circulante, na rubrica Crédito de ação indenizatória. A Companhia aguarda a decisão final sobre a forma do pagamento. A mensuração do ativo contingente pode ser feita conforme a melhor estimativa, o risco e incerteza, o valor presente ou o evento futuro. Quando a empresa divulgou a mensuração de seus ativos contingentes com base em apenas uma das subcategorias mencionadas, considerou-se que as demais não se aplicavam. Verificou-se que as 18 empresas mensuraram seus ativos contingentes pela melhor estimativa, sendo que duas delas fizeram uma combinação com o valor presente e uma delas com o evento futuro dependendo da classe de ativo divulgado. O nível de evidenciação para estas subcategorias foi de 100%. Das 18 empresas que possuíam ativos contingentes, 12 delas evidenciaram a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer entrada, atingindo um nível de 66,67% nessa subcategoria. A evidenciação da possibilidade de qualquer reembolso foi divulgada por duas empresas, obtendo-se um nível de 100% por considerar a não aplicação para as demais empresas, já que não tem como constatar a não existência de reembolsos ou se as empresas não os divulgaram. Na Tabela 4, apresenta-se o nível de evidenciação dos casos especiais abordados pelo CPC 25. Tabela 4 Nível de Evidenciação dos Casos Especiais Maiores Empresas por Receita Líquida da BOVESPA final do exercício de 2009 e primeiro trimestre de 2010 2009 2010 Casos Especiais Sim Não Não se Aplica Atendimento Sim Não Não se aplica Atendimento Quando a provisão e o ativo contingente surgem no mesmo conjunto de circunstâncias, evidenciam a ligação entre a provisão e o passivo contingente? 0 0 80 100,00 0 0 80 100,00 Quando não divulgam alguma informação exigida por não ser praticável fazê-lo, evidenciam esse fato? 7 0 63 100,00 7 0 63 100,00 Divulgam a natureza geral da disputa com outras partes sobre os assuntos da provisão, passivo contingente ou ativo contingente, juntamente com o fato de que as informações não foram divulgadas, com a devida justificativa? 0 0 80 100,00 0 0 80 100,00 Fonte: dados da pesquisa

13 A categoria de casos especiais foi pouco evidenciada pelas empresas. Somente 7 empresas evidenciaram o fato de que alguma informação exigida não foi divulgada por não ser praticável. Mesmo com o pequeno número de evidenciação, obteve-se um nível de 100% em todas as subcategorias. Aqui se faz novamente uma crítica à limitação da norma, não há como distinguir se realmente a empresa não possui estes casos especiais ou não os divulgaram. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo teve como objetivo analisar o disclosure obrigatório das provisões, ativos contingentes e passivos contingentes, no final do exercício de 2009 e no primeiro trimestre de 2010, em empresas listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBOVESPA S.A. O disclosure de uma empresa não é formado somente pela informação que é coerciva por lei, mas também pela veiculação de toda informação que seja útil para a tomada de decisão pelos stakeholders. (LIMA, 2007). A evidenciação, ao reduzir o grau de incerteza e a assimetria informacional fornecida pelas empresas, contribui tanto para melhoria da eficiência do mercado de capitais, no que se refere à gestão do risco, como também para a melhor compreensão da informação contábil pelos diferentes grupos de usuários que dela usufruem. O tema evidenciação tem se destacado entre as pesquisas na teoria da contabilidade por consequência da prática contábil. O nível de disclosure obrigatório das provisões, passivos contingentes e ativos contingentes no final do exercício de 2009 e no primeiro trimestre de 2010 não apresentou diferença na amostra de empresas analisadas. O que pode ser explicado pela prática contábil já ser adotada pelas empresas devido à obrigatoriedade da deliberação anterior da CVM nº 489/05. Esta já tinha a intenção da convergência para as práticas contábeis internacionais (IAS 37), não ocasionando impacto com a adoção do CPC 25. No caso das provisões, 77 das 80 empresas pesquisadas detalharam a natureza das mesmas em cíveis, trabalhistas, tributárias e ambientais, atingindo um nível de evidenciação para essa subcategoria de 96,25%. As empresas, mais precisamente 37 delas, adotaram uma tabela contendo saldo inicial e final, adições, reversões, pagamentos e atualização monetária das provisões o que possibilitou a divulgação de informações sobre quatro subcategorias e facilitou a sua visualização. As quatro subcategorias e seus respectivos níveis de evidenciação foram: (1) divulgam o valor contábil no início e no fim do período das provisões (91,25%), (2) evidenciam as provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes (46,25%), (3) evidenciam os valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o período (73,75%) e (4) divulgam os valores não utilizados revertidos durante o período das provisões (72,50). Os níveis mais baixos de disclosure foram atingidos pelas seguintes subcategorias: 0 % cronograma de saídas, 5% breve descrição da natureza da obrigação e 25% incerteza sobre o valor das saídas. Os níveis de evidenciação dos ativos contingentes, passivos contingentes e casos especiais ficaram acima de 60%. Os valores expressivos devem-se ao fato de diversas subcategorias serem consideradas não aplicáveis, em vários casos, por não se saber se o evento não ocorreu na empresa ou se ela não divulgou informações sobre os mesmos. Esta é uma das limitações do CPC 25 porque não permite saber se a empresa tem ou não contingências, já que em alguns casos elas não precisam ser divulgadas em notas explicativas. O mesmo comentário vale para os reembolsos e casos especiais. Pode-se verificar que 78 empresas fizeram uma breve descrição do passivo contingente na data do balanço e duas não apresentaram informações, sendo que a não divulgação da informação foi classificada em não se aplica. De acordo com o CPC 25, no caso de passivo contingente na data do balanço, quando praticável, deve-se fazer uma breve

14 descrição se a mensuração deste foi feita conforme a melhor estimativa, o risco e a incerteza, o valor presente ou o evento futuro. Observou-se que 76 empresas mensuraram seus passivos contingentes pela melhor estimativa. Dessas 76 empresas, sete fizeram a combinação entre a melhor estimativa e o valor presente e uma delas combinou com evento futuro, dependendo da classe de passivo divulgado. Apenas uma empresa estima seu passivo contingente por meio de riscos e incertezas e outra conforme o evento futuro. Das 80 empresas pesquisadas, apenas 18 apresentaram e descreveram a natureza de seus ativos contingentes. Verificou-se que as 18 empresas mensuraram seus ativos contingentes pela melhor estimativa, sendo que duas delas fizeram uma combinação com o valor presente e uma delas com o evento futuro dependendo da classe de ativo divulgado. Das 18 empresas que possuíam ativos contingentes, 12 delas evidenciaram a indicação das incertezas relacionadas ao valor ou momento de ocorrência de qualquer entrada, atingindo um nível de 66,67% nessa subcategoria. A evidenciação da possibilidade de qualquer reembolso foi divulgada por duas empresas, obtendo-se um nível de 100% por considerar a não aplicação para as demais empresas, já que não tem como constatar a não existência de reembolsos ou se as empresas não os divulgaram. Quanto aos casos especiais, somente sete empresas evidenciaram o fato de que alguma informação exigida não foi divulgada por não ser praticável. Nas outras subcategorias, não foi possível afirmar se eram aplicáveis ou não. Mesmo de caráter coercivo, a evidenciação não atingiu a sua plenitude, destaca-se que a evidenciação precisa melhorar não só em números, mas em qualidade. REFERÊNCIAS BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS - BM&FBOVESPA. Empresas Listadas. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresaslistadas/buscaempresalistada.aspx?idioma=pt-br>. Acesso em 13 jul. 2010. BRASIL. Lei n. 6.404 de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.in.gov.br>. Acesso em 29 jun. 2010. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: Makron Books, 1996. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 25. Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Brasília: 2009. Disponível em: http://www.cpc.org.br/pdf/cpc_25.pdf Acesso em: 30 jun. 2010. CVM Comissão de Valores Mobiliários. Deliberação CVM n. 489/05. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em 30 jun. 2010. CVM Comissão de Valores Mobiliários. Deliberação CVM n. 594/09. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em 30 jun. 2010. DANTAS, J. A. et al. A dualidade entre os benefícios do disclosure e a relutância das organizações em aumentar o grau de evidenciação. In: XXVIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 2004, Curitiba-PR. Anais...ENANPAD, 2004.CD-ROM. NANINNI, Luiz Carlos; SALOTTI, Bruno Meirelles. IAS 37 - Provisões, contingências passivas e contingências ativas. In Ernest e Young FIPECAFFI. Manual de normas internacionais de contabilidade: IFRS versus normas brasileiras. São Paulo: Atlas, 2009. FARIAS, Manoel Raimundo Santana. Divulgação do passivo: um enfoque sobre o passivo

15 contingente no setor químico e petroquímico brasileiro. São Paulo: USP, 2004. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, 2004. FÁVERO, Luiz Paulo; BELFIORE Patrícia; SILVA Fabiana Lopes; CHAN, Betty Lilian. Análise de Dados: Modelagem Multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. GERON, Cecília Moraes Santostaso. Evolução das práticas contábeis no Brasil últimos 30 anos: da Lei 6.404/76 à Lei 11.638/07. São Paulo: USP, 2008. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, 2008. GODOY, A. A. de J.; COSTA, S. R. C. Evidenciação, divulgação ou disclosure: aspectos teóricos e aplicações ao mercado financeiro. FCV Empresarial. V. 1, p. 151 165. 2007. HENDRIKSEN, Eldon S. e VAN BREDA, Michael F. Trad. (SANVICENTE, Antonio Zoratto). Teoria da Contabilidade. 5ª. Ed., São Paulo: Atlas, 1999. IBRACON Instituto Brasileira de Contadores. NPC n. 22. Disponível em: <www.ibracon.com.br>. Acesso em 30 jun. 2010. IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARTINS, Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das sociedades por ações. 4.a.ed. São Paulo: Atlas, 1995. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu.; GELBCKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo dos. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as Sociedades de acordo com as Normas Internacionais e do CPC. In: FIPECAFI, orgs. São Paulo: Atlas, 2010. LIMA, G. A. S. F. de. Utilização da Teoria da Divulgação para avaliação da relação do nível de disclosure com o custo da dívida das empresas brasileira. 2007. 118 p. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2007. MARTINS, Gilberto; THEOPHILO, Carlos. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas, 2009. PEREIRA, Anísio Candido; GIUNTINI, Norberto; BOAVENTURA, Wilson Roberto. A mensuração dos passivos ocultos: um desafio para a contabilidade. In. Congresso Brasileiro de Custos, 2002, São Paulo. Anais... São Paulo: CBC, 2008. CD- ROM. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. rev. amp. São Paulo: Atlas, 1999. TAVARES, Márcia Ferreira Neves ; RIBEIRO FILHO, José Francisco; LOPES, Jorge Expedito de Gusmão;VASCONCELOS, Marco Tullio de Castro. Um estudo sobre o nível de conformidade dos setores classificados pela BOVESPA com o CPC 01 redução ao valor recuperável de ativos, In. AnpCont, 2010, Natal. Anais... Natal: CBC, 2010. CD- ROM. VERRECCHIA, Robert E. Disclosure and the cost of capital: A discussion. Journal of Accounting &Economics. Vol. 26, Iss. 1-3, p. 271-283. Jan 1999.