HISTÓRIA APROFUNDAMENTO CONFLITOS ÁRABE-ISRAELENSES



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HISTÓRIA Prof. Eliezer APROFUNDAMENTO CONFLITOS ÁRABE-ISRAELENSES MAPA: RESUMO: Os conflitos entre árabes e israelenses, como o mundo os vê hoje, começaram com a I Guerra Mundial (1914-1918). Até 1917, a Palestina possuía 26 mil quilômetros quadrados, uma população de um milhão de palestinos e 100 mil judeus e ainda se encontrava sob o domínio do Império Turco. Com a derrota dos turcos no conflito mundial, a Palestina passou para o domínio da Inglaterra. Esta se comprometeu a favorecer a criação de um "lar nacional" para os judeus na Palestina e abriu a região à emigração judaica, organizada pelo movimento sionista. Em sessão plenária da Assembléia Geral das Nações Unidas - então presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha - em 29 de novembro de 1947, foi aprovada, por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções, o plano de divisão da Palestina, proposto pela União Sovietica e Estados Unidos. À época a Palestina já possuía uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos e 600 mil judeus. Pelo projeto da ONU, eles seriam divididos em dois Estados: um judeu (com 57% da área) e um palestino (com 43% da área). A proposta foi rechaçada pelos países árabes. No ano seguinte, chegou ao final o acordo que concedia aos britânicos o domínio sobre a Palestina. Assim que as tropas inglesas se retiraram, foi proclamada a criação do Estado de Israel. O não reconhecimento do novo Estado pela Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano, Jordânia) foi o estopim da Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949). O conflito foi vencido pelos judeus que estenderam seus domínios por uma área de 20 mil quilômetros quadrados (75% da superfície da Palestina). O território restante foi ocupado pela Jordânia (anexou a Cisjordânia) e Egito (ocupou a Faixa de Gaza). 1

A guerra ocasionou a fuga de 900 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel. Esse fato gerou o principal ponto do conflito entre árabes e israelenses: a Questão Palestina. Em 1956 explodiu a Segunda Guerra Árabe-Israelense, também conhecida como Guerra do Suez. O motivo foram os choques na fronteira Egito/Israel e a nacionalização do Canal de Suez pelos egípcios. Israel, apoiada pela França e Inglaterra, atacou o Egito e conquistou a península do Sinai. A pressão dos Estados Unidos e União Soviética fez com que os judeus abandonassem o Sinai e recuassem até a fronteira de 1949. A península foi ocupada por uma força de paz da ONU - o exército brasileiro tomou parte desta força. O conflito árabe-israelense piorou com a criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, em 1964. Com o objetivo de fundar um Estado palestino, a OLP iniciou uma ação de guerrilha contra Israel para retomar os seus territórios ocupados. Em 1967, com a retirada das tropas da ONU da fronteira Egito/Israel, teve início a Terceira Guerra Árabe-Israelense, conhecida como Guerra dos Seis Dias. Mais uma vez, Israel saiu vitoriosa sobre os países árabes (Egito, Síria e Jordânia) e ocupou a faixa de Gaza, a península do Sinai (do Egito), as planícies de Golan (da Síria) e a Cisjordânia (da Jordânia). O êxodo palestino aumentou com mais essa conquista de Israel e alcançou, em 1968, 1 milhão e 600 mil refugiados. Em 1973, Egito e Síria realizaram um ataque simultâneo contra Israel na data religiosa conhecida como Dia do Perdão (Yom Kippur para os judeus e Ramadã para os árabes). Os árabes reconquistaram a margem oriental do Canal de Suez. A Guerra do Yom Kippur, como ficou conhecida a Quarta Guerra Árabe- Israelense, terminou com uma intervenção dos Estados Unidos. Em 1979, Egito e Israel estabeleceram um acordo de paz. Mas a violência na área seguiu entre OLP e Israel. Vários grupos israelenses e palestinos praticaram atentados contra seus "inimigos". Muita gente inocente morreu. Em 1993, após seis meses de negociações, Israel e a OLP chegaram a um primeiro acordo, a princípio sobre uma autonomia palestina transitória. Foi nos EUA que ocorreu o histórico aperto de mãos entre o primeiro-ministro israelense Itzhak Rabin e o chefe da OLP, Yasser Arafat. Em 1995, Itzhak Rabin foi assassinado por um direitista judeu indignado com o acordo com os palestinos. Com a posse de Benjamin Netanyahu como líder de Israel as negociações esfriaram e a violência retornou com mais força. No dia 12 de julho de 2000 iniciou-se, em Camp David, (o mesmo lugar do acordo de 1979 entre Israel e Egito), nos EUA, mais uma série de negociações entre o primeiro-ministro israelense Ehud Barak e o líder palestino Yasser Arafat. O mundo inteiro torce por eles. Entende-se que o assassinato de Rabin tenha significado a ruptura final das negociações de paz, ainda que a morte do chanceler tenha sido, comprovadamente, ação de sionistas judeus radicais. Atualmente especula-se que a morte de Arafat possa ter sido promovida, indo na mesma direção do que houve do lado judeu, tal ocorrência estaria associada ao radicalismo islâmico-palestino contrário às negociações estabelecidas pela ANP após este órgão, pelas mãos de Arafat, desmilitarizou-se. Em meados de 2010 Israel retomou a reconstrução do Muro da Vergonha, sendo acompanhado da retirada de assentamentos da Faixa de Gaza. O fim dos assentamentos afetou muito mais a população judia que desde de Yom Kippur ocupa forçosamente a região. A constituição atual do governo israelense está nas mãos do Talmud, partido que flerta com a extrema-direita, mas que, diferen CRONOLOGIA: 1517-1917 - A Palestina é parte do Império Otomano 1881- O Império Otomano anuncia permissão de imigração para judeus que vivem fora do império, exceto para a Palestina 1882 - O Barão Edmond de Rothschild de Paris começa a financiar a colonização judaica na Palestina.Primeira onda imigratória em massa de judeus (até 1903), principalmente da Rússia, para a Palestina.Império Otomano adota a política de permitir a visita de peregrinos e homens de negócio judeus à Palestina, sem permitir o assentamento. 1884- Império Otomano decide fechar a Palestina para homens de negócio judeus, mas não para os peregrinos. 1888 - Potências européias pressionam o Império Otomano a permitir a imigração de judeus à Palestina, desde que o façam individualmente e não em massa 2

1896 - Publicação do livro "Der Judenstaat" pelo jornalista judeu austríaco Theodor Helrz propondo a criação do Estado Judeu, na Argentina ou na Palestina.O sultão otomano Abd-al Hamid II rejeita a proposta de Herzl de que a Palestina seja concedida aos judeus: "Não cederei nenhuma parte do império. 1897 - Primeiro Congresso Sionista, em Basiléia, na Suíça. Estabelece a Organização Sionista Mundial e um programa de colonização da Palestina.Em resposta o sultão otomano Abd-al Hamid II envia membros de sua corte para governar a província de Jerusalém. 1900 - Keren Keyemeth (Fundo Nacional Judaico) é fundado pela Organização Sionista Mundial para aquisição de terras na Palestina. 1903 - Herzl apresenta ao Sexto Congresso Sionista a proposta britânica de Uganda como refúgio temporário para os judeus russos que se encontravam em perigo imediato devido a pogroms (perseguições).ainda que ressaltasse que essa proposta não alteraria a meta final do sionismo, ou seja, uma entidade judia na Terra de Israel, a idéia quase provocou um cisma no movimento sionista.a proposta de Uganda foi abandonada no Sétimo Congresso em 1905. 1904 - Morte de Theodor Herzl.Início da segunda onda de imigração judaica (até 1914), sobretudo da Rússia e da Polônia.Nesse ano havia na Palestina 70.000 judeus, em 1914 chegaram a ser 150.000. 1909- Fundação de Tel-Aviv, a primeira cidade moderna completamente judia 1914 - Início da Primeira Guerra Mundial. O Império Otomano entra na guerra ao lado da Alemanha. 1916 - Acordo secreto entre Inglaterra e França para divisão dos territórios do Império Otomano. Revolta árabe contra o domínio otomano. 1917 - O ministro das Relações Exteriores Britânico Lord Balfour envia carta para o Barão de Rothschild prometendo apoio britânico ao estabelecimento de um Lar Nacional Judaico na Palestina. 1919 - Primeiro Congresso Nacional Palestino em Jerusalém. Este Congresso rechaça a Declaração Balfour e pede às potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial na Conferência de Versalhes a independência para a Palestina. Chaim Weizman chefia a delegação sionista na Conferência do Tratado de Versalhes. 1919-1923 - Terceira onda de imigração judaica, sobretudo da Rússia 1920 - Liga das Nações define o mandato britânico sobre a Palestina 1921 - Distúrbios em Jaffa, cidade próxima a Tel-Aviv, em protesto contra a grande imigração judaica 1922 - Primeiro censo britânico na Palestina: total de 757.182 habitantes (11 % judeus). O Primeiro Livro Branco de Churchill (então secretário das Colônias no governo de David Lloyd George) separa a Transjordânia (atual Jordânia) da área a ser incluída no Lar Nacional Judaico segundo as cláusulas da Declaração Balfour. 1924-1932 - Quarta onda de imigração judaica (sobretudo da Polônia). 1925 - Greve geral palestina em protesto contra a visita de Lord Balfour a Jerusalém.Fundação da Universidade Hebraica de Jerusalém 1926 - Primeiros distúrbios em Hebron entre árabes e judeus 1928 - Conferência Islâmica em Jerusalém exige a proteção de seus direitos de propriedade sobre o Muro das Lamentações, então considerado sagrado também para os muçulmanos 1929 - Novos distúrbios em Jerusalém, Hebron e Safed. 1930 - Comissão britânica para investigar os distúrbios de 1929. Segundo Livro Branco (Passfield) do governo britânico: a imigração judaica à Palestina e a compra de terras por parte dos judeus deve cessar. 1931 - Congresso Pan-Islâmico em Jerusalém com a participação de 145 delegados de países muçulmanos.segundo censo britânico da Palestina: 1.035.154 habitantes (16 % judeus). 3

1932 - Primeiro partido político palestino constituído de forma regular, o Istiqlal (Independência), com Awni Abdul-Hadi como presidente. 1933-1939 - Quinta onda de imigração judaica, sobretudo da Alemanha e de territórios sob o controle alemão. 1933 - Revoltas árabes em Jaffa e Jerusalém contra a política britânica, julgada pró-sionista. 1934 -Início da imigração ilegal de refugiados judeus da Europa que não podiam imigrar legalmente de acordo com as cotas britânicas. 1935 - Xeque al-qassam, liderando o primeiro grupo guerrilheiro palestino, morre em ação contra as forças de segurança britânicas. 1936 - Ano-recorde em número de imigrantes judeus. 1936 - Revolta árabe em toda a Palestina, principais confrontos ocorrem em Jaffa. 1937 - A Comissão britânica Peel recomenda a partilha da Palestina entre árabes e judeus. O Governo Britânico aceita em princípio suas recomendações. 1937-1938 - Repressão da revolta árabe pelos britânicos 1938 - Comissão britânica conclui ser impraticável a proposta de partilha da Palestina feita em 1937 1939 - Maio - Terceiro Livro Branco (MacDonald) do governo britânico rejeita a partilha da Palestina e prevê a criação de dois estados independentes: um judeu e outro árabe. Setembro - Início da Segunda Guerra Mundial. Frase do líder judeu David Ben Gurion: "Combateremos na guerra como se não houvesse o Livro Branco e combateremos o Livro Branco como se não houvesse guerra." 1944 - Brigada Judaica lutando na Segunda Guerra como parte das forças britânicas 1945 - A Liga Árabe decide pelo boicote de produtos produzidos por judeus na Palestina 1946 - Os imigrantes judeus ilegais são deportados para campos de "pessoas deslocadas" em Chipre. Radicais judeus explodem o Hotel King David em Jerusalém. A Transjordânia recebe independência com o nome de Reino Hashemita da Jordânia. 1947 - Julho - A imigração ilegal continua a trazer refugiados judeus à Palestina. O vapor Exodus é repelido à força das costas da Palestina de volta à Europa, com 4.500 sobreviventes do Holocausto a bordo. Novembro - A ONU (Organização das Nações Unidas) propõe a Partilha da Palestina, com o estabelecimento de um estados árabe e um judeu Em 1947 viviam na Palestina cerca de 600 mil judeus e mais de um milhão de árabes. 1948 Abril Radicais judeus atacam a aldeia árabe de Deir Yessin, deixando 254 mortos 14 de maio: Proclamação do Estado de Israel. Ben Gurion é o chefe do governo provisório. O Presidente Truman dos E.U.A. reconhece o Estado de Israel; o reconhecimento soviético é dado três dias depois. 15 de maio: final do mandato britânico. Britânicos abandonam a Palestina. Maio de 1948- janeiro de 1949 Os árabes da Palestina e os estados árabes da região (Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque, com o apoio de Arábia Saudita e Iêmen) entram em guerra contra Israel. Israel vence a guerra e passa a controlar 78% do território da Palestina, enquanto o plano de partilha da ONU lhe dava 55 %. 4

1949 Israel assina acordos de armistício com o Egito, Líbano, Jordânia e Síria. Primeiras eleições para o Parlamento Israelense. Ben Gurion é o primeiro ministro Israel é admitido como 59º membro da ONU A Assembléia Geral da ONU vota a favor da internacionalização de Jerusalém. Ben Gurion declara que Jerusalém é a Capital Eterna de Israel. 1948-1952 - Imigração em massa de populações judaicas dos países árabes e da Europa a Israel. 1950 Unificação da Cisjordânia com o reino da Jordânia Faixa de Gaza sob administração egípcia. 1951 - Yasser Arafat reorganiza a União dos Estudantes Palestinos no Cairo 1956 Nasser nacionaliza o Canal de Suez Crise de Suez: Israel, apoiado pela França e pelo reino Unido, ocupa Gaza e a maior parte do Sinai e é obrigado pelos EUA e URSS a recuar. 1964 - Criação da O.L.P (Organização para Libertação da Palestina) em Jerusalém. 1965 - Presidente Bourguiba da Tunísia propõe o reconhecimento de Israel por parte dos árabes nos termos da resolução de 1947 da ONU (Partilha da palestina) 1967 - Guerra dos Seis Dias. Reunificação de Jerusalém. Israel conquista o deserto do Sinai, a faixa de Gaza, a Cisjordânia e as colinas de Golan. 1970 - Jordânia desencadeia ofensiva contra os palestinos (episódio conhecido como setembto negro). Morreram cerca de 10 mil palestinos e mais de 15 mil ficaram feridos. Foi o fim da guerrilha palestina na Jordânia. Palestinos começam a emigrar para o Líbano 1972 - Onze atletas israelenses são mortos em atentado terrorista durante os Jogos Olímpicos de Munique; os jogos não são interrompidos. 1973 - Guerra do Yom Kippur. 1975 - A Assembléia Geral da ONU aprova uma resolução igualando o sionismo a racismo (abolida em 1991) 1977 - Eleições gerais em Israel. O Likud (conservador) sobe ao poder, liderado por Menachem Begin, após 29 anos de governos do Partido Trabalhista. O presidente egípcio Anuar el-sadat visita Jerusalém e discursa no Knesset. 1978 - Sadat e Begin ganham o Prêmio Nobel da Paz. 1979 - Israel devolve ao Egito a península do Sinai. Assinado em Camp David o Tratado de Paz entre o Egito e Israel. 1982 - Israel invade o Líbano na Operação Paz para a Galiléia, após ataques da OLP ao norte de Israel. Arafat vai para a Tunísia. 1983 - Begin renuncia. Yitzhak Shamir torna-se o líder do Likud. 1987 - Começo da Intifada, com distúrbios em Gaza (9 de dezembro). 1988 Jordânia renuncia a qualquer direito sobre a Cisjordânia. Arafat renuncia ao terrorismo como forma de ação política. 1989 - Início da imigração em massa de judeus soviéticos para Israel. 5

1991 - O Iraque é derrotado na Guerra do Golfo Pérsico por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. Arafat apóia Saddam Hussein 1992 - Eleições gerais em Israel. O Partido Trabalhista vence, com Yitzhak Rabin como Primeiro- Ministro. 1993-13 de setembro - Assinatura da Declaração de Princípios entre Israel e a OLP.Israel a partir daí concederá autonomia administrativa aos palestinos na faixa de Gaza e em grande parte da Cisjordânia,. 1994 - Assinado o Tratado de Paz Israel-Jordânia.Yitzhak Rabin, Shimon Peres e Yasser Arafat são laureados com o Prêmio Nobel da Paz. 1995-4 de novembro - Assassinato do Primeiro-Ministro Rabin. 1996 - Eleições gerais em Israel. Benjamin Netanyahu é eleito Primeiro-Ministro.Pouco progresso nas negociações de paz. 1999 - Eleições gerais em Israel. Ehud Barak (Trabalhista), com 56% dos votos, vence Netanyahu e é eleito primeiro-ministro 2000 Janeiro Conversas de paz entre Israel e Síria terminam sem resultados Junho Israel sai do sul do Líbano após 22 anos de ocupação Julho Negociadores israelenses e palestinos não chegam a acordo sobre Jerusalém e acusam-se mutuamente de intransigência, mas prometem continuar trabalhando pela paz Setembro Revolta palestina após a visita de Ariel Sharon, líder da oposição israelense, à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém 2 de novembro: 2 mortos e 10 feridos em atentado com carro-bomba em Jerusalém Ocidental. 20 de novembro: 2 colonos morrem em atentado com bomba contra um ônibus escolar no Sul da Faixa de Gaza, que deixou 9 feridos, entre eles cinco crianças. 22 de novembro: 2 mortos e 25 feridos na explosão de um carro-bomba em Hadera, ao norte de Tel Aviv. 28 de dezembro: 2 soldados israelenses morrem em atentado com bomba contra uma patrulha do exército no Sul da Faixa de Gaza. 31 de dezembro: o filho e a nora do fundador do movimento racista antiárabe israelense Kach, Meir Kahan, morrem baleados perto da colônia judaica de Ofra, na Cisjordânia. 2001 1º de janeiro: um carro-bomba explode em Netânia, localidade turística do Norte de Tel Aviv, causando uma morte, a do autor do atentado, e deixando 19 feridos. 14 de fevereiro: morrem 8 israelenses, sendo sete soldados, e 21 são feridos por um palestino que se lança com seu veículo contra um grupo de civis e soldados perto de Tel Aviv. 4 de março: um atentado com bomba deixa 4 mortos, entre eles o autor, e 45 feridos em Netânia. 28 de março: um atentado suicida perto de Neve Yamin, no Nordeste de Tel Aviv, mata 2 adolescentes e o autor, e fere 4 pessoas. 10 de maio: 2 operários romenos morrem e um terceiro fica ferido por uma bomba na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. 18 de maio: morrem 6 pessoas, entre elas um kamicaze palestino, e outras 100 ficam feridas em um atentado suicida num centro comercial de Netânia, no Norte de Tel Aviv. 6

25 de maio: 2 mortos, aparentemente os autores, em um atentado suicida com carro-bomba em Hadera, no Norte de Tel Aviv. Outro atentado com as mesmas características é evitado por soldados israelenses na Faixa de Gaza. 27 de maio: explosão de dois carros-bomba em um intervalo de poucas horas, deixando 2 feridos em Jerusalém. 30 de maio: explosão de um carro-bomba em Netânia. 1º de junho: um suicida palestino causa 17 mortes e deixa 75 feridos ao explodir uma bomba perto de uma boate de Tel Aviv. 22 de junho: dois soldados israelenses morrem em um atentado com bomba na Faixa de Gaza, que também custou a vida de seu autor. 16 de julho: dois jovens soldados israelenses, um homem e uma mulher, morrem num atentado suicida com bomba, que também mata o kamicaze palestino e fere 11 pessoas em uma estação de ônibus de Binyamina, no Norte de Israel. 9 de agosto: um atentado suicida em uma pizzaria do Centro de Jerusalém Ocidental, reivindicado pela Jihad Islâmica, causa 17 mortes e deixa 80 feridos. 1º de dezembro: 12 pessoas morrem, entre elas dois kamicazes, e cerca de 170 ficaram feridas em dois atentados em Jerusalém Ocidental. 2 de dezembro: 15 mortos e 40 feridos num atentado dentro de um ônibus, em Haifa (Norte de Israel). 12 de dezembro: três atentados simultâneos: na Cisjordânia, oito israelenses morrem e outros 25 ficam feridos em um ataque armado contra um ônibus perto da colônia judaica de Emmanuel, entre as cidades autônomas palestinas de Kalkiliya e Nablus. Na Faixa de Gaza, um atentado suicida mata seu autor no assentamento de Gush Katif, no Sul da Faixa de Gaza. Um segundo atentado suicida, no qual o autor também morreu, ocorre no mesmo assentamento com poucos minutos de intervalo. Os dois atentados deixam quatro feridos. 2002 17 de janeiro: seis israelenses, além do palestino autor do atentado, morrem em um salão de festas de Hadera. Outras 34 pessoas ficam feridas nesse ataque com arma automática, cuja autoria foi reivindicada por um grupo armado originado do Fatah. 2 de março: nove israelenses morrem em um atentado suicida no bairro ultra-ortodoxo judaico de Jerusalém Ocidental, Beit Israel, no qual também perde a vida o autor palestino. 9 de março: Em Jerusalém, um kamikaze age num bar do Centro da cidade, matando 11 pessoas, além dele próprio. 12 de março: Oito mortos em um ataque armado contra veículos que circulavam pelo Norte de Israel: seis israelenses e dois assaltantes armados. 20 de março: Um kamikaze explode uma bomba num ônibus perto de uma localidade árabe israelense do Norte de Israel, matando sete pessoas. 21 de março: Três pessoas, além do kamikaze, morrem em um atentado suicida em Jerusalém Ocidental. 27 de março: Vinte e dois israelenses morrem e mais de 100 pessoas ficam feridas num atentado suicida realizado por um kamikaze palestino em um hotel de Netanya. 29 de março: dois mortos, além do kamikaze, em um atentado suicida cometido por uma palestina num centro comercial de Jerusalém Ocidental. A autoria do ataque foi reivindicada pelas Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, grupo armado ligado ao Fatah. 7

31 de março: Quinze mortos e 35 feridos em um atentado suicida num restaurante de Haifa, no Norte de Israel, cuja autoria foi reivindicada pelas Brigadas Ezzedin Al-Qassam, braço armado do movimento de resistência islâmica Hamas. 10 abril: Um atentado suicida em um ônibus perto de Haifa deixa oito mortos e 20 feridos. 12 abril: Seis mortos e 60 feridos em um atentado suicida em uma estação de ônibus em Jerusalém Ocidental. O atentado é assumido pelas Brigadas dos Mártires da Al-Aqsa. 27 abril: Cinco israelenses morrem na colônia de Adora, na Cisjordânia, por disparos de assaltantes palestinos que conseguem fugir. 7 maio: Pelo menos 16 israelenses mortos e mais de 50 feridos em um atentado suicida reivindicado pelo Hamas em uma sala de bilhar na cidade de Rishon Le Tsion, ao sul de Tel Aviv. - 30 de abril de 2003: Publicação do mapa do caminho elaborado pelo Quarteto para o Oriente Médio (EUA, ONU, Rússia e UE), que prevê um Estado palestino até 2005. Os palestinos aceitam, Israel adota o plano em maio, mas faz 14 objeções. - 11 de novembro de 2004: Arafat morre em Paris. - 9 de janeiro de 2005: Mahmud Abbas ganha as eleições para a presidência da ANP. - 15 de agosto de 2005: Israel inicia o plano de desligamento, pelo qual retira de Gaza seus soldados e 8 mil colonos. - 25 de janeiro de 2006: Grupo islâmico Hamas ganha as legislativas por maioria absoluta. - Março de 2007: Hamas e partido laico Fatah, da ANP, formam um governo de união nacional, que dura apenas três meses. - 15 de junho de 2007: Hamas toma o controle de Gaza pela força. Abbas dissolve governo e forma outro, com Salam Fayyad como primeiro-ministro. - 27 de dezembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009: Israel lança operação contra Hamas em Gaza, sua maior ofensiva em 40 anos, e deixa 1,3 mil mortos. - 10 de fevereiro de 2009: Netanyahu ganha as eleições. - 2 de setembro de 2010: Começam em Washington, sob a mediação do presidente dos EUA, Barack Obama, as primeiras negociações diretas com a participação de Abbas e Netanyahu, após 20 meses de paralisação. Elas, porém, terminam sem sucesso, após Israel não renovar moratória de construção de assentamentos na Cisjordânia. - 19 de maio de 2011: Obama pede que fronteiras israelenses anteriores à Guerra dos Seis Dias sejam base para formação de Estado palestino. Netanyahu rejeita proposta, falando que divisas de 1967 são 'indefensáveis'. - 16 de setembro de 2011: Abbas anuncia que pedirá a Conselho de Segurança adesão plena à ONU, afirmando que Palestina precisa ser aceita como membro da organização para negociar paz com Israel. 8