A escalada armamentista e o início da era espacial



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Transcrição:

A escalada armamentista e o início da era espacial

A escalada armamentista Os dois blocos procuraram apetrechar-se para uma eventual guerra investindo grandes somas na concepção e fabrico de armamento cada vez mais sofisticado. (Doc.91 e 92, pp. 64 e 65) Nos primeiros anos do pós - guerra, os Estados Unidos sentiam-se protegidos pela sua superioridade técnica. Só eles tinham o segredo da bomba atómica, que consideravam a sua melhor defesa. Em Setembro de 1949, os Russos fizeram explodir a sua primeira bomba atómica, fazendo o Ocidente estremecer.

Os EUA incrementaram as pesquisas e lançaram em 1952, a 1ª Bomba de Hidrogénio a Bomba H no Pacífico (ainda neste ano e devido ao equilíbrio neste assunto apresentado pelos EUA e URSS, a ONU cria a Comissão para a Energia Atómica, que não teve o êxito esperado). Iniciava-se a corrida ao armamento. No ano seguinte, os russos possuíam também a bomba de hidrogénio e o ciclo reiniciou-se, levando as duas superpotências à produção maciça de armamento nuclear (nos anos 60, quando o diálogo entre as duas superpotências se retomou, assinaram-se os primeiros acordos de limitação de armas nucleares. Mas, mais do que garantir a paz e a segurança internacionais, o seu objectivo era reduzir os pesadíssimos custos que a proliferação desenfreada deste tipo de armamento acarretava aos dois Estados).

Embora o carácter revolucionário deste novo rearmamento se encontre na produção de bombas atómicas e no desenvolvimento de mísseis de longo alcance para as lançar, o mundo viu também multiplicarem-se as armas ditas convencionais. No fim de 1950, os Americanos estavam já convencidos que o potencial atómico não era suficiente para deter a expansão do comunismo. Em Janeiro de 1950, o Conselho de Segurança Nacional americano publica o Memorando 68, que numa das suas cláusulas diz: aumentar, tão depressa quanto possível, a nossa força aérea, terrestre e naval em geral e as dos nossos aliados a um ponto em que não estejamos tão fortemente dependentes de armas nucleares. A invasão à Coreia do Sul veio confirmar as afirmações desse Memorando e, nos anos seguintes, os EUA triplicaram o seu orçamento para a defesa.

Em simultâneo com a eclosão da Guerra da Coreia aparece uma incontrolável histeria anticomunista, simbolizado nessa época pela figura do Senador Joseph Maccarthy. (Doc. 50, p. 40) Este criou o Comité de Actividades Anti - americanas, desencadeando a chamada "caça às bruxas" - perseguição a intelectuais, artistas e funcionários do governo. Foi a época das "listas negras", das depurações e dos rumorosos processos. A defesa contra acusações falsas e levianas havia abolido o bom senso e o equilíbrio para premiar o conformismo e a mediocridade. Mas o fim da Guerra da Coreia, em 1953, diminuiu o fanatismo anticomunista e, consequentemente, a credibilidade de Maccarthy, que viu a sua carreira terminada. Ainda nos anos 50, reforça-se o racismo e dos seus movimentos mais extremos como a Ku Klux Klan.

Saturn _ v (EUA)_vs_N1 (URSS) O investimento ocidental nas armas convencionais desencadeou por parte da URSS do mesmo tipo de estratagema. O poder de destruição das novas armas introduziu na política mundial uma característica nova: a dissuasão. (Doc. 101, p. 71) Cada um dos blocos procurava persuadir o outro de que usaria, sem hesitar, o seu potencial atómico em caso de violação das respectivas áreas de influência. O Mundo tinha resvalado, nas palavras de Winston Churchill, para o equilíbrio instável do terror.

O início da era espacial Durante a Segunda Guerra Mundial, na esperança de encontrar uma arma que lhe garantisse a vitória, a Alemanha tinha secretamente desenvolvido a tecnologia dos foguetes e criado os primeiros mísseis. Em 1945, os cientistas envolvidos neste projecto emigraram para a URSS e para os EUA, onde desempenharam um papel relevante nos respectivos programas espaciais.

"É claro que havia na corrida espacial um forte componente simbólico de prestígio e poder. O bloco que primeiro dominasse o espaço provaria sua superioridade científica. E como era a capacidade científica que media o progresso, quem dominasse primeiro o espaço provaria ao mundo que tinha o sistema mais perfeito, mais capaz de realizar os sonhos do homem. O progresso científico, por si só, parecia suficiente para justificar e legitimar um determinado sistema." José Arbex Jr, Jornalista in, www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra4/corridaespacial2.htm - 20k -

A URSS colocou-se à cabeça da conquista do espaço quando, em Outubro de 1957, conseguiu colocar em órbita o primeiro satélite artificial da história, o Sputnik 1. No mês seguinte lançou o Sputnik 2, de maiores dimensões, levando a bordo a cadela Laika, que se tornou o primeiro viajante espacial.

Só no início de 1958, com o lançamento do Explorer 1, a América efectivaria a sua entrada na corrida ao espaço. É neste ano que aparece a NASA. No entanto, em 1961, a URSS fez Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a viajar na árbitra terrestre.

Homens na Lua: façanha dos EUA Apollo 11, ano de 1969. "Um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade". Com essa célebre frase, o astronauta Neil Armstrong registrou o momento em que pisava o solo da Lua, em companhia do piloto Edwin Aldrin. O terceiro astronauta, Michael Collins, permaneceu a bordo da nave. A Terra inteira acompanhou pela televisão, naquele dia 20 de Julho, uma das mais fascinantes experiências vividas pelo homem.

Ficha Técnica Imagens: *www.karl.benz.nom.br/hce/satelite/sputnik/sputnik.asp - 21k - *www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra4/corridaespacial2.h tm - 20k Bibliografia: Couto, Célia; Rosas, Maria Antónia, O tempo da História 2ª Parte, Porto Editora, 2005. Dagge, Olinda; Faria, Rosário, MemoGlobal 12º, Edições Asa, 2002. http://www.casadehistoria.com.br/cont_33-02.htm Texto e Organização: Isabel Marques