EXPERIÊNCIA DE MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA DE APARTAMENTO EM EDIFÍCIOS ANTIGOS Adalberto Cavalcanti Coelho (1) Graduado em Engenharia Civil. Pós-graduado em Recursos Hídricos obtendo o grau de M.Sc pela UFPB, empregado da COMPESA desde março de 1996 dentre as quais Chefe da Coordenadoria de Pesquisas e Desenvolvimento, Gerente de Faturamento, Gerente de Comercialização. Consultorias prestadas a diversos organismos a nível nacional e internacional. João Carlos de Britto Maynard Graduado em Administração de Empresas pela FESP-PE, ocupou diversas funções na COMPESA dentre as quais destacam-se: Gerente Comercial do Recife, Chefe de Gabinete da Presidência, Assessor da Diretoria de Operações, Gerente de Cobrança. Consultorias prestadas a diversas Empresas Estaduais de Saneamento Básico no país. Endereço (1) : Rua Prof. Gastão Vilarim, 102 - Bairro Jardim Atlântico - Olinda - PE - CEP: 53140-360 - Tel/Fax: (081) 432-2688 - e-mail: cavalc@elogica.com.br RESUMO Nos últimos dois anos cresce de forma acelerada o número de edifícios antigos que adaptam as suas instalações prediais para a medição individualizada de água nos seus apartamentos. A necessidade de uma distribuição mais justa dos custos das contas de água/esgotos, em função dos custo atual destes serviços, tem levado a população a busca de alternativa que permita a cada um controlar o seu consumo e em decorrência a sua própria conta. No sistema de medição global não existe uma justiça já que o desperdício de uns é pago por todos. No presente trabalho vamos apresentar uma experiência já consolidada na Região Metropolitana do Recife com a medição individualizada hoje em mais de 1500 edifícios antigos adaptados. Serão apresentados exemplos de individualização de medição individualizada de água em apartamentos antigos, que foram fruto da experiência já consolidada em Pernambuco. Apesar de existir uma idéia generalizada no país que a medição individualizada de água em apartamentos antigos não é possível, a experiência nossa na RMR prova o contrário. Em alguns casos de acordo com a disposição das instalações prediais a adaptação para a implantação da medição individualizada pode ser fácil e de baixo custo. PALAVRAS-CHAVE: Medição Individualizada de Água, Hidrômetros, Hidrometria, Economia de Água, Racionalização dos Consumos, Conservação de Água. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1157
INTRODUÇÃO Tradicionalmente se acreditava que era impraticável fazer a medição individualizada de água nos edifícios já construídos. Com o crescimento da crise econômica que assola a economia do país, cada vez mais a população tem procurado formas de economizar, e com relação serviços de água/esgotos a coisa não tem sido diferente. Hoje a conta água/esgotos pesa no orçamento familiar, encarecendo sobre maneira as taxas de condomínio, o que tem levado, em Pernambuco, a população a solicitar a individualização de suas contas de água/esgotos. Na realidade, estes clientes querem pagar o que realmente consomem, e não pelo desperdício dos outros. Quando do inicio do processo de medição individualizada de apartamentos, há 4 anos atras, não existia conhecimento seguro de como fazer as modificações das instalações prediais, e assim, elas foram lentas. Era necessário, naquela oportunidade, o desenvolvimento de técnicas para análise dos projetos das instalações prediais antigas. Era necessário também o conhecimento de como executar estas modificações, obedecendo rigorosamente as normas de execução e a especificação dos materiais estabelecida pela ABNT. Hoje após mais de 1.500 edifícios com as instalações prediais modificadas, detêm-se experiências que permitem soluções para os diversos tipos de edifícios, alguns com baixo custo, outros com maiores custos a depender da disposições originais das instalações prediais de água e do padrão de construção existente, e da própria concepção do projeto de modificação. Um aspecto de fundamental importância no sucesso da medição individualizada na COMPESA, foi o fato desta empresa ajustar o seu sistema de faturamento, de forma a que fosse emitida uma conta para cada apartamento, com base no seu consumo medido no hidrometro instalado no ramal de alimentação do apartamento, acrescido do rateio do consumo comum, apurado pela diferença do volume registrado no medidor principal e o somatório dos volumes apurados para cada apartamento. A situação hoje é que encontram-se apartamentos com medição individualizada praticamente em todos bairros do Recife. Hoje a empresa recebe cerca de 200 a 300 solicitações de individualizações por mês o que de certa forma leva a uma certa dificuldade no atendimento pleno das solicitações. No entanto, apesar desta dificuldade citada, a COMPESA vê-se beneficiada com os resultados obtidos: a redução de consumo, a redução do índice de inadimplência e o aumento de faturamento, compensando plenamente o esforço realizado. OBJETIVO DA MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA Emissão da conta de água/esgotos para cada apartamento de um edifício, com base nos consumos individuais registrado nos hidrômetros. FATORES DETERMINANTES Os principais fatores determinantes para implantação do programa de medição individualizada foram os seguintes: 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1158
1) Solicitação dos moradores de conjunto residenciais domiciliares preocupados com os valores da contas de água/esgotos, e desejosos de pagar as contas de acordo com os seus consumos; 2) Necessidade de incentivar a economia de água nos edifícios multi-familiares; 3) Redução do índice de inadimplência; AÇÕES PARA MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA DE APARTAMENTOS EM EDIFÍCIOS ANTIGOS As ações para solicitação de uma medição individualizada num edifício antigo são apresentadas na seqüência : 1. Sindico prepara um abaixo assinado solicitando a COMPESA estudo para a individualização da medição de água do edifício; 2. Sindico dirige-se a uma loja de atendimento ao publico para solicitação de uma inspeção visando a individualização; 3. Técnico da COMPESA dirige-se ao edifício fazendo a inspeção e dá as instruções básicas necessárias; 4. Sindico contrata empresa ou profissional habilitado para fazer o projeto com orçamento das modificações; 5. Sindico contrata firma para a execução das modificações 6. Sindico negocia o débito por ventura existente na matricula do edifício ; 7. Empresa ou profissional contratado executa fisicamente as modificações necessárias nas instalações prediais; 8. Sindico solicita a COMPESA inspeção final ; 9. Técnico da COMPESA realiza inspeção e autoriza a instalação dos hidrômetros; 10. A área comercial da COMPESA atualiza o cadastro associando as novas matriculas de cada apartamento com a matricula do edifício. ASPECTOS TÉCNICOS A SEREM OBEDECIDOS NO PROJETO DE MODIFICAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREDIAIS O projeto de modificações das instalações prediais de água antigas devem obedecer rigorosamente aos aspectos seguintes: Cada apartamento deve ser abastecido por um único ramal de alimentação no qual será instalado o hidrômetro individual; O hidrômetro deve ser instalado em local de fácil acesso de forma a facilitar a sua leitura; As caixas de proteção devem ser padronizadas possuindo, imediatamente, antes do hidrometro registro de esfera ou gaveta; Não é permitida a utilização de válvulas de descargas pois estas necessitam de vazão superiores as compatíveis com os hidrometros que serão instalados; Não e permitida a interligação das instalações prediais de apartamentos distintos; 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1159
MODIFICAÇÕES NECESSÁRIAS DAS INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA PARA A INDIVIDUALIZAÇÃO Conforme estabelece a NBR 5626/1982 para as Instalações Prediais de Água Fria, o projeto das instalações prediais de água deve ser elaborado, supervisionado e de responsabilidade de profissional de nível superior devidamente habilitado pelas leis do País. As modificações nas instalações prediais devem ser feitas obedecendo as seguintes condições: A) garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente, com pressões e velocidades adequadas ao perfeito funcionamento das peças de utilização e do sistema de tubulações; B) preservar rigorosamente a qualidade da água do sistema de abastecimento; C) preservar o máximo de conforto aos clientes, incluindo-se a redução do nível de ruído; Condições para o projeto de modificação das instalações prediais de água As modificações devem ser feitas para serem obedecidos o estabelecido nos dois itens anteriores. Estas modificações consistem basicamente em fazer com que a alimentação dos pontos de utilização sejam feitas por um único ramal de alimentação devendo observar os passos citados na seqüência. Passo 1 Localizar as plantas das instalações hidráulicas onde poderão ser observadas a disposição e a vista isométrica das tubulações. Após o estudo destas plantas deverá ser proposto preliminarmente um esquema básico das modificações a serem feitas nas mesmas para permitir a medição individualizada. Passo 2 Ir ao edifício para comprovar no local a veracidade da planta, e colher elementos que propiciem a elaboração do projeto de adaptação inclusive com levantamento de custos. A identificação dos locais das colunas de distribuição existente, normalmente é fácil pois nelas sempre existe um registro de fechamento. Na prática fechando-o verifica-se quais os pontos de utilização que ficam sem água, e portanto por ela são alimentados. Passo 3 Agora com os elementos coletados pode-se fazer o projeto confirmando o melhor local para descer a nova coluna de distribuição. Deve-se estudar como fazer a descida da caixa d água superior ate o hidrometro a instalar na entrada do ramal de alimentação sem danificar ou danificando o mínimo possível os elementos antigos de construção (cerâmica, mosaico, lajes, vigas ). Devem ser evitadas passagem sobre a estrutura de concreto armado do prédio. Definir o melhor ponto para localização do hidrômetro procurando coloca-lo na área comum em local de fácil acesso para a leitura. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1160
Quando as instalações prediais possuem válvula de descarga estas normalmente são abastecidas por coluna de alimentação vinda direta da caixa d água superior. Neste caso, esta coluna é isolada na parte superior próximo a fundo da caixa d água. Estas válvulas ficam inertes, isoladas e em substituição colocam-se novos conjuntos de bacia sanitária com caixa acoplada, ou outra similar, a qual deve ser alimentada por uma tubulação de ½ tirada de algum local do banheiro próximo da bacia sanitária. Na grande maioria dos casos dos edifícios populares, os clientes preferem continuar com a válvula de descarga inerte, evitando despesas extras com a sua retirada definitiva, e também devido a dificuldade de encontrar azulejos iguais para a reposição necessária. Definida a nova coluna de distribuição prevista no projeto de individualização, o trabalho seguinte é estudar o trajeto do trecho do ramal de alimentação para restabelecer a alimentação dos pontos de utilização. Na pratica após a execução das citadas modificações temos observado normalmente um aumento da pressão nos pontos de utilização. Isto deve-se principalmente a que os edifícios com mais de 10 anos tem tubos e/ou conexões de ferro galvanizado que encontram-se parcialmente obstruídas. Geralmente durante a execução o último andar representa o ponto critico sendo necessário tomar cuidados especiais no dimensionamento da tubulação de alimentação destes apartamentos. Considerando o fator perda de carga as vezes é necessário fazer uma coluna de alimentação independente para o último andar, ou seja, o pavimento mais próximo da caixa d água superior. DIMENSIONAMENTOS DAS COLUNAS E RAMAIS Corresponde a ação de verificar o dimensionamento utilizando a nova estrutura de distribuição de água proposta (barrilete, colunas de alimentação, ramais de alimentação) para tornar possível a medição individualizada. As vazões a serem consideradas nos pontos de utilização devem ser as estabelecidas no projeto original acrescida das modificações efetuadas na instalação predial de água fria, considerando a substituição das válvulas de descarga por caixas de descarga. Para as vazões dos pontos de utilização devem ser consideradas as apresentadas na Tabela 1 (Vazões de projeto e pesos relativos dos pontos de utilização) da NBR 5626. Quanto ao limite de pressões na rede de distribuição predial de água O dimensionamento da rede de distribuição predial de água fria deve ser projetada de modo que as pressões estáticas e dinâmicas sem qualquer ponto situem-se no seguinte campo de variação; 1) Pressão estática máxima de 40,0 metros* de coluna de água; 2) Pressão dinâmica mínima 2,5 metros de coluna de água; *Como medida para favorecimento da economia de água o ideal seria trabalhar com pressão estática máxima de 20 m.c.a. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1161
A fixação da pressão mínima de 2,5 m.c.a e não de 0,5 m.c.a como fixa a NBR 5626 deve-se ao acréscimo da perda de pressão de 2,0 m.c.a que ocorrerá no hidrometros para vazão de 1.500 litros por hora (Vazão nominal - Qn) Quanto as pressões nos pontos de utilização Deve-se utilizar as pressões dinâmicas e estáticas nos pontos de utilização estabelecidas na Tabela 3 da NBR 5626. Quanto a velocidade A velocidades máximas nas tubulações não devem ultrapassar o valor de 2,5 m/s de forma a evitar ruídos que possa perturbar o sono das pessoas. Quanto aos materiais empregados nos trecho modificados Os materiais empregados na(s) colunas de alimentação e nos trechos dos ramais modificados devem ser de alta qualidade garantindo a estanqueidade por longo período. A pressão de serviço dos tubos utilizados deve ser superior a pressão estática no ponto considerado, somada da sobrepressão devido a golpes de aríete. O material empregado deve ser submetido a rigoroso controle de qualidade, conforme normas especificas da ABNT. DIMENSIONAMENTO DO HIDRÔMETRO PRINCIPAL O dimensionamento do hidrômetro mestre instalado no ramal predial de água que alimenta o edifício deve ser feito pelo procedimento convencional. Deve-se ter uma especial atenção a classe metrológica do hidrômetro de forma que seja medida com precisão as baixas vazões. Deve-se considerar que o esquema predominantemente é o da alimentação da rede de distribuição de água para uma caixa d água inferior dotado de bóia. Neste sistema, nos momentos em que a caixa d água está quase cheia as vazões de alimentação são pequenas. Por este motivo o hidrômetro instalado no ramal predial deve ter amplo campo de medição. Na prática, verificou-se ser conveniente a utilização de hidrômetros de Classe Metrológica C. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1162
Figura 1 - Curva de Consumo de um edifício de apartamento obtida do hidrômetro mestre instalado no ramal predial, obtida com Data Logger da Meinecke. DIMENSIONAMENTO DO HIDRÔMETRO INDIVIDUAL Para o dimensionamento dos hidrômetros a serem instalados nos apartamentos deve-se procede convencional considerando-se as vazões normais de serviço e suas respectivas perdas de carga. O dimensionamento do hidrômetro deve ser feito utilizando a perda de carga disponível na planilha de calculo de instalações prediais de água fria Figura 5 da NBR 5626. O hidrômetro deve ser dimensionamento numa bitola tal que não provoque uma perda de carga exagerada que limite o consumo nos pontos de utilização da instalação predial de água. Outro aspecto a considerar é que o campo de medição do hidrômetro cubra o campo de vazões com o qual vai trabalhar o ramal de alimentação no qual está instalado o aparelho. Na prática os medidores a instalar nos apartamentos terão capacidade (Q máx ) entre 3 e 5 m³/h. Figura 2 - Curvas de consumos de apartamento com medição individualizada obtida com Data Logger da Meinecke em edifício situado em Boa Viagem - Recife. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1163
DETALHES CONSTRUTIVOS As tubulações devem ser executadas de acordo com as normas especificas da ABNT, para o tipo do material empregado. Para o corte de paredes, necessário às modificações, se recomenda o uso de maquina moderna de corte o que evita danificar a estrutura. A batida forte pode rachar as paredes das tubulações existentes provocando vazamentos. As tubulações devem ser devidamente protegidas contra eventual acesso de água poluída. Somente será permitida a localização de tubulações solidarias a estrutura se não forem prejudicadas pelos esforços ou deformações próprias dessa. Se necessário as passagens por estrutura devem ser aprovadas por seu projetista. Estas passagens se possíveis devem ser projetadas de forma a permitir a montagem e desmontagem das tubulações e seus acessórios em qualquer ocasião. Quando a parte arquitetônica o permitir a melhor solução para a localização das tubulações indicam a sua total independência das estruturas e das alvejarias. O projeto das modificações das instalações prediais de água fria compreendem os seguintes elementos: Memorial descritivo; Cálculos de dimensionamento; Normas de execução; Especificação dos materiais; Plantas, esquemas hidráulicos e desenhos isométricos; 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1164
ESQUEMAS DE ALIMENTAÇÃO DOS EDIFÍCIOS TRABALHADOS O esquema predominante para a alimentação dos edifícios trabalhados consiste basicamente na alimentação do ramal predial de água a caixa d água inferior dotada de bóia com conjunto elevatório que leva a água a um reservatório superior de onde e feita a distribuição de água aos apartamentos. Figura 3 - Esquema hidráulico básico dos edifícios trabalhados com caixas d água inferior e superior. Existiu somente para o Conjunto Habitacional Jardim Brasil I e II em Peixinhos, Olinda, cujo esquema hidráulico de abastecimento feito direto do ramal predial aos apartamentos, sendo neste caso os hidrômetros instalados na calçada. Figura 4 Esquema hidráulico dos edifícios sem caixa d água inferior. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1165
Algumas vezes no ultimo andar se faz uma tomada independente para evitar problemas de baixa pressão. Quando a caixa d'água é muito perto da laje volta a tubulação o mais baixo possível para evitar problema com a perda de pressão. EXEMPLOS DE PROJETOS ADAPTADOS PARA MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA No desenvolvimento dos trabalhos de individualização foram identificados três tipos de esquemas básicos de individualização da medição de apartamentos que serão apresentados em seguida. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1166
Exemplo 1 - Edifícios populares tipo COHAB Estes edifícios correspondem aos edifícios populares tipo COHAB muito freqüentes na Zona Periférica da Região Metropolitana do Recife, área construída inferior a 50 m2. Para estes edifícios as instalações hidrosanitarias são compostas de : 1 chuveiro, 1 bacia sanitária com caixa de descarga, 1 pia, 1 tanque de lavar pratos, 1 tanque de lavar roupas e 1 chuveiro. Estes edifícios possuem 3 pavimentos sendo 4 apartamento por cada um. As modificações nestes edifícios consistem em isolar a coluna de distribuição antiga, descendo com outra junto a anterior. Procede-se então o isolamento da coluna anterior dos ramais de distribuição dos apartamentos, fazendo a conexão destes ramais na nova coluna de distribuição colocando o hidrômetro individual a entrada do apartamento de modo a que seja facilitada a leitura. Existe ainda outros esquemas hidráulicos que podem ser utilizados a conveniência do projetista. Figura 5 - Esquema de adaptação da instalação hidráulica de um edifício tipo COHAB. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1167
Figura 6 - Planta baixa com as instalações hidráulicas de um edifício tipo COHAB. Nomenclatura da planta baixa: 1) Tê φ 32 x 25 mm PVC 2) Joelho φ 25 mm PVC 3) Nípel φ ¾ PVC 4) Registro esfera φ 3/4" 5) Hidrômetro φ 3 m³ 6) Luva LR φ 3/4 x 25 mm PVC 7) Tê φ 25 mm PVC 8) Joelho φ 32 x 25 mm PVC 9) Abraçadeira φ 3/4" Exemplo 2 - EDIFÍCIOS CLASSE MÉDIA Nestes edifícios os apartamentos são de 2 quartos, área construída entre 50 a 80 m2. Nestes edifícios as instalações hidrosanitárias são compostas de : 2 chuveiros, 2 bacia sanitárias dotadas de válvulas de descarga, 1 pia, 1 tanque de lavar pratos, 1 tanque de lavar roupas e 1 chuveiro. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1168
Deve-se verificar a possibilidade de aproveitamento de uma das colunas de distribuição para conectar o ramal de alimentação onde será instalado o hidrometro individual, isolando as demais colunas na parte inferior da caixa d água superior. Deve ser feito o redimensionamento dos trechos dos ramais de alimentação que serão conectados com os pontos de utilização alimentados pelas antigas colunas. Figura 7 - Esquema ilustrativo mostrando a nova coluna de distribuição, sua ligação com os trechos dos ramais de alimentação e o isolamento das outras antigas colunas MODELOS DE CAIXAS DE PROTEÇÃO DOS HIDRÔMETROS As caixas de proteção a utilizar devem ser tais atendam ao aspecto e proteção do hidrômetro sem causar prejuízo ao aspecto estético arquitetônico do ambiente onde será instalado. Existe uma grande variedade de caixas de proteção das quais trabalhamos com 3 modelos principais: caixa de alvenaria com moldura de alumínio, caixa de proteção de fibra de vidro e caixa de proteção de chapa de galvanizado. Esta última pode ser utilizada com vantagem quando há problemas de espaço na área comum dos apartamentos. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1169
MEDIÇÃO ELETRÔNICA Em alguns casos, onde os usuários estejam dispostos a arcar com os custos, podem ser utilizados hidrômetros com transmissão a distância, centralizando a leitura em área comum no pavimento térreo. Isto implica no aumento do custo de R$ 200,00 para cada apartamento. CONCLUSÕES Como resultado da bem sucedida experiência realizada na Região Metropolitana do Recife com a adaptação das instalações prediais de edifícios antigos para a medição individualizada de apartamentos destacamos as seguintes recomendações: 1. A medição individualizada em apartamentos de prédios antigos é possível desde que o estudo de viabilidade econômica o justifique; 2. Os medidores mestres a utilizar na medição central do edifício devem ser do tipo C de forma que não exista perda por submedição; 3. Para edifícios do tipo populares que utilizam nas instalações hidrosanitárias caixas de descarga a modificação destas instalações pode ser feita a baixo custo; 4. A nova sistemática foi plenamente aprovada pelos clientes já que não houve uma só solicitação de retornar ao sistema anterior de faturamento; 5. O índice de inadimplência para os prédios individualizados é inferior a 10%; 6. A redução de consumo dos edifícios que aderiram a medição individualizada foi de 25%; 7. Houve um aumento de faturamento nos citados edifícios superior a 21%; BIBLIOGRAFIA 1. AWWA, Sizing Limes And Meters - Manual M22, USA, 1975 2. AWWA, Water Meter, Selection, Instalation, Testing And Maintenance - MANUAL M6, Denver USA, 1986. 3. COÊLHO, ADALBERTO CAVALCANTI, Medição de Água, Política e Prática, Recife - Pernambuco, Fevereiro de 1997. 4. GOMEZ, BERNARDO, Instalacion de Medidores de Água em Edifícios Multi-familiares - CEPIS/OPS, Agosto de 1981. 5. MEINECKE, Manual do Datta Logger CDLwin, Julho de 1998 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1170