Assistência Social A política de acção social do Governo da RAEM consiste principalmente em promover os serviços sociais para que correspondam às necessidades reais da sociedade, através da estreita colaboração com as instituições cívicas. Em 2014, no âmbito de serviços sociais, o Instituto de Acção Social (IAS) investiu 1698 milhões de patacas nos serviços sociais, registando-se um aumento de 15,18 por cento. Em 2005, o Governo lançou um subsídio para idosos, residentes permanentes com 65 ou mais anos de idade, que é distribuído de uma só vez, em Outubro de cada ano. Em 2014, o subsídio foi fixado no montante de sete mil patacas por ano para um total de 63.735 beneficiários com os requisitos necessários. Em 2014, o Governo aplicou uma verba de 445 milhões de patacas neste subsídio. Instituto de Acção Social (IAS) O IAS fornece serviços a indivíduos, famílias, crianças, jovens e idosos, nomeadamente, no campo da reabilitação e da prevenção da toxicodependência e de desintoxicação e reabilitação, bem como nas problemáticas do jogo. Entre os equipamentos de serviço social sob a sua tutela destacam-se os centros de idosos, um centro de sinistrados, a Casa da Vontade Firme - Serviço de Aconselhamento para a Problemática do Jogo, o Centro de Avaliação Geral de Reabilitação, o Centro de Educação de Vida Sadia, o Centro de Apoio à Educação para o Combate ao Abuso de Drogas, e o Complexo de Apoio a Toxicodependentes. Serviço de Apoio a Idosos Funcionam, em Macau, 20 lares para idosos, dos quais 11 não lucrativos (dez com apoios do IAS) e nove privados com fins lucrativos, que prestam serviços de apoio aos idosos que não podem viver no seio das suas próprias famílias, por diversos motivos. Em 2014, 1405 idosos viviam nestes lares. Em Macau, funcionam também um centro de dia para idosos sob a gestão do IAS, oito privados sem fins lucrativos e quatro centros não lucrativos de cuidados especiais para a terceira idade, que recebem subsídio do IAS e prestam serviços e cuidados diurnos, incluindo de reabilitação. Há ainda 23 centros de convívio, dos quais um público e 23 privados sem fins lucrativos, que funcionam com os apoios do IAS e prestam diversos serviços a 7602idosos. As pessoas, titulares de Bilhete de Identidade de Residente de Macau e idade igual ou superior a 65 anos, podem solicitar o Cartão de Benefícios Especiais para Idosos. Os portadores deste documento usufruem de
descontos e outros benefícios, junto das instituições públicas e empresas que colaboram com o Instituto de Acção Social. Em finais de 2014, havia em Macau, 48.473 portadores do Cartão de Benefícios Especiais para Idosos. A partir de 1 de Julho de 2008, o Governo da RAEM começou a aplicar um plano de subsídios de transportes públicos para residentes com idade superior a 65 anos. Assim, os idosos pagam apenas 30 cêntimos por cada bilhete, sendo o restante valor da tarifa coberto pelo Governo. Serviço de Apoio a Famílias, Crianças, Jovens e Comunitário O Instituto de Acção Social criou cinco centros de acção social em diversas zonas de Macau, para prestar serviços gerais a indivíduos ou famílias mais carenciadas. Macau dispõe de 14 centros comunitários sem fins lucrativos destinados a prestar diversos serviços aos seus residentes. Desses centros, 13 usufruem de apoios do IAS. Em Macau, existem 45 creches, das quais 37 sem fins lucrativos (33 com apoios do IAS) e oito com fins lucrativos. Em 2014, um total de 6574 crianças estavam registadas nas creches. Em Macau, funcionam nove lares para crianças e jovens com apoios financeiros do IAS, que fornecem um bom ambiente de habitação para órfãos, crianças e jovens abandonados, ou carentes de cuidados familiares, ou, ainda, jovens que se encontrem à beira de situações de crise devido a conflitos no seio do agregado familiar ou no meio social em que se encontrem inseridos, de modo a que possam receber os cuidados necessários tanto a curto, como a longo prazo. Em 2014, 274 jovens e crianças estavam matriculados em nove lares. Em 2014, o IAS, como a única instituição de Macau com competência nesta área, tratou 63 casos de adopção. O IAS presta também apoio aos menores no quadro da protecção social, tendo tratado, em 2014, 219 casos deste género, e cinco casos no âmbito de apoio comunitário. Serviço de Reabilitação Existem sete lares de reabilitação, que prestam serviços de alojamento, oito centros diurnos sem fins lucrativos, que prestam serviços de reabilitação e apoio para deficientes mentais, doentes mentais crónicos, crianças portadoras de deficiência mental, física e auditiva, invisuais, e deficientes mentais reabilitados. Em 2014, os sete lares para deficientes prestaram serviços de alojamento a 434 pessoas, enquanto 1296 indivíduos
beneficiaram dos serviços prestados pelos oito centros diurnos de reabilitação. Há oito oficinas de trabalho protegido para deficientes, centros de formação profissional e apoio ao emprego, beneficiárias de apoios financeiros. Funcionam, ainda, em Macau, dois centros de pré-escolaridade/centros de educação sem fins lucrativos. O Serviço de Autocarros de Reabilitação em Macau é prestado por duas instituições sem fins lucrativos, que funcionam com apoios financeiros do Governo e utilizam autocarros comprados com fundos públicos para transportar pessoas com deficiência física, ou que necessitam de serviço de diálise renal, para se deslocarem aos hospitais ou centros de saúde. Em 2014, este serviço beneficiou 30.250 indivíduos. O Centro de Reabilitação de Deficientes Mentais apoiado pelo Governo entrou em funcionamento em Janeiro de 2006. Desde a entrada em vigor do Regulamento Administrativo n.º 3/2011 Regime de avaliação do tipo e grau da deficiência, seu registo e emissão de cartão, o Centro de Avaliação Geral de Reabilitação começou a atender requerimentos para cartão de registo. Até 31 de Dezembro de 2013, 13.587 pessoas apresentaram requerimentos para a emissão do cartão de registo, e 3341, para a renovação, tendo 10.698 obtido o respectivo cartão. Dando ainda uma maior atenção aos deficientes, nos termos da Lei n.º 9/2011 Regime do subsídio de invalidez e dos cuidados de saúde prestados em regime de gratuitidade aos portadores de deficiência, o Instituto de Acção Social atribui subsídio de invalidez aos residentes permanentes da RAEM, que sejam avaliados como portadores de deficiência. Este subsídio é pago anualmente numa única prestação e reveste-se de duas modalidades: o subsídio de invalidez normal e o subsídio de invalidez especial. Em 2014, foram atribuídos os subsídios nos valores de 7000 patacas e 14.000 patacas, tendo sido abrangidas por estes subsídios 9086 pessoas, envolvendo no total 88.641.000 patacas. Fundo de Segurança Social Com a finalidade da protecção dos trabalhadores, o Governo da RAEM estabeleceu no ano de 1989 um regime contributivo de segurança social. O Fundo de Segurança Social foi instalado no dia 23 de Março de 1990. As suas principais receitas são as contribuições das entidades empregadoras, dos trabalhadores, as taxas de contratação de trabalhadores não-residentes, as comparticipações nas contribuições do jogo, um por cento das receitas correntes efectivamente apuradas em cada exercício do Orçamento da RAEM e os rendimentos de investimentos privados.
O Regime da segurança social do primeiro nível cobre os residentes da RAEM com idade igual ou superior a 18 anos, fazendo com que os mesmos possam obter uma protecção, de base, pós-aposentação. Relativamente ao Regime de previdência central não obrigatório do segundo nível, foi realizada uma consulta pública no segundo trimestre de 2014, com vista a ouvir a opinião da sociedade, tendo, no fim do ano de 2014, sido publicado o relatório final da consulta. Na fase seguinte, irá iniciar-se o trabalho legislativo do regime de previdência central não obrigatório, de modo a concretizar gradualmente a constituição do regime da segurança social de dois níveis. Regime da Segurança Social A Lei n.º 4/2010 (Regime da Segurança Social) providencia uma protecção básica na vida pós-aposentação dos residentes da RAEM. Os trabalhadores e empregadores que tenham relações laborais devem pagar contribuições ao FSS. Os outros residentes adultos, que preencham as disposições legais, podem efectuar voluntariamente o pagamento de contribuições através de inscrição no regime facultativo. Em 2014, o número de beneficiários com pagamento de contribuições era 355 mil, dos quais cerca de 280 mil eram trabalhadores por conta de outrem, cerca de 75 mil eram do regime facultativo (incluindo os trabalhadores da Administração Pública no activo que estejam inscritos no regime de aposentação e sobrevivência). O montante total de contribuições foi de cerca de 184 milhões de patacas. Aos beneficiários que preencham as disposições previstas na lei do regime da segurança social, podem ser atribuídas prestações em caso de preencherem os requisitos legais, incluindo as prestações de pensão para idosos, pensão de invalidez, subsídio de desemprego, subsídio de doença, subsídio de funeral, subsídio de casamento, subsídio de nascimento, créditos emergentes das relações de trabalho e doenças profissionais respiratórias. Em 2014, os beneficiários que recebiam pensão para idosos, eram cerca de 77.000, e o valor total de prestações da segurança social pago foi cerca de 2600 milhões de patacas. As pensões para idosos (incluindo pagamento extraordinário) ocupam 93,5 por cento do total das pensões e representaram uma despesa de cerca de 2440 milhões de patacas. Contas Individuais de Previdência A entrada em vigor da Lei n.º 14/2012 (Contas Individuais de Previdência) e do Regulamento Administrativo n.º 25/2012 (Procedimento de atribuição de verbas aos titulares das contas individuais de previdência) serve como base para o regime de previdência central não obrigatório que
comporta as contribuições de trabalhadores e empregadores. Os residentes da RAEM que tenham completado 18 anos de idade ou não tenham completado 18 anos de idade mas estejam inscritos no regime obrigatório do FSS são automaticamente titulares de conta individual de previdência, no entanto, a verba da repartição só pode ser atribuída ao titular da conta individual que tenha completado 22 anos de idade e permanecido pelo menos, 183 dias na RAEM durante o ano civil anterior. Em 2014, o número total dos titulares das contas individuais de previdência era de 537 mil, dos quais 344 mil preencheram os requisitos de atribuição de verba, o Governo da RAEM injectou 7000 patacas em cada conta individual. Os residentes que preenchem pela primeira vez os requisitos legais podem ter direito à verba de incentivo básico de só uma vez (foi designada por verba de activação), no valor de dez mil patacas, tendo-se registado, em 2014, 16 mil pessoas. Em Setembro, procedeu-se a uma atribuição de rendimentos, a cada conta individual foi atribuído, no máximo, um juro de 613patacas. Os titulares de contas que completaram 65 anos de idade, ou preencheram os outros requisitos de levantamento de verba, podem requerer o levantamento de verba da sua conta individual. Em 2014, foram autorizados cerca de 51 mil requerimentos, o valor total de atribuição foi de cerca de 550 milhões de patacas. Habitação Social Por Habitação Social designam-se aquelas habitações construídas pelo Governo da RAEM, ou construídas com o investimento da empresa de desenvolvimento em terrenos fornecidos e concedidos pelo Governo da RAEM, ou seja, as habitações por contrapartida resultantes dos contratos de desenvolvimento para a habitação celebrados entre o Governo e os construtores. Destinam-se estas habitações a serem arrendadas a agregados familiares com baixo rendimento ou que se encontrem em casos especiais. As habitações sociais são distribuídas a título de arrendamento a agregados familiares de situação económica desfavorecida ou que se encontrem em dificuldades especiais. A regularização da distribuição e gestão da habitação social baseia-se no Regulamento Administrativo n.º 25/2009. A partir de 1996, foram realizados seis concursos de habitação social por arrendamento. Em 2013, foram tratadas 6146 candidaturas, sendo que, no final de 2014, foi publicada a lista definitiva de espera, sendo admitidos 3841 boletins de candidatura. Para além do concurso público, pode também ser requerida habitação social através da apresentação de pedido escrito. Nos termos do
Regulamento Administrativo n.º 25/2009, a Administração Pública pode atribuir habitação com dispensa de qualquer dos requisitos de candidatura, a indivíduos ou agregados familiares que se encontrem em situação de crise habitacional, física ou moral. Em 2014, num total de 700 pedidos entrados, 3,14 por cento reuniam os requisitos legais necessários, tendo sido atribuída habitação social. Plano Provisório de Atribuição de Abono de Residência a Agregados Familiares da Lista de Candidatos a Habitação Social Tendo em conta a inflação verificada, o Governo lançou, de novo, em Setembro de 2014, o Plano Provisório de Atribuição de Abono de Residência a Agregados Familiares da Lista de Candidatos a Habitação Social, de forma a aligeirar os encargos com a habitação. Os agregados familiares como candidatos na lista geral da habitação social podem receber um abono de residência, desde que o total do rendimento mensal do respectivo agregado familiar não seja superior aos valores constantes no dito Plano. O montante do abono de residência é atribuído da seguinte forma: aos agregados familiares requerentes compostos por uma ou duas pessoas, é atribuído o montante mensal de 1650 patacas, e aos agregados familiares requerentes compostos por três ou mais pessoas, é atribuído o montante mensal de 2500 patacas. Os requerimentos de Abono de Residência aprovados de 2008 a 2014 totalizaram 7352 pedidos e o valor total do abono de residência atribuído cifrou-se em 344 milhões de patacas. Habitação Económica A Habitação Económica assim denominada por ter um preço relativamente baixo, era construída, de acordo com os termos do Decreto-Lei n.º 13/93/M, de 12 de Abril de 1993, pela empresa para habitação adjudicatárias nos terrenos concedidos. Além de parte dos fogos construídos terem sido revertidos para o Governo em contrapartida de benefícios e apoios diversos a conceder pela Administração, as restantes, de acordo com as condições e preços definidas no contrato de concessão, são comercializadas aos agregados familiares candidatos ao concurso para a compra de habitações designados pelo Instituto de Habitação. De acordo com a Lei n.º 10/2011, que entrou em vigor em 1 de Outubro de 2011, a construção dos edifícios de habitação económica passou a ser da responsabilidade do Governo da RAEM e promovida pelo Instituto de Habitação, ou por qualquer outro organismo público designado para o efeito pelo Chefe do Executivo.
A construção da habitação económica tem dois objectivos: apoiar os residentes da Região Administrativa Especial de Macau, com determinados níveis de rendimento e património, na resolução dos seus problemas habitacionais; promover a oferta de habitação mais adequada às reais necessidades e à capacidade aquisitiva dos residentes. Os residentes que compram habitação económica devem apresentar o seu pedido ao Instituto de Habitação, e existe também regras rigorosas relativamente à condição de propriedade dos agregados familiares candidatos. Em 2014, foi publicada a Lista de candidatos para o concurso de candidatura a 1544 fracções da habitação económica de tipologia T1, lançado, nos termos da Lei da Habitação Económica, no início de 2013. Dos 15.031 boletins de candidatura recebidos, 11.942 foram admitidos enquanto foram tratadas, no ano em curso, 5557 candidaturas, das quais, 844 adquiriram fracções autónomas de habitação económica, permanecendo, ainda, em lista de espera 6385 agregados familiares. Por outro lado, até o termo do prazo de apresentação de boletins, foram recebidos 42.699 boletins de candidatura para o concurso de candidatura a 1900 fracções da habitação económica de fracções de várias tipologias lançado no final de 2013, estando em curso de apreciação. Para mais informações: Direcção dos Serviços de Estatística e Censos: (http://www.dsec.gov.mo) Instituto de Acção Social: (http:// www.ias.gov.mo) Fundo de Segurança Social: (http://www.fss.gov.mo) Instituto de Habitação: (http://www.ihm.gov.mo) 08/2015