NOVO REGIME DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SECTOR PETROLÍFERO



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Transcrição:

NOVO REGIME DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SECTOR PETROLÍFERO A Lei n.º 28/11, de 01.09., estabelece as bases gerais de organização e funcionamento aplicáveis às seguintes atividades: (i) refinação de petróleo bruto; (ii) recepção e armazenamento; (iii) transporte por oleoduto; (iv) superintendência Logística do Sistema de Derivados do Petróleo; (v) funcionamento dos mercados grossista e retalhista. Este diploma legal define ainda os procedimentos e regras aplicáveis às obrigações de serviço público, planeamento e licenciamento das instalações do Sistema de Derivados do Petróleo. REGIME DE EXERCÍCIO DAS ACTIVIDADES DO SECTOR DOS DERIVADOS DO PETRÓLEO Estão sujeitas a licenciamento as actividades de construção, exploração, alteração de capacidade, renovação de licença e todas as que afectem as condições de segurança de instalação destinadas ao exercício de qualquer uma das actividades referidas nos pontos (i) a (v) acima,. São exercidas em regime de concessão de serviço público as actividades referidas nos pontos (ii), (iii) e (iv). As concessões são, sob proposta do Ministro dos Petróleos, adjudicadas no âmbito dos respectivos concursos públicos. Ao Ministério dos Petróleos é permitida, por delegação de poderes, a concessão por ajuste directo mediante invocação do interesse público. Os pedidos de criação de novas concessões de armazenamento, de recepção e transporte de produtos petrolíferos deve ser dirigida ao Ministro dos Petróleos e ser acompanhada de todos os elementos (a definir por despacho do Ministro dos Petróleos) e estudos justificativos da sua viabilidade económica e financeira. Só poderão ser detentores das concessões as seguintes entidades: a) sociedades comerciais com sede e direcção efectiva em Angola; b) que tenham como objecto social principal o exercício das actividades integradas no objecto da concessão; c) que demonstrem possuir capacidade técnica para a construção, gestão e manutenção das respectivas infra- VCA estruturas com a colaboração e de instalações; advogados portugueses da ABBC, no âmbito da respectiva associação. Tem por destinatários clientes e contactos de

d) que demonstrem possuir capacidade económica e financeira compatível com as exigências e responsabilidades das actividades concessionadas. As entidades licenciadas e concessionárias ficam obrigadas à celebração de um seguro de responsabilidade civil para cobertura de eventuais danos materiais e corporais sofridos por terceiros, resultantes do exercício da respectiva actividade. I. ACTIVIDADE DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO BRUTO A actividade de refinação de petróleo carece de licença para o seu exercício, a emitir pelo Ministério dos Petróleos, actuando os refinadores em regime de mercado. O pedido deve ser apresentado junto do Ministério, de forma fundamentada e detalhando as seguintes matérias: a) mercados a que se destinam, com indicação das necessidades do mercado interno e perspectivas do mercado internacional; b) caracterização genérica da unidade a construir; c) capacidade de produção, discriminada por produto; d) fontes de aprovisionamento do petróleo bruto; e) montante global do investimento, incluindo a forma de financiamento; f) estudo de impacto sócio-económico da refinaria; g) participações no capital da entidade a licenciar; h) garantias propostas. Em caso de apreciação favorável, o Ministro emite uma licença prévia, devendo os proponentes, posteriormente, elaborar um projecto de base da nova refinaria, que deve incluir um conjunto de elementos técnicos mais pormenorizados, ao qual se seguirá a fase de vistoria às instalações. O licenciamento definitivo da refinaria compete ao Ministério dos Petróleos, mediante parecer dos Departamentos Ministeriais da Geologia e Minas, da Indústria e do Ambiente. A Refinaria de Luanda é a única entidade à qual foi atribuído o estatuto de refinador em regime especial (que não actua em regime de mercado).

II. ACTIVIDADES DE RECEPÇÃO E ARMAZENAMENTO O exercício da actividade de armazenamento de produtos petrolíferos é permitido às entidades que actuem em regime de concessão, detendo e explorando instalações de armazenamento com capacidade, por instalação, superior a 10.000 metros cúbicos. A localização geográfica e respectiva área de influência são definidas nos contratos de concessão. O Executivo pode determinar restrições de acesso às instalações de recepção e às instalações de armazenamento, através do Ministério dos Petróleos, por motivos de interesse público. As instalações portuárias de recepção podem ser parte integrante das instalações de armazenamento, sempre que localizadas no mesmo perímetro industrial e com capacidade de armazenamento ligada à interface portuária acima dos 10.000 metros cúbicos. III. ACTIVIDADE DE TRANSPORTE POR OLEODUTO Este diploma estipula que os operadores dos oleodutos são entidades que actuam em regime de concessão, detendo e explorando as condutas e o equipamento de superfície destinado ao transporte por conduta. Os oleodutos podem ser parte integrante das instalações de armazenamento sempre que localizados no mesmo perímetro industrial ou na sua proximidade e reúnam uma das seguintes condições: a) serem de condutas dedicadas a ligação de uma ou mais instalações de armazenamento do mesmo operador; b) serem condutas de ligação a um terminal portuário de descarga, pertencente ao mesmo operador; c) terem extensão inferior a 10.000 metros. As restrições de acesso a terceiros às instalações de transporte são definidas pelo Executivo, através do Ministério dos Petróleos, por sua iniciativa exclusiva. IV. SUPERINTENDÊNCIA LOGÍSTICA DO SISTEMA DE DERIVADOS DO PETRÓLEO Estas actividades são exercidas pela Sonangol Logística, em regime de concessão.

Estão sujeitos à actividade de Superintendência Logística do Sistema de Derivados do Petróleo os seguintes agentes: a) operadores de armazenamento; b) operadores de transporte por oleoduto; c) comercializadores de produtos a retalho; d) refinador em regime especial. As competências atribuídas ao exercício da actividade são definidas nos respectivos contratos de concessão. Não obstante, tratar-se-á sempre de uma actividade de coordenação e supervisão da Logística das Infra-Estruturas do Sistema de Derivados do Petróleo da República de Angola, bem como das restantes actividades supra elencadas. V. FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS GROSSISTA E RETALHISTA A. Actividade de Comercialização a Retalho A actividade de produtos petrolíferos a retalho está sujeita a licenciamento e abrange as seguintes actividades: a) o comércio de combustíveis líquidos em postos de abastecimento; b) comércio e distribuição de GPL canalizado; c) o comércio de garrafas de GPL; d) o comércio de óleos e massas lubrificantes. A habilitação para a actividade de comércio a retalho decorre em simultâneo com o licenciamento das instalações que servem de suporte à respectiva actividade. B. Mercado Grossista Os comercializadores a retalho devem garantir o aprovisionamento dos produtos mediante contratos bilaterais, através das seguintes opções: a) relacionamento comercial com os refinadores em regime de mercado; b) relacionamento comercial com a Superintendência Logística do Sistema de Derivados do Petróleo. A importação de produtos para o mercado nacional é da exclusiva competência da Superintendência Logística do Sistema de Derivados do Petróleo, através de concurso público, sendo ainda responsável pela colocação no mercado grossista da produção do refinador em regime especial (Refinaria de Luanda).

C. Mercado Retalhista Os comercializadores a retalho de combustíveis líquidos estão obrigados ao cumprimento das seguintes condições: a) a colocação de postos de combustível, em número e localização, que sejam acordados com o Ministério dos Petróleos; b) a constituição e manutenção das reservas de segurança, nos termos da lei. Estão ainda submetidos às disposições da Superintendência Logística do Sistema de Derivados do Petróleo, nomeadamente, o cumprimento do Regulamento de Exploração e Fornecimento, sendo responsáveis, per si, pelo licenciamento dos postos de combustíveis que operam. INSTITUTO REGULADOR DOS DERIVADOS DO PETRÓLEO Este Instituto será criado, por diploma próprio que definirá as suas concretas atribuições e competências, tendo obrigações de serviço público no âmbito do sector. Telefone: +244 926 61 25 25 Tel: +351 21 358 36 20. Fax: +351 21 315 94 34