CONHECENDO ALGUNS PIGMENTOS MINERAIS DE MINAS GERAIS PARTE II



Documentos relacionados
Instituto de Pesquisas Enérgicas Nucleares IPEN-CNEN/SP

UTILIZAÇÃO DE CINZA DE BAGAÇO DE CANA PARA PRODUZIR MATERIAL VITRO-CERÂMICO DO SISTEMA SiO 2 -CaO-Na 2 O

IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 Serra Negra SP - Brasil

CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUO DE PÓ DE MÁRMORE PARA APLICAÇÃO EM MATERIAIS CERÂMICOS

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DE RESÍDUOS DE QUARTZITOS PARA UTILIZAÇÃO EM REVESTIMENTO CERÂMICO

ESTUDO DE RESÍDUOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAIS VÍTREOS

CIMENTO PARA POÇO DE PETRÓLEO DESENVOLVIDO A PARTIR DE CIMENTO COMUM: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E MINERALÓGICA

DECOMPOSIÇÃO TÉRMICA DO SILICATO DE MANGANÊS ESPESSARTITA

Homogêneo: algo que não pode ser fisicamente dividido em componentes químicos mais simples.

ACOMPANHAMENTO DO ESTUDO DA CLORAÇÃO DE UM CONCENTRADO DE ILMENITA

CARACTERIZAÇÃO DE ESCÓRIA DE ACIARIA LD ATRAVÉS DE ANÁLISE QUÍMICA E DIFRAÇÃO DE RAIOS-X PARA ATIVAÇÃO QUÍMICA.

Análise química de pigmentos minerais naturais de Itabirito (MG) (Chemical analysis on natural mineral pigments from Itabirito (MG))

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO QUESTÕES

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO CLORÍDRICO NA ATIVAÇÃO ÁCIDA DA ARGILA BENTONÍTICA BRASGEL

Cadeias e Teias Alimentares

Disciplina: Mineralogia e Tratamento de Minérios. Prof. Gustavo Baldi de Carvalho

3 Materiais e Métodos

ESTUDO DO COMPORTAMENTO TÉRMICO DA LIGA Cu-7%Al-10%Mn-3%Ag (m/m)

CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA PARA FINS TURÍSTICOS DAS AREIAS DE PONTA NEGRA NATAL/RN/BRASIL

CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA DE MATERIAL ARGILOSO PROVENIENTE DO MUNICÍPIO DE SANTA BÁRBARA PA RESUMO

CIÊNCIAS - 6ª série / 7º ano U.E - 02

PRODUÇÃO DE ZEÓLITAS A PARTIR DE CAULIM PARA ADSORÇÃO DE COBRE

ESTUDO DE ATIVAÇÃO ÁCIDA DA ATAPULGITA DO PIAUÍ PARA USO NA CLARIFICAÇÃO DE ÓLEOS

Aula Prática 1. Análise de Difração de Raios X (DRX) Centro de Engenharia Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA SECAGEM DE ARGILA

SÍNTESE DE Mg 2 FeH 6 CONTENDO COMO ADITIVOS METAIS DE TRANSIÇÃO E FLUORETOS DE METAIS DE TRANSIÇÃO OU CARBONO

CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRA DE AREIA

Massas cerâmicas para telhas: características e comportamento de queima (Ceramic bodies for roofing tiles: characteristics and firing behavior)

Aproveitamento de resíduos oriundos do beneficiamento de quartzito na produção de vidros e cerâmica

Eixo Temático ET Gestão Ambiental PROJETO DE MINIMIZAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL EM UMA INDÚSTRIA DO ALTO SERTÃO DA PARAÍBA

METODOLOGIA DE CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUO DE CERÂMICA VERMELHA PARA EMPREGO COMO MATERIAL POZOLÂNICO EM PASTA DE CIMENTO

1 Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste UEZO, Rio de Janeiro RJ;

Ciclos Biogeoquímicos

Simulação de um tornado Construção de um termómetro e medição da temperatura ambiente Construção de um barómetro e medição da pressão atmosférica

ARGAMASSAS MISTAS COM A UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO PROVENIENTE DO DESDOBRAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA CONFECÇÃO DE TIJOLOS ECOLOGICOS DE SOLO-CIMENTO

CENTRO EDUCACIONAL CHARLES DARWIN EDUCAÇÃO INFANTIL DIRETRIZES CURRICULARES INFANTIL IV

UNIDADE: DATA: 03 / 12 / 2013 III ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE CIÊNCIAS 5.º ANO/EF

REAPROVEITAMENTO DE ARGILA CONTAMINADA COM HIDROCARBONETOS NA OBTENÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS.

O fluxograma da Figura 4 apresenta, de forma resumida, a metodologia adotada no desenvolvimento neste trabalho.

Aplicação de geoprocessamento na avaliação de movimento de massa em Salvador-Ba.

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DA DIFRAÇÃO DE RAIOS X NA CARACTERIZAÇÃO DE ARGILAS

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DAS CINZAS DE FUNDO ORIGINADAS PELA COMBUSTÃO, EM USINA TERMOELÉTRICA, DE UM CARVÃO MINERAL DO NORDESTE DA COLÔMBIA

REPROCESSAMENTO DE CATODOS DE BATERIAS DE ÍONS LÍTIO DESCARTADAS UTILIZANDO SÍNTESE PECHINI.

25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A PRECIPITAÇÃO REGISTRADA NOS PLUVIÔMETROS VILLE DE PARIS E MODELO DNAEE. Alice Silva de Castilho 1

PREPRAÇÃO DE SORO CASEIRO: UMA SITUAÇÃO PROBLEMA NA CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE SOLUÇÕES QUÍMICAS

A INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE VÁCUO NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS PRODUTOS DE CERÂMICA VERMELHA.

Milho: Produção, Armazenamento e sua utilização na elaboração de ração para Aves

III RESÍDUOS SÓLIDOS DE UMA ESCOLA - QUANTIFICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E SOLUÇÕES

LEITOR PROX 9004 VERSÃO DO MANUAL

TRANSFORMAÇÕES TÉRMICAS DO CAULIM DURO DA REGIÃO DO RIO CAPIM, PARÁ

CAPÍTULO 2 ELEMENTOS SOBRE A TERRA E A CROSTA TERRESTRE

5 Caracterização por microscopia eletrônica de transmissão

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Manual de Diagnóstico Laboratorial da Malária

DIFRAÇÃO DE RAIO X. Daiane Bueno Martins

Teste de homogeneidade de cobertura através do S S

Materiais constituintes do Concreto. Prof. M.Sc. Ricardo Ferreira

Difração de raios X na fabricação de cimento Portland. Luciano Gobbo Especialista de Aplicação em DRX para Cimento - AMEC

Uma visão espacial da produção de cana-de-açúcar nos municípios de Minas

BIOENGENHARIA DE SOLOS ENGENHARIA NATURAL AULA 2 PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DO SOLO

Proceedings of the 48 th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society 28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR

CARACTERIZAÇÃO DO TALCO DA REGIÃO DE SÃO JOÃO DEL REI- MG

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Análise Quantitativa de Riscos. Análise Quantitativa de Riscos. Análise Quantitativa de Riscos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE DISCIPLINA DE SOLOS I/PEDOLOGIA. Dr. José Ribamar Silva

Floricultura e Plantas Ornamentais. Dr. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues

Avaliação agronômica de variedades de cana-de-açúcar, cultivadas na região de Bambuí em Minas Gerais

Guia do Professor Introdução

REFLEXÕES ACERCA DOS CONCEITOS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL, IMPACTO AMBIENTAL E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA. Isonel Sandino Meneguzzo 1 Adeline Chaicouski 2

Caracterização do Fino do Rejeito de Lastro Ferroviário para Emprego em Pavimentação

FONTES E FORMAS DE ENERGIA

CARACTERIZAÇÃO DA GRANALHA DE AÇO RECUPERADA DO RESÍDUO DE ROCHAS ORNAMENTAIS POR SEPARAÇÃO MAGNÉTICA

AGRUPAMENTO de ESCOLAS Nº1 de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2013/2014 PLANIFICAÇÃO ANUAL

FICHA DE INSCRIÇÃO DADOS DA INSTITUIÇÃO

PRIMEIRA PATENTE BRASILEIRA DE ÓLEO DIELÉTRICO VEGETAL PARA TRANSFORMADORES

DIRETORIA COMERCIAL PLANO DE OCUPAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DA COELCE

DISTRIBUIÇÃO DO USO E COBERTURA DA TERRA POR DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO JOÃO - RIO DE JANEIRO

Eixo Temático ET Meio Ambiente e Recursos Naturais

Curso de MIQ - Profa. Simone P. Taguchi Borges DEMAR/EEL/USP Proteção de superfícies 1

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO III ETAPA LETIVA CIÊNCIAS 5. o ANO/EF

CARACTERIZAÇÃO DE FOLHELHOS: UMA ANÁLISE SOBRE A CAPACIDADE DE EXPANSÃO

ANIMAÇÃO AUTOMÁTICA DE DADOS METEOROLÓGICOS UTILIZANDO O SISTEMA METVIEW. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE patricia@cptec.inpe.

OBJETIVOS Substituir por métodos científicos os métodos empíricos aplicados no passado.

Regulamentação da água mineral no Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

Capítulo 3 - MINERAIS

Aula 5: Minerais e Rochas Prof. Daniel Caetano

ARGILA VERDE-CLARO, EFEITO DA TEMPERATURA NA ESTRUTURA: CARACTERIZAÇÃO POR DRX

4º ano. Atividade de Estudo - Ciências. Nome:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA E DA UMIDADE RELATIVA DO AR EM DIFERENTES LOCAIS DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN.

AVALIAÇÃO DA POTENCIALIDADE DE ARGILAS DO RN QUANDO SUBMETIDAS A ELEVADAS TAXAS DE AQUECIMENTO

DESEMPENHO DA USINA FOTOVOLTAICA DO CAMPUS CEARÁ- MIRIM/IFRN PLANT PERFORMANCE PHOTOVOLTAIC OF CAMPUS CEARÁ-

Regulamentos da Campanha de Páscoa Pátio Savassi >>Regulamento Ação Caça aos Ovos Online REGULAMENTO:

PLANO DE ESTUDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS 5.º ANO

Processo de Pesquisa Científica

MÉTODOS ANALÍTICOS UTILIZADOS PARA DETERMINAÇÃO DE FÁRMACOS CONTAMINANTES DO MEIO AMBIENTE

Gestão das Unidades de Prevenção Social à Criminalidade Coordenadoria Especial de Prevenção à Criminalidade Funções e atribuições dos Gestores Sociais

PROGRAMAÇÃO DO 2º ENCONTRO PRESENCIAL

VÃOS DESNIVELADOS, UTILIZANDO PERFIL DE PROJETO DIGITAL, SOFTWARE EM AMBIENTE VISUAL E BASE DE DADOS RELACIONAL

Materiais de Construção Civil

Transcrição:

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 1 CONHECENDO ALGUNS PIGMENTOS MINERAIS DE MINAS GERAIS PARTE II A. R. P. Pereira, J. A. S. Oliveira, M. J. S. F. da Silva, O. M. de Sousa, J. O. Saturnino. Av. Antônio Carlos, 6627. Pampulha. ICEx- Depto de Química CEP. 30.270-901. Belo Horizonte/MG anahaziel@yahoo.com.br, Universidade Federal de Minas Gerais RESUMO A crescente conscientização ecológica vem buscando uma reutilização de material natural, no presente caso enfatizando os pigmentos minerais. Esses têm sido empregados desde a pré-história para obtenção de cores diversas, técnica que vem sendo resgatada pela arte contemporânea. Visando a aplicação dos pigmentos em cerâmica, um lote de amostras de cores rosa claro, vermelho e roxo foi investigado quanto à sua composição química. A análise por difração de raios X mostrou como principais minerais constituintes talco, ilita, caulinita e hematita. A microscopia eletrônica confirmou a presença desses minerais, e a fluorescência forneceu dados semi-quantitativos dos principais elementos como ferro, alumínio, silício, magnésio e titânio. A análise térmica apresentou pequena perda de massa até 200 C, atribuída à umidade, evidenciando a desidroxilação de silicatos e transformações de fases até 800 C. Palavras-chave: Pigmento, pigmento natural, pigmento mineral INTRODUÇÃO Os pigmentos têm sido utilizados pelo homem desde a Pré-história na obtenção de toda variedade de cores (1). Os pigmentos naturais podem ser de três tipos: minerais, vegetais ou animais. A principal fonte dos pigmentos minerais utilizados pelos artistas é o solo. Entretanto, com o avanço tecnológico têm sido utilizados, com uma freqüência maior, pigmentos sintéticos devido à facilidade oferecida quanto à obtenção e preparo. Mas, com a crescente conscientização ecológica ocorreu a redescoberta dos pigmentos naturais minerais. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo quanto à sua composição química, empregando um lote de amostras coletado em Minas Gerais (2), visando a aplicação em cerâmica. MATERIAIS E MÉTODOS As amostras de pigmentos naturais minerais foram coletadas na região das cidades de Belo Vale Itabirito (MG), apresentando cores variadas. Para facilitar o estudo, as amostras foram divididas em lotes que formam nuances de cores. O lote em estudo apresenta as cores rosa-claro, vermelho e roxo. As composições de cada material foram determinadas por difração e fluorescência de raios-x, identificando os minerais e os elementos presentes. A técnica de microscopia eletrônica de varredura

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 2 (MEV) foi empregada para caracterização morfológica. Através da análise térmica foi acompanhado o comportamento térmico das amostras até 800 C. RESULTADOS E DISCUSSÕES As amostras constituintes deste lote em estudo foram examinadas por difração e fluorescência de raios-x. Os resultados estão apresentados nas tabelas I e II. Tabela I Composições das amostras em estudo Pigmento Principais elementos Minerais predominantes Rosa-claro Si, Fe, Al, Mg, Ti Caulinita, talco, ilita Vermelho Si, Fe, Al, Mg, Ti Caulinita, hematita, talco Roxo Si, Fe, Al, Mg Caulinita, hematita, talco Os pigmentos em estudo apresentaram múltiplas fases cristalinas, como esperado para amostras naturais (3). Os óxidos de ferro são os principais agentes pigmentantes do solo brasileiro. Mesmo estando em pequenas quantidades podem determinar cores bastante intensas (4). Tabela II Resultados semi-quantitativos fornecidos por fluorescência de raios-x Pigmento Compostos identificados (%) Rosa-claro Al 2 O 3 (25,467); SiO 2 (62,720) ; K 2 O (7,170); FeO (3,086); MgO (0,699); TiO 2 (0,364) Vermelho Al 2 O 3 (35,705); SiO 2 (40,333) ; K 2 O (0,407); FeO (22,089); TiO 2 (1,466) Roxo Al 2 O 3 (14,647); SiO 2 (18,544720) ; K 2 O (1,963); FeO (63,709); MgO (1,136) A microscopia eletrônica de varredura confirmou a presença dos minerais identificados por difração de raios-x, como mostrado na figura 1. A análise térmica apresentou pequena perda de massa até 200 C, atribuída à umidade. Apenas na amostra vermelha foi observada a desidroxilação da caulinita (A) (formação de metacaulinita), com a presença de um pico endotérmico em 524,5 C (5), como observado na figura 2. 2 SiO 2.Al 2 O 3.2H 2 O Caulinita 2 SiO 2. Al 2 O 3 + 2 H 2 O (g) (A) Metacaulinita

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 3 Este fato está relacionado à quantidade de caulinita presente nas amostras. Para análise termogravimétrica essa mesma amostra apresentou uma perda de massa em torno de 13%, aproximando-se ao valor teórico da caulinita (13,9%) (5). Figura 1 Imagens obtidas por MEV para o pigmento Rosa-claro 0,5 0,4 0,3 T 0,2 DTA/(uV/mg), 0,1 524,5 o C 0 200 400 600 800 Temperatura/ o C Figura 2 Curva DTA para a amostra vermelha

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 4 CONCLUSÃO Os pigmentos minerais em estudo apresentam composições de variadas estruturas cristalinas, sendo compatível com a de minerais comuns em solos. Através da difração de raios-x foram identificados como principais minerais caulinita, talco, ilita e hematita. Esses minerais foram confirmados através da microscopia eletrônica de varredura, que forneceu imagens onde foram observadas as suas estruturas. As amostras em estudo apresentaram pequena perda de massa até 800 C, sendo que na amostra vermelha ficou bem evidenciada a desidroxilação de silicatos (formação de metacaulinita). Além da caracterização fisico-química dos pigmentos, este trabalho vem desenvolvendo a quantificação dos metais identificados, bem como um tratamento térmico das amostras. REFERÊNCIAS 1. R. L. Feller,Ed., Artist s Pigments A Handbook of Their History and Characteristics, vol. I, (1986), p.14. 2. J. A. S. Oliveira, A. R. P. Pereira, O. M. Sousa, J. O. Saturnino, Anais do 47 o Congresso Brasileiro de Cerâmica, João Pessoa- PB, 1 (2003), p.97. 3. A. R. P. Pereira, J. A. S. Oliveira, O. M. Sousa, J. O. Saturnino, L. C. Nascimento, Anais da 25 a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Poços de Caldas MG, 1 (2002), p. 45. 4. E. Murad, J. H. Johnston, Iron Oxides and Oxyhydroxides, in: Mossbauer Spectroscopy applied to Inorganic Chemistry, G.J.Long, Ed., 2 (1987), p.507. 5. B. S. Carneiro, R. S. Angélica, T. Scheller, E. A. S. de Castro, R. F. Neves, Cerâmica, 49 (2003), p.237-244. KNOWING A FEW MINERAL PIGMENTS FROM MINAS GERAIS PART II ABSTRACT The ever-growing ecological awareness seeks to reuse natural material, in this case emphasizing mineral pigments. These have been used since pre-historic times to obtain various colors, a technique being recovered by modern art. Regarding the application of ceramic pigments, light pink, red and purple sample lot was investigated in relation to chemical composition. Analysis by X-ray diffraction showed talcum, illita, caulinite, and hematite as the main minerals present. Electronic microscopy confirmed the presence of these minerals, and fluorescence supplied semi-quantitative data of the main elements, such as iron, aluminum, silicon, magnesium, and titanium. Thermal analysis presented a small loss of mass up to

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 5 200 C, attributed to humidity, thus evidencing silicate desidroxilation and phase transformation up to 800 C. Key-words: Pigment, Natural Pigment, Mineral Pigment.