Sistema de Video-Vigilância sobre Ethernet com QoS dinâmica



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Transcrição:

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Sistema de Video-Vigilância sobre Ethernet com QoS dinâmica João Pedro Ramos Reis Dissertação realizada no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Major Telecomunicações Orientador: Prof. Dr. Luis Miguel Pinho de Almeida Julho 2012

João Pedro Ramos Reis, 2012 ii

Índice Índice... iii Lista de figuras... iv Abreviaturas e Símbolos... v Capítulo 1... 1 Introdução... 1 Capítulo 2... 3 Background e Estado da Arte... 3 2.1 Compressão e Transmissão de Conteúdos Multimédia... 3 2.2 O Protocolo FTT-SE... 5 2.3 Modelo de gestão de QoS em FTT-SE... 6 Capítulo 3... 9 Objectivos e Plano de Trabalho... 9 Referências... 10 iii

Lista de figuras Figura 1 - Arquitetura FTT-SE para uma rede com um único switch Ethernet... 6 Figura 2 - Modelo de gestão de QoS... 7 Figura 3 - Adaptação de tráfego VBR em canais CBR... 8 iv

Abreviaturas e Símbolos CBR FTT-SE GOP IP MCA MES QoS TCP UDP VBR Constant Bit Rate Flexible Time Triggered over Switched Ethernet Group of Pictures Internet Protocol Media Control Applications Multimedia Embedded Systems Quality of Service Transport Control Protocol User Datagram Protocol Variable Bit Rate v

Capítulo 1 Introdução Verifica-se hoje em dia uma crescente necessidade de incorporação de processamento de informação multimédia em aplicações de controlo industrial. Esta presença advém da necessidade de melhorar a interação dos operadores com o sistema e também da necessidade de criar estratégias para aproximar o comportamento humano em tarefas de controlo e decisão, recorrendo por exemplo a algoritmos de análise de video e som. Esta integração deu origem às chamadas MCA (Media Control Applications), que englobam tarefas como inspeção automática de equipamento ou rastreamento de objectos. Dentro das MCA é possível definir duas classes genéricas relativamente aos seus requisitos de pontualidade: Supervised Multimedia Control Systems, classe esta cujo enfâse está na qualidade de processamento dos dados multimédia sendo que não apresenta restrições em termos de pontualidade dos dados, e Multimedia Embedded Systems que para além dos requisitos de qualidade de processamento apresenta também requisitos de pontualidade dos dados, sendo necessário tráfego em tempo real, o que torna esta classe mais complexa e exigente. A transmissão de dados multimédia produz uma fonte de tráfego de bitrate variável, devido às técnicas de compressão usadas e muitas das aplicações MES estão implementadas em protocolos que fornecem canais de comunicação de bitrate constante, daí que é necessário uma adaptação do tráfego VBR para esses canais CBR. Esta adaptação é complexa e pode levar a desperdicio de largura de banda ou então perda de frames. Deste problema surge a necessidade do uso de um protocolo de comunicação em tempo real que assegure os requisitos de pontualidade das aplicações e forneça também isolação temporal entre streams multimédia para evitar a interferência. O protocolo FTT-SE apresenta uma boa solução para os requisitos das aplicações MES, devido à sua capacidade íntrinseca de configuração dinâmica de QoS que possibilita gerir online a compressão dos streams multimédia e largura de banda dos canais atribuidos a cada stream de acordo com os requisitos da aplicação fornecendo a cada instante a melhor QoS

possível a cada stream. No entanto, é necessário recorrer a um middleware que forneça a abstração necessária para a gestão deste parâmetros por parte da aplicação. O middleware apresentado em [1] fornece uma interface que permite a reconfiguração dos recursos enquanto garante que os requisitos de tempo real sejam cumpridos. 2

Capítulo 2 Background e Estado da Arte 2.1 Compressão e Transmissão de Conteúdos Multimédia 2.1.1 Compressão Multimédia As técnicas de compressão multimédia tiram partido de dados redundantes no conteúdo a comprimir para obter uma redução no tamanho dos dados. Estas técnicas de compressão tentam identificar redundância espacial, tal como similaridades em entre pixéis vizinhos, e também redundância temporal, tal como similaridades entre imagens consecutivas. Os compressores estão categorizados em duas classes gerais, dependendo do seu modo de operação e do tipo de redundância que eliminam: compressores de imagem, que tiram partido de redundância espacial, tal como o standard JPEG ou o mais recent JPEG200, e compressores de vídeo que tiram partido da redundância temporal, sendo os mais comuns os standards MPEG-2, H.263, MPEG-4 parte 2 e parte 10. A escolha da técnica de compressão adequada deve ser cuidadosa, e é necessário ter em conta os requisitos da aplicação e as limitações do sistema. Numa comparação inicial é possível concluir que a compressão de video consegue obter maiores rácios de compressão quando comparada com a compressão de imagem, impondo assim menores requisitos de largura de banda. Em contrapartida, na codificação de video o frame-rate é mantido constante, sendo que quando há variações na largura de banda disponível, o compressor actua na qualidade da imagem para conseguir manter o frame-rate constante. Este facto é uma desvantagem em aplicações MES, como por exemplo video vigilância, onde é necessário manter uma qualidade de imagem suficientemente boa. Outro facto a considerar é a complexidade computacional de cada tipo de compressão e latência que a compressão introduz no sistem. Em compressão de imagem o custo

computacional é baixo, sendo que cada imagem é processada individualmente, já na compressão de video a compressão de descompressão dos dados tem maior custo computacional o que pode introduzir latência. Outro aspecto a considerar é a robustez dos dados comprimidos a perdas. Os compressores de imagem codificam cada imagem separadamente, daí que a perda de uma imagem não terá consequências no resto das imagens. Na compressão de vídeo, as imagens são agrupadas em GOPs (Group of Pictures) que contêm uma frame I, a imagem de referência que é independente, e frames P e B que são codificadas em relação à frame I do GOP correspondente. Antendendo a este facto, a perda de uma frame I na transmissão de video irá ter impacto em todo o GOP onde essa frame está contido, resultando na perda de todas as imagems desse GOP. Visto que as frames P e B contêm apenas a diferença em relação à frame I, uma técnica comum para reduzir a largura de banda ocupada por um stream de vídeo é aumentar o tamanho de cada GOP, ou seja a distância entre frames I, o que implica maior perda de informação no caso de falhas na transmissão. É de considerar ainda que por vezes em aplicações industriais os streams de vídeo são capturados a baixos frames rates e multiplexados no mesmo canal, o que pode reduzir significativamente a redundância temporal e comprometendo assim a eficácia do compressor. A compressão de imagem, standard JPEG, é então uma escolha adequada para aplicações MES devido à sua robustez a erros e baixa complexidade computacional. 2.1.1 Transmissão Multimédia A Internet é baseada num modelo best-effort e numa perspectiva end-to-end, sendo que por base não é adequada à transmissão de conteúdos multimédia. Nos últimos anos a transmissão de conteúdos multimédia pela Internet tem sido motivo de pesquisa. As soluções mais comuns baseiam-se na pilha protocolar TCP/UDP/IP complementada por protocolos tais como RTP (Real Time Protocol), RTSP (Real Time Streaming Protocol) ou até SIP (Session Initiation Protocol) que têm como objetivo controlar a carga submetida à rede, a partir da análise de vários parâmetros da rede, tais como a largura de banda usada, perda de pacotes e atrasos. No entanto estas técnologias introduzem latência na comunicação o que, do ponto de vista de aplicações MES que têm requisitos de pontualidade rigidos, é uma desvantagem. Como exemplo temos [8] que faz uso de buffers de memória tanto no lado do produtor como do consumidor para conseguir suavizar as variações de bit-rate. Outro exemplo são [9][10] que também fazem uso de buffers e são baseados em redes IP standard, no entanto estas técnicas requerem uma fase de processamento complementar anterior à compressão o que aumenta a complexidade computacional e por sua vez a latência. Outro 4

exemplo são os algoritmos de Rate Control de baixo delay [11] [13] que se focam no problema da latência e conseguem uma boa performance para as aplicações para as quais foram concebidos. No entanto, estes algoritmos foram desenvolvidos para o uso em aplicações tais como video-conferência ou videofonia que são cenários bastante estáticos em termos de variações no conteúdo multimédia, o que as torna pouco adequadas para o uso em aplicações MES que normalmente englobam cenários mais dinâmicos. É de considerar também que o tráfego multimédia, em particular streaming de video, é uma fonte de tráfego VBR (Variable Bit Rate) e, normalmente, os protcolos de comunicação em tempo real fornecem canais de comunicação CBR (Constant Bit Rate), daí que é necessário uma adaptação do tráfego VBR para a transmissão em canais CBR. Esta adaptação pode ser feita de várias formas. É possível fazer esta adaptação alocando a largura de banda média gerada pela fonte multimédia, garantindo mais eficiência do ponto de vista da largura de banda, mas em contrapartida irá gerar perda de informação ou atrasos na transmissão quando as necessidades de largura de banda forem superiores à largura de banda alocada. Outra possibilidade é alocar um canal com largura de banda igual ao largura de banda máxima gerada pela fonte multimédia, garantindo a integridade dos dados mas ao mesmo tempo levando a um sobredimensionamento e a eventuais desperdicios de largura de banda. Em [2] os autores tiram partido do mecanismo dinâmico e multidimensional de gestão de QoS do protocolo FTT-SE para fazer uma adaptação dinâmica do tráfego VBR para canais CBR. 2.2 O Protocolo FTT-SE O protcolo FTT-SE é um protocolo de comunicação em tempo real baseado no paradigma Master/Multi-Slave que tira partido das vantagens da micro-segmentação Ethernet. Neste protocolo existem dois tipos de nós, o nó Master e os nós slave, sendo que o nó Master tem como função a coordenação da transmissão dos nós slave. As comunicações são organizadas em slots de duração temporal fixa, EC (Elementary Cycle) que são ativadas por uma mensagem do nó master chamada TM (Trigger Message) que contém os Ids das mensagens a transmitir dentro de cada EC. Este protocolo reserva uma parte do EC para tráfego em tempo real, assegurando a isolação temporal entre classes de tráfego, possibilitando o foco em tráfego multimédia. Visto que o agendamento do tráfego é local em cada nó, é possível definir politicas de agendamento de tráfego conforme necessário tal como fazer alterações nos requisitos de

comunicação, o que facilita a gestão da largura de banda on-line fornecendo assim um mecanismo dinâmico de gestão de de QoS. Figura 1 - Arquitetura FTT-SE para uma rede com um único switch Ethernet 2.3 Modelo de gestão de QoS em FTT-SE Em [2] os autores consideram um sistema constituido por p fontes multimédia, que enviam M streams para um sink, havendo apenas um produtor multimédia por nó. O modelo de gestão de QoS proposto considera, ao nível aplicacional, cada stream caracterizado pela sua prioridade relativa normalizada, os factores de quantificação possiveis, os valores possiveis do tamanho de cada frame após a compressão e os valores possiveis de intervalos entre frames. Neste modelo, o gestor QoS é responsável por receber pedidos de adição ou remoção de fontes multimédia e por receber pedidos de re-negociação de QoS dos diversos nós. É ainda responsável por por alocar a largura de banda para cada canal de acordo com critérios baseados em QoS. Esta entidade está implementada no nó Master. Cada nó, que é uma fonte de dados multimédia, contém uma sub-camada de QoS que interopera com o gestor de QoS e que é responsável por manter os dados de stream de vídeo dentro da largura de banda do canal que lhe foi atribuido. Esta sub-camada é capaz de fazer renegociação de recursos com o gestor sempre que necessário. No consumidor multimédia, que é também um nó Slave, a sub-camada é capaz de fazer pedidos de renegociação de recursos em reposta, por exemplo, a pedidos do operador. 6

Figura 2 - Modelo de gestão de QoS 2.3.1 A sub-camada QoS Esta sub-camada, contida em todos os nós, tem como função mapear os parâmetros QoS da aplicacação para parâmetros QoS da rede. É também responsável por manter a largura de banda do stream multimédia dentro da largura de banda do canal atribuido, o que é conseguido adaptando o valor do nivel de quantificação, ou re-negociando a largura de banda do canal com o gestor QoS. A adaptação do factor de quantificação é baseada no modelo R(q), onde os parâmetros e λ são constantes, é especifico de cada frame e é o nivel de compressão que varia simétricamente com o nível de quantificação. ( ) Este processo ocorre frame a frame, sendo que a sub-camada de QoS tenta manter o valor de quantificação dentro do intervalo permitido. Quando o factor de quantificação sai fora do intervalo permitido é usado o valor mais próximo baseado na função de saturação- Este processo pode levar a eventuais perdas de frames, quando a adaptação do valor de quantificação não for suficiente para ajustar a largura de banda ao valor permitido pelo canal. Quando esta situação ocorre QCT (Quality Change Threshold) vezes, sendo que este valor significa o valor máximo de frames perdido sem que ocorra renegociação, a sub-camada de QoS inicia uma renegociação de recursos com o gestor QoS.

Figura 3 - Adaptação de tráfego VBR em canais CBR 2.3.2 O gestor QoS O gestor QoS tem como função distribuir a largura de banda da rede,, pelos canais. É também responsável por receber pedidos de renegociação por parte dos nós. Quando um pedido de renegociação, a subcamada de QoS desse nó estima o novo tamanho dos buffers de transmissão,, que são determinados por forma a satisfazer as necessidades de do stream a cada instante. Após este calculo, a sub-camada de QoS envia o valor da largura de banda do canal desejada ao gestor QoS que irá determinar, para cada canal, a largura de banda minima e máxima e irá executar uma distribuição da largura de banda pelos canais. Esta distribuição pode ser feita arbitráriamente, sendo que diferentes politicas de podem ser implementadas ao nivel do gestor de QoS sem necessidade de alterações ao nível da rede. Em [2] os autores implementam um algoritmo baseado em prioridades que irá distribuir a largura de banda pelos canais de acordo com a sua prioridade relativa. Após a distribuição da largura de banda pelos canais o gestor de QoS irá efectuar um mapeamento do valor da largura de banda para os parâmetros operacionais FTT, ( ).Visto que diferentes valores de podem produzir o mesmo valor de largura de banda este mapeamento deve calcular um valor que se aproxime, sem exceder, da largura de banda calculada pelo algoritmo de distribuição. Em [*] os autores adoptam um algoritmo que tenta maximizar o custo da transmissão tentando aproximar este valor o mais possível do valor de requirido pela aplicação. 8

Capítulo 3 Objectivos e Plano de Trabalho O objectivo desta dissertação é desenvolver um sistema de vídeo vigilância sobre o protocolo FTT, para tal criando uma aplicação que permita visualizar os streams das várias câmaras e alterar a qualidade dos streams a pedido do operador usando o middleware do protocolo FTT-SE para fazer pedidos à camada de QoS para que a largura de banda seja distribuida de acordo com as mudanças. Este software também deverá ser capaz de analisar a compressão de cada stream e tentar normalizar a compressão de acordo com a largura de banda disponivel. O trabalho a ser desenvolvido na dissertação está dividido em 7 fases: 1. Pesquisa bibliográfica 2. Estudo do protocolo FTT-SE e do middleware disponivel 3. Especificação do projecto 4. Desenvolvimento da adaptação dinâmica do fator de compressão a um canal de largura de banda constante 5. Desenvolvimento da adaptação dinâmica da largura de banda dos canais de video 6. Realização de testes e validação das especificações 7. Conclusão da escrita da dissertação

Referências [1] R. Marau, L. Almeida, M. Sousa, e P. Pedreiras. A middleware to support dynamic reconfiguration of real-time networks. Em Emerging Technologies and Factory Automation (ETFA), 2010 IEEE Conference on [2] Javier Silvestre-Banes, L. Almeida, R. Marau e P. Pedreiras. On-line QoS management for multimedia real-time transmission in industrial networks. IEEE Transactions on Industrial Networks, 58(3):1061-1071, Mar. 2011. [3] F. G. Molinero, Real-time requirements of media control applications, em Proc. 19th Euromicro Conf. Real-Time Syst., Pisa, Italy, Jun. 2007. [4] P. Pedreiras, P. Gai, L. Almeida, and G. Buttazzo, FTT-Ethernet: A flexible real-time communication protocol that supports dynamic QoS management on Ethernet-based systems, IEEE Trans. Ind. Informat.,vol. 1, no. 3, pp. 162 172, Aug. 2005. [5] Information Technology Digital Compression and Coding of Continuous-Tone Still Images: Requirements and Guidelines, ISO/IEC 10918-1, Feb. 1994. [6] White Paper: Digital Video Compression: Review of the Methodologies and Standards to Use for Video Transmission and Storage, Axis Commun., Lund, Sweden, Jun. 2004. [7] B. Vandalore, W. Feng, R. Jain, and S. Fahmy, A survey of application layer techniques for adaptive streaming of multimedia, Real-Time Imaging, vol. 7, no. 3, pp. 221 235, Jun. 2001. [8] S. Sen, J. L. Rexford, J. K. Dey, J. F. Kurose, and D. F. Towsley, Online smoothing of variable-bit-rate streaming video, IEEE Trans. Multimedia, vol. 2, no. 1, pp. 37 48, Mar. 2000. [9] T. Liu and C. Choudary, Content-adaptive wireless streaming of instructional videos, ACM Multimedia Tools Appl., vol. 28, no. 1, pp. 157 171, Jan. 2006. [10] A. Mittal, A. Pande, and P. Kumar, Content-based network resource allocation for real time remote laboratory applications, em Signal, Image and Video Processing. New York: Springer-Verlag, 2009. 10

[11] J. Ribas-Corbera and S. Lei, Rate control in DCT video coding for low delay communications, IEEE Trans. Circuits Syst. Video Technol., vol. 9, no. 1, pp. 172 185, Feb. 1999. [12] J.-C. Tsai, Rate control for low-delay video coding using a dynamic rate table, IEEE Trans. Circuits Syst. Video Technol., vol. 15, no. 1, pp. 133 137, Jan. 2005. [13] R. Razavi, M. Fleury, and M. Ghanbari, Low-delay video control in a personal area network for augmented reality, IET Image Process., vol. 2, no. 3, pp. 150 162, Jun. 2008.