DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 1 PROJETO DE LEI Nº 192/2009 Poder Executivo Autoriza o Poder Executivo a negociar, com incentivos, a liquidação antecipada dos financiamentos habitacionais ativos e a negociar, com incentivos, todos os imóveis incorporados ao Estado pela extinção da Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul COHAB/RS e introduz alteração nas Leis Estaduais de nº 10.357, de 16 de janeiro de 1995 e nº 13.017, de 24 de julho de 2008, e dá outras providências. Art. 1º - Fica o Poder Executivo, através da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano SEHADUR, autorizado a negociar a liquidação antecipada dos financiamentos e os débitos vencidos de imóveis residenciais provenientes do acervo patrimonial da extinta Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul COHAB/RS, mediante isenção parcial de débitos e do saldo devedor, nas condições previstas neste artigo. 1º - Os financiamentos com cobertura do Fundo de Compensação de Variações Salariais FCVS, com direito à liquidação antecipada nos termos do art. 2º, parágrafo 3º da Lei Federal nº 10.150, de 21/12/2000, poderão ser integralmente quitados, mediante o pagamento pelo mutuário do valor correspondente a 05 (cinco) vezes a prestação mensal vigente na data da quitação, dispensado de outros eventuais débitos vencidos decorrentes do contrato. 2º - Os financiamentos com cobertura do Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS, com direito à liquidação antecipada nos termos do art. 2º, parágrafos 1º e 2º da Lei Federal nº 10.150, de 21/12/2000, poderão ser integralmente quitados, mediante o pagamento pelo mutuário do valor correspondente a 20% (vinte por cento) do saldo devedor teórico vigente na data da quitação, permitindo-se para tanto parcelamento em até 36 meses, dispensado de outros eventuais débitos vencidos decorrentes do contrato. 3º - Os financiamentos sem cobertura do Fundo de Compensação de Variações Salariais FCVS, para imóveis com finalidade residencial, oriundos de empreendimentos habitacionais do ex-bnh, firmados até a entrada em vigor desta Lei, poderão ser amortizados no valor correspondente a 80% (oitenta por cento) do saldo devedor teórico vigente, com opção ao mutuário de liquidação antecipada do contrato. 4º - Os financiamentos originários dos Programas Habitacionais FICAM e CESTA BÁSICA, com parcelas pendentes de liberação por ausência de comprovação por parte do mutuário da execução ou da documentação da obra, poderão ter seu distrato mediante o pagamento do valor equivalente a 50% (cinqüenta por cento) do montante recebido atualizado, permitindo-se o seu parcelamento em até 36 meses. 5º - Na renegociação administrativa de débitos vencidos, decorrentes de contratos de financiamento firmados até a publicação desta Lei, poderão ser concedidos descontos de até 80% (oitenta por cento) sobre o montante do débito. Art. 2º - Fica o Poder Executivo, através da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano SEHADUR, autorizado a alienar os imóveis remanescentes de Núcleos Habitacionais, com finalidade residencial, provenientes do acervo patrimonial da extinta Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul COHAB/RS, aos atuais ocupantes, mediante depreciação do valor de avaliação ou do valor original de venda (Plano de Comercialização) do respectivo Núcleo, devidamente atualizados, em percentuais diferenciados em razão do tipo de Programa Habitacional do ex-bnh a que está vinculado o imóvel, conforme quadro abaixo: PROGRAMA HABITACIONAL DO EX-BNH PERCENTUAL DE DEPRECIAÇÃO
DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 2 (*) PLANHAP 70% PROFILURB E PROMORAR 90% (*) PLANHAP Programa de Casas/Apartamentos Populares do ex-bnh para famílias com renda de 02 a 05 SM; PROFILURB Programa de Lotes Urbanizados do ex-bnh para famílias com renda de zero a 03 SM; PROMORAR Programa de Embriões Habitacionais do ex-bnh para famílias com renda de zero a 03 SM. 1º O atual morador deverá comprovar, por qualquer meio de prova admitido em lei, a ocupação do imóvel pelo período mínimo de 05 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, como moradia própria ou de sua família, e não ser proprietário ou cessionário a qualquer título de nenhum outro imóvel, urbano ou rural. 2º A alienação operar-se-á preferencialmente à vista, permitido o parcelamento em até 60 (sessenta) meses, ou ainda, em caráter de excepcionalidade, a critério do Poder Executivo, em até 120 (cento e vinte) meses, incidindo a taxa nominal de juros e a atualização monetária aplicáveis aos depósitos da caderneta de poupança, a título de administração do contrato. Art. 3º - Fica o Poder Executivo, através da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano SEHADUR, autorizado a alienar, aos atuais ocupantes, os lotes regularizados decorrentes de fracionamento de glebas e de terrenos provenientes do acervo patrimonial da extinta Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul COHAB/RS, pelo valor de avaliação estabelecido, podendo ser concedida depreciação de até 50% (cinqüenta por cento) no valor da avaliação, considerando as características específicas das áreas envolvidas e o perfil sócio-econômico dos ocupantes. 1º O atual morador deverá comprovar, por qualquer meio de prova admitido em lei, a ocupação do imóvel pelo período mínimo de 05 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, como moradia própria ou de sua família, e não ser proprietário ou cessionário de nenhum outro imóvel, urbano ou rural. 2º A alienação operar-se-á preferencialmente à vista, permitido o parcelamento em até 60 (sessenta) meses, ou ainda, em caráter de excepcionalidade, a critério do Poder Executivo, em até 120 (cento e vinte) meses, incidindo a taxa nominal de juros e a atualização monetária aplicáveis aos depósitos da caderneta de poupança, a título de administração do contrato. 3º Aplica-se o disposto neste artigo à hipótese de ocupação comprovada até a data da publicação desta Lei. Art. 4º - Fica também o Poder Executivo, através da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano - SEHADUR, autorizado a alienar os imóveis provenientes do acervo patrimonial da extinta Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul COHAB/RS, não enquadráveis nas hipóteses dos artigos anteriores, aos atuais ocupantes, pelo valor de avaliação estabelecido, podendo ser concedida depreciação de até 50% (cinqüenta por cento) no valor da avaliação, considerando as características específicas dos imóveis envolvidos e o perfil sócio-econômico dos ocupantes. 1º O atual ocupante, se privado, deverá comprovar, por qualquer meio de prova admitido em lei, a ocupação do imóvel pelo período mínimo de 05 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição. 2º A alienação operar-se-á preferencialmente à vista, permitido o parcelamento em até 60 (sessenta) meses, ou ainda, em caráter de excepcionalidade, a critério do Poder Executivo, em até 120 (cento e vinte) meses, incidindo a taxa nominal de juros e a atualização monetária aplicáveis aos depósitos da caderneta de poupança, a título de administração do contrato. 3º Aplica-se o disposto neste artigo à hipótese de ocupação comprovada até a data da publicação desta Lei.
DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 3 Art. 5 - Nas negociações referidas nesta Lei, o valor da parcela não poderá ser inferior a 10% (dez por cento) do valor do Salário Mínimo. Art. 6º - Nas negociações de que trata a presente Lei, na hipótese de pagamento à vista, poderá ser concedido desconto de até 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor devido, já deduzidas as depreciações e os incentivos previstos. Art. 7º - Na hipótese de existência de ação judicial envolvendo o imóvel ou o contrato habitacional, a concessão e o gozo dos benefícios previstos nesta Lei ficam condicionados à prévia desistência da ação ou à renúncia ao direito sobre que se funda a ação. 1º - O pagamento com os benefícios previstos nesta Lei importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos, bem como renúncia a qualquer defesa ou recurso e desistência dos recursos administrativos ou judiciais já interpostos, sendo necessário efetuar a prévia formalização nos respectivos processos, com a devida comprovação. 2º - O exame dos requerimentos formulados com fundamento nesta Lei independentemente do objeto da ação judicial, compete à Procuradoria Geral do Estado. 3º - O pagamento com os benefícios previstos nesta lei não dispensa o recolhimento de custas, emolumentos judiciais, honorários advocatícios e demais despesas processuais de encargo da parte, e que deverão ter sua prévia quitação devidamente comprovada. 4º - A concessão definitiva dos benefícios previstos nesta Lei dependerá de comprovação da quitação das verbas previstas no parágrafo anterior; 5º - Os benefícios concedidos por esta Lei não conferem qualquer direito à restituição ou compensação de importâncias já pagas ou compensadas. Art. 8º - Os tributos incidentes sobre o imóvel no período de ocupação serão de responsabilidade do ocupante e/ou adquirente. Art. 9º - O prazo para a negociação, nas condições estabelecidas nos artigos 1º, 2º, 4º, 5º e 6º desta Lei, é de 36 (trinta e seis) meses, a contar da sua publicação. Art. 10 - Os benefícios de que trata esta Lei não serão reconhecidos ao mesmo beneficiário mais de uma vez. Art. 11 - Fica também autorizada a desafetação, a alienação onerosa ou gratuita, a dação em pagamento, a permuta, a locação, a concessão de direito real de uso e a permissão de uso pelo Poder Executivo, através da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano SEHADUR, dos imóveis de uso administrativo, das glebas e reservas técnicas livres de ocupação provenientes do acervo patrimonial da extinta Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul COHAB/RS. 1º - Aplica-se também o caput deste artigo aos imóveis referidos nos artigos 2º, 3º e 4º desta Lei, quando a alienação direta ao ocupante ficar inviabilizada. 2º - O valor contábil dos imóveis de que trata a presente Lei pelo qual foram incorporados ao patrimônio do Estado, se for o caso, deverá sofrer reavaliação quando da negociação nas modalidades previstas.
DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 4 Art. 12 - Toda e qualquer receita proveniente dos mutuários e dos bens móveis e imóveis da extinta COHAB/RS será destinada integralmente ao Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social FEHIS gerido pela SEHADUR, de que trata a Lei Estadual nº 9.828, de 05 de fevereiro de 1993. Art. 13 - Os incisos IX e X, do artigo 9º da Lei Estadual nº 13.017, de 24 de julho de 2008, passa a vigorar com a seguinte redação:... IX toda e qualquer receita proveniente dos mutuários da extinta COHAB/RS; X - toda e qualquer receita proveniente de bens móveis e imóveis da extinta COHAB/RS; Art. 14 - O parágrafo 2º do artigo 4º da Lei Estadual nº 10.357, de 16 de janeiro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação:... 2º - As obrigações pecuniárias devidas pelos mutuários da COHAB, inclusive as prestações mensais, serão destinadas integralmente ao Fundo referido no caput deste artigo. Art. 15 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 16 - Revogam-se as disposições em contrário. JUSTIFICATIVA Para o fim de solucionar a situação dos financiamentos habitacionais e dos imóveis remanescentes da extinta COHAB-RS, incorporados ao Estado por força da Lei Estadual nº 10.357/1995, está sendo proposto o presente Projeto de Lei com dois objetivos básicos: 1) renegociar e/ou encerrar os contratos de financiamento que permanecem na Carteira Imobiliária da extinta Companhia e que não foram objeto de alienação à Caixa Econômica Federal, no ano de 1999; e 2) oportunizar a alienação dos imóveis remanescentes de Núcleos Habitacionais e os provenientes de loteamentos regularizados a partir de fracionamento de glebas e de terrenos de propriedade da extinta Companhia, com ocupação consolidada. Ainda, conceder a autorização ao Poder Executivo para alienar os imóveis de uso administrativo, da reserva técnica e as glebas livres de ocupação da extinta COHAB/RS, relacionados no inventário incorporado ao Estado do Rio Grande do Sul, obedecendo os preceitos gerais do ordenamento jurídico que rege a venda de imóveis públicos, levando em conta os critérios de conveniência e oportunidade. Os imóveis e os contratos da carteira habitacional da extinta COHAB-RS contemplados no presente Projeto, com os reflexos financeiros decorrentes dos incentivos propostos, estão demonstrados nos ANEXO 01 a 04 a esta Justificativa e apresentam as seguintes características: 1. CONTRATOS DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA OU CONTRATOS DE MÚTUO COM GARANTIA HIPOTECÁRIA, COM COBERTURA DO FCVS E ELEVADA INADIMPLÊNCIA. Compreendem 529 imóveis (casas ou apartamentos) situados em diversos núcleos habitacionais ou em terreno próprio do mutuário, com financiamento ainda ativo, com cobertura do FCVS, que remanesceram da alienação da carteira da extinta COHAB-RS à CEF, em 1999.
DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 5 Esses atingem uma inadimplência em torno de 90% (noventa por cento), estando esgotados na prática todos os procedimentos administrativos de cobrança. Um dos fatores verificados para essa alta inadimplência é a insatisfação manifestada pelos mutuários frente aos descontos e às isenções concedidas pela CEF aos mutuários da carteira adquirida, benefícios esses possíveis e ainda não concedidos diretamente pela extinta COHAB aos contratos similares remanescentes de imóveis situados no mesmo núcleo habitacional. Faz-se assim necessária a correção e o tratamento igualitário ora proposto. Os contratos de financiamento com cobertura do Fundo de Compensação das Variações Salariais FCVS são contemplados pelos benefícios da Lei Federal nº 10.150/2000, de 21/12/2000, podendo o saldo devedor teórico ser liquidado com descontos que variam de 30% a 100%, de acordo com a data do contrato, sendo de responsabilidade daquele Fundo o desconto concedido, que gerarão títulos de crédito negociáveis junto ao Governo Federal nas condições previstas na citada Lei. Considerando a estagnação do débito, sem perspectiva de recuperação e com tendência à continuidade da inadimplência, é recomendável proceder-se na liquidação antecipada desses contratos nas condições da Lei Federal nº 10.150/2000, oportunidade em que o Estado, como sucessor da extinta COHAB, habilitar-seia, no todo ou em parte, a receber o saldo devedor junto ao FCVS, cessando assim os custos mensais (processamento, seguro) com a administração desses créditos, além de propiciar, de imediato, a outorga da escritura ao mutuário. Desta forma, propõe-se a negociação diferenciada para a liquidação antecipada desses 529 contratos, nos termos da Lei Federal nº 10.150, de 21/12/2000, compreendendo 140 contratos com cobertura de 100% do saldo devedor teórico pelo FCVS, e 389 contratos com cobertura de 30% e 70% do saldo devedor teórico pelo FCVS. 2. CONTRATOS DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA SEM COBERTURA DO FCVS. Constituem aproximadamente 330 imóveis, com finalidade residencial, provenientes do acervo patrimonial da extinta COHAB/RS, remanescentes de diversos núcleos habitacionais do ex-bnh, cuja contratação ocorreu com os então ocupantes após a alienação da carteira à CEF. Não possuem cobertura do FCVS, sendo, portanto, de responsabilidade do mutuário a integralidade do valor contratado. À época da contratação, foi utilizado como parâmetro para alienação, o valor original atualizado do plano de vendas das unidades do Núcleo Habitacional, valor este algumas vezes superior à capacidade financeira do adquirente, fato que vem impulsionando também a inadimplência. Como alternativa para adequar o contrato à capacidade de pagamento do mutuário, sugere-se um desconto de 80% (oitenta por cento) no saldo devedor teórico do financiamento, na forma de amortização extraordinária, fato que reduzirá proporcionalmente o encargo mensal do adquirente, facilitando a liquidação antecipada do financiamento. 3. CONTRATOS INATIVOS QUE APRESENTAM DÉBITOS VENCIDOS. Constituem aproximadamente 1.230 contratos de financiamento, liquidados por término de prazo, por saldo nulo ou pelo seguro habitacional, cujas prestações vencidas anteriores à ocorrência do evento motivador da liquidação não foram pagas pelos adquirentes, o que impede a outorga da escritura de compra e venda e a liberação da hipoteca. Como forma de incentivar a quitação integral destes contratos, sugere-se a isenção de 80% do montante da dívida atualizada. 4. CONTRATOS DE MÚTUO COM GARANTIA HIPOTECÁRIA, COM LIBERAÇÃO DE PARCELA AINDA PENDENTE.
DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 6 Constituem 111 imóveis (casas), situados em diversos municípios, construídos em terreno próprio do mutuário com recursos dos programas habitacionais FICAM (34) e CESTA BÁSICA (77), instrumentalizados através de Contrato de Mútuo com Garantia Hipotecária, que remanescem da alienação da carteira da extinta COHAB-RS à CEF, em 1999, por apresentarem parcelas de recursos para obras ainda pendentes de liberação, pela falta de comprovação pelo mutuário, da execução de serviços ou da documentação da conclusão da obra. Estes se encontram em cobrança normal gerando correção monetária e, principalmente, inadimplência elevada. Em vista do tempo já transcorrido, há hoje a impossibilidade de eventual retomada dessas obras não concluídas ou dos repasses não efetuados no seu prazo devido. A par disso, os mesmos contratos geram despesa mensal ao Estado, como sucessor da extinta COHAB/RS, relativa ao prêmio de Seguro Habitacional, sem o devido ressarcimento que deveria ocorrer através do pagamento regular da prestação mensal do financiamento. Desta forma, propõe-se, como a alternativa mais viável para a solução imediata dessas perdas, a fórmula prevista no 4º do artigo 1º deste PL. 5. IMÓVEIS REMANESCENTES DE NÚCLEOS HABITACIONAIS E DE LOTEAMENTOS REGULARIZADOS A PARTIR DE FRACIONAMENTO DE GLEBAS E DE TERRENOS PROVENIENTES DO ACERVO PATRIMONIAL DA EXTINTA COHAB/RS, COM OCUPAÇÃO CONSOLIDADA, SÃO ASSIM AGRUPADOS: a) IMÓVEIS RESIDENCIAIS REMANESCENTES DE NÚCLEOS HABITACIONAIS (CASA, APARTAMENTO OU LOTE URBANIZADO) OCUPADOS POR FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA, POR PERÍODO SUPERIOR A 05 (CINCO) ANOS. Constituem 2.269 (duas mil, duzentas e sessenta e nove) unidades habitacionais. Grande parte desses imóveis situam-se em núcleos habitacionais de baixíssima renda, denominados PROMORAR e PROFILURB, ocupados há mais de 20 anos por famílias carentes indicadas pelas municipalidades, remanejadas de áreas impróprias para habitação. Uma parte desses imóveis pertence ao programa PLANHAP do ex-bnh, onde as unidades foram comercializadas em caráter provisório, através do instrumento denominado Termo de Ocupação com Opção de Compra. Outra parte desses imóveis, principalmente terrenos, foram sendo ocupados ao longo do tempo por famílias de baixa renda, sem a anuência expressa da COHAB-RS, cuja desocupação judicial acabou não se processando por entraves de ordem social. Outro aspecto a destacar é o fato de esses imóveis pertencerem a núcleos habitacionais onde a maioria das unidades, já comercializadas, tiveram seus contratos transferidos à Caixa Econômica Federal, em 1999, e esta ter concedido benefícios consideráveis aos mutuários para permitir a quitação antecipada desses créditos. Diante desses fatos, o atual ocupante irregular que mora no mesmo núcleo, no mesmo tipo de imóvel e com o mesmo tempo de ocupação daquele mutuário já beneficiado pela CEF, resiste em aceitar adquirir o imóvel da extinta COHAB/RS a valor puro de mercado. A desocupação judicial desses imóveis, como já dito, na prática, é inviável, por se tratar de ocupação consolidada e de habitação de interesse social. Razões que legitimam o procedimento especial ora proposto para a avaliação desses imóveis e o conseqüente estabelecimento do valor de venda compatível com a capacidade de pagamento dos seus atuais ocupantes, com vista a viabilizar sua comercialização, neste momento. Por outro lado, pela necessidade de realização dos ativos provenientes da extinta COHAB/RS, tem o Estado, na qualidade de seu sucessor, urgência na alienação desses imóveis que geraram elevado custo de manutenção, tais como impostos e taxas municipais, a despeito do seu uso direto pelos ocupantes irregulares.
DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 7 Considerando o caráter social da operação, sugere-se no presente PL a adoção de critérios para a alienação direta à família ocupante, tais como, percentuais diferenciados para a depreciação do valor da avaliação ou do valor original de venda, pelo tipo de programa habitacional do ex-bnh utilizado no loteamento, à época; parcelamentos; comprovação de ocupação do imóvel pelo período mínimo de 05 (cinco) anos para moradia própria e de sua família; não seja esta proprietária ou concessionária a qualquer título de outro imóvel, urbano ou rural, entre outros. b. LOTES RESIDENCIAIS REGULARIZADOS DECORRENTES DE FRACIONAMENTO DE GLEBAS E DE TERRENOS OCUPADOS POR FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA. Constituem 2.211 (dois mil, duzentos e onze) lotes regularizados decorrentes de fracionamento de glebas provenientes do acervo patrimonial da extinta COHAB/RS, utilizando-se o Projeto More Legal, para a regularização urbanística e fundiária. Também são lotes de ocupação consolidada, na grande maioria, por famílias de baixa renda, e a concessão de parcelamento e encargos financeiros compatíveis com o perfil sócio-econômico são condições necessárias para viabilizar a sua comercialização aos atuais moradores. Como forma de incentivar a comercialização desses lotes, sugere-se a depreciação de até 50% (cinqüenta por cento) do valor de avaliação. c. OUTROS IMÓVEIS REMANESCENTES DE NÚCLEOS HABITACIONAIS (PRÉDIOS, TERRENOS E RESERVAS TÉCNICAS) COM DESTINAÇÃO SOCIAL/RESIDENCIAL OU COMERCIAL, OCUPADOS. Constituem 1.401 (um mil, quatrocentos e um) prédios, terrenos, reservas técnicas e glebas, situados em diversos núcleos habitacionais, cedidos em comodato a diversas entidades sem fins lucrativos (públicas e privadas), locados a terceiros para exploração comercial ou simplesmente ocupados. Cabe agora ao Estado, como sucessor da extinta COHAB-RS, agilizar a alienação dessas unidades, concedendo aos atuais comodatários, locatários ou simplesmente ocupantes, a preferência de compra pelo valor de avaliação estabelecido, considerando as características específicas dos imóveis envolvidos. A título de incentivo para a comercialização dessas unidades, sugere-se também a depreciação de até 50% (cinqüenta por cento) no valor de avaliação, desde que a operação seja realizada diretamente com o atual ocupante, com ocupação devidamente comprovada mínima de 5 (cinco) anos. Por fim, como forma de incentivar as negociações com os adquirentes e propiciar o imediato ingresso de receita para o Estado, sugere-se, na hipótese de pagamento à vista, ainda, o desconto de até 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor devido, já deduzidas as depreciações e incentivos tratados nos itens anteriores. 6 IMÓVEIS DE USO ADMINISTRATIVO, RESERVAS TÉCNICAS e GLEBAS LIVRES DE OCUPAÇÃO DA EXTINTA COHAB/RS, RELACIONADOS NO INVENTÁRIO DA EXTINÇÃO, INCORPORADOS AO PATRIMÔNIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Para esses 128 imóveis, o projeto ora em pauta concede a autorização legislativa para a desafetação, alienação onerosa ou gratuita, a dação em pagamento, a permuta, a locação, a concessão de direito real de uso e a permissão de uso pelo Poder Executivo, que deverá obedecer aos princípios gerais da legislação própria, em particular, as normas da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e suas alterações posteriores e atender as normas de conveniência e oportunidade à disposição do Administrador Público. Simultaneamente, em continuidade aos procedimentos já adotados durante a fase de liquidação da extinta Companhia, em toda a negociação direta com Municípios, o Estado buscará a quitação de eventuais débitos tributários municipais que envolvem os imóveis transacionados com fundamento no presente projeto de lei e que representam todo o acervo patrimonial recebido da ex-cohab/rs.
DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 8 Importante aqui registrar que o projeto em pauta vem operacionalizar o que já está preconizado no artigo 4º e seus parágrafos, da Lei Estadual nº 10.357, de 16 de janeiro de 1995 (Lei de Liquidação da ex- COHAB/RS), ou seja, que o Estado, através da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano SEHADUR, tem o encargo de promover a alienação ou a doação dos bens móveis e imóveis integrantes do acervo da ex-cohab/rs preferencialmente a programas sociais, educacionais e habitacionais. A par disso, o presente Projeto de Lei também atende aos princípios insertos nas Constituições Federal e Estadual, na Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade) e na Lei Estadual nº 13.017, de 24 de julho de 2008 (Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social SEHIS), que dizem com o estabelecimento de políticas habitacionais, de programas de subsídios, de disponibilização de recursos públicos no atendimento a essas necessidades sociais, de utilização prioritária de áreas de propriedade do poder público estadual na implantação e sustentação de projetos habitacionais de interesse social e incentivo à implementação dos diversos institutos jurídicos que regulamentam o acesso à moradia, entre outros dispositivos que disciplinam o acesso à titulação da casa própria às populações de baixa renda. As alterações ora propostas nas Leis Estaduais de nº 10.357, de 16 de janeiro de 1995 e nº 13.017, de 24 de julho de 2008, objetivam atualizar seu texto em vista da edição de novos princípios no que diz respeito à política estadual de habitação de interesse social e à gestão do Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social FEHIS. Considera-se no presente projeto a preocupação em destinar toda e qualquer receita proveniente dos contratos de mútuo e das negociações dos imóveis do acervo da extinta COHAB/RS ao Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social FEHIS, instituído pela Lei Estadual nº 9.828, de 05 de fevereiro de 1993, sob a administração da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, que tem como objetivo centralizar e gerenciar os recursos orçamentários para os programas no âmbito do SEHIS, destinados a implementar políticas habitacionais à população de menor renda, em consonância com o que já foi previsto na lei da liquidação da COHAB/RS de nº 10.357/95. Por todas as razões expostas, faz-se necessária a aprovação da presente Lei, para conceder ao Estado do Rio Grande do Sul, como sucessor da extinta COHAB-RS, a devida autorização para negociar os ativos incorporados, nas condições especiais acima propostas. OF.GG/SL 211 Porto Alegre, 12 de agosto de 2009. Senhor Presidente: Dirijo-me a Vossa Excelência para encaminhar-lhe, no uso da prerrogativa que me é conferida pelo artigo 82, inciso III, da Constituição do Estado, o anexo Projeto de Lei que Autoriza o Poder Executivo a negociar, com incentivos, a liquidação antecipada dos financiamentos habitacionais ativos e a negociar, com incentivos, todos os imóveis incorporados ao Estado pela extinção da Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul COHAB/RS e introduz alteração nas Leis Estaduais de nº 10.357, de 16 de janeiro de 1995 e nº 13.017, de 24 de julho de 2008, e dá outras providências, a fim de ser submetido à apreciação dessa Egrégia Assembléia Legislativa. A justificativa que acompanha o Expediente evidencia as razões e a finalidade da presente proposta. Atenciosamente, Yeda Rorato Crusius,
DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 14 de agosto de 2009. PRO 9 Excelentíssimo Senhor Deputado Ivar Pavan, Digníssimo Presidente da Assembleia Legislativa, Palácio Farroupilha, Nesta Capital. Governadora do Estado.