AVALIAÇÃO DE ÁGUAS PROVINDAS DA DESSALINIZAÇÃO PARA IRRIGAÇÃO QUANTO AOS TEORES DE CÁTIONS E ÂNIONS.

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DE ÁGUAS PROVINDAS DA DESSALINIZAÇÃO PARA IRRIGAÇÃO QUANTO AOS TEORES DE CÁTIONS E ÂNIONS. Jair José Rabelo de Freitas (1); Jayny Myrelle Chagas de Freitas (2); Osvaldo Nogueira de Sousa Neto (3); Nildo da Silva Dias (4) (Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró RN. E-mail: Jair_ufersa@yahoo.com.br ; meyllyn15@gmail.com ; Universidade Federal Rural do Semiárido, campus Angicos RN. E-mail: osvaldo.neto@ufersa.edu.br;universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró RN. E-mail nildo@ufersa.edu.br ) Resumo: muitos poços da mesoregião Oeste Potiguar possuem baixas vazões e altos teores de sais dissolvidos, podendo tornar essas águas inviáveis para a irrigação. Seu uso agrícola pode oferecer riscos ao meio ambiente, promovendo a salinização dos solos e redução da produção vegetal. Portanto objetiva-se classificar a água proveniente de processo de dessalinização para irrigação quanto aos teores de cátions e ânions, em dois períodos. O estudo foi realizado na comunidade de Bom Jesus, Campo Grande RN, no Oeste Potiguar. A comunidade é abastecida com unidade de captação e tratamento de água por dessalinização. As coletas de amostras de água foram realizadas de modo a retratar ou abranger as estações do ano, verificando as alterações das águas: outubro (2013) período seco e fevereiro (2014), início do período chuvoso. A fim de se estudar alterações nas características químicas da água. As coletas de água realizadas são provenientes de três fontes: água salobra (AS) de poço sem qualquer tratamento; água Dessalinizada (AD), que passou pelo tratamento por osmose reversa e a água de rejeito salino (ARS). Para realizar a classificação fins de irrigação, foram determinados os seguintes parâmetros: Condutividade Elétrica (CE em ds m -1 ), potencial hidrogeniônico (ph), as concentrações de Sódio (Na + ), Cálcio (Ca 2+ ), Magnésio (Mg 2+ ), Potássio (K + ), Cloreto (Cl - ), de acordo com as metodologias propostas por Richards (1954). Sendo estas classificadas de acordo com limites adotados por Ayers e Westcot (1999). A concentração dos íons, as águas de rejeito dos dois períodos possuem teores de Ca, Mg, e Cl - acima dos níveis considerados normais para uso na irrigação, apenas os teores de Na, CO3 2- e HCO3 - estão dentro da faixa considerada normais para estes elementos. Cosme (2011) constatou que grande percentagem de águas de rejeito possuem teores de Ca, Na, HCO3 - e Cl - dentro dos níveis considerados normais, sendo que poucas comunidades apresentaram teores de CO3 - e Mg dentro dos níveis normais. Ao analisar os cátions e ânions das águas dessalinizadas com base nos valores considerados normais, todos os elementos encontram-se dentro da normalidade para uso na irrigação, nos dois períodos de acordo com Ayers e Westcot (1999). Os dados corroboram com os encontrados por Cosme (2011), onde ele observou que mais de 90% das comunidades de Mossoró RN estão dentro da normalidade para águas de irrigação. A concentração dos íons Ca, Mg e Cl da água de rejeito salino nos dois períodos estudados estão acima dos níveis normais para uso na irrigação, não sendo recomendadas para este fim. A água dessalinizada apresentou concentração dentro da normalidade, sendo adequadas para uso na irrigação. Palavras-chave: Salinidade da água, rejeito salino, uso agrícola.

INTRODUÇÃO A Região Nordeste, em especial na sua porção semiárida, historicamente é afligida pela escassez de água. Conforme dados da Agência Nacional de Águas ANA, nesta região, o balanço entre a disponibilidade e a demanda dos recursos hídricos superficiais está entre os mais preocupantes do país (BRASIL, 2007). Uma alternativa para o abastecimento das comunidades rurais do Semiárido Nordestino é a utilização de águas subterrâneas de poços tubulares (MEDEIROS et al., 2003). Entretanto, segundo Costa et al., (2006) muitos dos poços perfurados possuem baixas vazões e altos teores de sais dissolvidos, podendo tornar essas águas inviáveis ao consumo humano e para a agricultura. Seu uso agrícola pode oferecer riscos ao meio ambiente, promovendo a salinização dos solos e redução da produção agrícola (SANTOS et al, 2011). Segundo Porto et al., (2001), o uso crescente dessa técnica de dessalinização na região semiárida brasileira poderá trazer impactos ambientais severos devido a esse rejeito produzido, que é a água com elevados teores de sais, em que dependendo do equipamento e da qualidade da água do poço, a quantidade de rejeito salino gerado será da ordem de 40 a 60% do total de agua salobra proveniente do poço. O grande desafio da utilização do sistema de tratamento de água com osmose reversa está na disposição ou reutilização da água de rejeito de forma a evitar impactos negativos ao ambiente, pois comumente são derramados em cursos d água e no solo sem qualquer avaliação (Oliveira et al., 2017). Dessa forma fazem-se necessários estudos que classifiquem a água proveniente de processo de dessalinização para irrigação quanto aos teores de cátions e ânions. MATERIAL E MÉTODOS As amostras de solo e água foram coletadas na comunidade de Bom Jesus, situada no município de Campo Grande RN, no Oeste Potiguar. A qual é abastecida com unidade de captação e tratamento de água por dessalinização e utilizava o rejeito no cultivo de tilápia em viveiros. O clima predominante da região Oeste Potiguar, segundo classificação de Köppen é do tipo BSw h, caracterizado por ser muito quente e semiárido, com a estação chuvosa se atrasando para o outono, levando a dois períodos distintos: um de chuvas, com duração aproximada de 4 meses, e outro de estiagem, nos oito meses restantes. Dessa forma a

comunidade possui vegetação caatinga hiperxerófila, de natureza mais seca e porte baixo, adaptada a escassez e baixa umidade do ar, o que proporciona revestimento em geral de cor acinzentada. Figura 1 - Mapa de solos (IBGE) da área experimental, mesorregião do Oeste Potiguar, com a localização da coleta destacado no retângulo vermelho. Fonte: Adaptado de IBGE (2015) por Oliveira (2016). As coletas de água foram realizadas regularmente em cada área de estudo, de modo a retratar ou abranger as estações do ano, verificando as alterações das águas e o efeito direto no solo: outubro (2013) período seco, praticamente sem chuvas; fevereiro (2014), início do período chuvoso. A fim de se estudar alterações nas características químicas da água e solo, bem como os impactos causados pelo manejo incorreto do concentrado salino. As coletas de água foram realizadas em localização espacial e temporal, proveniente de três fontes: água salobra (AS) de poço sem qualquer tratamento e a água de rejeito salino (ARS). A água do processo de dessalinização é de suma importância no estudo, principalmente a água de rejeito, visto que o monitoramento das propriedades químicas do solo é em razão de sua disposição direta, sem manejo adequado. As amostras das águas foram coletadas após 5 minutos de funcionamento do sistema de dessalinização. As amostras de água foram acondicionadas em garrafas plásticas, opacas,

de 500 ml, hermeticamente fechadas, armazenadas em caixa térmica com gelo, a fim de evitar ao máximo a atividade microbiológica e em seguida conduzidas para análise laboratorial. Nas amostras de água, para realizar a classificação fins de irrigação, foram determinados os seguintes parâmetros: Condutividade Elétrica (CE em ds m -1 ), potencial hidrogeniônico (ph), as concentrações de Sódio (Na + ), Cálcio (Ca 2+ ), Magnésio (Mg 2+ ), Potássio (K + ), Cloreto (Cl - ), Carbonato (CO3 2- ) e Bicarbonato (HCO3 - ), de acordo com as metodologias propostas por Richards (1954). Abaixo estão dispostos os resultados das análises da água (Tabela 1 e 2): Tabela 1 - Análise química e classificação das águas no período de outubro de 2013, (P1) início do período seco. FONTE HÍDRICA Ph CE K + Na + Ca 2+ Mg 2+ Cl - CO3 2- HCO3 - RAS Dureza Cátions Ânions (água) ds m -1 "------------------------ mmolc L -1 ------------------------" mg L -1 "---mmolc L -1 --" Água salobra 7,11 0,43 0,06 1,66 1,85 1,65 5,6 0 0,5 1,26 175 5,23 6,10 Água de rejeito 7,16 6,96 0,88 19,70 29,5 27,2 70 0 3,5 3,70 2835 77,28 73,50 Água dessalinizada 7,5 0,42 0,06 1,48 0,05 0,05 2,2 0 0,3 6,66 5 1,65 2,50 Tabela 2 - Análise química e classificação das águas no período de fevereiro de 2014 (P2), início do período chuvoso. FONTE HÍDRICA ph CE K + Na + Ca 2+ + Mg 2+ Cl - CO3 2- HCO3 - RAS Dureza Cátions Ânions (água) ds m -1 "------------------------ mmolc L -1 ------------------------" mg L -1 "--- mmolc L -1 ---" Água salobra 7,36 5,7 1,41 0,95 29,2 50 0,8 5,6 0,25 1460 31,56 56,4 Água de rejeito 7,08 8,4 1,72 1,25 45,9 75 0 8 0,26 2295 48,87 83 Água dessalinizada 5,7 0,3 0,43 0,10 0,7 1,8 0 1,5 0,17 35 1,23 3,3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para água dessalinizada (AS), todos os elementos encontram-se dentro da normalidade para uso na irrigação nos dois períodos estudados, de acordo com Ayers e Westcot (1999), os resultados corroboram com os encontrados por Cosme (2011). Com relação à concentração dos íons, as águas de rejeito dos dois períodos possuem teores de Ca, Mg, e Cl- acima dos níveis considerados normais para uso na irrigação (Tabela 3), apenas os teores de Na, CO3 2- e HCO3 - estão dentro da faixa considerada normais para

estes elementos. Cosme (2011) constatou que grande percentagem de águas de rejeito possui teores de Ca, Na, HCO3 e Cl -1 dentro dos níveis considerados normais, sendo que poucas comunidades apresentaram teores de CO3 - e Mg dentro dos níveis normais. Tabela 3 - Teores de cátions e ânions e restrição de uso da água para irrigação de acordo com a qualidade para irrigação. Valores 1º Periodo 2º Periodo Parâmetro Unidades Normais AS ARS AS ARS Ca 2+ 0 20 1,85 29,5 25 mmolc L -1 29 Mg 2+ 0 5 1,65 27,2 20,9 mmolc L -1 Na + 0-40 1,66 19,7 0,95 1,25 mmolc L -1 CO3 2-0 - 0,1 0 0 0,8 0 mmolc L -1 HCO3-0 10 0,5 3,5 8 8 mmolc L -1 Cl - 0-30 5,6 70 50 75 mmolc L -1 1 Adaptado de Ayers e Westcot (1999) e Cosme (2011). De acordo com de Moraes Flores et al., (2017) ao estudar a determinação de ânions para análise da qualidade da água subterrânea no município de Medianeira, no período de 1 ano, observou que Cl - foi o único ânion estudado que esteve presente em todas as amostras, apesar de possuir baixas concentrações quando comparado com o VMP, não excedendo em nenhum ponto o limite estipulado pela Legislação. Também na segunda etapa de coleta o Cl - esteve presente em todas as amostras, mas com baixas concentrações, média de 4,4 mg L -1. CONCLUSÕES A água salobra e a dessalinizada apresentou concentração dentro da normalidade, sendo adequadas para uso na irrigação quanto aos teores de cátions e ânions. A concentração dos íons Ca, Mg e Cl da água de rejeito salino nos dois períodos estudados estão acima dos níveis normais para uso na irrigação, não sendo recomendadas para este fim. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYERS, R.S.; WESTCOT, D.W. A qualidade da água na agricultura. 2. ed. Campina Grande: UFPB, 1999. 153p. (Estudos FAO: Irrigação e Drenagem, 29);

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