CATALISADORES SUPORTADOS EM ZEÓLITA NaY NA DEGRADAÇÃO DE CORANTE TÊXTIL

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Transcrição:

CATALISADORES SUPORTADOS EM ZEÓLITA NaY NA DEGRADAÇÃO DE CORANTE TÊXTIL K. R. PICCOLI, M. H. N. O. SCALIANTE, N. R. C. FERNANDES-MACHADO Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Engenharia Química E-mail para contato: karenrpiccoli@gmail.com; nadia@deq.uem.br RESUMO Sabe-se que o efluente de indústria têxtil é de difícil tratamento por meios tradicionais, pois além de possuir uma alta demanda química de oxigênio, é também fortemente colorido e com alta toxidez. Em função desta dificuldade encontrada, os processos de oxidação avançada (POAs), em particular a fotocatálise heterogênea, se mostraram métodos promissores para a remoção de poluentes orgânicos de efluentes têxteis. Neste trabalho será apresentada a aplicação da fotocatálise heterogênea no tratamento de efluente têxtil sintético (solução de corante Azul Reativo 250 (RB250) a 10 e 100 mg.l -1 ), utilizando radiação artificial UV, potência de 250 W, durante 5 h. Os catalisadores utilizados foram sintetizados com 2,5%, 5% e 10% (m/m) de ZnO, Nb 2 O 5 e TiO 2 suportados em zeólita NaY comercial por impregnação úmida. A degradação fotocatalítica será acompanhada por descoloração da solução por espectroscopia de absorção no visível. 1. INTRODUÇÃO Os corantes fazem parte de um grupo de materiais chamados colorantes que são caracterizados por absorverem luz na região do visível (350 a 760 nm). São compostos orgânicos capazes de colorir substratos têxteis ou não têxteis, em condições de processos préestabelecidos (ZOLLINGER, 1991). A poluição de corpos d água com estes compostos provoca, além de poluição visual, alterações nos ciclos biológicos, afetando principalmente processos fotossintéticos. Para controlar a poluição gerada pelo descarte de efluentes líquidos têxteis, muitas indústrias utilizam técnicas baseadas em métodos físico-químicos seguidos de processo biológico que apresentam também alguns inconvenientes: o primeiro tem a necessidade de requerer outros métodos subsequentes para tratar os resíduos gerados, assim, apenas transfere o contaminante da fase líquida para a fase sólida. Já o processo biológico, mesmo sendo um método ecologicamente correto, pode se mostrar ineficiente para a completa remoção de cor e degradação de compostos tóxicos (LEDAKOWICZ et al., 2000). A fotocatálise heterogênea, dentre outras técnicas, é estudada atualmente como um tratamento complementar, por ser capaz de mineralizar materiais que não são eliminados pelos processos tradicionais (FERNANDES-MACHADO, 2005). No entanto, apesar dos catalisadores em nanopartículas mostrarem uma eficiência considerável nos tratamentos de fotocatálise, o seu pequeno tamanho é um dos principais problemas no tratamento de efluente,

pois são de difícil filtração e recuperação. Com isso, recentes pesquisas têm sido direcionadas para a impregnação dos catalisadores em suportes adequados (SOBANA e SWAMINATHAN, 2008). As zeólitas são fortes candidatas a suportes catalíticos, devido às suas características, tais como: estabilidade; elevado volume de poros; propriedade adsorvente e a regularidade de sua estrutura de poros, o que confere ao catalisador suportado porosidade e resistência mecânica (ALVER e METIN, 2012). Neste contexto, a consolidação da tecnologia de tratamento de efluentes hídricos por fotocatálise depende fundamentalmente do desenvolvimento do catalisador apropriado. Assim, a fotocatálise heterogênea mostra-se como uma alternativa viável de minimização dos efeitos ambientais negativos causados pela indústria têxtil. Desta forma, neste trabalho foi estudada a atividade de fotocatalisadores imobilizados na degradação/mineralização fotocatalítica do corante azul reativo C.I. 250, avaliando também a influência do fotocatalisador: ZnO, TiO 2 e Nb 2 O 5 impregnados em zeólita NaY, a influência da concentração de corante e a influência do teor de fotocatalisadores impregnados. 2. METODOLOGIA Os fotocatalisadores Nb 2 O 5 /NaY, TiO 2 /NaY e ZnO/NaY, nas proporções de 2,5%, 5% e 10% cada um deles, foram sintetizados por impregnação úmida com o catalisador disperso com água em ultrassom e posterior secagem em rota-evaporador sobre o suporte. Os catalisadores foram granulados, selecionando-se grãos entre 0,85 e 1,00 mm. Foram então calcinados a 500 C/5h. Os catalisadores utilizados foram caracterizados por Difração de Raios X (DRX), Ponto de Carga Nula e Dessorção à Temperatura Programada de Amônia (DTP-NH 3 ). Na análise de difração de raios-x utilizou-se o difratômetro de Raios-X Shimadzu modelo XRD6000, tubo de Cu em modo 2teta com irradiação CuKα, tensão 30 kv e 10 ma, velocidade 2º/min, intensidade de 2000 cps. Os difratogramas foram analisados com o auxílio do banco de dados do Software Xpert Score. Para o ponto de carga nula, a seguinte metodologia foi adotada: 200 mg de cada catalisador disperso em 50 ml de água deionizada. Repetiu-se o mesmo procedimento utilizando 50 ml de solução de cloreto de potássio (KCl) 1 mol/l. Determinou-se o ph das duas soluções após agitação por 15 min. Os valores de ponto de carga zero são obtidos através da equação de Keng e Uehara, Equação 1. pcz = 2 ph (KCl) ph (água) (1) A análise de Dessorção à Temperatura Programa de Amônia (DTP-NH 3 ) teve como objetivo identificar e quantificar a acidez dos catalisadores. Foi realizada no equipamento CHEMBET 3000 da QuantaChrome Instruments. Os testes fotocatalíticos foram realizados com 1 g/l de concentração de catalisador. Inicialmente a solução ficou em contato com o catalisador no escuro, por 1 h para uma possível adsorção do corante no catalisador, seguida de 5 h de irradiação. O sistema de reação

foi formado por um reator de 500 ml de volume de corante sintético Azul Reativo C.I. 250 na concentração de 10 mg.l -1, equipado com um agitador magnético e um controlador de temperatura. A radiação foi fornecida por uma lâmpada de 250 W (EMPALUX), sem bulbo para obter a radiação UV, preferencialmente. A atividade catalítica foi avaliada em termos de redução de absorção. A absorbância foi medida a 617nm (HACH DR5000 espectrofotômetro), correspondente ao máximo de absorção da corante. 3. RESULTADOS 3.1. Caracterização dos catalisadores As análises de difração de raios-x foram realizadas com a finalidade de identificar as fases cristalinas presentes nas amostras. Os difratogramas foram analisados com o auxílio do banco de dados do Software Xpert Score, como pode ser visualizado na Figura 1, referente ao difratograma do Nb 2 O 5 /NaY. Figura 1 Difratograma de Raios-X do óxido de nióbio suportado na zeólita NaY. De uma forma geral, verifica-se que os métodos utilizados para obtenção dos catalisadores preservaram a estrutura característica da zeólita, quando comparada com o difratograma da zeólita NaY de partida. No entanto, não foi possível detectar picos de ZnO, TiO 2 e Nb 2 O 5 impregnados em NaY. Os resultados da análise Dessorção à Temperatura Programa de Amônia (DTP-NH 3 ) estão apresentados na Tabela 1. Nota-se que todos os catalisadores apresentam acidez, característica dos óxidos impregnados, com os catalisadores com Nb 2 O 5 os com maior acidez. A acidez aumentou com o aumento do teor de óxidos impregnados. A temperatura de máxima dessorção indica sítios fracos com máximo em torno de 250 C.

Por fim, o ponto de carga nula phpcz é o ph no qual o adsorvente tem uma carga superficial líquida zero. A superfície do adsorvente tem uma carga líquida positiva quando ph < phpcz, enquanto que para ph > phpcz a superfície possui uma carga líquida negativa. Tabela 1 Resultado da análise de DTP em catalisadores suportados. Catalisador Massa(g) Volume NH 3 (ml) mmol NH 3 mmol NH 3 g/cat Temp. pico (ºC) 2,5%Nb 2 O 5 /NaY 0,202 6,4445558 0,26852 1,32932 279,1 5%Nb 2 O 5 /NaY 0,202 5,7399552 0,23916 1,18398 267,6 10%Nb 2 O 5 /NaY 0,218 4,4795545 0,18665 0,85618 239,7 2,5% TiO 2 /NaY 0,202 3,9934915 0,1664 0,82374 252,8 5% TiO 2 /NaY 0,203 4,1772802 0,17405 0,85741 262,3 10% TiO 2 /NaY 0,205 3,362713 0,14011 0,68348 248,8 2,5% ZnO/NaY 0,201 3,9437798 0,16432 0,81753 240,5 5% ZnO/NaY 0,204 4,2112346 0,17547 0,86014 246,1 10% ZnO/NaY 0,201 3,6728878 0,15304 0,76138 243,5 No processo fotocatalítico, a adsorção da matéria orgânica é necessária para que ocorra a interação das moléculas de corante com os catalisadores suportados oxidando-as, no entanto a adsorção não pode ser forte a ponto de sobrecarregar o fotocatalisador. A adsorção forte pode impedir que a energia luminosa alcance os sítios ativos, diminuindo sua eficiência fotocatalítica. A interação do fotocatalisador com a água ou com íons hidróxidos é necessária para a formação do radical hidroxila, que é o agente oxidante que ataca a matéria orgânica. Estima-se que um efluente que tenha ph próximo do phpcz do catalisador favoreça o processo fotocatalítico. A Tabela 2 apresenta os valores do ponto de carga nula dos catalisadores e os valores do ph da solução de corante com o catalisador, no início do teste, 0 h, antes de ligar a lâmpada, 1 h, e no fim do teste, 6 h. Nota-se que o ph do meio fica em patamares inferiores aos de carga nula do respectivo catalisador, subindo lentamente com o progresso da reação. Tabela 2 Resultados do ponto de carga nula dos catalisadores suportados. Catalisador phpcz Amostra 0h Amostra 1h Amostra 6h 2,5 % Nb 2 O 5 /NaY 7,38 6,08 6,10 6,34 5 % Nb 2 O 5 /NaY 6,80 6,12 6,18 6,41 10 % Nb 2 O 5 /NaY 5,41 6,24 6,22 6,42 2,5 % TiO 2 /NaY 8,32 7,61 7,59 8,42 5 % TiO 2 /NaY 7,55 7,47 7,38 7,40 10 % TiO 2 /NaY 6,50 7,22 7,23 7,30 2,5 % ZnO/NaY 8,13 7,34 7,32 7,46 5 % ZnO/NaY 8,02 7,13 7,14 7,44 10 % ZnO/NaY 8,00 7,28 7,22 7,33

3.2. Testes Fotocatalíticos Primeiramente, realizou-se um teste fotocatalítico apenas com o suporte NaY para uma melhor análise dos catalisadores impregnados neste suporte, Figura 2a. Analisando a degradação do corante utilizando apenas o suporte NaY vê-se que a quantidade degradada atinge uma razão de C/Co igual a 0,4, o que implica em uma degradação de aproximadamente 60%, comprovando que a zeólita é capaz de descolorir a solução. Isso confirma a atuação da zeólita em facilitar a fotólise pela área de contato, originando uma função pseudo-catalítica da mesma. Visualmente não foi observado coloração na zeólita. As Figuras 2b, 3a e 3b apresentam os perfis de descoloração ao longo do tempo para os catalisadores impregnados. Figura 2 - Degradação fotocatalítica do corante sintético a 10 mg.l -1 : a 1g/L de NaY. b - 1g/L de Nb 2 O 5 /NaY a b Figura 4 Degradação fotocatalítica do corante sintético a 10 mg.l -1 : a - 1g/L de TiO 2 /NaY; b - 1g/L de ZnO/NaY a b Avaliando os três tipos de catalisadores em diferentes porcentagens m/m, nota-se que os melhores resultados foram aqueles onde foi empregado óxido de zinco, nomeadamente o catalisador 10% ZnO/NaY que degradou 100% da solução de corante sintético com apenas 4 h de fotocatálise. A diferença de atividade dos catalisadores pode ser justificada em parte devido à acidez de cada um, como é o caso do 2,5% Nb 2 O 5 /NaY, que é o mais ácido e de menor descoloração do corante, enquanto o catalisador menos ácido apresentando maior degradação. Isso pode ser explicado pelo ph ácido da solução de corante. Deve-se observar também que em todos os testes não foi observada adsorção de corante na primeira hora de

teste, realizado no escuro e que a redução de coloração ocorreu somente pela degradação fotocatalítica. 4. CONCLUSÃO Foi demonstrado que a fotocatálise é um processo terciário promissor para o tratamento de efluentes da indústria têxtil, assim mostra-se como uma alternativa viável de minimização dos efeitos ambientais causados pelo corante. O método de preparação dos catalisadores, impregnação úmida dos óxidos ZnO, TiO 2 e Nb 2 O 5 em zeólita NaY, geraram fotocatalisadores com alta atividade catalítica, obtendo-se resultados promissores nos testes fotocatalíticos com corante sintético. Foi evidenciado que o óxido de zinco suportado em zeólita NaY, apresenta maior eficiência na degradação do corante. A impregnação dos fotocatalisadores em zeólita NaY gera catalisadores ativos e viabiliza sua reutilização, uma vez que não se formam partículas dispersas no meio, podendo-se empregar grãos maiores de fácil separação. 5. REFERÊNCIAS ALVER, E.; METIN, A. U. Anionic dye removal from aqueous solutions using modified zeolite: Adsorption kinetics and isotherm studies. Chem. Eng. J., 2012, 200 202: 59 67. FERNANDES-MACHADO, N.R.C., SANTANA, V.S., Influence of thermal treatment on the structure and photocatalytic activity of TiO 2 P25, Catal. Today, 2005, V. 107 108, 595 601. KENG J.C.W.; UEHARA, G. Proceedings of Soil Crop Science Society of Florida, 1974, v. 33, p.119-126. LEDAKOWICZ, S.; SOLECKA, M.; ZYLLA, R. Biodegradation, decolourisation and detoxication of textile wastewater enhanced by advanced oxidation processes. Journal of Biotech., 2000, 89: 175-184. SOBANA, N.; SWAMINATHAN, M. The effect of operational parameters on the photocatalytic degradation of acid red 18 by ZnO. Separation and Purification Technology, 2008, 56: 101 107. ZOLLINGER, H. R. Color Chemistry: Syntheses, properties and applications of organic dyes and pigments. Wiley -VCH: Weinheim, New York, 2 nd Edition, 1991.