Alopecia Areata Abordagem Homeopática Diagnóstico e Tratamento



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Transcrição:

Abordagem Homeopática Diagnóstico e Tratamento Luciana Valentini de Melo Cesarini V CONABRAH - 2006

AlopeciaAreata Diagnóstico Clínico na grande maioria casos Formas difusas crônicas: Dosagem de ac tiróide / RSS / tricograma (diminuição de pelos anágenos e maior número de telógenos) e biópsia do couro cabeludo (bisturi)

AlopeciaAreata Terapêutica Alopática Sintomático: rubefacientes (placas) corticóides tópicos e infiltração intralesional Antralina Minoxidil

AlopeciaAreata Terapêutica Alopática PUVA carcinogênese e recidivas Corticóides sistêmicos efeito rebote Ciclosporina- ef.colaterais e alto índice de recidivas Imunoterapia tópica (DNFB, difenciprone)

AlopeciaAreata Evidências a favor da diátese tuberculínica: Alterações imunológicas relacionadas a imunidade celular tardia (Reação tipo IV Gel & Coombs) Participação de LT supressores e produção de citocinas inflamatórias Reação inflamatória folicular discreta que não destrói o folículo, porém o inibe de forma reversível. Laboratório: tiroidite com titulação baixa de ac, TSH pouco aum., T4 livre pouco aumentado. Comorbidades de padrão tuberculínico: Addisson

Diátese tuberculínica hipóteses fisiopatológicas: Processo inflamatório local por irritação do endotélio capilar do bulbo piloso por floculação protéica e liberação de citocinas inflamatórias (quadro brando)

Evidências a favor diátese sifilínica: Comorbidades de padrão sifilínico (Hashimoto, miastenia gravis, colite ulcerativa, etc) Alta incidência em portadores de Síndrome de Down Quadro clínico superponível ao da Alopeciada sífilis secundária (difusa, com alt. ungueais) Histologia: infiltrado linfo-plasmocitário perivascular ao redor do bulbo sem evidência do treponema Laboratório: dosagem de ac da tiróide em altos níveis TSH suprimido e aumento de T4 livre.

diátese sifilínica: Hipóteses fisiopatológicas: Alteração do metabolismo intermediário: privação de nutrientes as células do bulbo folicular inicialmente o inibindo, e posteriormente com definhamento e morte celular. Toxicidade direta das células germinativas do bulbo piloso pela toxina sifilínica, com inibição e destruição do mesmo.(refratariedade do bulbo)

Caso clínico AA Evolução de 1 ano sob tratamento homeopático Tratamentos anteriores alopáticos ineficazes

Caso clínico ID: VFSV, 11 anos, fem, bca, natural e procedente de Guarulhos SP QD: queda de cabelos há 7 meses HPMA: O problema iniciou após voltar de viagem da casa da avó e das primas na Paraíba. Trinta dias após o retorno iniciou queda em placas, primeiro na nuca, com progressão e perda quase total dos cabelos e pelos do corpo

Caso clínico Cronobiopatografia Parto normal P=3,9 kg A=? Aleitamento materno exclusivo até 3 meses idade, sem outras intercorrências 0-2anos: Sempre gripada com mudança de T para o frio, sempre atacava a garganta junto, com formação de pús, febre e catarro amarelado 2-5anos: Quadro de vômitos com diarréia, se forçada a comer, não aceitava nada Obstipação intestinal crônica, até 3 dias sem evacuar

Caso clínico 5 aos 8 anos: Rinite alérgica (<com poeiras, esforço físico), obstrutiva, com espirros, sem coriza, com sangramento e cefaléia no tempo frio. Sempre se alimentou muito mal, sem apetite, dificuldade para ganhar peso/ cansaço físico/ cáries dentárias frequentes Sintomas gerais : Aversão a leite de vaca / piora pelo tempo frio Sintomas locais: transpiração fria nos pés e mãos (molha as meias, seca as mãos na roupa) digestório: eliminação de gazes Intestinos: regulares com fezes cilíndricas.

Sintomas psíquicos: Alopecia Areata Caso clínico Muito tímida, com vergonha de tudo. Emotiva, sensível ao sofrimento alheio. Contida nas palavras, não briga e não grita, porém é nervosa e irritada, não reage para brigar. Insegura, pede a opinião alheia para tudo que faz. Esconde dos pais fatos depreciativos ocorridos na escola (relacionados a falta de cabelo/ as vezes apanha). Manias: chupar o dedo e carregar paninhos pela casa (dorme até hoje com eles)

Caso clínico Antecedentes familiares: maternos: D.M, HAS, depressão(tia), alcoolistas. paternos: IAM, alcoolistas.

Caso clínico Exame físico: Ângulo de Charpi=90 graus Ângulo Braço-Antebraço > 180 graus Frouxidão ligamentar dedos das mãos Pálato ogival 1 gânglio pequeno pequeno e duro retrocervical Unhas finas e frágeis / dentes incisivos sup. com manchas brancas Alopeciadifusa do couro cabeludo, com ausência de pilificação em outras partes do corpo/ Restante sem alterações dn

Exames laboratoriais: Ac tiroidianos, TSH e T4 livre sem alterações Hb: 12,6 Ht: 37,3 / eosinófilos: 8,7 / Ferro sérico nl Ferritina: 6.9 (7-140)

Caso clínico Diagnósticos: Clínicos: Alopecia areata difusa com perda da pilificação corporal/ Rinite alérgica(atopia) inapetência Biotipológico: Sulfúrica magra com sinais de fluorismo Temperamental: linfática Diatésico: tuberculinismo, psora, sifilinismo

Caso clínico Diátese a ser tratada: Tuberculinismo incompatível (fase linfoganglionar astênica desmineralizante) Causalidade extrínseca: Psíquica (após voltar de viagem)

Antes do tratamento homeopático

AlopeciaAreata Caso clínico Conduta terapêutica: Silicea 6CH China officinalis 6CH Tuberculinum TK 30 CH

5 o mês de seguimento sob Tratamento homeopático

Caso clínico Melhora importante da repilação em c.cabeludo, melhora dos gazes, ressecamento das fezes (dia sim, dia não em bolinhas), apetite ainda ruim. Conduta terapêutica: Suspenso China off. e Tub. TK Sanicula aqua 6 CH Silicea 9CH

8 meses após Tratamento Homeopático

Caso clínico Regularização da função intestinal (1x/d), fezes cilíndricas, melhora do apetite, com ganho de peso, mais disposta, dormindo bem, menos irritada. Conduta terapêutica: Suspenso Sanicula aqua 6CH Mantido Silicea 9CH

12 meses após tratamento homeopático

Caso clínico (após 12 meses) Repilação total do couro cabeludo, sobrancelhas, antebraços, pernas ainda sem repilação. Unhas mais fortes. Diminuição da transpiração em extremidades, agora > em axilas, menos friorenta. Fezes entopem o vaso, a cada 2 dias. Muito nervosa, se contrariada dá murro na parede. Conduta terapêutica: tratar o sifilinismo Phosphorus 6CH Selenium 6 CH

Caso clínico 1 mês após, por telefone - relato da mãe: Ela está comendo bem, sem gazes, intestino normalizou, menos irritada. Notei que a rodinha sem cabelo lado D, já está repilando novamente.

Conclusões: Provável implicação das diáteses tuberculínica e sifilínica na gênese da AA Causalidade extrínsica psíquica como importante fator desencadeante diatésico