OpenVirteX no ambiente FIBRE. RF Relatório Final. Autor: Nilon Guedes Duarte



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Transcrição:

OpenVirteX no ambiente FIBRE RF Relatório Final Autor: Nilon Guedes Duarte Data: 18/01/2016

1. Introdução Cada ilha do FIBRE tem um conjunto de dispositivos com o protocolo OpenFlow, para que mais de um experimento seja realizado simultaneamente é necessário uma camada intermediaria. Atualmente o software utilizado é o FlowVisor, um controlador que atua como um proxy transparente entre os switches OpenFlow e os controladores dos usuários. O FlowVisor apresenta problemas de estabilidade, o que motivou esse projeto, uma alternativa para o FlowVisor é o OpenVirteX, um controlador que atua como um virtualizador de rede, podendo criar múltiplas redes virtuais sobre a rede física, cada rede virtual tem seu próprio controlador. Figura 1: OpenVirteX na camada de virtualização, entre a rede física e os controladores. 2. Ambiente de testes A rede utilizada para o projeto foi a ilha da UFRJ e principalmente o emulador de rede Mininet. Mininet é um emulador de rede que cria uma rede de hosts, switches e links, proporcionando melhor controle e flexibilidade para o estudo e testes. Para o controle da rede OpenFlow foi utilizado majoritariamente o controlador Floodlight. O principal ambiente utilizado foi a máquina virtual disponibilizada no tutorial do próprio OpenVirteX, que vem com o Mininet, Floodlight e OpenVirteX instalados no mesmo sistema. Os testes na ilha da UFRJ foram feitos com o OpenVirteX e o controlador de rede OpenFlow instalados em máquinas virtuais distintas. 2

3. Lições aprendidas 3.1. Visão Geral do Sistema O OpenVirteX é um virtualizador de rede que trabalha com o conceito de tenant, cada tenant tem a ilusão de quem possui toda a rede a sua disposição e garante o isolamento do tráfego. Como virtualizador o OpenVirteX permite a criação de redes virtuais isoladas com topologias determinadas pelo usuário, cada rede virtual pode usar seu próprio sistema operacional de rede e permite alterar a rede virtual durante a execução. Figura 2: Em amarelo está representada a rede física, em azul a rede virtuais de cada tenant e em verde o sistema que faz a conexão lógica entre a rede virtual e a rede física. Na esquerda da Figura 2 temos duas redes virtuais vnet 1 e vnet 2 com seus tenants, cada rede virtual é logicamente separada e cada tenant tem apenas a visão da sua topologia virtual. O Global Map é o responsável por receber as chamadas de configuração e estabelecer o mapeamento entre a rede física e as redes virtuais. Na direita está ilustrado a separação física e virtual feita pela virtualização/desvirtualização do Global Map. A virtualização é a ação lógica que acontece quando uma mensagem OpenFlow sai da rede física para ser entregue ao controlador da rede virtual e a desvirtualização acontece no processo inverso. Para cada rede virtual o OpenVirteX cria vários mapeamentos, para esse projeto é importante destacar o mapeamento de link virtual para link físico e o mapeamento de flow. No mapeamento de link é possível identificar quais links físicos são utilizados pelo link virtual e o mapeamento de flow é feito entre todos os pares de hosts e o entre todos os hosts e o endereço de broadcast, cada um recebendo um identificador de flow. 3

3.2. Utilização O OpenVirteX possui uma API para controle e monitoramento utilizando o protocolo JSON RPC 2.0. As chamadas para criação da rede virtual e seus parâmetros são as seguintes: createnetwork <protocol> <controller_urls> <ip_network> <ip_mask> Cria uma rede virtual com protocolo e endereço do controlador especificado Endereço da rede IP e máscara são exigidos mas não estão implementados Retorna o identificador do tenant da rede que é usado em todas as demais chamadas createswitch [options] <tenant_id> <physical_dpids> Cria um switch virtual para o tenant especificado Retorna o identificador do switch virtual createport <tenant_id> <physical_dpid> <physical_port> Cria uma porta virtual no switch virtual correspondente ao switch físico especificado Retorna o número da porta virtual connectlink <tenant_id> <src_virtual_dpid> <src_virtual_port> <dst_virtual_dpid> <dst_virtual_port> (routing mode and the number of backup routes) Cria um link entre os dois switches virtuais especificados connecthost <tenant_id> <vitual_dpid> <virtual_port> <host_mac> Conecta um host em um switch virtual 3.3. Virtualização de Endereço IP A colisão entre os tenants é evitada criando para cada host um endereço virtual (único dentro da rede virtual) e um endereço físico (único dentro da rede física). A tradução entre os endereços garante que o controlador de cada tenant possa lidar com os fluxos seguindo seu próprio esquema de endereçamento, pois na criação da rede virtual é possível que o endereço IP dos hosts se sobreponham entre em diferentes redes virtuais, isto é, dois hosts podem ter o mesmo endereço IP se estiverem em redes virtuais distintas. Também garante que os switches possam diferenciar o tráfego de diferentes tenants. Por padrão, o primeiro octeto do endereço IP físico é usado para codificar o identificador do tenant. 3.4. Codificação de Endereço MAC Os endereços MAC da fonte e do destino são utilizados pelo OpenVirteX para codificar informações. O endereço MAC é formado pelo ON.Lab s OUI (A4:23:05) e 3 bytes para codificar as seguintes informações: Identificador do Tenant Primeiro byte da fonte Isola os tenants em um link virtual Identificador do Link virtual Últimos 2 bytes da fonte e meio byte do destino Permite identificar a qual link virtual a mensagem pertence, pois links virtuais distintos podem estar utilizando o mesmo link físico Identificador do Flow Últimos 2 bytes e meio do destino Permite identificar o fluxo que entrou em um link virtual e recuperar ao sair do link virtual. 4

3.5. Loop de Eventos O primeiro problema Figura 3: Em azul os componentes virtuais, em verde os componentes do Global Map e em laranja os componentes da rede física. As setas em azul representam os canais OpenFlow. 5

O loop de eventos é importante para entender como o OpenVirteX trata o LLDP ( Link Layer Discovery Protocol ), aqui está o primeiro problema para a utilização do OpenVirteX no ambiente federado do FIBRE, o OpenVirteX trata o LLDP vindo dos switches ele mesmo (bloco PhysicalNetworkHandleLLDP() ), sem passar para o controlador, isso causa conflito quando duas redes utilizando OpenVirteX estão conectadas, pois os pacotes LLDP enviados pelos switches de uma rede serão recebidos na outra outra rede, exemplo: Figura 4: Ilustração de duas redes utilizando OpenVirteX Duas redes utilizando OpenVirteX, ovxa e ovxb As rede são conectas entre sí pelos switches, swa da rede ovxa e swb da rede ovxb swa envia LLDP para swb swb encaminha o LLDP ao ovxb ovxb reconhece o pacote como um pacote LLDP ovxb não encontra swa conectado nele, entende como um erro no processamento da mensagem e desconecta o switch swb Essa cadeia de eventos se repete, pois o switch swb se conecta novamente ao OpenVirteX. Mesmo que o switch não fosse desconectado e o link entre os switches swa e swb fossem identificados pelos OpenVirteX ovxa e ovxb jamais um link entre os dois switches poderia ser criado, pois para criar o link é necessário que ambos os switches do link estejam criados na rede virtual, como os switches estão conectados em OpenVirtex diferentes, não é possível criar o link. 6

3.6. Outros problemas O identificador de flow é um único dentro da rede virtual, criado pelo OpenVirteX entre a fonte e o destino, no caso do destino estar em uma rede diferente da rede da fonte não seria possível identificar o flow. O identificador de tenant é único em cada sistema, quando o pacote passasse de um sistema para outro, o identificador do tenant pode não mais corresponder ao mesmo controlador. A virtualização de endereço IP cria um IP único dentro da rede física, a comunicação entre as redes pode causar conflito nos endereços. Toda a camada de isolamento e abstração usada pelo OpenVirteX para que cada tenant tenha a ilusão de que tem toda a rede a sua disposição impossibilita o funcionamento em federação. O controlador POX não estava funcionando com o OpenVirteX em meus testes. O desenvolvimento está parado, a última atualização foi em 05/01/2015 e todos da equipe estão trabalhando em outros projetos. 3.7. Interface Web Um projeto para utilização do OpenVirteX por uma interface web utilizando a API JSON RPC foi iniciado, o primeiro protótipo se mostrou funcional mas o desenvolvimento foi interrompido para que fosse feito um estudo mais aprofundado das limitações e dos problemas da implantação em federação. O protótipo criava a rede, switches, portas, links e conectava hosts de acordo com as escolhas e parâmetros do usuário, a limitação era que a rede virtual apenas poderia ser um subconjunto da rede física, não por uma limitação tecnológica, apenas para simplificar esse primeiro protótipo. Figura 5: Primeira tela do protótipo da interface web para criar redes virtuais utilizando OpenVirteX 7

4. Conclusão e avaliação Inicialmente o OpenVirteX se mostrou muito interessante e promissor, com o conceito de virtualização poderoso e simples, porém, com a impossibilidade da implantação em federação se tornou inviável para o testbed. Para instalação isoladamente em cada ilha ainda se mostra interessante, pode ser instalado sobre o FlowVisor. Para a implantação em todo o testbed seria necessário um esforço enorme de desenvolvimento para que o OpenVirteX se tornasse um sistema distribuído. 5. Referências Bibliográficas OpenVirteX ovx.onlab.us Projeto OpenVirteX no GitHub github.com/opennetworkinglab/openvirtex OpenFlow Switch Specification www.opennetworking.org/images/stories/downloads/sdn resources/onf specifications/ope nflow/openflow spec v1.0.0.pdf Flowgrammable flowgrammable.org/sdn/openflow/ 8