RELATÓRIO SEMESTRAL DE

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A rr t i gg oo 11... º ee ) PP rr oo cc ee dd ee rr àà ee l aa bb oo rr aa çç ãã oo dd ee N aa t uu rr ee zz aa dd oo cc uu m ee nn t oo ss ee ss t rr aa t éé gg i cc oo ss pp aa rr aa A D i rr ee cc çç ãã oo - G ee rr aa l dd aa PP oo l í t i cc aa oo ss ee cc t oo rr dd aa j uu ss t i çç aa,,, dd ee JJ uu ss t i çç aa,,, aa bb rr ee vv i aa dd aa m ee nn t ee nn oo m ee aa dd aa m ee nn t ee aa t rr aa vv éé ss dd aa dd ee ss i gg nn aa dd aa pp oo rr D G PP JJ,,, éé uu m f oo rr m uu l aa çç ãã oo dd ee cc oo nn t rr i bb uu t oo ss ss ee rr vv i çç oo cc ee nn t rr aa l dd aa aa dd m i nn i ss pp aa rr aa aa ss G rr aa nn dd ee ss O pp çç õõ ee ss dd oo t rr aa çç ãã oo dd i rr ee cc t aa dd oo E ss t aa dd oo,,, nn oo PP l aa nn oo,,, aa cc oo m pp aa nn hh aa nn dd oo ee ââ m bb i t oo dd oo M i nn i ss t éé rr i oo dd aa aa vv aa l i aa nn dd oo aa ss uu aa ee xx ee cc uu çç ãã oo ; JJ uu ss t i çç aa,,, dd oo t aa dd oo dd ee aa uu t oo nn oo m i aa f ) A pp oo i aa rr aa dd ee f i nn i çç ãã oo dd aa ss aa dd m i nn i ss t rr aa t i vv aa,,, qq uu ee f uu nn cc i oo nn aa pp rr i nn cc i pp aa i ss oo pp çç õõ ee ss ee m m aa t éé rr i aa nn aa dd ee pp ee nn dd êê nn cc i aa dd oo rr ee ss pp ee cc t i vv oo oo rr çç aa m ee nn t aa l ; M i nn i ss t rr oo... gg ) A ss ss ee gg uu rr aa rr oo dd ee ss ee nn vv oo l A rr t i gg oo 22... º vv i m ee nn t oo dd oo ss ss i ss t ee m aa ss dd ee M i ss ss ãã oo ee aa t rr i bb uu i çç õõ ee ss aa vv aa l i aa çç ãã oo dd ee ss ee rr vv i çç oo ss nn oo 11 A D G PP JJ t ee m pp oo rr m i ss ss ãã oo ââ m bb i t oo dd oo M i nn i ss t éé rr i oo,,, pp rr ee ss t aa rr aa pp oo i oo t éé cc nn i cc oo,,, cc oo oo rr dd ee nn aa rr ee cc oo nn t rr oo l aa rr aa ss uu aa aa cc oo m pp aa nn hh aa rr ee m oo nn i t oo rr i zz aa rr aa pp l i cc aa çç ãã oo ee ee xx ee rr cc ee rr aa ss pp oo l í t i cc aa ss,,, aa ss ss ee gg uu rr aa rr oo pp l aa dd ee m aa i ss cc oo m pp ee t êê nn cc i aa ss qq uu ee l hh ee nn ee aa m ee nn t oo ee ss t rr aa t éé gg i cc oo ee aa ss ee j aa m aa t rr i bb uu í dd aa ss nn aa l ee i cc oo oo rr dd ee nn aa çç ãã oo dd aa ss rr ee l aa çç õõ ee ss ss oo bb rr ee ee ss t aa m aa t éé rr i aa ; ee xx t ee rr nn aa ss ee dd ee cc oo oo pp ee rr aa çç ãã oo,,, hh ) C oo nn dd uu zz i rr aa pp oo l í t i cc aa ee ss ee nn dd oo aa i nn dd aa rr ee ss pp oo nn ss áá vv ee l pp ee l aa aa rr t i cc uu l aa rr aa ss aa cc çç õõ ee ss dd ee i nn f oo rr m aa çç ãã oo ee ss t aa t í ss t i cc aa dd aa cc oo oo pp ee rr aa çç ãã oo nn aa áá rr ee aa dd aa j uu ss t i çç aa... j uu ss t i çç aa,,, cc oo oo rr dd ee nn aa rr aa aa cc çç ãã oo ee 22 A D G PP JJ pp rr oo ss ss ee gg uu ee aa ss pp rr ee ss t aa rr aa pp oo i oo aa oo ss ss ee gg uu i nn t ee ss SIMPLIFICAÇÃO aa t rr i bb uu i çç õõ ee ss : rr ee pp DA rr ee ss ee nn ACÇÃO t aa nn t ee ss dd oo E ss t aa dd oo aa ) A pp oo i aa rr oo m ee m bb rr oo dd oo PP oo rr t uu gg uu êê ss nn oo ss óó rr gg ãã oo ss G oo vv ee rr nn oo rr ee ss pp oo nn ss áá vv ee l pp ee l aa i nn t ee rr nn aa cc i oo nn aa i ss dd oo ss ee cc t oo rr ee áá rr ee aa dd aa j uu ss t i çç aa nn aa cc oo EXECUTIVA nn cc ee pp çç ãã oo,,, pp rr oo m oo vv ee rr ee aa pp oo i aa rr aa ss aa cc oo m pp aa nn hh aa m ee nn t oo ee aa vv aa l i aa çç ãã oo m ee dd i dd aa ss dd ee cc oo oo pp ee rr aa çç ãã oo dd aa ss pp oo l í t i cc aa ss,,, pp rr i oo rr i dd aa dd ee ss ee j uu rr í dd i cc aa ee j uu dd i cc i áá rr i aa cc oo m oo bb j ee cc t i vv oo ss dd oo M i nn i ss t éé rr i oo dd aa oo uu t rr oo ss E ss t aa dd oo ss,,, ss ee m pp rr ee j uu í zz oo JJ uu ss t i çç aa ( M JJ ),,, bb ee m cc oo m oo nn aa dd aa ss aa t rr i bb uu i çç õõ ee ss pp rr óó pp rr i aa ss dd oo dd ee f i nn i çç ãã 1.º oo ee RELATÓRIO ee xx ee cc uu çç ãã oo dd ee SEMESTRAL M i nn i ss t éé rr i oo dd oo ss DE N ee gg óó cc i oo ss E ss pp oo l í t i cc aa ss nn oo dd oo m í nn i oo dd aa t rr aa nn gg ee i rr oo ss ; j uu ss t i çç aa cc oo m aa U nn i ãã oo E uu rr oo i ) A cc oo m pp aa nn hh aa rr ee aa pp oo i aa rr aa pp ee i aa,,, oo uu t rr oo ss MONITORIZAÇÃO E ss t aa dd oo ss ee pp oo l í t i cc aa i nn t ee rr nn aa cc i oo nn aa l dd oo oo rr gg aa nn i zz aa çç õõ ee ss i nn t ee rr nn aa cc i oo nn aa i ss ; E ss t aa dd oo PP oo rr t uu gg uu êê ss nn aa áá rr ee aa dd aa bb ) C oo nn cc ee bb ee rr,,, pp rr ee pp aa rr aa rr,,, aa nn aa l i j uu ss t i çç aa,,, cc oo oo rr dd ee nn aa nn dd oo aa ss aa rr ee aa pp oo i aa rr t ee cc nn i cc aa m ee nn t ee aa rr ee pp rr ee ss ee nn t aa çç ãã oo dd oo M JJ nn aa ee xx ee cc uu çç ãã oo dd ee i nn i cc i aa t i vv aa ss,,, m ee dd i nn ee gg oo cc i aa çç ãã oo dd ee cc oo nn vv ee nn çç õõ ee ss,,, dd aa ss l ee gg i ss l aa t i vv aa ss,,, pp oo l í t i cc aa ss ee aa cc oo rr dd oo ss ee t rr aa t aa dd oo ss i nn t ee rr pp rr oo gg rr aa m aa ss nn oo ââ m bb i OUTUBRO t oo dd oo M JJ ee DE nn aa cc 2009 i oo nn aa i ss,,, bb ee m cc oo m oo ee m pp rr oo cc ee dd ee rr àà ss uu aa aa vv aa l i aa çç ãã oo ; cc oo m i ss ss õõ ee ss,,, rr ee uu nn i õõ ee ss,,, cc oo nn cc ) A ss ss ee gg uu rr aa rr aa rr ee cc oo l hh aa,,, f ee rr êê nn cc i aa ss,,, oo uu oo rr gg aa nn i zz aa çç õõ ee ss uu t i l i zz aa çç ãã oo,,, t rr aa t aa m ee nn t oo ee ss i m i l aa rr ee ss ; aa nn áá l i ss ee dd aa i nn f oo rr m aa çç ãã oo ee ss t aa j ) A cc oo m pp aa nn hh aa rr aa ss qq uu ee ss t õõ ee ss t í ss t i cc aa dd aa j uu ss t i çç aa ee pp rr oo m oo vv ee rr rr ee l aa t i vv aa ss aa oo cc oo nn t ee nn cc i oo ss oo dd aa aa dd i f uu ss ãã oo dd oo ss rr ee ss pp ee cc t i vv oo ss U nn i ãã oo E uu rr oo pp ee i aa nn aa ss m aa t éé rr i aa ss rr ee ss uu l t aa dd oo ss,,, nn oo qq uu aa dd rr oo dd oo dd aa j uu ss t i çç aa ; ss i ss t ee m aa ee ss t aa t í ss t i cc oo nn aa cc i oo nn aa l ; l ) R ee cc oo l hh ee rr ee ee ss t uu dd aa rr aa ss dd ) A uu xx i l i aa rr nn oo dd ee ss ee nn vv oo l vv i m nn oo rr m aa ss dd ee dd i rr ee i t oo i nn t ee rr ee nn t oo dd ee pp l aa nn oo ss ee ss t rr aa t éé gg i cc oo ss nn aa cc i oo nn aa l ee dd ee dd i rr ee i t oo aa pp aa rr aa aa rr ee dd ee j uu dd i cc i áá rr i aa ee pp aa rr aa U nn i ãã oo E uu rr oo pp ee i aa aa pp l i cc áá vv ee i ss oo uu oo ss dd i vv ee rr ss oo ss ss ee rr vv i çç oo ss dd aa ee m rr ee l aa çç ãã oo àà ss qq uu aa i ss oo E ss t aa dd oo aa dd m i nn i ss t rr aa çç ãã oo dd aa j uu ss t i çç aa,,, PP oo rr t uu gg uu êê ss ss ee pp rr ee t ee nn dd aa vv i nn bb ee m cc oo m oo aa nn t ee cc i pp aa rr ee cc uu l aa rr,,, bb ee m cc oo m oo ee ss t uu dd aa rr ee aa cc oo m pp aa nn hh aa rr oo i m pp aa cc t ee dd aa ss dd i vv uu l gg aa rr aa j uu rr i ss pp rr uu dd êê nn cc i aa,,, aa aa l t ee rr aa çç õõ ee ss ss oo cc i aa i ss,,, ee cc oo nn óó dd oo uu t rr i nn aa ee aa pp oo l í t i cc aa m i cc aa ss ee nn oo rr m aa t i vv aa ss nn aa cc aa rr aa cc oo m uu nn i t áá rr i aa ss pp aa rr aa oo ss ee cc t oo rr... cc t ee rr i zz aa çç ãã oo,,, l oo cc aa l i zz aa çç ãã oo ee A rr t i gg oo 33... º aa cc t i vv i dd aa dd ee dd oo ss óó rr gg ãã oo ss,,, C aa rr gg oo ss dd ee dd i rr ee cc çç ãã oo ss uu pp ee rr i oo rr ss ee rr vv i çç oo ss ee oo rr gg aa nn i ss m oo ss dd aa A D G PP JJ éé dd i rr i gg i dd aa pp oo rr uu m aa dd m i nn i ss t rr aa çç ãã oo dd aa j uu ss t i çç aa ; dd i rr ee cc t oo rr - gg ee rr aa l,,, cc oo aa dd j uu vv aa dd oo ee ) PP rr oo cc ee dd ee rr àà ee l aa bb oo rr aa çç ãã oo dd ee pp oo rr t rr êê ss dd i rr ee cc t oo rr ee ss,,, cc aa rr gg oo ss dd ee dd oo cc uu m ee nn t oo ss ee ss t rr aa t éé gg i cc oo ss pp aa rr aa dd i rr ee cc çç ãã oo ss uu pp ee rr i oo rr dd ee

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SIMPLIFICAÇÃO DA ACÇÃO EXECUTIVA 1.º RELATÓRIO SEMESTRAL DE MONITORIZAÇÃO OUTUBRO 2009-3 -

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Índice Capítulo I Introdução... 7 Capítulo II - Medidas de Simplificação da Acção Executiva... 9 Capítulo III Metodologia... 12 1. Plano de acompanhamento da Simplificação da Acção Executiva... 12 2. Metodologia utilizada na monitorização... 13 Capítulo IV Resultados da monitorização... 17 1. Síntese dos resultados da monitorização... 18 2. Execuções mais simples... 20 a. Intervenção tipificada do juiz... 20 c. Reforço do papel do agente de execução... 21 i. Acesso directo a dados de identificação dos executados e dos seus bens... 21 ii. Extinção das execuções por falta de bens penhoráveis... 22 d. Execução imediata de sentença... 23 e. Notificações electrónicas entre o agente de execução, o tribunal e os advogados... 24 f. Citações electrónicas às Finanças e à Segurança Social... 25 g. Citação edital electrónica... 25 h. Publicitação da venda de bens penhorados por meios electrónicos... 26 i. Extinção da execução através de envio electrónico da informação ao tribunal... 26 j. Acesso directo ao registo informático de execuções... 27 l. Novas regras da tramitação inicial da acção executiva... 27 m. Estabelecimento da ordem de realização da penhora... 28 n. Criação de depósitos equiparados a depósitos públicos... 29 3. Execuções mais eficazes... 29 a. Livre substituição do agente de execução... 29 b. Dever de informação acrescido do agente de execução... 30 c. Alargamento do desempenho das funções de agente de execução a advogados... 31 d. Criação da Comissão para a Eficácia das Execuções... 32 e. Arbitragem institucionalizada na acção executiva... 34 f. Novo regime remuneratório dos agentes de execução... 34 g. Venda em leilão electrónico... 35 4. Evitar acções judiciais desnecessárias... 35-5 -

a. Criação de uma lista pública de execuções... 35 b. Mecanismos de apoio ao sobreendividamento... 36 5. Avaliação global do regime pelos operadores... 37 6. Dificuldades reportadas... 39 Capítulo V Análise dos indicadores estatísticos... 40 1. Acções executivas cíveis - 1996 a 2009... 40 a. Evolução global 1996 a 2008... 40 b. Movimento processual entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto de 2009... 43 c. Análise dos processos entrados de 1 de Abril a 31 de Agosto de 2009 e comparação com períodos homólogos... 46 i. Movimento processual... 46 ii. Processos findos e pendentes a 31 de Agosto de 2009... 47 iii. Processos findos, segundo as modalidades de termo... 48 iv. Duração média... 49 2. Agentes de execução... 50 3. Actividade disciplinar da CPEE... 52 Capítulo VI Conclusões... 53 Capítulo VII - Soluções para o futuro... 55-6 -

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO A aplicação do novo regime da Simplificação da Acção Executiva, introduzido pelo Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, foi objecto de um acompanhamento permanente por parte da Direcção-Geral da Política de Justiça (DGPJ) e, decorridos os primeiros seis meses desde a entrada em vigor destas alterações, cabe elaborar um primeiro relatório de monitorização. Reportando-se ao período compreendido entre Abril e Outubro de 2009, o presente relatório dá conta dos resultados obtidos no quadro da monitorização da Simplificação da Acção Executiva. No segundo capítulo procede-se à apresentação das medidas de simplificação da acção executiva. No terceiro capítulo é indicada a metodologia utilizada no acompanhamento e na monitorização. No quarto capítulo são apresentados os resultados da monitorização. Identificam-se as principais medidas introduzidas e avaliam-se os efeitos práticos de cada uma, procurando determinar o seu contributo para a concretização do objectivo que prosseguem. No quinto capítulo é efectuada a análise dos indicadores estatísticos da justiça e outros elementos quantitativos sobre a acção executiva e as medidas adoptadas. No sexto capítulo são apresentadas as conclusões. Finalmente, no sétimo capítulo, apontam-se algumas soluções para o futuro. Do presente relatório fazem parte três anexos: o Anexo I, contendo a análise da doutrina; o Anexo II, que sintetiza a intervenções dos participantes nas sessões de divulgação; e o Anexo III, que apresenta os modelos de questionários para recolha de elementos no âmbito da monitorização. - 7 -

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CAPÍTULO II - MEDIDAS DE SIMPLIFICAÇÃO DA ACÇÃO EXECUTIVA A Simplificação da Acção Executiva foi introduzida pelo Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro. Os principais objectivos da Simplificação da Acção Executiva são tornar as execuções mais simples, através da eliminação das formalidades desnecessárias, promover a eficácia das execuções e evitar as acções judiciais desnecessárias. A concretização dos objectivos delineados passa, de forma transversal, pela concepção de uma nova repartição de competências entre o juiz, o agente de execução e a secretaria, que permitiu proceder à eliminação das intervenções do juiz ou da secretaria que envolviam uma troca de informação de cariz essencialmente burocrático. Assim, reserva-se a intervenção do juiz para situações em que exista efectivamente um conflito, como o caso do despacho liminar, da oposição à execução e à penhora, da verificação e graduação de créditos e do julgamento das reclamações dos actos do agente de execução, suprimindo-se o poder geral de controlo que cabia anteriormente ao magistrado. Consagra-se um reforço do papel do agente de execução, pois para além da realização de todas as diligências da execução, incluindo as citações, as notificações e as publicações, passa agora a tomar decisões relativamente a matérias que estavam na esfera de actuação do juiz, como seja, isentar os rendimentos do executado de penhora, mediante a verificação de três requisitos, ou reduzir para metade a parte penhorável do vencimento do executado, uma vez mais mediante a verificação de três condições, entre outros múltiplos exemplos. O próprio estatuto do agente de execução foi objecto de modificações de fundo, pois por um lado, abriu-se ao advogado a possibilidade de exercício das funções de agente de execução e, por outro lado, aumentou-se a sua responsabilidade em sede de condução do processo executivo, não só porque o agente de execução está agora adstrito ao dever de informação junto do exequente, podendo este último livremente substituí-lo, mas também porque se encontra sujeito ao poder disciplinar de um órgão novo, especificamente criado para assegurar o controlo disciplinar e a fiscalização da sua actividade - a Comissão para a Eficácia das Execuções -, a qual pode ainda destituir o agente de execução de determinado - 9 -

processo executivo e decidir questões relacionadas com os impedimentos, suspeições e escusas dos agentes de execução. Do mesmo modo, diversos actos cuja realização competia à secretaria incluem-se agora na esfera de competências do agente de execução, como sejam a inserção dos dados no registo informático de execuções, a recusa do requerimento executivo, a remessa do processo ao juiz para despacho liminar e a liquidação dos juros da obrigação exequenda e das custas e créditos dos credores reclamantes. Institui-se um mecanismo de execução automática da sentença, nos termos do qual se permite que o autor declare, na petição inicial ou em qualquer outro momento do processo declarativo, que pretende ver executada a sentença que condene o réu ao pagamento de uma quantia certa logo após o trânsito em julgado da mesma. Introduz-se a possibilidade de utilização da arbitragem institucionalizada no quadro da acção executiva, mormente, através da previsão legal de criação de centros de arbitragem voluntária. Estes serão constituídos por entidades autorizadas pelo Ministro da Justiça e terão competência para a resolução de litígios resultantes do processo de execução e para as diligências de execução. Cria-se a lista pública de execuções, com o propósito de evitar as acções executivas votadas à frustração. Em estreita ligação com a referida lista, são criados os mecanismos de apoio às pessoas sobreendividadas, com o objectivo de assegurar a ligação entre o sistema de justiça e os cidadãos. Prevê-se a figura dos depósitos equiparados a depósitos públicos, cuja propriedade e gestão caberá aos agentes de execução. Procede-se também à instituição de uma nova modalidade de venda: a venda em leilão electrónico. Tendo em vista promover a eficácia das execuções, o Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, criou a Comissão para a Eficácia das Execuções, que entrou em funcionamento no dia 31 de Março de 2009 (data de entrada em vigor do referido diploma), e cujo financiamento é assegurado pela Câmara dos Solicitadores e pela Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, ao abrigo do disposto no Estatuto da Câmara dos - 10 -

Solicitadores e no Decreto-Lei n.º 165/2009, de 22 de Julho. A Comissão para a Eficácia das Execuções (CPEE) é um órgão independente que funciona em Plenário (onze membros) e em Grupo de Gestão (cinco membros), ao qual incumbe emitir recomendações para a eficácia das execuções e formação dos agentes de execução, definir o número de candidatos a admitir em cada estágio de agente de execução e seleccionar a entidade externa responsável pela elaboração e avaliação do exame de admissão a estágio e pela avaliação final dos agentes de execução estagiários, bem como exercer o poder disciplinar e fiscalizar os agentes de execução. O Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, prevê também disposições transitórias relevantes, das quais destacamos duas: a extinção, em determinadas condições, dos processos pendentes ao abrigo do regime jurídico anterior e a faculdade do exequente que seja pessoa singular requerer, em acções intentadas por dívidas não referentes à sua actividade profissional, que a execução seja levada a cabo por um oficial de justiça. De salientar ainda que este diploma estabeleceu diversas alterações ao regime remuneratório dos agentes de execução, tendo em vista garantir um acréscimo de produtividade e igualdade no tratamento de execuções. Algumas das novas regras jurídicas têm de ser objecto de regulamentação própria e até ao presente foram emitidas as seguintes Portarias: a Portaria n.º 312/2009, de 30 de Março, sobre os mecanismos de apoio a situações de sobreendividamento; a Portaria n.º 313/2009, de 30 de Março, relativa à lista pública de execuções; a Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de Março, atinente às informações sobre o executado e os seus bens e sobre a citação electrónica; e a Portaria n.º 331-B/2009, de 30 de Março, dedicada ao modelo e à forma de apresentação do requerimento executivo, à designação, aceitação, substituição e destituição do agente de execução, ao dever de informação do agente de execução e sua remuneração, às diligências de execução, ao anúncio electrónico, ao registo de depósito de bens penhoráveis e à venda de bens em depósito público. Contudo, carecem ainda de regulamentação matérias como, por exemplo, a venda em leilão electrónico, a fiscalização dos centros de arbitragem e a remuneração às autoridades policiais que auxiliem nas diligências de execução. - 11 -

CAPÍTULO III METODOLOGIA 1. Plano de acompanhamento da Simplificação da Acção Executiva ACOMPANHAMENTO DAS MEDIDAS DE SIMPLIFICAÇÃO - 2009 Elaboração do Manual de Perguntas e Respostas Recolha de contributos e consolidação Divulgação nos sítios de Internet da DGPJ e da CPEE e no Portal CITIUS Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Preparação e divulgação do Manual de Perguntas e Respostas Divulgação de materiais informativos no sítio de Internet da DGPJ e no Portal CITIUS Processo legislativo e legislação Bibliografia Outros materiais Centro de Estudos Judiciários (1) Ordem dos Advogados (6) Associação Forense de Santarém (1) Publicações promovidas pela DGPJ (2) Análise permanente da doutrina Reuniões da CPEE em representação do Ministério da Justiça Reuniões com operadores judiciários e serviços da Justiça Recepção de sugestões e de comunicações sobre dificuldades Lançamento de questionários Recolha de dados estatísticos Sessões de divulgação sobre as novas medidas Análise e divulgação de doutrina Participação em reuniões Recolha de contributos para a monitorização - 12 -

2. Metodologia utilizada na monitorização A monitorização da aplicação do novo regime da Acção Executiva, que se destina a avaliar o primeiro semestre de vigência do Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, assenta em cinco elementos fundamentais: nos questionários destinados aos operadores judiciários e outras entidades relevantes, nos contributos da CPEE, na análise dos dados estatísticos, na análise de doutrina e nas intervenções dos participantes nas sessões de divulgação. a. Questionários e contributos da CPEE Foram elaborados questionários dirigidos a magistrados judiciais, ao Ministério Público, à Direcção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ), a advogados, a agentes de execução, aos membros do Plenário da CPEE e aos utilizadores frequentes 1 do sistema de justiça. Os questionários foram elaborados tendo em particular atenção o papel que cada um dos operadores judiciários ou entidades relevantes assumem no processo executivo e, por conseguinte, embora mantendo um corpo regular de perguntas constantes, cada questionário foi especificamente adaptado à categoria de destinatários a que foi dirigido. Estes questionários permitiram recolher as opiniões e as percepções dos diversos profissionais do foro e das entidades que estão em contacto com a acção executiva. Responderam, até à data de elaboração do presente relatório, 11 magistrados judiciais, 17 advogados, 10 utilizadores frequentes dos tribunais, 94 agentes de execução 2, bem como o 1 Consideram-se como utilizadores frequentes dos tribunais as entidades com maior número de processos iniciados nos anos de 2006, 2007 e 2008. Foram enviados questionários às seguintes entidades: Axa Portugal; Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, S.A.; Banco Comercial Português; Banco Efisa, S.A.; Banco Internacional do Funchal, S.A.; Banco Mais, S.A.; Banco Português de Investimento; Banco Santander Totta; Banco Espírito Santo; Banco Português de Negócios; Brisa-Auto-Estradas de Portugal, S.A.; Cabovisão, S.A.; Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L.; Caixa Geral de Depósitos; Caixa Leasing e Factoring; CETELEM Sociedade Financeira de Aquisição a Crédito; Christian Sapataria S.A.; Cofidis; Companhia de Seguros Açoreana, S.A.; Companhia de Seguros Allianz, S.A.; Companhia de Seguros Tranquilidade, S.A.; Companhias de Seguros Fidelidade-Mundial e Império Bonança; Credibom-Instituição Financeira para Aquisição a Crédito, S.A.; Credifin; Credima; Crediplus-Companhia Portuguesa de Cartões de Crédito para Distribuição, S.A.; Edições de Ensino à Distância, Lda.; Finibanco; Finicrédito, S.A.; GE Consume Finance- Ific-Instituição Financeira de Crédito S.A.; Grupo Auchan; Hispamer; Serviços Financieros; Estabelecimiento Financiero de Crédito, S.A.; Indáqua Feira-Indústria de Águas de Santa Maria da Feira, S.A.; Interbanco, S.A.; Lusitânia - Companhia de Seguros, S.A.; Mapfre Seguros Gerais, S.A.; Montepio Geral; Nestlé Portugal, S.A.; Novis; Oni; Optimus; Optimus/Novis; Pastor-Servicios Financieros Estabelecimiento Financiero de Crédito, S.A.; PT Comunicações, S.A.; Real Seguros; Segrafedo; Singer-Produtos Eléctricos S.A.; Sofinloc-Instituição Financeira de Crédito; Sonaecom; TMN; TST-Transportes Sul do Tejo; Tupperware-Artigos domésticos, Lda.; TV Cabo; Unicer-Distribuição de Bebidas, S.A.; Unicre-Instituição Financeira de Crédito, S.A.; Vodafone; Yves Rocher (Portugal) Cosméticos, Lda. - 13 -

Ministério Público, a DGAJ e alguns membros do Plenário da CPEE (Presidente do Colégio de Especialidade dos Agentes de Execução, representantes das áreas da Segurança Social e das Finanças, representante dos consumidores e utentes da justiça e um dos vogais designados pelas confederações com assento na Comissão Permanente de Concertação Social do Conselho Económico e Social). Foram também recebidos contributos do Grupo de Gestão da CPEE. b. Análise dos dados estatísticos Foram utilizados os dados estatísticos disponíveis para avaliar o impacto das medidas no comportamento das acções executivas. Para além das Estatísticas Oficiais da Justiça, foram tidos em conta dados disponibilizados pela Câmara dos Solicitadores, pela CPEE, pela DGAJ e pelo Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça (ITIJ). Os dados das Estatísticas Oficiais da Justiça de 2009 revestem natureza preliminar. c. Análise de doutrina Do elenco da doutrina analisada constam as monografias, os analíticos de periódicos e os recursos digitais sobre a Simplificação da Acção Executiva seguintes 3 : Monografias: i. Ferreira, Fernando Amâncio, Curso de Processo de Execução, 11.ª ed., Coimbra, Almedina, 2009; ii. Freitas, José Lebre de, A Acção Executiva: depois da reforma da reforma, Coimbra, Coimbra Editora, 2009; iii. Leitão, Hélder Martins, Do Processo de Execução, 8.ª ed., Porto, Almeida e Leitão, Lda., 2009; 2 Foram desconsideradas duas respostas ao questionário, por não consubstanciarem respostas de agente de execução em exercício. 3 Para mais indicações bibliográficas, ver Anexo I. - 14 -

iv. Paiva, Eduardo e Helena Cabrita, O Processo Executivo e o Agente de Execução: a tramitação da acção executiva face às alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 226/ 2008, de 20 de Novembro, Coimbra, Coimbra Editora, 2009. Analíticos de periódicos: v. Brito, José Alves de, Inovações introduzidas ao Estatuto do Agente de Execução pelo Decreto-Lei 226/2008, de 20 de Novembro (simplificação da acção executiva), in Scientia Ivridica, 317, 2009; vi. Freitas, José Lebre de, Apreciação do Projecto de Diploma de Reforma da Acção Executiva, in Revista da Ordem dos Advogados, 68, 2008, p. 21-47; vii. Lourenço, Paula Meira, A Comissão para a Eficácia das Execuções, in Scientia Ivridica, 317, 2009; viii. Pereira, Joel Timóteo Ramos, A Nova Reforma da Acção Executiva: o que muda?, in Solicitare, Setembro, 2008, 17-24. Legislação Anotada: ix. Neto, Abílio, Código de Processo Civil Anotado, 21.º ed. actualizada, Lisboa, Ediforum Edições Jurídicas, Lda., 2009. Recursos Electrónicos: x. Araújo, Nuno Marcelo Freitas, Primeiros passos das novas execuções, 2009,disponível em: http://www.verbojuridico.com/doutrina/2009/nunoaraujo_primeirospassosnovasexecucoes.pdf (Última consulta em 8 Junho 2009); xi. Esteves, Jorge, O Controlo Judicial do Processo e a Posição do Juiz face ao Agente de Execução e às Partes, 2009, disponível em: http://tribunaldefamiliaemenoresdobarreiro.blogspot.com/2009/04/o-controlo-judicialdo-processo-e.html (Última consulta em 22 de Outubro de 2009); xii. Gouveia, Mariana França, A Novíssima Acção Executiva, 2009, disponível em: - 15 -

http://tribunaldefamiliaemenoresdobarreiro.blogspot.com/2009/04/novissima-accaoexecutiva-prof-dra.html (Última consulta em 22 de Outubro de 2009). d. Intervenções nas sessões de divulgação promovidas pela DGPJ As intervenções dos operadores judiciários nas sessões de divulgação promovidas pela DGPJ compreendem quer as dúvidas suscitadas, quer os comentários formulados. e. Dificuldades reportadas à DGPJ À DGPJ foram reportadas diversas dificuldades na aplicação do novo regime por meio de intervenções de participantes nas sessões de divulgação, promovidas pela DGPJ, da recepção de comunicações/ofícios dos vários operadores judiciários e de reuniões do Plenário da CPEE. - 16 -

CAPÍTULO IV RESULTADOS DA MONITORIZAÇÃO Os resultados da monitorização são apresentados por medida e as medidas encontram-se agrupadas em função do objectivo que prosseguem. Em primeiro lugar, é feita a síntese dos resultados obtidos e, em segundo lugar, é apresentada a análise de cada medida. Em cada medida foi incluído um quadro com a avaliação da utilização do mecanismo e a sua contribuição para o objectivo pretendido, efectuada através das seguintes cores: Positivo Parcial Negativo A utilização da cor amarela exprime a utilização parcial da medida ou a concretização parcial do objectivo. Entende-se por aplicação prática da medida a sua utilização efectiva pelos operadores judiciários. A concretização do objectivo tem por pressuposto a produção de efeitos práticos da medida que materializam o objectivo. Para os casos de ausência ou insuficiência de informação que permita avaliar a aplicação ou a concretização do objectivo, não é utilizada qualquer cor. - 17 -

1. Síntese dos resultados da monitorização Medida Aplicação prática da medida Objectivo concretizado EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Intervenção tipificada do juiz Eliminação de troca de informação meramente burocrática entre o mandatário, o tribunal e o agente de execução Reforço do papel do agente de execução Execução imediata de sentença Notificações electrónicas entre o agente de execução, o tribunal e os advogados Citações electrónicas às Finanças e à Segurança Social Citação edital electrónica Publicitação da venda de bens penhorados por anúncio electrónico Extinção da execução através de envio electrónico da informação ao tribunal Acesso directo ao registo informático de execuções - 18 -

Novas regras da tramitação inicial da acção executiva Estabelecimento da ordem de realização da penhora Criação de depósitos equiparados a depósitos públicos EXECUÇÕES MAIS EFICAZES Livre substituição do agente de execução Dever de informação acrescido do agente de execução Alargamento do desempenho das funções de agente de execução a advogados Criação da Comissão para a Eficácia das Execuções Arbitragem institucionalizada na acção executiva Novo regime remuneratório dos agentes de execução Venda em leilão electrónico EVITAR ACÇÕES JUDICIAIS DESNECECSSÁRIAS Criação de uma lista pública de execuções Mecanismos de apoio ao sobreendividamento - 19 -

2. Execuções mais simples a. Intervenção tipificada do juiz OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Intervenção tipificada do juiz Esta medida caracteriza-se, no essencial, pela eliminação do poder geral de controlo do processo pelo juiz e pela determinação taxativa dos actos que incumbe ao juiz praticar. São ainda parcos os dados sobre a aplicação ou efeitos práticos desta medida, pelo que por ora não é possível avaliar a contribuição desta medida para alcançar o objectivo pretendido. Conforme indicação dos magistrados judiciais, a intervenção tipificada do juiz permitiu reduzir a carga burocrática do trabalho dos juízes. Refira-se, no entanto, que não é pacífico que a alteração legislativa tenha afastado o poder geral de controlo de processo pelo juiz, atenta a regra geral contida no artigo 265.º do CPC (cf. Amâncio Ferreira e Eduardo Paiva e Helena Cabrita - vide Anexo I, p. 11 e 12). b. Eliminação de troca de informação meramente burocrática entre o mandatário, o tribunal e o agente de execução OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Eliminação de troca de informação meramente burocrática entre o mandatário, o tribunal e o agente de execução Aplicação prática da medida Objectivo concretizado - 20 -

Constata-se que houve uma eliminação de troca de informação meramente burocrática entre o mandatário, o tribunal e o agente de execução, sendo disso exemplo a distribuição automática e electrónica dos requerimentos executivos ao agente de execução, bem como a dispensa do envio do relatório sobre as causas de frustração da penhora. As execuções tornaram-se, assim, mais simples. É apontada como vantagem associada a maior celeridade na marcha processual, sendo a redução de tempo variável em função do tribunal no qual é apresentado o requerimento, oscilando entre alguns dias e vários meses, segundo os agentes de execução. Há a registar, ainda assim, algumas dificuldades de ordem informática, nomeadamente, atrasos nas comunicações e incompletude da informação. c. Reforço do papel do agente de execução A apreciação global do reforço legislativo do papel do agente de execução é positiva. São vantagens, a maior simplicidade, celeridade e eficácia do processo executivo, bem como a redução de custos, ao passo que a principal fragilidade é a falta de formação adequada, tal como apontado pelos vários operadores, incluindo os próprios agentes de execução. Considera-se assim que a medida contribuiu para tornar as execuções mais simples, o que é demonstrado de forma mais explícita infra. i. Acesso directo a dados de identificação dos executados e dos seus bens OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Reforço do papel do agente de execução - Acesso directo às bases de dados para identificação dos executados e dos seus bens Aplicação prática da medida Objectivo concretizado - 21 -

O acesso directo às várias bases de dados de identificação do executado e de identificação e localização dos seus bens encontra-se assegurado, mas não de forma plena. Com efeito, se é possível aceder directamente ao Registo Nacional das Pessoas Colectivas, à Conservatória do Registo Automóvel e às bases de dados das Finanças e da Segurança Social, não é ainda possível aceder directamente através do sistema informático de suporte à actividade dos agentes de execução (SISAAE) ao registo predial, ao registo comercial e a parte da informação a disponibilizar pela Segurança Social (como, por exemplo, o montante auferido pelo executado). Em conformidade, entende-se haver uma concretização parcial do objectivo de tornar as execuções mais simples. A maior celeridade na identificação do executado e identificação e localização dos seus bens e a concretização de maior número de penhoras são apontadas, pelos agentes de execução, como outras vantagens de relevo. Registam-se, todavia, com muita frequência, erros e situações de indisponibilidade do serviço. Segundo os agentes de execução, quando solicitada a informação na sequência dessa indisponibilidade, as entidades titulares das diversas bases de dados, por regra, não respondem aos pedidos no prazo legal. ii. Extinção das execuções por falta de bens penhoráveis OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Reforço do papel do agente de execução - Extinção das execuções por falta de bens penhoráveis Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Esta medida aplica-se quer às acções executivas entradas a partir de 31 de Março de 2009, quer às acções executivas pendentes nessa data e suspensas por falta de bens penhoráveis. Até à presente data, foram extintas aproximadamente 11 000 acções executivas por falta de - 22 -

bens penhoráveis, sendo 566 extinções reportadas às acções entradas após o início da vigência da Simplificação 4. Neste sentido, o objectivo de tornar as execuções mais simples está a concretizar-se. A medida tem, no entanto, um potencial de aplicação muito superior e permitirá a extinção de um número muito significativo de acções executivas que se encontram suspensas por falta de bens penhoráveis. De notar que, quando comparado com o anterior regime de suspensão da instância por não serem encontrados bens penhoráveis, todos os operadores judiciários consideram este regime mais vantajoso. d. Execução imediata de sentença OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Execução imediata de sentença Ainda não é possível executar imediatamente uma sentença, por não terem sido, até ao momento, desenvolvidas as funcionalidades informáticas necessárias. Independentemente da funcionalidade informática não estar ainda operacional, sempre seria expectável uma aplicação prática reduzida, dado o pouco tempo de vigência do regime e a exigência legal de trânsito em julgado da sentença condenatória. 4 Segundo informação prestada pela DGAJ em 30 de Outubro de 2009. - 23 -

e. Notificações electrónicas entre o agente de execução, o tribunal e os advogados OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Notificações electrónicas entre o agente de execução, o tribunal e os advogados Aplicação prática da medida Objectivo concretizado As notificações entre o agente de execução, o tribunal e os advogados estão a realizar-se electronicamente. Tendo a medida aplicação prática, o objectivo prosseguido considera-se concretizado. Esta forma de comunicação entre os intervenientes processuais permite, para além do mais, reduzir o tempo despendido na troca de informação entre os operadores judiciários, bem como custos associados ao processo (conforme indicado pela maioria dos advogados, agentes de execução e DGAJ). Acrescem a facilidade de utilização e um maior controlo do processo por parte de todos os operadores judiciários. Assinalam-se, no entanto, algumas dificuldades como a falta de compatibilidade plena entre os sistemas informáticos (conforme indicado pelo Ministério Público), a visualização incompleta dos actos, a duplicação das comunicações e os atrasos das mesmas (estas últimas referidas pelos agentes de execução). Constatou-se que há funcionários judiciais que entendem que o preceito que determina o envio do processo pelo agente de execução directamente ao juiz está a causar alguns problemas de ordem prática e a acumulação de processos na secretaria. A secretaria, quando recebe o processo, não abre conclusão para o juiz, por entender que é dispensada a sua intervenção, sendo que o sistema informático não o assegura automaticamente. (cf. Anexo II, p. 11). - 24 -

f. Citações electrónicas às Finanças e à Segurança Social OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Citações electrónicas às Finanças e à Segurança Social As citações electrónicas às Finanças e à Segurança Social estão a efectuar-se ao abrigo da modalidade transitória de envio por correio electrónico, ou por via postal, enquanto é desenvolvida a solução informática que permitirá efectuar as citações por transmissão electrónica de dados. Portanto, não se pode considerar que esta medida esteja a ter aplicação prática, nem a contribuir para a consecução do objectivo. Não obstante, apurou-se que a citação via correio electrónico permite uma redução do tempo necessário à efectivação do acto e uma redução de custos, segundo os agentes de execução e os advogados. g. Citação edital electrónica OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Citação edital electrónica A citação edital mediante anúncio electrónico não está, até ao momento, operacional. Por conseguinte, ainda não está a contribuir para tornar as execuções mais simples. Ainda assim, estima-se que a citação edital mediante anúncio electrónico seja mais célere quando comparada com a publicação de anúncios em jornais, permita reduzir os custos e concentrar num único espaço público esta informação, de acordo com os agentes de execução, a DGAJ e os advogados. - 25 -

h. Publicitação da venda de bens penhorados por meios electrónicos OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Publicitação, por meios electrónicos, da venda de bens penhorados Aplicação prática da medida Objectivo concretizado A publicitação, por meios electrónicos, da venda de bens penhorados ainda só está a ser realizada pelos oficiais de justiça designados para a prática de diligências de execução, dado que esta funcionalidade ainda não se encontra implementada no SISAAE. Assim, a medida está a contribuir apenas parcialmente para a simplificação das execuções. Como vantagens, salientam-se a redução de encargos, a celeridade e a existência de um local único de publicitação, segundo os agentes de execução e a DGAJ. i. Extinção da execução através de envio electrónico da informação ao tribunal OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Extinção da execução através de envio electrónico da informação ao tribunal Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Esta medida visa permitir a simplificação dos procedimentos inerentes à extinção da acção através do envio electrónico dessa informação pelo agente de execução ao tribunal. Até ao momento, não foram obtidos elementos que permitam avaliar a aplicação prática da medida e respectiva contribuição para a concretização do objectivo. Consideram os magistrados judiciais que, com esta medida, os processos findam mais rapidamente e, segundo o Ministério Público, alivia a secretaria quanto ao envio das respectivas notificações. - 26 -

j. Acesso directo ao registo informático de execuções OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Acesso directo ao registo informático de execuções Verifica-se que está plenamente implementado o acesso directo ao registo informático de execuções, pelo que esta medida contribui para tornar as execuções mais simples. De outro prisma, mas não menos relevante, importa referir que ainda não é possível aos agentes de execução efectuar a gestão dos dados contidos no registo informático de execuções, através do SISAAE, o que é apontado como uma limitação pelos agentes de execução. Registam-se ainda dificuldades, de ordem informática, no próprio acesso, para consulta, e desactualização e incompletude dos dados constantes do registo, designadamente a pendência de outras execuções contra o mesmo executado. De notar que, sendo um instrumento útil, ainda são muito poucos os processos executivos que deixam de ser instaurados na sequência daquela consulta. l. Novas regras da tramitação inicial da acção executiva OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Novas regras da tramitação inicial da acção executiva - 27 -

Ainda não existem dados sobre a aplicação prática destas normas processuais que permitam aferir a sua contribuição para a simplificação das execuções. Existem, porém, vários óbices relacionados com a aplicação prática das regras processuais vertidas nos artigos 812.º-C a 812.º-F do CPC, que regulam, respectivamente, as diligências iniciais, a remessa do processo para despacho liminar, o indeferimento liminar e a citação prévia e dispensa de citação prévia. Em causa estão, sobretudo, a falta de uma regra geral relativa à remessa do processo para despacho liminar e as situações não previstas nos casos taxativamente elencados (vide Anexo I, p. 17 e ss., e Anexo II, p. 8 e 9). m. Estabelecimento da ordem de realização da penhora OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Estabelecimento da ordem de realização da penhora Ainda não existem dados sobre aplicação prática da medida e, em conformidade, não é ainda possível apreciar o contributo da mesma para a concretização do objectivo. Suscita-se a questão de saber se a realização da penhora tem de realizar-se necessariamente pela ordem estabelecida, ou se, pelo contrário, se deve considerar que a ordem preferencial é, em rigor, uma ordem tendencial de penhora. Na base desta dúvida está o facto de ser necessário despacho judicial de autorização para penhora de depósitos bancários, que é o primeiro tipo de bens a penhorar de acordo com a ordem estabelecida (sobre esta questão, vide Anexo I, p. 23, e II, p. 9). A questão não é despicienda, uma vez que pode levantar-se o problema de saber se a sua não observância pode constituir, ou não, um fundamento de oposição à penhora. Poderá também aumentar de forma significativa os custos da execução por via das várias e necessárias consultas às instituições bancárias e, ainda, ter reflexos no aumento da duração da fase processual em que se integra, conforme observado por advogados e agentes de execução. - 28 -

n. Criação de depósitos equiparados a depósitos públicos OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS SIMPLES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Criação de depósitos equiparados a depósitos públicos Até à presente data, não foi constituído nenhum depósito equiparado a depósito público. Por conseguinte, deve considerar-se que, por ora, esta medida não contribuiu para simplificar as execuções. 3. Execuções mais eficazes a. Livre substituição do agente de execução OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS EFICAZES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Livre substituição do agente de execução De acordo com a informação disponível, os exequentes têm recorrido ao mecanismo da livre substituição do agente de execução. Contudo, a contribuição desta medida para a eficácia das execuções não é ainda susceptível de avaliação, porquanto só a médio prazo se poderá verificar se houve um aumento geral da eficácia das execuções. Com esta faculdade, é possível ultrapassar impasses no andamento do processo associados à inércia do agente de execução, sendo identificada como principal vantagem pelos advogados. - 29 -

De notar que alguns dos exequentes que haviam recorrido à destituição judicial de agentes de execução, ao abrigo do regime anterior, ainda não utilizaram este mecanismo, o que demonstra uma certa ponderação na utilização da livre substituição. Como desvantagem, poderá aventar-se a dependência do agente de execução em relação ao exequente, o que poderá conduzir a uma menor observância da lei pelo agente de execução, dada a inexistência de mecanismos de controlo do uso desta faculdade (vide Anexo I, p. 14, e Anexo II, p. 6 e 7). b. Dever de informação acrescido do agente de execução OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS EFICAZES Medida utilizada Objectivo concretizado Dever de informação acrescido do agente de execução Até ao momento, não resulta claro se o dever de informação do agente de execução ao exequente tem sido observado de uma forma sistemática e generalizada, pelo que não é ainda possível verificar se as execuções se tornam mais eficazes por via desta medida. Sem embargo, há vantagens no registo da prática dos actos no sistema informático como forma de cumprimento deste dever, dado que o registo confere uma maior transparência e controlo do processo, permitindo um ponto de situação actualizado sobre o andamento do mesmo, maior facilidade e comodidade na consulta, bem como poupar, em média, alguns dias, segundo referido pelos agentes de execução. - 30 -

c. Alargamento do desempenho das funções de agente de execução a advogados OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS EFICAZES Alargamento do desempenho das funções de agente de execução a advogados Aplicação prática da medida Objectivo concretizado O efectivo alargamento da profissão aos advogados pressupõe a realização de um estágio para o exercício das funções de agente de execução, ministrado nos mesmos termos para advogados e solicitadores. Considerando que, até ao momento, não foi iniciado o estágio de agente de execução, a medida ainda não contribui para a eficácia das execuções. Importa contextualizar esta informação. Com efeito, o início do estágio de agente de execução depende da realização de um exame nacional de admissão a estágio, elaborado e avaliado por uma entidade externa e independente em relação à Câmara dos Solicitadores e à Ordem dos Advogados, seleccionada pela CPEE. A realização do exame de admissão a estágio está dependente da conclusão de procedimento de contratação pública para a celebração do contrato entre a entidade externa seleccionada pela CPEE e a Secretaria- Geral do Ministério da Justiça, entidade adjudicante, o qual se estima que seja concluído no final do mês de Novembro. Serão admitidos a estágio de agente de execução 300 candidatos. A aplicação prática desta medida, ou seja, o efectivo alargamento da profissão aos advogados pressupõe a apresentação de candidatura para i) a realização de um exame de admissão a estágio de agente de execução (trata-se de um exame anónimo, que versa sobre o processo executivo, sendo a sua elaboração, definição dos critérios de avaliação e avaliação efectuadas pela entidade externa e independente escolhida pela CPEE); ii) depois, segue-se a frequência do estágio de agente de execução com a duração de 10 meses da responsabilidade da Câmara dos Solicitadores; iii) por último, a avaliação final positiva do trabalho do agente de execução estagiário, a efectuar pela entidade externa e independente escolhida pela CPEE. - 31 -

Com esta medida, espera-se que haja um aumento do número de agentes de execução, um alargamento da possibilidade de escolha pelos exequentes e uma melhoria qualitativa, de natureza técnico-jurídica, no exercício das funções de agente de execução. d. Criação da Comissão para a Eficácia das Execuções OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS EFICAZES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Criação da Comissão para a Eficácia das Execuções Na nossa opinião, já é possível afirmar que a criação da CPEE é uma medida muito positiva para o sistema judicial português, na medida em que se trata de um órgão que assenta na cooperação entre todos os operadores judiciários, os utentes da justiça e os representantes do tecido económico (os 11 Membros do Plenário da CPEE) e que, de forma independente e imparcial, assegura a disciplina dos agentes de execução (os 5 Membros do Grupo de Gestão), através da instauração de processos disciplinares, da aplicação das respectivas penas, da realização de fiscalizações e inspecções e a destituição de agentes de execução (competência antes cometida aos juízes). Com efeito, no plano do concreto funcionamento da CPEE, cumpre dar nota de que o Plenário reuniu pela primeira vez no dia 31 de Março de 2009 5, enquanto o Grupo de Gestão iniciou o seu funcionamento em Abril de 2009 (4 elementos) e começou a reunir com os 5 elementos no dia 25 de Junho de 2009 6. Da actividade desenvolvida pela CPEE nos seus primeiros seis meses de vida importa salientar, em primeiro lugar, a abertura ao público de um sítio na Internet disponível em http://www-cpee.pt. Em segundo lugar, importa destacar a aprovação pela CPEE de dois 5 São realizadas, desde então, reuniões ordinárias de 2 em 2 meses (para informação completa, cf. calendário publicitado no sítio da CPEE na Internet em http://www.cpee.pt). 6 Reunindo semanalmente às quintas-feiras de manhã. - 32 -

instrumentos nucleares para o desenvolvimento da sua missão (os quais podem ser consultados no sítio da CPEE na Internet, em Documentação da CPEE / Arquivo CPEE ): - O Regulamento Interno de Funcionamento da Comissão para a Eficácia das Execuções (aprovado por unanimidade na reunião de Plenário de 13/07/2009); - O Programa de Acção e Linhas de Orientação da Comissão para a Eficácia das Execuções 2009/2012 (aprovado por unanimidade na reunião de Plenário de 21/09/2009). Importa salientar a colaboração da CPEE com a DGPJ na elaboração do Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva. Em sede de competência disciplinar, por terem sido levantadas questões acerca do âmbito da competência disciplinar do Grupo de Gestão da CPEE, foi solicitado um parecer jurídico ao Professor Doutor Tiago Duarte, o qual foi emitido em Setembro de 2009. De acordo com o referido parecer, a competência disciplinar do Grupo de Gestão da CPEE abrange as infracções disciplinares praticadas a partir de 31 de Março de 2009 pelos agentes de execução. Com base nesta douta opinião, o Grupo de Gestão da CPEE iniciou o exercício das suas competências disciplinares. As circunstâncias enunciadas terão tido certamente impacto nos indicadores da actividade da CPEE, constantes no quadro da página 51. Por outro lado, importa referir que a CPEE não tem ainda os meios humanos e financeiros imprescindíveis para poder conduzir de forma eficaz a sua acção disciplinar e empreender as acções de fiscalização e inspecção aos agentes de execução previstas na lei, uma vez que conta ainda com apenas os 5 membros de Grupo de Gestão para o controlo de 835 agentes de execução 7. A este respeito, mostra-se premente a emissão do despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Justiça para fixação da dotação máxima destinada ao recrutamento de peritos ou técnicos para assessorar o exercício das competências mencionadas (cf. artigo 69.º-C e n.º 3 do artigo 69.º-D do Estatuto da Câmara dos Solicitadores). 7 Segundo informação da CPEE a 29 de Outubro de 2009. - 33 -

e. Arbitragem institucionalizada na acção executiva OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS EFICAZES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Arbitragem institucionalizada na acção executiva Deve notar-se que, até ao momento, ainda não foi criado nenhum centro de arbitragem no âmbito da acção executiva, estando ainda por regulamentar a fiscalização destes centros. Não tendo a medida, até ao momento, aplicação prática é forçoso concluir que ainda não contribuiu para a eficácia das execuções. Contudo, é expectável que até ao final do ano de 2009 esteja criado um centro de arbitragem da acção executiva. A exigência legal de acordo entre exequente e executado para recorrer a um centro de arbitragem poderá vir a constituir um entrave a um recurso generalizado a estes centros, segundo os advogados e os utilizadores frequentes dos tribunais. Podem, ademais, suscitarse dúvidas, teóricas e práticas, sobre a presunção de aceitação da competência do centro arbitragem pelo cônjuge e credores reclamantes que pratiquem actos perante o centro, a fiscalização dos centros de arbitragem, bem como sobre o prazo concedido ao juiz de turno. Há quem defenda que o centro de arbitragem é uma solução inconstitucional (cf. Anexo I, p. 15, e Anexo II, p. 10). f. Novo regime remuneratório dos agentes de execução OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS EFICAZES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Novo regime remuneratório dos agentes de execução Não existem dados que permitam avaliar os efeitos da aplicação prática do novo regime remuneratório dos agentes de execução. - 34 -

As alterações introduzidas permitiram uma maior previsibilidade e um maior controlo das verbas pedidas a título de provisões ou honorários e despesas, embora os custos com a remuneração do agente de execução, conforme observado pelos advogados, ainda sejam elevados. g. Venda em leilão electrónico OBJECTIVO: EXECUÇÕES MAIS EFICAZES Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Venda em leilão electrónico Até ao presente, a modalidade de venda em leilão electrónico está por regulamentar, pelo que não houve qualquer aplicação prática desta medida. 4. Evitar acções judiciais desnecessárias a. Criação de uma lista pública de execuções OBJECTIVO: EVITAR ACÇÕES JUDICIAIS DESNECESSÁRIAS Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Criação de uma lista pública de execuções A lista pública de execuções encontra-se disponível em http://www.citius.mj.pt/portal/execucoes/listapublicaexecucoes.aspx e conta, à data do presente relatório, com 36 registos. Confrontando o número de registos constantes da lista - 35 -

pública de execuções com o número de acções executivas entretanto extintas por falta de bens penhoráveis (cerca de 11 000), constata-se que a medida não está a ter aplicação prática de forma generalizada. Dado o número reduzido de registos e a ausência de informação adicional não é possível ainda apurar o contributo para o objectivo de evitar acções judiciais desnecessárias. O procedimento de inclusão dos dados na lista (decurso do prazo para pagamento ou adesão a plano de pagamento elaborado por entidade de apoio ao sobreendividamento, após notificação da extinção da execução por falta de bens) e a circunstância de os agentes de execução não conseguirem ainda proceder à introdução dos dados através do SISAAE podem explicar o baixo número de registos. Apurou-se estarem a ser desenvolvidos os meios informáticos necessários para possibilitar a inclusão dos dados na lista pública de execuções pelos agentes de execução através do SISAAE. É reconhecido, pelos utilizadores frequentes dos tribunais, que é uma medida que permite que os contratantes façam uma avaliação prévia do risco contratual e que os credores avaliem a viabilidade da execução e possam recuperar o IVA sem necessidade de recurso a acções judiciais. b. Mecanismos de apoio ao sobreendividamento OBJECTIVO: EVITAR ACÇÕES JUDICIAIS DESNECESSÁRIAS Aplicação prática da medida Objectivo concretizado Mecanismos de apoio ao sobreendividamento À data de elaboração do presente relatório, estão credenciadas pelo Ministério da Justiça duas entidades: o Gabinete de Apoio ao Sobreendividado, da Associação Portuguesa para a - 36 -

Defesa do Consumidor (DECO) e o Gabinete de Orientação ao Endividamento do Consumidor (GOEC), do Instituto Superior de Economia e Gestão. Os dados recolhidos indicam que já foram registadas duas adesões a planos de pagamento ocorridas antes da inclusão dos dados na lista pública de execuções. Trata-se de uma aplicação prática residual do mecanismo e, por conseguinte, os dados são insuficientes para avaliar o seu contributo para evitar acções judiciais desnecessárias. Constata-se, da informação recolhida, que existe um desconhecimento generalizado destes mecanismos e do seu modo de funcionamento. 5. Avaliação global do regime pelos operadores Consideradas na sua globalidade, as alterações ao regime da acção executiva são avaliadas de forma positiva pela maioria dos operadores judiciários e demais entidades inquiridas, com excepção dos magistrados judiciais. Os advogados destacam a consulta directa às bases de dados, a utilização de meios electrónicos de comunicação entre os diferentes operadores judiciários e a extinção automática das execuções por falta de bens penhoráveis. Esta última é também assinalada de forma unânime pelos magistrados judiciais. O Ministério Público salienta a lista pública de execuções e a autonomia do agente de execução. Os agentes de execução indicam, por seu turno, a redução de burocracia, a maior celeridade, o acesso directo ao registo informático de execuções e às bases de dados para identificação do executado e do seu património. Foram solicitadas aos inquiridos sugestões sobre medidas a adoptar ou aspectos a melhorar. Entre as medidas apontadas pelos vários operadores judiciários e demais entidades inquiridas, destacam-se: - 37 -

a) A agilização da venda de bens penhorados (proposto pelos utilizadores frequentes dos tribunais e por advogados); b) A redução dos custos com pedidos de informações a entidades bancárias para apurar a existência de bens penhoráveis (proposto por advogados, agentes de execução, utilizadores frequentes dos tribunais e Ministério Público); c) A criação de depósitos públicos para remoção dos bens penhorados, preferencialmente um em cada capital de distrito (proposto por magistrado judicial); d) A dispensa de despacho de autorização de penhora de saldos bancários (proposto por agentes de execução, advogados e magistrados judiciais); e) A criação de mais juízos de execução (proposto por advogados); f) A revisão do artigo 10.º da Portaria n.º 313/2009, de 30 de Março 8, de modo a não vincular a secretaria a pronunciar-se sobre matérias e dados que não controla (proposto pela DGAJ); g) Clarificar a redacção do n.º 2 do artigo 812.º-F,sobre a citação prévia, e do n.º 3 do artigo 805.º do CPC, sobre a liquidação da sanção pecuniária compulsória (proposto pela DGAJ); h) Inserir no texto da Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de Março, a possibilidade de ser facultado o acesso a outro tipo de informação relevante para efeitos de penhora, por exemplo pensões auferidas (proposto pela Segurança Social); 8 Artigo 10.º Comunicações 1 - Caso a secretaria não se tenha pronunciado sobre o requerimento referido no n.º 1 do artigo 6.º no prazo de dois dias úteis contados a partir da entrega do requerimento electrónico, os dados relativos ao processo ou processos em que o executado requereu a sua alteração ou rectificação são automaticamente suspensos da lista pública de execuções até que haja decisão. 2 - Semanalmente é enviada ao Conselho Superior da Magistratura e ao Conselho dos Oficiais de Justiça a listagem dos processos retirados da lista pública de execuções nessa semana nos termos do número anterior. - 38 -

i) Melhorar as comunicações electrónicas em geral (aspecto referido por todos os operadores); j) Criação da possibilidade de retirar do registo informático de execuções um certificado que seja aceite pela Administração Fiscal para a recuperação do Imposto sobre o Valor Acrescentado nas dívidas até 8.000 (proposto pelo Grupo de Gestão da CPEE). 6. Dificuldades reportadas No período inicial da vigência do Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, e das portarias que regulamentam certos aspectos do regime, foram reportadas por agentes de execução e oficiais de justiça várias dificuldades de ordem informática que causaram constrangimentos na regular tramitação das acções executivas. Destacam-se as seguintes: a) Falhas de comunicação entre os sistemas informáticos CITIUS, SISAAE e Habilus; b) Bloqueios no funcionamento dos sistemas informáticos; c) Diminuição da velocidade de processamento de dados; d) Atrasos na recepção de comunicações/notificações do CITIUS; e) Atrasos na recepção das comunicações pelo tribunal; f) Falhas nos acessos às bases de dados disponíveis e frequentes mensagens de erro; e g) Problemas na recepção de processos distribuídos no SISAAE. A maior parte dos problemas registou-se nos meses de Junho e Julho. Em 9 de Julho, por comunicado da Câmara dos Solicitadores foi dado conhecimento público das dificuldades enunciadas e das acções empreendidas no sentido de solucionar os problemas detectados. Actualmente, as situações descritas encontram-se regularizadas, havendo apenas ocorrências pontuais. - 39 -

CAPÍTULO V ANÁLISE DOS INDICADORES ESTATÍSTICOS 1. Acções executivas cíveis - 1996 a 2009 Neste capítulo procede-se à análise do movimento processual (processos entrados, findos e pendentes), a partir de 1996, nos tribunais judiciais de 1.ª instância. Sempre que necessário, a análise incidirá sobre períodos homólogos de Abril a Agosto, de modo a contemplar os mais recentes dados de 2009 9. Complementarmente é analisado o comportamento das acções entradas a partir de 1 de Abril de 2009, restringindo-se o universo aos processos entrados após essa data, de modo a ultrapassar as limitações decorrentes do ainda curto período de vigência da simplificação das acções executivas cíveis. Neste universo restrito, é analisada a proporção dos processos que já findaram e dos que ainda estão pendentes, a duração média dos processos findos para cada um dos tribunais em questão e a forma como terminaram as acções. a. Evolução global 1996 a 2008 Com esta análise pretende-se enquadrar o movimento processual ocorrido entre os anos de 1996 e 2008. Apresentam-se também as flutuações percentuais observadas nos diferentes fluxos face ao ano anterior, bem como a taxa de resolução processual 10, que permite aferir o desempenho judicial nos anos considerados. Seguidamente procede-se à análise das durações médias globais 11 das acções executivas findas e pendentes (figura seguinte). Corroboradas pelas figuras seguintes, retiram-se as seguintes conclusões: 9 Tendo em consideração que a Simplificação da Acção Executiva entrou em vigor a 31 de Março de 2009 e querendo contemplar dados referentes ao ano de 2009, optou-se pela análise de períodos homólogos de cinco meses, antes e depois da entrada em vigor da Simplificação. 10 A taxa de resolução processual corresponde ao rácio do volume total de processos findos sobre o volume total de processos entrados. Sendo igual a 100%, o volume de processos entrados foi igual ao dos findos, logo, a variação da pendência é nula. Sendo superior a 100%, ocorreu uma recuperação da pendência. Quanto mais elevado for este indicador, maior será a recuperação da pendência efectuada nesse ano. Se inferior a 100%, o volume de entrados foi superior ao dos findos, logo, gerou-se pendência para o ano seguinte. 11 A duração média global corresponde à duração de todos os processos findos, em cada ano, nos tribunais. Nesta análise, são consideradas todas as acções executivas findas. A duração média dos processos pendentes corresponde ao tempo que - 40 -

O número de acções executivas cíveis entradas foi, em 2008, superior ao número de findos. Este comportamento tem vindo a repetir-se desde 1996. Porém, a partir de 2006, o fenómeno é, comparativamente aos restantes anos, consideravelmente menos intenso, sendo o saldo, entre entrados e findos, menos desfavorável. A conjunção destas variações traduz-se numa taxa de resolução processual sempre inferior a 100%, indicando que se operou um agravamento da pendência ao longo dos anos considerados. É possível verificar que, quer ao nível da duração média dos processos findos, quer ao nível da duração média dos processos pendentes, os valores para as acções executivas cíveis são sempre mais elevados do que os valores para a área processual cível e para o total nacional. Relativamente à duração média dos processos findos, é possível verificar um aumento consistente entre 1996 e 2008, tendo o valor passado de 17 meses em 1996 para 40 meses em 2008. É ainda importante referir que relativamente à duração média das acções executivas pendentes, esta é inferior à duração média dos processos findos, dado este que pode antever uma tendência de estabilidade ou até de diminuição do valor médio das durações das acções executivas cíveis findas num futuro próximo. 400000 350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 0 Figura 1 Acções executivas cíveis entradas, 1996-2008 13,8% 9,8% -3,9% 12,8% 11,3% 19,0% 10,1% 5,4% 8,7% -16,0% +7,9% -17,3% -4,2% -6,8% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Entrados Variação face ao ano anterior Entrados por transferência Variação sem transferências medeia entre a data da entrada do processo e a data particular que se encontre sob análise, uma vez que os processos pendentes não apresentam ainda uma data de termo. - 41 -

350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 0 Figura 2 Acções executivas cíveis findas, 1996-2008 10,3% 10,9% 16,7% 9,4% 23,2% -15,1% 12,0% 10,6% 2,3% 22,0% 13,5% -25,1% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Variação sem transferências Findos por transferência Variação face ao ano anterior Findos 0,6% -15,5% Figura 3 Acções executivas cíveis pendentes a 31 de Dezembro, 1996-2008 1200000 14,2% 1,1% +2,7% 2,4% 1000000 13,8% 800000 18,5% 18,4% 600000 19,8% 22,1% 19,0% 7,9% 9,5% 400000 200000 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Pendentes Variação face ao ano anterior 200000 140000 120000 150000 100000 100000 80000 60000 50000 40000 20000 0 0-50000 Figura 4 Saldo processual 12 anual (entrados findos), 1996-2008 37,6% -35,1% 22,2% 7,4% 22,9% 132,1% 28,3% 11,9% 6,7% 11,9% -4,6% 5,2% 29,1% 110,2% -69,2% -51,2% -9,8% 31,1% 1350,2% -87,0% -88,7% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007-104,8% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 421,3% 27,2% Saldo Variação face ao ano anterior 12 Se o saldo processual é positivo, verifica-se um aumento da pendência. Se o saldo processual é negativo, verifica-se uma diminuição da pendência. - 42 -

120% Figura 5 Taxa de resolução processual, 1996-2008 100% 80% 71,1% 68,9% 69,6% 84,6% 82,1% 62,6% 64,8% 65,9% 69,1% 65,1% 94,6% 99,4% 90,1% 60% 40% 20% 0% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Figura 6 Durações médias (em meses) das acções executivas cíveis findas e pendentes 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total Nacional (findos) Acções executivas cíveis (findos) Justiça Cível (pendentes) Justiça Cível (findos) Total Nacional (pendentes) Acções executivas cíveis (pendentes) b. Movimento processual entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto de 2009 Neste ponto, a análise realizada anteriormente, entre 1996 e 2008, será estendida ao ano de 2009, onde se analisará o movimento processual entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto do referido ano. É ainda apresentada a distribuição geográfica do saldo processual nesse período. A análise da figura 7 permite verificar que entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto de 2009 o número de acções executivas cíveis entradas foi superior ao número destes processos que findou no mesmo período, em cerca de 51 000. Este fenómeno é corroborado por um aumento consistente da pendência, como é possível observar através da figura 8. - 43 -

Figura 7 Acções executivas cíveis entradas e findas, entre 1 de Janeiro de 31 de Agosto de 2009 13 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 Entrados Findos Figura 8 Acções executivas cíveis pendentes, em cada mês, 2009 1.070.000 1.050.000 1.030.000 1.010.000 0,0% 0,1% 0,4% 0,6% 0,9% 0,5% 0,9% 1,4% 990.000 970.000 950.000 01-Jan Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago O mapa seguinte pretende retratar a distribuição territorial (por comarca) do saldo processual para as acções executivas cíveis entradas e findas em 2009 (Janeiro a Agosto) nos tribunais judiciais de 1.ª instância. 13 Os valores incluem os processos transferidos a 14 de Abril de 2009 aquando da Reforma do Mapa Judiciário. - 44 -

Figura 9 Saldo processual (entrados-findos) Acções executivas cíveis Janeiro a Agosto de 2009 Tribunais com saldo mais favorável : Tribunais com saldo mais desfavorável : Juízos Cíveis - Lisboa -12112 Juízos de Execução - Lisboa +13806 Tribunal de Pequena Instância Criminal - Lisboa -6320 Tribunal de Comarca - Grande Lisboa Noroeste +5882 Tribunal de Pequena Instância Cível - Lisboa -3845 Juízos de Execução - Vila Nova de Gaia +4306 Juízos Cíveis - Porto -3745 Tribunal de Comarca - Baixo Vouga +3511 Varas Cíveis - Lisboa -1329 Juízos de Execução - Oeiras +3149 Destacam-se as 2 comarcas com os saldos processuais mais favoráveis: Lisboa e Porto. As comarcas da Grande Lisboa Noroeste, Baixo Vouga, Vila Nova de Gaia, Oeiras e Loures destacam-se por apresentarem os 5 saldos processuais mais desfavoráveis no conjunto de todas as áreas processuais. A destacar, ao nível dos tribunais, que 4 das 5 unidades orgânicas com saldo mais favorável se encontram em Lisboa (sendo a restante sita no Porto). Contudo, situa-se também em Lisboa a unidade orgânica com saldo processual mais desfavorável (Juízos de Execução de Lisboa). - 45 -