ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE IDOSO: RELATO DE EXPERIENCIA EM UMA VISITA DOMICILIAR.

Documentos relacionados
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO INSTITUCIONALIZADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

POLÍTICAS PÚBLICAS ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE AULA 5

INSERÇÃO DA TEMÁTICA SAÚDE DO TRABALHADOR NO PROCESSO DE TRABALHO DA EQUIPE DE TÉCNICOS DO DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA NO ATENDIMENTO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA: UMA BREVE DISCUSSÃO

Linha de Cuidados. Mila Lemos Cintra

13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1

Atenção Básica: organização do trabalho na perspectiva da longitudinalidade e da coordenação do cuidado

A ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AOS IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Introdução

EXPERIÊNCIA DA FISIOTERAPIA NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL NA ESPECIFICIDADE DE UM CAPS AD NO RIO GRANDE DO SUL

Fisioterapia na Atenção Primária à Saúde

Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da UNIJUÍ, 3

Alexandre de Araújo Pereira

ESPECIALIZAÇÃO EM AUDITORIA E GESTÃO EM SERVIÇOS INTEGRADOS DE SAÚDE. Módulo: Atenção a Saúde nos Municípios

O PROCESSO DE TRABALHO DO ENFERMEIRO NAS AÇÕES DE CONTROLE DA TUBERCULOSE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Linhas gerais e desafios da Política Nacional da Atenção Básica. Setembro, 2012

ANÁLISE DOS VÍNCULOS DE PROFISSIONAIS IDOSOS QUE ATUAM NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO NORDESTE

Oficina Processo. de Trabalho na. Atenção Básica

PARTICIPAÇÃO DA ENFERMAGEM NO PROJETO VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE/VER-SUS 1

PROGRAMA DE DISCIPLINA. DISCIPLINA: Estágio Curricular em Unidades de Saúde de Média e Alta Complexidade CÓDIGO: EFMO64 COORDENADOR:

SICA: Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) Prof. Walfrido K. Svoboda

PERCEPÇÃO DE FISIOTERAPEUTAS RESIDENTES SOBRE IDOSOS CUIDADORES DE IDOSOS EM UM AMBULATÓRIO DE FISIOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

SERVIÇOS AMBULATORIAIS DE SAÚDE NO CUIDADO INTEGRAL A PESSOA IDOSA

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 1. Profª. Lívia Bahia

ARTICULAÇÃO DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DO IDOSO NA APLICABILIDADE DE INSTRUMENTOS NAS VISITAS DOMICILIARES

A ATENÇÃO DOMICILIAR (HOME CARE): A IMPORTÂNCIA PARA A FAMÍLIA E PARA O IDOSO

Palavras-chave:Assistência Integral à saúde; Direitos do Paciente; Direito à Saúde; Hospitalização.

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DA PESSOA IDOSA NA DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

O Programa Saúde da Família nasceu oficialmente no Brasil em1994, fundamentado em algumas experiências municipais que já estavam em andamento no

PARTICIPAÇÃO DE EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA PROMOÇÃO DO CUIDADO EM GRUPO DE IDOSOS E ADULTOS DO PROJETO EADASC

A VISITA DOMICILIAR A UMA IDOSA COMO FERRAMENTA PARA MANUTENÇÃO DE VÍNCULO COM SERVIÇO DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

André Merjan Figueiredo Ovidio Salvador Passareli

UMA REFLEXÃO SOBRE A NOVA PROPOSTA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NOS DIFERENTES CENÁRIOS DE ENSINO- APRENDIZAGEM NUM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Subsistema de Atenção à Saúde Indígena

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. DCNT: Panorama Geral e Plano de Enfrentamento Parte 2. Profª. Tatiane as Silva Campos

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE O IDOSO E A ATENÇÃO BÁSICA NO ÂMBITO DO S.U.S.

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE PREVENÇÃO DE QUEDAS DOS PARTICIPANTES DE UM CURSO DE SEGURANÇA DO PACIENTE: USO DE QUESTIONÁRIO PRÉ E PÓS-TESTE

O SUS E A TERCEIRA IDADE: COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO PARA A FAIXA ETÁRIA QUE MAIS CRESCE NO PAÍS?

ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

LEVANTAMENTO SOBRE AS AÇÕES DE ENFERMAGEM NO PROGRAMA DE CONTROLE DA HANSENÍASE NO ESTADO DE SÃO PAULO*

ANVISA. EXERCÍCIOS - CESPE Lei 8.080/90. Profa. Andréa Paula

O PROCESSO DE ENFERMAGEM E SUAS INTERFERÊNCIAS NO CUIDADO À PESSOA IDOSA

DOENÇA DE PARKINSON NA VIDA SENIL PANORAMA DAS TAXAS DE MORBIMORTALIDADE E INCIDÊNCIA ENTRE AS REGIÕES BRASILEIRAS

Exemplos de integração socio -sanitárias em atenção básica: a experiência de São Paulo. Carmen L. A. de Santana

RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE

RESIDÊNCIA EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE

Cuidados em Oncologia: o Desafio da Integralidade. Gelcio Luiz Quintella Mendes Coordenador de Assistência Instituto Nacional de Câncer

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA: CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS - PB

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

CONHECIMENTO DE IDOSOS DOMICILIARES ACERCA DO DESENVOLVIMENTO DE UPP

PSICOLOGIA, SISTEMA ÚNICO DE SAUDE E DIREITOS HUMANOS: RELATO DE UMA PSICÓLOGA SOBRE SUA ATUAÇÃO PROFISSIONAL.

Palavras-chave: Assistência Farmacêutica. Residência Multiprofissional. Infraestrutura

PROCESSO SAÚDE-DOENÇA E MODELOS DE CAUSALIDADE. M.Sc. Helen Lima Novembro 2009

AS TEORIAS ADMINISTRATIVAS INSERIDAS NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

O IMPACTO DA ATENÇÃO DOMICILIAR NA SAÚDE DE PESSOAS PORTADORES DE INCAPACIDADES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO NA MODALIDADE DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL

NOTA TÉCNICA 41 /2012. Institui a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

ENFERMAGEM LEGISLAÇÃO EM ENFERMAGEM. COFEN Parte 5. Profª. Tatiane da Silva Campos

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS HOSPITALIZADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Quadro I. Vantagens de UBS tipo PSF.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO BEM-SUCEDIDO

Aula 04 SEÇÃO 1 CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O PROCESSO EDUCATIVO E A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM GRUPO DA TERCEIRA IDADE

O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA E A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

A IMPORTÂNCIA DE UMA ATIVIDADE EDUCATIVA DINÂMICA REALIZADA POR ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM COM IDOSOS EM UMA UBSF: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO COM ALZHEIMER ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO ASSISTENCIAL.

A AUTONOMIA DO IDOSO

TÍTULO: GRUPO DE PROMOÇÃO À SAÚDE DA MULHER: UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE.

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 4. Profª. Lívia Bahia

ATENÇÃO A SAÚDE DO IDOSO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA ABORDAGEM HOLÍSTICA E MULTIPROFISSIONAL

Memorias Convención Internacional de Salud Pública. Cuba Salud La Habana 3-7 de diciembre de 2012 ISBN

SAÚDE MENTAL NO SUS E OS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: A CONSOLIDAÇÃO DE SUA IMPORTANCIA NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS ATENDIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM BELÉM, PA

O DESAFIO DE UMA ASSISTÊNCIA HUMANIZA DADIANTE DO ISOLAMENTO DE UMA PACIENTE IDOSA

ECONOMIA GERADA COM DESOSPITALIZAÇÕES GARANTINDO SEGURANÇA, SATISFAÇÃO E CREDIBILIDADE

O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA E A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP 018/2012 CT PRCI n e Ticket n

Solicitação de Parecer Técnico ao COREN MA sobre O que é necessário para o profissional de Enfermagem realizar atendimento domiciliar particular

INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA NA TERCEIRA IDADE: UMA VULNERABILIDADE?

Claudia Luciana de Sousa Mascena Veras

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

PROGRAMA DE DISCIPLINA CARGA HORÁRIA CARGA HORÁRIA CRÉDITOS INÍCIO TÉRMINO TEÓRICA /09/2017 /11/2017

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PERMANENTE NA QUALIFICAÇÃO DO PRÉ-NATAL

CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS E ATENÇÃO AO IDOSO DEPENDENTE

PROFISSÕES DE SAÚDE NO SÉCULO XXI: NOVOS PAPEIS. NOVAS COMPETÊNCIAS

CONGRESSO DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DE SÃO PAULO. Implicações na prática da Assistência à Saúde no SUS. Mar/2012

Roda de Conversa: Qual o escopo do trabalho da Enfermagem na Atenção Primária à Saúde e de onde derivam suas competências?

CAFÉ COM SAÚDE: RODA DE CONVERSA PARA DISCUTIR O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

A importância da anamnese e do exame físico para a prática de enfermagem: relato sobre a experiência acadêmica

NASF e PAIF/CRAS: a contribuição de cada serviço para a garantia dos direitos. Débora Martini

ANÁLISE DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: UM RECORTE EM JOÃO PESSOA PB. Géssika Araújo de Melo. Universidade Federal da Paraíba

MONITORAMENTO DA SAÚDE DO IDOSO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA- UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - CCO/ UFSJ MEDICINA PLANILHA GERAL - PRÁTICA DE INTEGRAÇÃO: ENSINO, SERVIÇO E COMUNIDADE IV

MÓDULO 2 PROCESSO DE TRABALHO COLABORATIVO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA CELINA RAGONI DE MORAES CORREIA / CAROLINA CARDOSO MANSO

ENVELHECIMENTO HUMANO: AÇÕES DE PROMOÇÃO À SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

SAÚDE COLETIVA. Professor: Hugo Pascoal

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social

CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE DE ADOLESCENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Transcrição:

ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE IDOSO: RELATO DE EXPERIENCIA EM UMA VISITA DOMICILIAR. Pedro Miguel de Araujo Collado 1 ; Maísa Isabella Faustino Santos 2 ; Danyella Claudino Gonçalves Braga 3 ; Mayara Krystina de Lima Freitas 4 ; Amanda Cavalcante de Macêdo 5. 1,2,3,4,5Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas UNCISAL. 1,2,3,4 Graduandos do curso de enfermagem, 5 Enfermeira. Doutoranda do Programa de pós-graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). E-mail: pedroacollado@gmail.com¹, maisaisabella@hotmail.com², danyella_claudino@hotmail.com ³, mayarakrystinafreitas2611@gmail.com 4, amandacmacedo@gmail.com 5. RESUMO Introdução: devido a sua magnitude, o envelhecimento torna-se uma importante questão de saúde pública por se tratar de um processo multidimensional, que acaba sofrendo pela forte presença de diversos fatores intrínsecos e extrínsecos, no qual as abordagens essencialmente biológicas não são suficientes ou satisfatórias para a construção de políticas públicas adequadas às reais demandas desse grupo². Partindo dessa ideia, a Estratégia Saúde da Família (ESF) constitui uma reorientação de práticas nesse contexto, o qual é estruturado no trabalho de equipes multiprofissionais em um território determinado, trabalho este firmado pelo desenvolvendo de ações a partir do conhecimento e vivências da realidade local, bem como das necessidades individuais e da comunidade 5. Objetivo: relatar a experiência em torno de uma visita domiciliar executada por acadêmicos de enfermagem de uma instituição pública de Alagoas e outros profissionais da Unidade de Saúde no município de Maceió, com foco na assistência a população idosa. Metodologia: trata-se de um relato de experiência, baseado em uma visita domiciliar proposta pela grade curricular do curso de Enfermagem, onde envolve atividades práticas executadas no âmbito SUS. A atividade foi desenvolvida a partir da vivência na visita domiciliar de uma Unidade Básica de Saúde, que fornece atendimento de acordo com a Estratégia Saúde da Família, permitindo o atendimento as pessoas de uma determinada área. Resultados: o modelo da Estratégia Saúde da Família prevê uma responsabilização integral para a atenção às necessidades de saúde do conjunto da população, este modelo permite uma reorganização do modelo assistencial de saúde brasileiro, baseada nos princípios da universalidade, equidade e integralidade da atenção, tal proposta gera um resultado assistencial diferenciado ao trabalhar a assistência incorporando ações de saúde, que atuam no âmbito individual e coletivo 5. Ficou claro para os acadêmicos envolvidos na visita, que o tratamento e a cura não são mais os principais focos da assistência e sim a busca constante da integralidade no cuidado individual e coletivo da área, no qual há um acompanhamento aos idosos que possuem limitações de mobilidade, permitindo atendimento além do espaço físico da Unidade de saúde. Ao incorporar múltiplas tecnologias materiais e não materiais, assim como de diferentes complexidades, a ESF constitui-se em um modelo que necessita de baixa tecnologia, se em comparação com unidades de alta complexidade 9. Por esse motivo, as atividades e recursos utilizados na visita compõem um grande fator contribuinte para a saúde da população idosa, promovendo assistência assídua aos idosos, visto que os eles, possam vir a apresentar múltiplas morbidades, que tendem a acentuar-se com o avançar dos anos. Conclusão: a vivência propôs a reflexão sobre a realidade dos idosos que apresentaram dificuldades de mobilidade. Essa reflexão levou em conta a participação dos mesmos no processo de ida à Unidade de Saúde. As dificuldades identificadas nos idosos em relação à mobilidade viabilizou a relevância do trabalho da equipe da Estratégia Saúde da Família, no qual dispõe de modelos de atenção à saúde que permitem

atendimento integral a população, por exemplo, a visita domiciliar, propiciando atendimento dentro ou fora da unidade. PALAVRAS-CHAVE: Estratégia Saúde da Família; Assistência a Idosos; Visita Domiciliar. INTRODUÇÃO O processo de envelhecimento tem ocorrido de maneira lenta e gradual em diversos países, possibilitando adaptações no contexto social, previdenciários e de saúde. No Brasil, esse processo vem ocorrendo de forma acelerada, principalmente no início do Século XXI, associando-se a importantes transformações sociais e econômicas, epidemiológica e também na ótica dos serviços de saúde, tudo isso implica na elevação dos custos diretos e indiretos para o sistema público e busca por desempenho de planejamento de políticas, programas e ações que atentem para um envelhecimento ativo e saudável¹. Devido a sua magnitude, o envelhecimento torna-se uma importante questão de saúde pública por se tratar de um processo multidimensional, que acaba sofrendo pela forte presença de diversos fatores intrínsecos e extrínsecos, no qual as abordagens essencialmente biológicas não são suficientes ou satisfatórias para a construção de políticas públicas adequadas às reais demandas desse grupo². Nesse contexto, traz à tona a preocupação de abordar o conceito de vulnerabilidade no âmbito da saúde, cujo propósito é de trazer os elementos abstratos relacionados aos processos de envelhecimento e de adoecimento para planos que representem mais eficientes e multidimensionais³. A construção do Sistema Único de Saúde (SUS) vem representando uma iniciativa coletiva no firmamento de um modelo público de serviços para as pessoas no território, essa iniciativa avança de maneira programada nas modificações da atenção à saúde da população, propondo uma fundamento ético e cidadão para as atividades preconizadas 4. A Estratégia Saúde da Família (ESF) constitui uma reorientação de práticas nesse contexto, o qual é estruturado no trabalho de equipes multiprofissionais em um território determinado, trabalho este firmado pelo desenvolvendo de ações a partir do conhecimento e vivências da realidade local bem como das necessidades individuais e da comunidade 5. A vivência abordada no relato orienta a importância da atuação da ESF na assistência ao idoso, permitindo relatar a experiência em torno de uma visita domiciliar executada por acadêmicos de enfermagem de uma instituição pública de Alagoas e outros profissionais da Unidade de Saúde

no município de Maceió, elucidando a assistência ao idoso com limitações em relação à mobilidade e sua vulnerabilidade. METODOLOGIA Trata-se de um relato de experiência, baseado em uma visita domiciliar proposta pela grade curricular do curso de Enfermagem, onde envolve atividades práticas executadas no âmbito SUS. A atividade foi desenvolvida a partir da vivência na visita domiciliar de uma Unidade Básica de Saúde, que fornece atendimento de acordo com a Estratégia Saúde da Família, permitindo o atendimento as pessoas de uma determinada área. A análise do relato se dá diante de uma situação que foi possível perceber a importância da atuação da ESF no cuidado com o paciente idoso, paciente este que apresentou limitações de acesso à unidade e problemas de saúde. Durante a visita, foram realizados curativos nos membros inferiores e atividades de educação em saúde, com informações acerca do cuidado com os curativos e prevenção de acidentes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com o avanço cronológico, a dificuldade dos idosos em realizar suas atividades diárias, implica em transtornos para ele e para sua família, necessitando de recursos financeiros para suprir as demandas existentes 6. Dessa maneira, durante a visita, foi possível perceber que para um adequado entendimento das demandas assistenciais requeridas pela população idosa, a presença da Estratégia Saúde da Família, faz-se necessária na construção de uma avaliação periódica de sua saúde, incluindo os aspectos inerentes à assistência integral. Ao identificar na visita que alguns dos idosos estavam vulneráveis para realizar determinadas atividades, no qual segundo Garcia et al, afirma que a mobilidade prejudicada é um dos eventos que mais interferem na saúde da pessoa idosa, associado a um cenário de redução de força e potência muscular, de incapacidade e dependência na realização de atividades da vida diária 7. Podemos perceber que essa problemática representou para a atuação da Estratégia Saúde um fortalecimento do dever de cumprir com a visita domiciliar, utilizando-a de forma que sua importância nos recursos que beneficiam a prática assistencial seja destacada. O modelo da Estratégia Saúde da Família prevê uma responsabilização integral para a atenção às necessidades de saúde do conjunto da população, modelo este que permite uma reorganização do modelo assistencial de saúde brasileiro, baseada nos princípios da universalidade,

equidade e integralidade da atenção, tal proposta gera um resultado assistencial diferenciado ao trabalhar a assistência incorporando ações de saúde, que atuam no âmbito individual e coletivo, elucidando atividades de promoção, proteção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde 5. Ficou claro para os acadêmicos envolvidos na visita, que o tratamento e a cura não são mais os principais focos da assistência e sim a busca constante da integralidade no cuidado individual e coletivo da área, no qual há um acompanhamento aos idosos que possuem limitações de mobilidade, permitindo atendimento além do espaço físico da Unidade de saúde. A ESF visa à utilização de conhecimentos que fundamentam a produção de vínculos, autonomização e acolhimento, em associação com o conhecimento científico estruturado 8. Esse vínculo pôde ser percebido na visita domiciliar na relação do profissional com o paciente, possibilitando uma ligação de paciente, auxiliando muitas vezes na adesão do tratamento. Ao incorporar múltiplas tecnologias materiais e não materiais, assim como de diferentes complexidades, a ESF constitui-se em um modelo que necessita de baixa tecnologia, em comparação com unidades de alta complexidade 9. Por esse motivo, as atividades e recursos utilizados na visita compõem um grande fator contribuinte para a saúde da população idosa ao promover os acompanhamentos dos mesmos, visto que os idosos possam vir a apresentar múltiplas morbidades, que tendem a acentuar-se com o avançar dos anos. - CONCLUSÕES A vivência propôs a reflexão sobre a realidade dos idosos que apresentaram dificuldades de mobilidade. Essa reflexão levou em conta a participação dos mesmos no processo de ida à Unidade de Saúde. As dificuldades identificadas nos idosos em relação à mobilidade viabilizou a relevância do trabalho da equipe da Estratégia Saúde da Família, no qual dispõe de modelos de atenção à saúde que permitem atendimento integral a população, por exemplo, a visita domiciliar, propiciando atendimento dentro ou fora da unidade. Conclui-se que a formação para as vivências no âmbito SUS, torna-se necessária uma formação integralizada e contínua do profissional, pautada em pesquisas que preconizem o estudo de acordo com as demandas das diferentes populações e no cuidado em saúde. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1 Alvarez AM, Goncalves LHT. Nursing and care for the elderly at home. Rev Bras Enferm. 2012; 6(5):715-6 2 Rodrigues NO, Neri AL. Vulnerabilidade social, individual e programática em idosos da comunidade: dados do estudo FIBRA, Campinas, SP, Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2012;17(8): 2129-39. 3 Ayres JRCM, Calazams GJ, Saletti Filho HC, França Júnior I. Risco, vulnerabilidade e práticas de prevenção e promoção da saúde. Tratado de saúde coletiva. 2ª ed. São Paulo: Hucitec; 2012. P. 375-416. 4 Pinto AGA, Jorge MSB, Marinho MNASB, Vidal ECF, Aquino PS, Vidal ECF. Vivências na Estratégia Saúde da Família: demandas e vulnerabilidades no território. Rev. Bras. Enferm. [Internet]. 2017 Oct; 70(5): 920-927. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2015-0033. 5 Soratto J, Pires DE, Dornelles S, Lorenzetti J. Estratégia Saúde da Família: uma inovação tecnológica em saúde. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2015 Abr-Jun; 24(2): 584-92. 6 Barbosa KTF, Costa KNFM, Pontes MLF, Batista PSS, Oliveira FMRL, Fernandes MGM. Envelhecimento e vulnerabilidade individual: um panorama dos idosos vinculados à estratégia saúde da família. Texto contexto - enferm. [Internet]; 26 ( 2 ): e2700015. Epub June 26, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072017002700015. 7 Garcia PA., Dias JMD, Dias RC, Santos P, Zampa CC. A study on the relationship between muscle function, functional mobility and level of physical activity in community-dwelling elderly. Rev Bras Fisioter. 2011;15(1):15-22. 8 Guedes CR, Nogueira MI, Camargo JR, Kenneth R. A subjetividade como anomalia: contribuições epistemológicas para a crítica do modelo biomédico. Ciênc Saúde Coletiva. 2006 Out-Dez; 11(4):1093-103. 9 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília (DF): OPAS; 2012.