PAREDES DE EDIFÍCIOS ANTIGOS

Documentos relacionados
ESTRUTURAS DE PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS ANTIGOS

CONSTRUÇÃO TRADICIONAL A Construção Pombalina

SOLUÇÕES DE COBERTURAS DE EDIFÍCIOS ANTIGOS

REVESTIMENTOS DE TECTOS DE EDIFÍCIOS ANTIGOS

TÓPICOS ESPECIAIS ECIVIL I ALVENARIA ESTRUTURAL PAREDES. Estruturas Mistas - Profas Maria Regina Leggerini / Sílvia Baptista Kalil

FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIOS ANTIGOS

REVESTIMENTOS DE PAVIMENTOS DE EDIFÍCIOS ANTIGOS

07/05/2017. Cuiabá/MT Maio

Alvenaria, aspecto final face à vista e correntes, rebocadas.

REFORÇO SÍSMICO EM PAREDES DE. Paula Lamego

elementos estruturais

índice 1 o Tijolo Cerâmico 17

PAREDES. Prof. Amison de Santana Silva

Tipologia ARQUITECTURA CIVIL RESIDENCIAL Tipo de Sítio CASA URBANA. Observações: ID: C.U.1. Freguesia:

Paredes Estucadas em Edifícios Antigos

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 1

Tipologia ARQUITECTURA CIVIL RESIDENCIAL Tipo de Sítio PALACETE

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA DISCIPLINA DE FÍSICA DAS CONSTRUÇÕES PARA ARQUITECTURA ENUNCIADOS DOS PROBLEMAS DAS AULAS PRÁTICAS

ANÁLISE DA VULNERABILIDADE SÍSMICA DE UM QUARTEIRÃO DA BAIXA POMBALINA

1.1 Montagem de estaleiro, compreendendo instalações e equipamentos necessários á execução da obra.

COBERTURAS. Professor: Luís Guilherme Albuquerque 01/02/2011

Paredes de tijolos maciços

TELHADOS COBERTURAS. Elementos e tipos para se definir a Planta de Cobertura. Profª Dayane Cristina Alves Ferreira

Na pedreira são extraídos granitos: A empresa não se dedica à produção ou a transformação de pedra calcária ou outras.

Na pedreira são extraídos granitos: A empresa não se dedica à produção ou a transformação de pedra calcária ou outras.

ARQUITETURA COLONIAL BRASILEIRA - TÉCNICAS

Ponto de Encontro de Novembro de Reabilitação e Reforço de Estruturas de Edifícios

REABILITAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DE UM

ARQUITETURA COLONIAL BRASILEIRA - TÉCNICAS

Materiais de construção e detalhes construtivos

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

COMO EXECUÇÃO STANDARD, A JANELA DE LÂMINAS É FORNECIDA COM UM COMANDO QUE TRAVA A ABERTURA DAS LÂMINAS.

Soluções para Alvenaria

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL 1

Aprovado por: Leonardo Neri Data: 25/07/2016 SUMÁRIO

CE-CTET-GERAL AAP+AECOPS GER 00X / 00Y 08CT

GUIA DE FUNCIONAMENTO DA UNIDADE CURRICULAR

Ficha de Inspeção da minha Casa de Construção Antiga

CRITÉRIOS DE ISENÇÃO mobiliário urbano. estrado associado a esplanadas

Estrutura de uma Edificação

Dicas para sua Obra. Revenda Autorizada. Vão Saiba tudo aqui!

Introdução às Estruturas de Edificações de Concreto Armado

ANEXO A6.1. Determinação do esforço axial atuante na tábua de madeira definida na Secção

Elementos de vedação e divisórios

ASPETOS CONSTRUTIVOS E FUNCIONAIS DAS PAREDES DIVISÓRIAS NA CONSTRUÇÃO TRADICIONAL

MESTRADO EM ARQUITECTURA DISCIPLINA DE FÍSICA DAS CONSTRUÇÕES PARA ARQUITECTURA ENUNCIADOS DOS PROBLEMAS DAS AULAS PRÁTICAS

EVOLUÇÃO DAS TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS EM PORTUGAL

MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA DO MODO DE EXECUÇÃO DA OBRA

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

Avaliação Sísmica e Reforço de Edifícios Antigos de Alvenaria. Parte 4

MURFOR Reforço de aço para alvenaria

Construções e Eletrificação Rural

INSTALAÇÕES DE EDIFÍCIOS ANTIGOS

A FASE DE TRANSIÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO CONTEMPORÂNEO DO MOVIMENTO MODERNO

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Rio de Janeiro - Campus Pinheiral Planilha Orçamentária - Projeto Padrão

Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais além de seu peso próprio é denominada Alvenaria de vedação.

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES CÁLCULO ESTRUTURAL AULA 02

Estática e Resistência de Materiais /11 1ª Série Teórico-Prática

PATOLOGIA DA CONSTRUÇÃO ESTUDO DE CASOS

CRITÉRIOS DE ISENÇÃO mobiliário urbano.vitrina

4. Forças e Esforços (a que estão sujeitas as estruturas)

BANCO DE PORTUGAL, ANÁLISE SÍSMICA. João Appleton e Vasco Appleton

CONSTRUÇÃO REGIONAL PORTUGUESA

Gestão da Construção - Anexo 7A1 - Mapa de quantidades Página 1

Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais além de seu peso próprio é denominada Alvenaria de vedação.

Construção em adobe na região de Setúbal Contributo para a sua conservação Paulina Faria

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS Exame de Época Especial - Data: 11/09/2009, 17h00

Estruturas Metálicas e Serralheria Êxito

Estrutura do Casco dos Navios Metálicos. Sistemas de Construção

CRITÉRIOS DE ISENÇÃO mobiliário urbano.expositor

AlvenAriA. Construção Civil i engenharia Civil fucamp 2017/I. Professor Yuri

1.- SISTEMA ENVOLVENTE...

Projecto de reabilitação de um edifício centenário cujo proprietário é a Câmara Municipal de Alvaiázere

RELATÓRIO TÉCNICO. Local: Jardim Zaira - Mauá. 1. Concepção estrutural. 2. Materiais. Obra: Tipologia Habitacional para Encostas. Data: Junho de 2014

PLANILHA AUXILIAR B DADOS DO IMÓVEL: PROJETO 02. ÁREA TOTAL TERRENO: 336,00m²

PLANILHA AUXILIAR C DADOS DO IMÓVEL: PROJETO 03. ÁREA TOTAL TERRENO: 325,00m²

Caderno de Estruturas em Alvenaria e Concreto Simples

CRIATIVIDADE VERSUS REGULAMENTAÇÃO DOIS PROJECTOS Adriana Floret

Lancis :: Rachado A espessura da guia rachada tem de ser sempre igual ou superior a metade do valor da sua altura. As medidas das peças são da respons

VERGA, CONTRAVERGA, FIXAÇÃO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO E CINTA DE AMARRAÇÃO DE ALVENARIA

CARACTERIZAÇÃO DAS ALVENARIAS DOS EDIFÍCIOS DA BAIXA DE COIMBRA As Suas Anomalias Típicas

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA EM TODOS OS LADOS. OVERLAY ESCALA 1/1500

Cirurgia para edifícios e estruturas

Modelos de Calculo. Cargas nas Lajes

Evento PROMOÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS, SUSTENTABILIDADE E CONFORTO INTERIOR OPTIMIZAÇÃO DE SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS TERMOGRAFIA

LAJES PRÉ-MOLDADAS. GRADUAÇÃO Florestal AULA. Prof. Adriano Wagner Ballarin Prof. Marco Antonio Martin Biaggioni. Construções Rurais

execução Caixote de massa em madeira A madeira absorve a água da argamassa o que diminui a trabalhabilidade da argamassa.

Utilização de Dissipadores Viscosos para Reforço Sísmico de Edifícios de Alvenaria

LEB- 418 COSNTRUÇOES RURAIS Capacidade de Carga. Transmitir o peso da estrutura à superfície do terreno.

Aprovado por: Leonardo Neri Data: 04/12/2017 SUMÁRIO

Os Painéis Cimentício são compostos de Cimento Portland, partículas de madeira, água, aditivos e pigmentos. Muito

Disciplina: Construção Civil 4. Orçamento de Obras. Aula 06 Composição de Custo Unitário e Levantamento de Quantitativos ALVENARIA

UNIVERSIDADE DO ALGARVE ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL LABORATÓRIO NP 80 TIJOLOS PARA ALVENARIA

UNIVERSIDADE DO ALGARVE ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL LABORATÓRIO NP 80 TIJOLOS PARA ALVENARIA

PREMISSSAS PARA O DIMENSIONAMENTO DE ALVENARIAS REFORÇADAS COM MURFOR

INFORME ARTÍSTICO E ARQUITETÔNICO

ANEXO IV DESENHO E ESPECIFICAÇÕES DO DISTINTIVO METÁLICO MODELO A

LOTEAMENTO FONTE NOVA REGULAMENTO DE CONSTRUÇÃO

PROJETO-AVICULTURA COLONIAL AVIÁRIO PARA 500 AVES DE CORTE

Marquitetura e engenharia

Transcrição:

PAREDES DE EDIFÍCIOS ANTIGOS CONSTRUÇÃO TRADICIONAL Licenciatura em Arquitectura IST António Moret Rodrigues

NOMENCLATURA I PAREDES EXTERIORES Constituem a envolvente exterior do edifício: Fachada Principal: voltada para o arruamento; Fachada posterior ou tardoz: oposta à principal; Fachadas laterais: restantes. Quando terminadas por uma superfície triangular, as fachadas laterais designam-se por empenas. As paredes exteriores eram também designadas por mestras como sinónimo de maior espessura. Empena

NOMENCLATURA II PAREDES INTERIORES Constituem a compartimentação interior: Frontais: desempenham função resistente e têm fundação própria; Tabiques: servem apenas de divisória COROAMENTO Parte superior de uma parede. EMBASAMENTO Parte inferior de uma parede. PARAMENTOS Superfícies vistas da parede.

PAREDES EXTERIORES I ALVENARIA DE PEDRA IRREGULAR SEM APARELHAMENTO: Paredes de pedras toscas, angulosas e irregulares em forma e dimensão, ou roladas, ligadas entre si por argamassas ordinárias (alvenaria ordinária). Normalmente são rebocada e caiadas para protecção dos agentes atmosféricos (água).

PAREDES EXTERIORES II ALVENARIA DE PEDRA IRREGULAR COM APARELHAMENTO Paredes de pedras irregulares assentes em argamassa, seleccionando-se as pedras rijas e de melhor aspecto para formarem os paramentos, para o que eram aparelhadas numa das faces, formando-se assim uma superfície praticamente plana. Aparelho rústico Aparelho regular

PAREDES EXTERIORES III PAREDES EM PERPIANHO Cantaria que tem toda a largura da parede (alvenaria à fiada) aparelhada nas quatro faces. Todas as pedras têm a espessura da parede e apresentam, portanto, duas faces vistas. Era muito corrente no Norte do País.

PAREDES EXTERIORES IV PAREDES MISTAS (PEDRA+MADEIRA) São paredes estruturais num misto de madeira e alvenaria de pedra. A seguir ao terramoto de 1755 passou a introduzir-se dentro das paredes resistentes uma estrutura de madeira a que se dava o nome de gaiola e cujo fim era dar-lhes uma certa elasticidade que a pedra, por si só, era incapaz de conferir.

PAREDES EXTERIORES V PAREDES MISTAS (PEDRA+MADEIRA) A gaiola era constituída por um elevado número de peças de madeira, verticais, horizontais e inclinadas, devidamente ligadas entre si, de forma a constituir um sistema sólido, de grande estabilidade. Contra Frechal Frechal Prumo Frechal Pendural Travadouras Vigas Mãos Travessanho Vigas Sistema utilizado nas paredes exteriores

PAREDES EXTERIORES VI PAREDES MISTAS (PEDRA+MADEIRA) A construção da gaiola começava geralmente logo que os alicerces das paredes chegam ao nível do terreno exterior. Gaiola A gaiola ficava completamente embebida na na parede, junto do paramento interior para a proteger da humidade Carregos Arcos Carregos são os elementos soltos sobre os arcos Poços ou pegões

PAREDES EXTERIORES VII PAREDES MISTAS (PEDRA+MADEIRA) A armação de madeira permitia que em caso de terremoto o edifício desmoronasse, mantendo íntegra a gaiola tridimensional.

PAREDES EXTERIORES VIII LIGAÇÕES E TRAVAMENTOS A argamassa não era muitas vezes suficiente para tornar as pedras solidárias entre si. Para este efeito podiam-se empregar cavilhas. Para o caso de pedras sobrepostas era comum o processo de mecha-respisga. Para o caso de travamentos laterais eram utilizadas cavilhas ou tacos de pedra, ou então chumbo vazado, em aberturas em forma de rabo de andorinha. Respiga Mecha

PAREDES EXTERIORES IX LIGAÇÕES E TRAVAMENTOS Outra forma de ligar as pedras era através de gatos, que podiam ter diversas formas. Barra de ferro com as pontas dobradas formando unhas de gato. Para ligar a cantaria à alvenaria de pedra irregular utilizavam-se gatos de unha rachada ou em rabo de andorinha.

PAREDES EXTERIORES X z LIGAÇÕES E TRAVAMENTOS Nos cunhais era necessário garantir o travamento. Empregavam-se, assim, pedras de maiores dimensões que abrangiam simultaneamente as duas paredes.

PAREDES EXTERIORES XI LIGAÇÕES E TRAVAMENTOS Era também comum um travamento das paredes de fachada, o que se fazia através duma ligação (interligação) dessas paredes sobre as quais assentava o vigamento dos sobrados por ferrolhos.

PAREDES EXTERIORES XII ALVENARIA DE TIJOLO Apesar dos tijolos serem de menores dimensões podiam-se construir paredes de tijolo com mais de 0,35m de espessura. Estas paredes tanto podiam ser de tijolos burros como de tijolos furados ou ainda de ambos os tipos de tijolos. A construção faz-se por fiadas horizontais, em posição desencontrada ou de mata-juntas, tanto horizontalmente como verticalmente. A espessura da argamassa entre tijolos vai de 0,008 a 0,01m, fazendo-se o possível para que na altura da parede fique um número certo de fiadas.

PAREDES EXTERIORES XIII ALVENARIA DE TIJOLO Quando a parede forma cunhal deixam-se ficar alguns tijolos das diferentes fiadas de um lado, intercalados nas fiadas do outro. Para conseguir o desfasamento entre tijolos, existiam diversas formas de os colocar nas fiadas (1/2 vez, 1 vez, 1 ½ vez, 2 vezes, 2 ½ vezes, 3 vezes, etc.). As paredes até uma vez e meia de tijolo eram essencialmente interiores, reservando-se para as exteriores (a partir da base) espessuras a partir de duas vezes de tijolo.

PAREDES EXTERIORES XIV ALVENARIA DE TIJOLO Paredes de 2 vezes (Sistema inglês) Paredes de 3 vezes (Sistema inglês)

PAREDES EXTERIORES XV ALVENARIA DE TIJOLO Paredes de 3 ½ vezes (Sistema inglês) Paredes de 4 vezes (Sistema inglês)

PAREDES EXTERIORES XVI VÃOS DE PORTAS E JANELAS As paredes dos edifícios apresentam aberturas ou vãos, destinados a permitir o acesso ao interior e a fornecer-lhe iluminação e ventilação. SUPERFÍCIES: H H Ombreiras; SS Soco; V Verga ou Padieira L Soleira (porta) ou Peitoril (janela) Estas superfícies são em pedras do lancil. H H

PAREDES EXTERIORES XVII VÃOS DE PORTAS E JANELAS Sendo a resistência da pedra à flexão pequena, as vergas são protegidas da acção das cargas superiores por arcos, construídos normalmente em tijolo. As ombreiras HH entram numas caixas ou rebaixos das paredes, ficando salientes no vão. As paredes interiores do vão são inclinadas simetricamente, alargando-se para o lado de dentro. As superfícies internas EE são os enchalços. SUPERFÍCIES: cc cabeça; bb aduela; gg gola; EE enchalços H H

PAREDES EXTERIORES XVIII COROAMENTO DE PAREDES EXTERIORES A parede de fachada era rematada, superiormente, pela cimalha ou cornija, que servia ao mesmo tempo para ocultar a cobertura Capeamento e dar apoio ao algeroz. Na cimalha assenta a platibanda, que prolonga na vertical a parede de fachada. A platibanda tem um coroamento ou capeamento. Platibanda Cimalha Lacrimal

PAREDES EXTERIORES XIX COROAMENTO DE PAREDES EXTERIORES As cimalhas podem ser em alvenaria de tijolo, desde que a execução seja estável, de forma a verificar-se tijolos um travamento perfeito entre os tijolos. Tanto as cimalhas como as platibandas podem também ser em cantaria. Neste caso deve-se gatear convenientemente as pedras da cimalha e de ligar as pedras da platibanda por meio de gatos e de pernes (cavilhas). Pernes Gato

PAREDES INTERIORES I PAREDES RESISTENTES MISTAS Paredes de alvenaria de Frechal pedra com armação interior em madeira chamada frontal, sendo a disposição mais vulgar designada por frontal tecido. Contra Frechal Vigas Escoras Prumos Travessanho Escora Mão Chincharel Viga Frechal

PAREDES INTERIORES II PAREDES RESISTENTES MISTAS A estrutura ficava completamente embebida na parede.

PAREDES INTERIORES III PAREDES RESISTENTES DE TIJOLO Como elementos resistentes, estas paredes tinham fundação própria, ou seja, não assentavam no pavimento. O Regulamento das Construções Urbanas indicava quais as espessuras a aplicar nessas paredes em função do número de andares. Era obrigatório o emprego de tijolos maciços até determinada altura, podendo depois ser construídas com tijolo furado.

PAREDES INTERIORES IV PAREDES RESISTENTES DE TIJOLO Paredes de 1 vez de tijolo O assentamento é feito por fiadas, sendo um tijolo ao comprido e dois atravessados e sempre alternados em todo o comprimento da parede e assentes ao baixo.

PAREDES INTERIORES V PAREDES RESISTENTES DE TIJOLO Cunhais de tijolo a 1 vez

PAREDES INTERIORES VI PAREDES RESISTENTES DE TIJOLO Paredes de 1 vez e ½ de tijolo A espessura destas paredes é da ordem de 0,35m, o que correspondia a um tijolo atravessado e um ao comprido, assentes ao baixo.

PAREDES INTERIORES VII PAREDES RESISTENTES DE TIJOLO Cunhais a 1 vez e ½ de tijolo

PAREDES INTERIORES VIII PAREDES DIVISÓRIAS DE MADEIRA Estas divisórias de madeira tomam o nome de tabiques. Executam-se pregando ao soalho e ao tecto sarrafos (calhas) em que se apoiam uma série de tábuas de costaneira com cerca de 3 cm de espessura que constituem a estrutura resistente. São, depois, fasquiadas e rebocadas por ambas as faces. Estes tabiques só eram fabricados depois de o solho ser assente. Por vezes são também utilizadas aspas para aliviar o peso dos tabiques.

PAREDES INTERIORES IX PAREDES DIVISÓRIAS DE MADEIRA Vigamento Calha Fasquias Aspa Tábuas costaneiras TABIQUE SIMPLES DE MADEIRA Parede Calha Vigamento A espessura dos tabiques de madeira era da ordem dos 10 cm

PAREDES INTERIORES X PAREDES DIVISÓRIAS DE MADEIRA Um outro tipo de tabique era o suspenso ou aliviado, quando não apoiava sobre o vigamento. Era geralmente construído em simultâneo com a gaiola, antes de assentar o sobrado. Empregava-se quando se pretendia que o seu peso não descarregasse no vigamento. a Golas; b Aspas; c Calhas; d Costaneiras; v Vergas; e - Espaço

PAREDES INTERIORES XI PAREDES DIVISÓRIAS DE TIJOLO Paredes de tijolo a cutelo Estas paredes, depois de rebocadas as duas faces, ficavam apenas com 0,11m, e chamavam-se vulgarmente tabiques de tijolo ou panos de tijolo.

PAREDES INTERIORES XII PAREDES DIVISÓRIAS DE TIJOLO Paredes de ½ vez tijolo São também consideradas tabiques estas paredes cuja espessura era cerca de 0,15m depois de rebocadas em ambas as suas faces.