DIREITO CIVIL ENUNCIADO - PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL

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Transcrição:

DIREITO CIVIL ENUNCIADO - PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL Em uma determinada ação indenizatória que tramita na capital do Rio de Janeiro, o promitente comprador de um imóvel, Serafim, pleiteia da promitente vendedora, Incorporadora X, sua condenação ao pagamento de quantias indenizatórias a título de (i) lucros cessantes em razão da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária e (ii) danos morais. Todas as provas pertinentes e relevantes dos fatos constitutivos do direito do autor foram carreadas nos autos. Na contestação, a ré suscitou preliminar de ilegitimidade passiva, apontando como devedora de eventual indenização a sociedade Construtora Y contratada para a execução da obra. Alegou, no mérito, o descabimento de danos morais por mero inadimplemento contratual e, ainda, aduziu que a situação casuística não demonstrou a ocorrência dos lucros cessantes alegados pelo autor. O juízo de primeira instância, transcorridos regularmente os atos processuais sob o rito comum, acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva. Da sentença proferida já à luz da vigência do CPC/15, o autor interpôs recurso de apelação, mas o acórdão no Tribunal de Justiça correspondente manteve integralmente a decisão pelos seus próprios fundamentos, sem motivar específica e casuisticamente a decisão. O autor, diante disso, opôs embargos de declaração por entender que havia omissão no Acórdão, para pré-questionar a violação de norma federal aplicável ao caso em tela. No julgamento dos embargos declaratórios, embora tenha enfrentado os dispositivos legais aplicáveis à espécie, o Tribunal negou provimento ao recurso e também aplicou a multa prevista na lei para a hipótese de embargos meramente protelatórios. Na qualidade de advogado(a) de Serafim, indique o meio processual adequado para a tutela integral do seu direito em face do acórdão do Tribunal, elaborando a peça processual cabível no caso, excluindo-se a hipótese de novos embargos de declaração, indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 1

GABARITO COMENTADO A medida cabível para Serafim, em seu processo, é a interposição do Recurso Especial para o STJ, cujas razões recursais devem rechaçar a ilegitimidade passiva da incorporadora imobiliária, visto que é ela responsável solidária pelos danos ocasionados, na forma do Art. 25, 1º, do Código de Defesa do Consumidor, do Art. 942 do Código Civil ou do Art. 30 da Lei nº 4.591/64. Além disso, o examinando deve abordar a prática do ilícito contratual e os danos sofridos. Ao final, o pedido recursal deve ser no sentido de obter a anulação do acórdão em razão da falta de fundamentação específica e, caso o STJ entenda que a invalidação será excessivamente prejudicial ao recorrente, deve ser pedida reforma integral do julgado, com base no Art. 282, 2º, do CPC. Em relação à multa aplicada em razão do entendimento do Tribunal (embargos protelatórios), esta também deve ser rechaçada pelo examinando, por se tratar de recurso com finalidade de prequestionamento, o que resulta na inaplicabilidade do Art. 1026, 2º, do CPC/15 e na violação ao enunciado de Súmula de Jurisprudência predominante do STJ (Súmula 98) ITEM PONTUAÇÃO Endereçamento: O recurso deverá ser interposto perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido (Rio de Janeiro) (0,10). 0,00/0,10 Indicação do recorrente (0,10) e do recorrido (0,10). 0,00/0,10/0,20 Interposição no prazo de 15 dias (0,10), na forma do Art. 1003, 5º, do CPC/15 (0,10). 0,00/0,10/0,20 Preparo ou gratuidade de Justiça (0,10). 0,00/0,10 Cabimento 1. Decisão advinda de Tribunal (0,20) e decisão proferida em última instância (0,20). 0,00/0,20/0,40 2. Requisito específico de violação à Lei Federal (0,40) 0,00/0,40 3. Fundamento legal: Art. 105, inciso III, alínea a, da CRFB/88 OU art. 1029 do CPC/15 (0,10). 0,00/0,10 2

Obs.: A pontuação do fundamento legal somente será considerada se mencionado qualquer dos itens acima que tratam do cabimento. Fundamentação Prequestionamento realizado pela via dos Embargos de Declaração ( 0,50 ), nos termos do Art. 1.025 do CPC/15 (0,10). Ausência de fundamentação específica do acórdão recorrido (0,20), violando o disposto no art. 489, 1º, do CPC/15 (0,10). Legitimidade passiva da Incorporadora porque não observada a responsabilidade solidária prevista (0,60). Indicação de violação do disposto no Art. 7, parágrafo único, OU Art. 25, 1º, do CDC OU Art. 942 do CC OU do Art. 30 da Lei nº 4.591/64 (0,10). Obs.: A pontuação do fundamento legal somente será considerada se mencionado o item anterior que trata da fundamentação. 0,00/0,50/0,60 0,00/0,20/0,30 0,00/0,60 0,00/0,10 Alegação da prática do ilícito contratual (0,20) 0,00/0,20 Identificação dos danos sofridos: lucros cessantes (0,20) e dano moral (0,20) 0,00/0,20/0,40 Aplicação de multa indevida nos Embargos declaratórios por se tratar de recurso com finalidade de prequestionamento ( 0,50 ), o que resulta na inaplicabilidade do Art. 1026, 2º, do CPC/15 (0,10). 0,00/0,50/0,60 Pedidos 1. de admissão do recurso (0,10). 0,00/0,10 2. de provimento para anular o acórdão do Tribunal local (0,20). 0,00/0,20 3. eventual, para a reforma integral da decisão recorrida (0,10). 0,00/0,10 4. eventual, provimento parcial para afastar a aplicação da multa (0,20). 0,00/0,20 Local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10 3

QUESTÃO 01 - ENUNCIADO Em abril de 2016, Flávio, que não tinha qualquer parente até quarto grau, elaborou seu testamento, deixando todos os seus bens para sua amiga Clara. Em janeiro de 2017, Flávio descobriu que era pai de Laura, uma criança de 10 anos, e reconheceu de pronto a paternidade. Em abril de 2017, Flávio faleceu, sem, contudo, revogar o testamento elaborado em 2016. Sobre os fatos narrados, responda aos itens a seguir. A sucessão de Flávio observará sua última vontade escrita no testamento? (Valor: 0,80) O inventário e a partilha dos bens de Flávio poderão ser feitos extrajudicialmente? (Valor: 0,45) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. GABARITO COMENTADO A) Dentre as hipóteses de rompimento do testamento, o Art. 1.973 do Código Civil prevê justamente a situação descrita: superveniência de descendente sucessível ao testador, que não o conhecia quando testou. Logo, tendo em vista o rompimento do testamento, Laura receberá 100% do patrimônio do falecido pai, na forma do Art. 1.845 do CC. B) No direito brasileiro, o inventário deverá ser judicial quando houver herdeiro menor e/ou testamento, conforme o Art. 610, caput, do CPC/15. DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM A. Não. A superveniência de descendente sucessível ao testador, que não o conhecia quando testou é hipótese de rompimento de testamento (0,70), conforme o Art.1.973 do CC (0,10). B. Não. O inventário será obrigatoriamente judicial, porque há herdeiro incapaz e/ou testamento (0,35), segundo o Art. 610 do CPC/15 (0,10). PONTUAÇÃO 0,00/0,70/0,80 0,00/0,35/0,45 4

QUESTÃO 02 - ENUNCIADO A sociedade empresária Madeira Certificada Ltda. firmou com Só Móveis Ltda. um contrato de fornecimento de material, visando ao abastecimento de suas indústrias moveleiras. Depois de dois anos de relação contratual, Só Móveis deixou de pagar as notas fiscais emitidas por Madeira Certificada, alegando dificuldades financeiras, o que levou à rescisão do contrato, restando em aberto os pagamentos do fornecimento de material dos meses de outubro, novembro e dezembro de 2015. Madeira Certificada, de posse do contrato, firmado por duas testemunhas, das notas fiscais e de declaração subscrita pela sociedade reconhecendo a existência da dívida, ajuizou execução de título extrajudicial em 01/04/2016. Citada, a sociedade empresária Só Móveis não efetuou o pagamento, e a tentativa de penhora on-line de dinheiro e de bens imóveis foi infrutífera, não tendo sido localizado patrimônio para satisfação do crédito. Madeira Certificada constatou, contudo, que um dos sócios administradores da Só Móveis havia tido um acréscimo substancial de patrimônio nos últimos dois anos, passando a ser proprietário de imóvel e carros, utilizados, inclusive, pela devedora. Diante de tal situação, responda aos itens a seguir. A) O que a sociedade empresária Madeira Certificada deve alegar para fundamentar a extensão da responsabilidade patrimonial e possibilitar a satisfação do crédito? (Valor: 0,70) B) Com base em tal alegação, qual seria a medida processual incidental adequada para estender a responsabilidade patrimonial e possibilitar a satisfação do crédito? (Valor: 0,55) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. GABARITO COMENTADO Madeira Certificada deve alegar que a ocorrência de confusão patrimonial evidencia abuso da personalidade jurídica, com o objetivo de que seja desconsiderada a personalidade jurídica, e de que os bens do sócio administrador respondam pelas dívidas da sociedade Só Móveis, nos termos do Art. 50 do Código Civil. A medida processual para que os bens do responsável fiquem sujeitos à execução, no caso de abuso da personalidade jurídica (Art. 790, inciso VII, do CPC/15), é o incidente de desconsideração da personalidade jurídica (Art. 795, 4º, do CPC/15), previsto no Art. 134 do CPC/15, aplicável à execução. 5

DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM A. Desconsideração da personalidade jurídica (0,35) em face da confusão patrimonial (0,25), na forma do Art. 50 do Código Civil (0,10). B. A medida processual para que os bens do responsável fiquem sujeitos à execução é o incidente de desconsideração da personalidade jurídica (0,45), na forma do Art. 133 OU 134 do CPC/15 (0,10). PONTUAÇÃO 0,00/0,25/0,35/0,45/0,60/0,7 0 0,00/0,45/0,55 6

QUESTÃO 03 - ENUNCIADO Nivaldo e Bárbara casaram-se em 2008. Ocorre que Bárbara, ao conhecer o sogro, Ricardo, que até então estava morando no exterior a trabalho, apaixonou-se por ele. Como Ricardo era viúvo, Bárbara se divorciou de Nivaldo e foi morar com o ex-sogro em uma pequenina cidade no Acre, onde ninguém os conhecia. Lá, casaram-se há cerca de cinco anos. Um dia, avisado por um amigo, Nivaldo, que vivia na capital do estado do Amazonas, descobriu o casamento do pai com sua ex-esposa. De imediato, consultou um advogado para saber o que poderia fazer para invalidar o casamento. Diante dessas circunstâncias, responda aos itens a seguir. A) Qual a ação cabível para a invalidação do casamento e qual o fundamento dela? (Valor: 0,70) B) Identifique o litisconsórcio existente entre Bárbara e Ricardo. (Valor: 0,55) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. GABARITO COMENTADO A) Bárbara e Ricardo têm parentesco por afinidade (nora e sogro, respectivamente), que se formou pelo casamento e não é extinto pelo rompimento do vínculo matrimonial, conforme o Art. 1.595, 2º, do Código Civil. Assim, estão impedidos de casar, segundo o Artigo 1.521, inciso II, do Código Civil. O casamento é nulo por infringência de impedimento, a teor do Art. 1.548, inciso II, do Código Civil. Logo a ação cabível é a ação de nulidade de casamento. B) O litisconsórcio entre Bárbara e Ricardo é unitário, pois o juiz deve decidir o mérito de modo uniforme para ambos, conforme dispõe o Art. 116 do CPC/2015. 7

DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM A 1. Ação de nulidade de casamento (0,20), conforme o Art. 1.548, inciso II, do Código Civil (0,10). A 2. O fundamento é existência de impedimento, porque Bárbara e Ricardo são parentes por afinidade, vínculo que não se extingue pelo divórcio (0,30), segundo o Artigo 1.521, inciso II OU Art. 1.595, 2º, do Código Civil (0,10). PONTUAÇÃO 0,00/0,20/0,30 0,00/0,30/0,40 B1. O litisconsórcio é unitário (0,20), conforme dispõe o Art. 116 do CPC/15 (0,10). 0,00/0,20/0,30 B2. O litisconsórcio também é necessário (0,15), conforme dispõe o Art. 114 do CPC/15 (0,10). 0,00/0,15/0,25 8

QUESTÃO 04 - ENUNCIADO Ana Flávia dirigia seu carro em direção à sua casa de praia quando, no caminho, envolveu-se em um acidente grave diante da imprudência de outro veículo, dirigido por Sávio, que realizou ultrapassagem proibida. Como consequência do acidente, ela permaneceu no hospital por três dias, ausentando-se de seu consultório médico, além de ter ficado com uma cicatriz no rosto. Como apenas o hospital particular da cidade oferecia o tratamento adequado e ela não possuía plano de saúde, arcou com as despesas hospitalares. Ciente de que o automóvel de Sávio está segurado junto à seguradora Fique Seguro Ltda., com cobertura de danos materiais, Ana Flávia ajuizou ação em face de ambos. Sávio e a seguradora apresentaram contestação, esta alegando a culpa exclusiva de Ana Flávia e a impossibilidade de figurar no polo passivo. Em seguida, o juízo determinou a exclusão da seguradora do polo passivo e o prosseguimento da demanda exclusivamente em face de Sávio. Tendo em vista o caso exposto, responda aos itens a seguir. A) Qual o recurso cabível contra a decisão? Qual o seu fundamento? (Valor: 0,65) B) Além do prejuízo material, quais outros danos Ana Flávia poderia ter pedido para garantir a maior extensão da reparação? (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. GABARITO COMENTADO A) O recurso cabível em face da decisão que determinou a exclusão de litisconsorte é o agravo de instrumento (Art. 1.015, inciso VII, do CPC/15). Conforme entendimento consolidado do STJ, é possível o ajuizamento direto em face do causador do dano e da seguradora. Não é necessário aguardar que o causador do dano denuncie a lide em face da seguradora. O que não se admite é o ajuizamento exclusivamente em face da seguradora, uma vez que não possui legitimidade para figurar no polo passivo isoladamente (Súmula 529 do STJ, REsp 943.440/SP e julgado sob o regime de repetitivo: REsp 962.230/RS). B) Ana Flávia poderia ter deduzido pedido de indenização por danos morais (Art. 186 do Código Civil ou Art. 5º, inciso V ou inciso X, da CRFB/88) e dano estético (Súmula 387 do STJ), sendo este em razão da cicatriz. 9

DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS ITEM A. O recurso cabível é o agravo de instrumento (0,35), por se tratar de decisão interlocutória que determinou a exclusão de litisconsorte (0,20), conforme o Art. 1.015, inciso VII, do CPC/15 (0,10). B. Ana Flávia poderia ter deduzido pedido de indenização por danos morais (0,20) E dano estético (0,30), com fundamento no Art. 186 OU Art. 927 do Código Civil OU Art. 5º, inciso V ou inciso X, da CRFB/88 OU Súmula 387 do STJ (0,10). PONTUAÇÃO 0,00/0,35/0,45/0,55/0,65 0,00/0,20/0,30/0,40/0,50/0,6 0 10