OS LIVROS SAMUEL E REIS



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Jörg Garbers OS LIVROS SAMUEL E REIS INTRODUÇÃO, TEOLOGIA E HISTÓRIA 1 INTRODUÇÃO 1.1 NOME Os livros Js até 2Rs têm na Bíblia hebraica o nome: "Os profetas anteriores. Por quais motivos os judeus deram esse nome aos livros que na nossa Bíblia se chamam os livros históricos? Em primeiro lugar os livros não contam apenas fatos históricos, mas interpretam a história teologicamente. Em segundo lugar encontram-se neles muitas personagens proféticas (Samuel / Natã / Elisa / Eliseu / etc.). Para diferenciar estes profetas dos posteriores como Isaías etc. foi dado o nome anteriores a esses. Por outro lado permanece a pergunta, se a Bíblia talvez tenha outras respostas para as perguntas: Quem é um profeta e o que é profecia? Antigamente os dois livros de Samuel que nós conhecemos formavam um livro só. O mesmo ocorreu provavelmente também com os dois livros dos reis. Pode-se até pensar que esses quatro livros formam uma só obra. A divisão em dois, respectivamente, em quatro livros resultou de uma época mais tarde. Todos os quatro livros na verdade dificilmente podem ser separados um do outro. A visão teológica dessa obra é estreitamente ligada à teologia do livro Deuteronômio. Na verdade o livro Deuteronômio serve como a base a uma avaliação da história do povo de Deus. Por este motivo esta obra é chamada muitas vezes na literatura de "história deuteronomista". 1.2 AUTORES E FONTES Sobre os autores não sabemos nada. A Bíblia não nos revela quais pessoas escreveram as narrativas destes livros. Somente sabemos através dos livros que os autores usaram fontes. Algumas fontes eles mesmos estão mencionando, como por exemplo: 1Rs 11.41: Quanto aos mais atos de Salomão, a tudo quanto fez, e à sua sabedoria, porventura, não estão escritos no Livro da História de Salomão? 1Rs 14.29: Quanto aos mais dos atos de Roboão e a tudo quanto fez, porventura, não estão escritos no Livro da História dos Reis de Judá? 1Rs 16.5: Quanto aos mais atos de Baasa, e ao que fez, e ao seu poder, porventura, não estão escritos no Livro da História dos Reis de Israel? 1.3 DATA As fontes têm idades diferentes. Provavelmente a maioria dos primeiros textos até Davi foi escrito na época de Davi. Os últimos acontecimentos e avaliações somente poderiam ser feitas no ou depois do cativeiro babilônico.

1.4 ESTRUTUTURA DOS LIVROS 1SM 2RS 1 0 S A M U E L Samuel: 1-25 História da arca: 4-6 Ascensão: 9-14 Saul: 9-31 2 0 S A M U E L História da arca: 6 Ascensão de Davi: 1Sm 16-2Sm 5 Davi: 1Sm 16-1Rs 2 1 0 R E I S Salomão: 1-11 Judá:12-16 Israel: 12-16 Elias: 1Rs 17-2Rs 2 2 0 R E I S Judá: 14-25 Eliseu: 2-13 Israel: 14-17

2 TEOLOGIA DOS LIVROS SAMUEL E REIS 2.1 DEUS É FIEL ÀS SUAS PROMESSAS Todos os textos, todas as narrativas tratam este assunto em grande variedade. Além de muitas circunstâncias difíceis, Deus está fiel e cumpre as suas promessas, apesar da constante infidelidade do povo. 2.2 A TERRA É DÁDIVA DE DEUS Sem a ajuda de Deus, Israel jamais poderia conquistar a terra prometida. Este fato se encontra em muitas narrativas. Teologicamente é melhor falar da dádiva de Deus do que da conquista da terra. Muitas leis e histórias aprovam esse fato. É importante saber que a terra prometida, na compreensão dos judeus, pertence a Deus e não ao povo. 2.3 BENÇÃO E MALDIÇÃO DEPENDEM DO PRIMEIRO MANDAMENTO A história é interpretada através de um esquema simples. O povo ganha a benção de Deus caso fique firme e fiel a Ele e seus mandamentos: adorar somente Deus e adorá-lo através de sacrifícios somente em Jerusalém. A benção significa sob estas circunstâncias: prosperidade, paz e moradia na Palestina. O povo será amaldiçoado caso adore outros deuses e se envolva com outras religiões. A maldição significa: o povo sofre sob o domínio de inimigos; a terra prometida é ameaçada. 2.4 DEUS USA O HOMEM FRACO PARA REALIZAR O PLANO DA SALVAÇÃO É impressionante como a Bíblia fala francamente sobre os pecados e fraquezas dos "funcionários" de Deus. No fundo encontramos novamente aqui a misericórdia de Deus e o fato de que Deus não depende de homens, mas por sua graça incondicional usa pessoas falhas. 2.5 DEUS E O REI DAVI O relacionamento entre Davi e Deus em muitos sentidos é do ponto de vista teológico atual um espelho para o messias. Em Davi se cumprem muitas promessas e no mesmo tempo as promessas e expectativas são lançadas para o futuro. A dinastia davídica se quebra no 6º século, com a vitória dos babilônicos. Porém a esperança de um futuro rei no trono de Davi mantém-se viva. 2.6 A PALAVRA DE DEUS E O TEMPLO Nos primeiros capítulos de 1Sm o foco está na arca. Depois da conquista de Jerusalém por Davi o centro da religiosidade muda para Jerusalém e a partir do reinado de Salomão para o templo. O culto, os sacrifícios e o clero dos sacerdotes começam a desempenhar um papel importante na espiritualidade do povo de Deus. Finalmente os profetas preparam o caminho para um novo foco religioso: a palavra de Deus. Esta se torna um ponto de identificação do povo de Deus no exílio e o fundamento futuro da sua fé.

3 ASPECTOS HISTORICOS 3.1 SAMUEL 3.1.1 MINIBIOGRAFIA DE SAMUEL 1. A mãe entrega Samuel no tabernáculo 2. O chamado de Samuel 3. Samuel chama o povo ao arrependimento 4. Samuel unge Saul 5. Samuel rejeita o pedido do povo se tornar rei 6. Samuel mata o rei Agague 7. Samuel comunica a Saul que Deus o está rejeitando 8. Samuel é enviado a Jessé 9. Samuel unge Davi 10. A morte de Samuel 3.1.2 DIFULDADES COM OS FILISTEUS No início do 11º século os filisteus começaram a conquistar muitas regiões da Palestina. Eles não somente se limitaram ao litoral de Canaã, mas começaram a invadir também o interior. Eles eram fortes, tinham carros de guerra, armas de ferro e eram unidos. Os israelitas perderam mais e mais espaço. Certo dia eles perderam também a arca. Samuel - sacerdote, profeta e juiz - uniu o povo de Israel e lutou contra os filisteus com sucesso. Mas o susto foi grande e os israelitas sentiram a necessidade da união e de um governo central. 3.1.3 A INSTALAÇÃO DA MONARQUIA Foram estas as condições que criaram a idéia de ter um rei. As diversas reações se refletem nos textos bíblicos: Havia pessoas que não gostavam muito da idéia, e havia pessoas que apoiavam a idéia. Assim encontramos vantagens e desvantagens descritas nos textos bíblicos (liberdade pessoal / necessidade militar / Deus e o rei / impostos / etc.). No final a pergunta central foi: Como Israel pode ter um rei e respeitar ao mesmo tempo Deus como rei do povo? O perigo de ter um rei foi visto nos vizinhos que adoravam o rei quase como um deus. Para os israelitas foi importante que o rei servia ao povo em todos os sentidos. Finalmente Saul foi instalado como rei. Isso não aconteceu de um dia para outro. Temos alguns textos que falam da "instalação" de Saul; diversos textos refletem que isso foi um processo demorado. 3.2 A MONARQUIA DE SAUL (1050-1010) 3.2.1 MINIBIOGRAFIA DE SAUL 1. Saul encontra-se com Samuel procurando os burros do seu pai 2. Saul é sendo ungido rei 3. Saul luta contra os amonitas 4. Saul é proclamado rei 5. Saul sacrifica sem permissão 6. Saul luta contra os filisteus 7. Saul desobedece aos mandamentos de Deus e está sendo rejeitado por ele 8. Saul e Davi encontram-se (Harpa / Golias) 9. Saul se volta contra Davi e começa perseguir-lo 10. Saul luta novamente contra os filisteus e comete suicídio

3.2.2 A ÉPOCA DE SAUL Saul conseguiu alguns resultados militares. Estabeleceu o núcleo do terreno futuro do povo de Israel. Mas nos textos podemos ainda sentir a insegurança de Saul em agir como rei. Era tudo novo. Ele não usou o novo poder para estabelecer realmente um reinado, ele era uma ponte entre duas margens: as tribos de Israel e o Estado de Israel. A desobediência de Saul contra Deus resultou na fraqueza dele. Deus tirou seu Espírito de Saul e deixou ungir Davi como rei. Mas até Davi se tornar rei em público, demorou. Saul tinha muita inveja de Davi e estas histórias ocupam muito espaço na Bíblia. Elas mostram como Davi poupou a vida de Saul e não se levantou como rei contra o reinado de Saul. O autor usa as narrativas para preparar o leitor para o reinado futuro de Davi. 3.2.3 O FIM DE SAUL No final Saul se preocupou mais com a luta contra Davi do que com as suas fronteiras. Assim os filisteus se recuperaram e finalmente derrotaram o exército de Saul, matando também os seus filhos mais velhos. Foi nesta situação sem esperança que Saul tomou a sua própria vida, para não precisar cair nas mãos dos seus inimigos. 3.3 A MONARQUIA DE DAVI (1010-970 A.C.) 3.3.1 A INSTALAÇÃO DE DAVI Num primeiro momento Davi foi proclamado rei somente da tribo de Judá, a unção ele já tinha recebido faz tempo de Samuel. No começo do se governo Davi agiu com muita cautela, não queria ofender ninguém. Um velho companheiro de Saul, Abner, apoiou um filho de Saul, que foi proclamado rei de Israel. Neste momento se mostra que Judá e Israel formam duas grandezas distintas. Biblicamente Judá é composto da tribo de Judá e Israel é composto das outras 11 tribos. Judá localiza-se no sul da Palestina e Israel no norte. Sete anos depois Davi foi também proclamado rei de Israel. 3.3.2 AS CONQUISTAS TERRITORIAIS Davi era um líder militar bem sucedido e travou muitas guerras. O resultado: Os moabitas, edomitas, filisteus, amonitas e as grandes cidades Damasco e Zoba ficaram sob controle dos israelitas. O reino de Davi tinha uma extensão do mar mediterrâneo até o deserto, e do Golfo de Aqaba até o rio Eufrates. 3.3.3 AS MUDANÇAS POLÍTICAS Davi conquistou a cidade de Jerusalém, até então nas mãos dos jebusitas. Essa conquista foi feita com a sua guarda particular e considerada uma vitória particular dele. Assim Jerusalém tornou-se verdadeiramente a cidade de Davi, propriedade dele. Ele fez de Jerusalém a capital do seu reino. Davi estabeleceu um exército permanente de soldados profissionais. Ele organizou e instalou uma equipe de funcionários do Estado, funcionários públicos. Surgiu sob o reinado de Davi o primeiro Estado de Israel, com administração, capital, exército, comércio e relações diplomáticas com vários estados vizinhos.

3.3.4 AS MUDANÇAS RELIGIOSAS Davi se preocupou muito com a religião do seu Estado. Ele buscou a arca e colocou-a em Jerusalém. Nesta ocasião ele participou da festa da translação e andava dançando em frente do seu povo. Jerusalém se tornou centro religioso. Davi instalou Zadoque e Aimeleque como Sacerdotes. O culto sóbrio e pequeno de Siló foi mudado para um culto grandioso em Jerusalém. 3.3.5 AS FRAQUEZAS DE DAVI E AS LUTAS PELA SUCESSÃO DO TRONO A Bíblia não tem vergonha de contar entre outras coisas a história de Davi e Betsabéia. Davi pegou a mulher de um oficial dele e acabou matando o marido dela para ter a liberdade de se casar com ela e impedir a vingança dele. Como pai e dono da família Davi falhou. Seus filhos se revoltaram contra ele e a autoridade dele ficou abalada. As intrigas e lutas para decidir quem iria ser o sucessor de Davi escureceram os últimos anos do rei. Finalmente Davi indicou Salomão como rei de Israel. 3.3.6 MINIBIOGRAFIA DE DAVI 1. Davi é ungido por Samuel 2. Davi serve na corte de Saul (Cantando para Saul / Matando Golias) 3. Davi tem uma forte e bonita amizade com Jonatas, filho de Saul 4. Davi se torna fugitivo em função da inveja de Saul 5. Davi luta contra os filisteus 6. Davi se torna rei de Judá 7. Davi se torna rei de Israel 8. Deus estabelece a aliança davídica e Jerusalém se torna capital 9. Guerras / Revoltas / Reformas 10. Morte 3.4 A MONARQUIA DE SALOMÃO (970-931 A.C.) 3.4.1 A INSTALAÇÃO DE SALOMÃO A instalação de Salomão foi um caso de emergência. Adonias tentou se tornar rei, mas no último minuto Salomão recebeu a coroa e se tornou rei. O começo do seu reino foi perturbado e ele não foi apoiado por todos, isso o obrigou a fazer uma limpeza política, matando os seus mais poderosos rivais. 3.4.2 CONQUISTAS A época de Salomão foi uma época de paz. Salomão não aumentou o reino do seu pai. Com contratos e casamento ele segurou as fronteiras.

3.4.3 AS MUDANÇAS ECONÔMICAS Salomão foi um homem de negócios. Ele negociava com os povos vizinhos. Israel teve uma fase de prosperidade durante o seu reinado. Mas o povo não participou desta riqueza. Eles tinham que construir e pagar. O povo, insatisfeito no seu coração, começou se revoltar contra o rei. A riqueza e sabedoria de Salomão eram muito conhecidas. Ele tornou-se uma figura conhecida em muitas história e lendas. 3.4.4 AS MUDANÇAS RELIGIOSAS Salomão entrou na história de Israel como aquele rei que construiu o templo. O templo tornou-se visivelmente e publicamente centro do Estado de Israel. Porém Salomão tinha as suas fraquezas: as suas muitas mulheres e os casamentos por questões diplomáticas o levaram para a idolatria. Além de יהוה ele adorou outros deuses. Isto se tornou fatal para Israel. 3.4.5 SITUAÇÃO NO FINAL DA ÉPOCA DE SALOMÃO No fim da época salomônica temos um Estado rico, com muitos e diversos relacionamentos com os povos vizinhos. Um povo e um rei que respeitavam e adoravam Deus, mas por outro lado aceitavam também outras religiões e outros deuses. A cidade de Jerusalém se tornou centro religioso, político e cultural. Mas nas fronteiras, os primeiros sinais de um futuro escuro se levantavam. Salomão se esqueceu de preocupar-se com mais ênfase com a força militar e a segurança das suas fronteiras. Além disso, ele provocou especialmente Israel com os impostos e encargos. 3.4.6 MINIBIOGRAFIA DE SALOMÃO 1. Salomão é filho de Davi e Betsabéia 2. Salomão é envolvido na briga pelo trono 3. Salomão é aclamado rei 4. Salomão inicia uma limpeza política 5. Salomão pede a sabedoria 6. Salomão prepara a construção do templo 7. Salomão manda construir o templo 8. A arca da aliança é colocada no templo na ocasião da inauguração 9. Mulheres, riqueza e idolatria 10. Morte 3.5 A DIVISÃO (931 A.C.) 3.5.1 MOTIVOS No final do reinado de Salomão Jeroboão rebelou-se contra o rei e precisava fugir para o Egito. Os Israelitas que viviam no norte do Estado, que Davi fundou, estavam insatisfeitos com o governo de Salomão: eles não participaram da prosperidade, nem de outros benefícios. Eles pagaram um preço alto e tinham que trabalhar duro, muitas vezes até foram forçados para o trabalho. Depois da morte de Salomão Jeroboão voltou do Egito. Ele chegou a Israel quando Roboão queria ser aclamado rei de Judá e Israel em Siquém e tornou-se "boca do povo", expressando toda insatisfação diante do novo rei. Mas Roboão, rejeitando o conselho dos seus experientes e velhos conselheiros, agiu conforme o conselho dos seus amigos mais novos, querendo mais dinheiro e trabalho das tribos do norte. Nesta altura ele foi mandado embora e as tribos do norte aclamaram Jeroboão como rei sobre Israel.

3.5.2 REALIZAÇÃO A tragédia começou: o reino foi dividido em duas partes e jamais até hoje Israel voltou a ser o que era! A maior parte do antigo Israel, dez tribos, continua chamar-se Israel e abrangeu os terrenos do norte do antigo Estado israelita que Davi havia fundado. A menor parte, as tribos de Benjamim e Judá que se situaram no sul da Palestina, chamaram-se Judá. O primeiro rei de Israel era Jeroboão e o primeiro rei de Judá era Roboão. 3.5.3 A NOVA REALIDADE A partir deste momento a história do povo Israel apenas pode ser descrita de forma separada. Inicialmente os dois Estados tentaram conquistar um ao outro, mas com o passar do tempo os dois reinados estabeleceram-se e aceitaram a situação. Jerusalém era a capital do Estado de Judá. O primeiro rei de Israel, Jeroboão, ficou preocupado com esse fato e criou uma nova capital: Siquém. Mais tarde a capital mudou para Penuel e finalmente para Samaria. O povo do norte ainda peregrinava por questões religiosas para Jerusalém. Jeroboão, enxergando isso como um perigo futuro, instalou em duas cidades a possibilidade de sacrificar e adorar :יהוה Betel e Dã. 3.6 O REINO DE ISRAEL (931 722 A.C.) 3.6.1 TABELA DOS REIS Jeroboão I 931-910 Nadabe 910-909 Baasa 909-886 Elá 886-885 Zinri 885 (7 dias) Tibni 885-880 Onri 880-874 Acabe 874-853 Acazias 853-852 Jorão 852-841 Jeú 841-814 Jeoacaz 814-798 Jeoás 798-782 Jeroboão II 782-753 Zacarias 753-752 Salum 752 (1 mês) Menaém 752-742 Pecaías 742-740 Peca 740-732 Oséias 732-722 3.6.2 O FIM DO REINO ISRAEL (722 A.C.) Os reis de Israel são descritos nos textos bíblicos de forma negativa. Todos são vistos como reis que idolatraram. Na maioria das vezes a seqüência cronológica dos reis é muito rápida, o que mostra a instabilidade do reino do norte. Uma dinastia contínua não conseguiu estabelecer-se. Na 2º metade do século VIII os assírios recuperaram as suas forças e invadiram também a Palestina. Oséias pagou tributo ao rei dos assírios. Depois de alguns anos ele se arriscou e fez uma aliança com outros Estados no norte da Palestina para se libertar dos assírios e tinha a esperança que também o Egito iria ajudar. Ele tentou incluir Judá neste contrato, porém Judá recusou-se. Para não precisar temer um inimigo às suas costas, Israel voltouse contra Judá. O reino do sul então avisou a intriga para os assírios. Salmaneser não hesitou e invadiu Israel. Depois de três anos de cerco conquistou Samaria. Ele levou os Israelitas embora e mandou outros povos morar em Israel. Isto era o fim do Estado de Israel e da sua população. As dez tribos que formavam os Estado de Israel se diluíram entre os outros povos. Daqui para frente não se pode mais falar de Israel. Apenas o sul por enquanto sobreviveu, porém também precisando pagar tributos aos assírios. A história de Israel continua apenas com o reino do sul, composto das tribos de Judá e Benjamin.

3.6.3 OS SAMARITANOS As poucas pessoas que ficaram no antigo Estado de Israel misturaram-se com os novos habitantes que os assírios levavam para o norte da Palestina. Religião, cultura e costumes misturaram-se. O resultado final era o surgimento de um novo povo: os samaritanos. 3.7 O REINO JUDÁ (931-586) 3.7.1 TABELA DOS REIS Roboão 931-913 Abias 913-911 Asa 911-870 Josafá 870-848 Jeorão 848-841 Acazias 841 Atalia 841-835 Joás 835-796 Amazias 796-767 Uzias 767-740 Jotão 740-736 Acaz 736-716 Ezequias 716-697 Manassés 697-643 Amom 643-641 Josias 641-609 Joacaz 609 (3 meses) Jeoaquim 609-598 Joaquim 598-597 (3 meses) Zedequias 597 586 A história de Judá é uma história de altos e baixos que nunca mais atingiu a altura do reinado de Davi e Salomão. Somente a promessa de Deus, dada a Davi, evitou um fim um fim mais precoce. Enquanto nem um dos reis de Israel obteve uma boa nota pelo seu comportamento religioso, pelo menos alguns reis em Judá ainda procuraram um relacionamento mais próximo e obediente a Deus. A dinastia constante e contínua da casa de Davi e períodos de governo mais duráveis garantiram uma certa estabilidade. Isso são os motivos pelos quais Judá sobreviveu 117 anos a mais do que Israel. Mas em geral também a época de Judá é marcada pelo declínio em todos os sentidos. Várias guerras, acordos, alianças, opressores, e revoltas marcam este trecho da história. Semelhante ao reino de Israel, sempre apareceram profetas para alertar e avaliar a história do povo de Deus. Mas o povo queria seguir seus próprios passos. 3.7.2 O FIM A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM E DO TEMPLO (586 A.C.) O fim é muito semelhante da história de Israel e aconteceu em duas etapas. A primeira etapa era a invasão dos babilônicos em Judá e o cerco contra Jerusalém. O rei Joaquim entregou-se nas mãos do rei Nabucodonosor. Assim foi poupada a cidade Jerusalém. Mas os babilônicos levaram muitas pessoas para Babilônia. O imperador babilônico instalou Zedequias como rei marionete dos babilônicos. Mas Zedequias pouco depois começou uma revolta contra os seus donos babilônicos. Esta vez os babilônicos não tiveram misericórdia: eles destruíram Jerusalém e o templo totalmente e levaram muitos dos habitantes para a Babilônia. O Estado de Judá deixou de existir.