ÉTICA E CRÍTICA DA MÍDIA Faculdade de Comunicação e Artes Curso de Jornalismo - Unidade Coração Eucarístico Professor: Andre Stangl Ética hacker e movimentos sociais em rede CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: Refexxes sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
Hacker A ética hacker é a característica cultural da sociedade informacional. são atores na transição de um ambiente de inovação acadêmica, institucionalmente construído, para o surgimento de redes autoorganizadas que escapam a um controle organizacional. (p.: 38). Hacker x Cracker A cultura Hacker é um esforço de cooperação coletiva livre e informal. Pode ser vista como uma cultura do dom (doação) dar para receber. O Cracker é um rebelde sem causa, sua prática é vandalismo e crime.
A expressão mídia tática nasceu nos anos 90 e seu fundamento básico é o faça você sua mídia. A idéia é que as minorias, artistas de rua, dissidentes políticos e comunidades alternativas tenham voz através de fanzines, web rádios, intervençxes teatrais e principalmente do ciberativismo. As causas variam conforme cada coletivo, mas há consensos como a democratização da informação, o copyleft ( esquerda autoral, livre reprodução de textos, imagens e sons), a politização da arte e, claro, o boicote ao capitalismo e neoliberalismo. Antes se falava da massa lutando contra a classe dominante. Hoje, você pode militar na causa anarquista, comunista, gay. É heterogêneo, Ricardo Rosa O ciberativismo também serve para organizar inusitadas manifestaçxes políticas e culturais ao vivo. por Andrea Dip
Declaração de Independência do Ciberespaço (1996) - trecho "Governos do Mundo Industrial, vocês gigantes aborrecidos de carne e aço, eu venho do espaço cibernético, o novo lar da Mente. Em nome do futuro, eu peço a vocês do passado que nos deixem em paz. Vocês não são benvindos entre nós. Vocês não têm a independência que nos une. Os governos derivam seu justo poder a partir do consenso dos governados. Vocês não solicitaram ou receberam os nossos. Não convidamos vocês. Vocês não vêm do espaço cibernético, o novo lar da Mente." (http://www.dhnet.org.br/ciber/textos/barlow.htm) John Perry Barlow (1947-2018) poeta e ensaísta americano, criador de gado e ativista ciberlibertário, também foi letrista do Grateful Dead e membro fundador da Electronic Frontier Foundation e da Freedom of the Press Foundation. A "Declaração" foi escrita em resposta à promulgação da "Lei de Decência nas Comunicaçxes". Ele argumentou que a ordem legal do ciberespaço refetiria a deliberação ética da comunidade em vez do poder coercitivo que caracterizava a governança do espaço real.
Manuel Castells Os movimentos sociais do séc. XXI, ações coletivas deliberadas que visam a transformação de valores e instituições da sociedade, manifestam-se na e pela Internet (p.114). O ciberespaço tornou-se uma ágora eletrônica global em que a diversidade da divergência humana explode numa cacofonia de sotaques (p. 115). O movimento operário (séc. XIX) constitui-se a partir da estrutura social das fábricas e pubs. Os movimentos sociais de hoje adotam a estrutura das redes sociais com a ajuda da Internet. Os movimentos sociais na era da informação são essencialmente mobilizados em torno de valores culturais. Apesar de herdeiros dos movimentos anteriores, atualmente, estes movimentos não se limitam apenas aos interesses de uma classe, nem se estruturam de forma hierarquizada.
Os movimentos sociais de hoje, pretendem conquistar poder sobre a mente (noopolitik), não sobre o Estado (realpolitk). (Zapatistas, Falung Gong, MST, Movimento anti-globalização, Cyberpunks, etc.) (p. 117) Hoje, age-se globalmente, pensando localmente. As principais ações são pelos direitos humanos, direitos das mulheres, pelo trabalho, pelo ambiente, pela liberdade religiosa e pela paz. (p.118) A cidadania digital (Netizen) objetiva reconstruir o mundo de baixo para cima. Suas três principais características são: 1. fornecer informações sobre o governo local e as ações cívicas 2. permitir a comunicação entre os integrantes da rede 3. promover o acesso à rede As cidades digitais pretendem ser centros de tecnologia comunitária. Uma nova forma de esfera pública que combina instituições locais, organizações populares e redes de computadores no desenvolvimento da expressão cultural e da participação cívica. (p. 120-1)
Com os avanços tecnológicos, surge a ciberguerra um misto de ação descentralizada com precisão cirúrgica e controle de informação no jornalismo militar em tempo real. O Estado vive, hoje, o dilema entre a necessidade da cooperação internacional em rede e a necessidade do sigilo de informações estratégicas. Vivemos a crise das representações políticas, não elegemos candidatos por seu programa partidário, mas sim por sua imagem midiatica (marketing político). A Internet pode re-aquecer a comunicação entre cidadãos e governo ajudando na construção de uma sociedade mais livre e igualitária.