ENUNCIADOS APROVADOS ENUNCIADOS CÍVEIS Prolatada a sentença, não se conhece do agravo de instrumento interposto contra a decisão que apreciou o pedido de tutela antecipada. É inadmissível o recurso de agravo de instrumento no Juizado Especial Cível, salvo nos casos de lesão grave e de difícil reparação. Não cabe recurso adesivo no Juizado Especial Cível. É aplicável no Juizado Especial Cível o disposto no artigo 285-A do Código de Processo Civil, com a redação determinada pela Lei n. 11.277, de 7-2- 2006. Somente se reforma a decisão concessiva ou não da antecipação de tutela se teratológica, contrária à lei ou à evidente prova dos autos. O juiz não conhecerá o recurso inominado quando a sentença estiver em conformidade com Súmula do Colégio Recursal ou de Tribunal Superior, nos termos do artigo 518, 1º, do Código de Processo Civil, acrescentado pela Lei n. 11.276, de 7-2-2006. Contra as decisões das turmas recursais são cabíveis apenas embargos de declaração e recurso extraordinário. Inexiste omissão a sanar por meio de embargos de declaração quando o acórdão não enfrenta todas as questões
argüidas pelas partes, desde que uma delas tenha sido suficiente para o julgamento do recurso.. Nos termos dos artigos 17 e seus incisos, 18, caput e 2º e 538, parágrafo único, todos do Código de Processo Civil, embargos de declaração protelatórios justificam a condenação do embargante ao pagamento de multa de 1% e de indenização de até 20% sobre o valor da causa. Na hipótese de não se proceder ao recolhimento integral do preparo recursal no prazo do artigo 42 da Lei n. 9.099/95, o recurso será considerado deserto, sendo inaplicável o artigo 511 do Código de Processo Civil. Indeferida a concessão do benefício da gratuidade da justiça, conceder-se-á o prazo de 48 horas para o preparo do recurso. Não é obrigatória a designação de audiência de conciliação e de instrução no Juizado Especial Cível em se tratando de matéria exclusivamente de direito. O relator, nas turmas recursais, em decisão monocrática, pode negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em desacordo com súmula ou jurisprudência dominante do próprio juizado ou de tribunal superior. É inadmissível agravo retido no Juizado Especial Cível. A gratuidade da justiça não abrange o valor devido em condenação por litigância de má-fé.
É legal a cobrança de assinatura mensal pelas empresas de telefonia. A mera recusa ao pagamento de indenização decorrente de seguro obrigatório não configura dano moral. O simples descumprimento do dever legal ou contratual, por caracterizar mero aborrecimento, em princípio, não configura dano moral, salvo se da infração advém circunstância que atinja a dignidade da parte. O cancelamento de inscrição em órgãos restritivos de crédito após o pagamento deve ser procedido pelo responsável pela inscrição, em prazo não superior a dez dias úteis, sob pena de importar em indenização por dano moral. "É abusiva a cláusula que prevê a devolução das parcelas pagas a administradora de consórcio somente após o encerramento do grupo. A devolução deve ser imediata, os valores atualizados desde os respectivos desembolsos e os juros de mora computados desde a citação. São admissíveis as retenções da taxa de adesão, taxa de administração, estas limitadas a 10%, e seguro, desde que previstas em cláusulas claras e não abusivas". Não são cabíveis embargos de declaração contra acórdão que confirma a sentença pelos próprios fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei nº 9.099/1995. Não se admite o pedido contraposto por quem não pode ser autor no procedimento do JEC.
O devedor pode opor embargos tanto na execução de título judicial quanto na de título extrajudicial, os quais serão processados nos próprios autos da execução. Contra a sentença que decide esses embargos cabe recurso inominado. O acesso da microempresa no sistema dos Juizados Especiais depende da comprovação de sua qualificação tributária e documento fiscal referente ao negócio jurídico. Na execução de título extrajudicial não é possível o arresto por envolver citação por edital, vedada pela Lei 9.099/95. É obrigatória a segurança do juízo pela penhora para apresentação de embargos à execução de título judicial ou extrajudicial perante o Juizado Especial. O silêncio do credor, após o prazo para cumprimento do acordo, deve ser entendido como satisfação da obrigação, desde que previamente advertido desta conseqüência jurídica. O condomínio e o espólio não podem propor ação no juizado especial em razão do disposto no artigo 8º, 1º, da Lei 9.099/95. Não cabem embargos infringentes no sistema dos juizados especiais. A desistência do autor, mesmo sem a anuência do réu já citado, implicará na extinção do processo sem julgamento do mérito, ainda que tal ato se dê em audiência de instrução e julgamento.
As empresas de pequeno porte não poderão ser autoras nos Juizados Especiais. A multa cominatória não fica limitada ao valor de quarenta salários mínimos, embora deva ser razoavelmente fixada pelo juiz, obedecendo-se o valor da obrigação principal, mais perdas e danos, atendidas as condições econômicas do devedor. ENUNCIADOS CRIMINAIS A falta de observância do procedimento sumaríssimo, previsto nos artigos 77 e seguintes da Lei 9099/95, não implica, por si só, nulidade do processo, sendo necessária a demonstração do prejuízo (art. 65, 1º) (APROVADO POR MAIORIA). No caso de oferecimento de proposta de transação penal ou de suspensão condicional do processo, se houver divergência entre a vontade do autor do fato e de seu defensor, deve prevalecer a vontade do autor do fato. Não são cabíveis embargos de declaração contra acórdão que confirma a sentença pelos próprios fundamentos, nos termos do art. 82, 5 da Lei nº 9.099/1995. Descumprida a transação penal, é possível o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público, desde que não homologada a transação com caráter extintivo. Nos crimes sujeitos a ação penal privada, fica dispensada a designação de audiência preliminar até o oferecimento da queixa crime.
Na ação penal e iniciativa privada, o Representante do Ministério Público poderá propor transação penal ou suspensão condicional do processo ao querelado, caso o querelante se recuse a fazê-lo sem justa motivação e/ou o querelado não aceite a proposta ofertada pelo querelante. Não há justa causa para o recebimento de queixa-crime instruída somente com boletim de ocorrência em que conste apenas com a versão do ofendido. A remessa dos autos ao juízo comum, na hipótese do art.66, parágrafo único, da Lei nº. 9099/95, desde que esgotadas todos as possibilidades de localizar o autor dos fatos, exaure a competência do Juizado Especial Criminal, que não se restabelecerá com a localização do acusado.