Metodologia do SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS

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Transcrição:

Metodologia do SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Edição de 2019

Atualização de 2019 Evolução e aplicação da metodologia a nível do MUS Todas as autoridades nacionais competentes (ANC) começaram a aplicar a metodologia do processo de análise e avaliação para fins de supervisão (Supervisory Review and Evaluation Process SREP) das instituições menos significativas em 2018, devendo esta passar a ser aplicada a todas as instituições menos significativas, o mais tardar, em 2020. A partir de 2019: a aplicação paralela da metodologia de avaliação da liquidez cessará, dado que a metodologia do SREP das instituições menos significativas será aplicada de forma mais coerente as ANC deverão aplicar as orientações do Pilar 2, em conformidade com as orientações revistas da Autoridade Bancária Europeia (European Banking Authority EBA) relativas ao SREP Em geral, nos próximos anos, no âmbito das avaliações realizadas no contexto do SREP, as autoridades de supervisão também colocarão gradualmente maior ênfase no risco informático, em consonância com as normas de supervisão internacionais e as prioridades prudenciais do Mecanismo Único de Supervisão (MUS). O Banco Central Europeu (BCE) e as ANC continuarão a desenvolver e a oferecer, a nível do MUS, um programa de formação completa para supervisores. Comunicação externa Em 2018, o BCE reuniu-se com as associações bancárias europeias para apresentar o quadro geral da metodologia do SREP das instituições menos significativas, expor as expectativas prudenciais e recolher as reações do setor. No futuro, o BCE continuará a realizar regularmente trocas de pontos de vista com o setor no que respeita à metodologia do SREP das instituições menos significativas. A Supervisão Bancária do BCE publicou o caderno sobre a metodologia do SREP das instituições menos significativas no sítio do BCE dedicado à supervisão bancária e partilhou um artigo sobre a matéria no seu boletim informativo. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 2

Índice 1 SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Introdução 2 SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Metodologia 3 SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Transparência e comunicação 3

1. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Introdução Enquadramento do SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Enquadramento As ANC são responsáveis, na qualidade de entidades supervisoras diretas, por decidir sobre medidas qualitativas e medidas em termos de fundos próprios e de liquidez para as instituições menos significativas. Desde 2015, o BCE e as ANC têm vindo a trabalhar em conjunto, no sentido de desenvolverem uma metodologia comum a aplicar no SREP das instituições menos significativas, baseada nas orientações da EBA relativas ao SREP e assente na metodologia do SREP das instituições significativas e nas metodologias do SREP nacionais em vigor. As ANC começaram a aplicar a metodologia harmonizada em 2018, de uma forma faseada, devendo esta passar a ser aplicada a todas as instituições menos significativas, o mais tardar, em 2020. A metodologia do SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS é um processo permanente e a metodologia continuará a evoluir no futuro. Supervisores experientes provenientes do BCE (Direção-Geral de Supervisão Microprudencial III, em cooperação e diálogo com as unidades responsáveis pela supervisão das instituições significativas) e das ANC SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 4

1. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Introdução Princípios subjacentes à metodologia do SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Promoção da convergência na forma como as ANC conduzem o SREP, com vista a assegurar um nível mínimo de harmonização e um contínuo na avaliação das instituições significativas e menos significativas Desenvolvimento da metodologia do SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS assente na metodologia aplicável às instituições significativas Princípios Proporcionalidade e flexibilidade, a fim de ter em conta as especificidades das instituições menos significativas Consideração das especificidades nacionais (por exemplo, normas de contabilidade, regulamentação) Com base nos pilares vigentes para uma avaliação sólida do risco: combinação de elementos quantitativos e qualitativos avaliação holística da viabilidade das instituições, tendo em consideração as suas especificidades adoção de uma perspetiva prospetiva SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 5

1. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Introdução Competências das ANC e do BCE BCE/Direção-Geral de Supervisão Microprudencial III Controlo geral da supervisão Reporte frequente de informação quantitativa e qualitativa Intercâmbio de pontos de vista sobre a supervisão Desenvolvimento conjunto de recomendações, orientações e instruções gerais Desenvolvimento conjunto de metodologias e bases de entendimento Supervisão bancária ANC Supervisão bancária Relatórios regulamentares + informação quantitativa e qualitativa adicional Competência direta do BCE (por exemplo, a autorização de instituições de crédito) Se necessário, o BCE pode: realizar inspeções no local assumir a supervisão direta de instituições menos significativas específicas Instituições menos significativas SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 6

1. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Introdução A metodologia do SREP no âmbito do MUS segue a legislação europeia, as orientações da EBA e as melhores práticas de supervisão O SREP de acordo com a diretiva em matéria de requisitos de fundos próprios (Capital Requirements Directive CRD IV) artigo 97.º As autoridades competentes reveem as disposições, as estratégias, os processos e os mecanismos aplicados pelas instituições e avaliam: a) os riscos a que as instituições estão ou podem vir a estar expostas; b) os riscos que uma instituição coloca ao sistema financeiro; e c) os riscos revelados pelos testes de esforço, tendo em conta a natureza, escala e complexidade das atividades da instituição de crédito. Base de aplicação CRD IV e Regulamento e Regulamento-Quadro do MUS Artigo 110.º da CRD IV Enquanto autoridades competentes, as ANC aplicam o SREP e decidem sobre as medidas de supervisão para as instituições menos significativas, de acordo com o nível de aplicação dos requisitos estabelecidos, sem prejuízo dos regulamentos e da legislação nacional. O artigo 39.º do Regulamento-Quadro do MUS define os critérios e as regras para a classificação de uma instituição de crédito como significativa ou menos significativa, classificação essa que determina se uma instituição é supervisionada diretamente pelo BCE ou pela ANC. Orientações da EBA Orientações revistas relativas aos procedimentos e metodologias comuns a seguir no âmbito do SREP (EBA/GL/2018/03), etc. Princípios do Comité de Basileia de Supervisão Bancária e do Conselho de Estabilidade Financeira (Financial Stability Board FSB) SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 7

Índice 1 SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Introdução 2 SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Metodologia 3 SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Transparência e comunicação 8

São preservados os elementos estruturais e as componentes básicas da metodologia do SREP no âmbito do MUS Descrição geral da metodologia do SREP: quatro componentes básicas Decisão SREP Medidas quantitativas em matéria de fundos próprios Medidas quantitativas em matéria de liquidez Outras medidas de supervisão Flexibilidade Viabilidade e sustentabilidade do modelo de negócio Avaliação global no contexto do SREP Abordagem holística Notação + fundamentos/principais conclusões Adequação da governação e da gestão do risco Categorias: por exemplo, risco de crédito, risco de mercado, risco operacional e risco de taxa de juro da carteira bancária Categorias: por exemplo, risco de liquidez de curto prazo, sustentabilidade do financiamento Proporcionalidade 1. Análise do modelo de negócio 2. Análise da governação e da gestão do risco 3. Análise dos riscos em termos de fundos próprios 4. Análise dos riscos em termos de liquidez e financiamento Integração no plano de atividades de supervisão (Supervisory Examination Programme SEP) SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 9

Uma abordagem proporcionada Modelo de envolvimento mínimo na supervisão, baseado na metodologia de priorização utilizada no contexto do MUS para classificar as instituições menos significativas como de prioridade elevada ou de prioridade não elevada, em função da sua situação de risco e do seu potencial impacto no sistema financeiro nacional Esta classificação constitui o ponto de partida para as ANC decidirem sobre a intensidade da avaliação conduzida no âmbito do SREP (frequência, alcance, granularidade), as expectativas prudenciais, as necessidades de informação, etc. Exemplos Intensidade da avaliação Frequência anual no que toca à avaliação completa das instituições menos significativas de prioridade elevada, mas frequência menor para as instituições menos significativas de prioridade não elevada; a atualização anual do SREP aplica-se a todas as instituições menos significativas Para cada instituição menos significativa, as (sub)categorias de risco são apenas avaliadas se forem consideradas relevantes Expectativas prudenciais Por exemplo, dependendo da natureza, dimensão e complexidade da instituição e das suas operações, as metodologias e processos de gestão do risco (em particular, das instituições menos significativas de prioridade não elevada) podem ser menos complexos Necessidades de informação Metodologia adaptada aos requisitos de reporte aplicáveis às instituições menos significativas (por exemplo, o quadro de prestação de informação financeira (FINancial REPorting FINREP), o qual, em comparação com as instituições significativas, é substancialmente reduzido em termos de alcance), mas também quaisquer outros dados para fins de supervisão ao dispor da ANC SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 10

As quatro componentes do SREP seguem uma lógica comum, assegurando uma avaliação sólida do risco Três fases da avaliação contínua do risco realizada em cada uma das quatro componentes Nível de risco (NR) versus controlo do risco (CR) Fase 1 Recolha de dados Fase 2 Notação de referência automática Fase 3 Apreciação do ponto de vista prudencial 1. Modelo de negócio 2. Governação interna e gestão do risco 3. Análise dos riscos em termos de fundos próprios 4. Análise dos riscos em termos de liquidez Principais fontes: relatórios regulamentares outros documentos Notações em termos de nível de risco Verificação da conformidade formal do controlo do risco Ajustamentos com base em fatores adicionais e tendo em conta as especificidades e a complexidade das instituições NR CR n/a n/a Notação combinada (NR + CR) n/a = não aplicável SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 11

Avaliação condicionada Relativa flexibilidade numa escala de quatro notações, em que a notação na fase 2 pode ser melhorada um grau e agravada dois, com base numa apreciação da perspetiva prudencial Escala da avaliação condicionada Assegura o equilíbrio certo entre: um processo comum, que garante a coerência entre as instituições menos significativas e define um ponto de referência a necessidade de uma apreciação da perspetiva prudencial, a fim de ter em conta as especificidades e a complexidade de uma instituição Notações na fase 2 1 2 3 4 Notações na fase 3 1 2 3 4 Os ajustamentos são nos dois sentidos e precisam de ser totalmente documentados Notação na fase 3: possível Notação na fase 3: impossível Desvios em relação à avaliação condicionada só poderão ser permitidos em casos justificados (por exemplo, devido à qualidade dos dados), já que os desvios deverão constituir a exceção e não a regra SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 12

Componente 1: Análise do modelo de negócio A análise dos modelos de negócio compreende os seguintes elementos: Identificação dos aspetos a focar Avaliação do enquadramento empresarial Análise da estratégia e dos planos financeiros de caráter prospetivo Avaliação das vulnerabilidades mais importantes Resultados Análise do modelo de negócio: viabilidade (<1 ano) sustentabilidade (<3 anos) Exemplos de modelos de negócio avaliados Instituição de crédito tradicional Banco grossista Mutuante especializado Banco cooperativo/caixa económica Banco de investimento Infraestrutura de mercado financeiro Exemplos de perguntas de avaliação cruciais Da perspetiva da supervisão, a instituição tem capacidade para gerar retornos aceitáveis nos próximos 12 meses? A estratégia da instituição responde às ameaças à viabilidade identificadas? Como espera a instituição obter lucros no médio/longo prazo? Os pressupostos adotados pela instituição na sua estratégia e previsões são coerentes e plausíveis? SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 13

Componente 2: Governação interna e gestão do risco Elementos objeto de análise Quadro de governação interna (incluindo funções de controlo fulcrais, como a gestão do risco, a auditoria interna e a função de conformidade (compliance)) Quadro de gestão do risco e cultura do risco Infraestrutura do risco, dados internos e prestação de informação sobre o risco Políticas e práticas de remuneração Avaliação do controlo do risco Verificação da conformidade com as disposições da CRD IV implementadas a nível nacional Análise específica, por exemplo, da: estrutura organizacional auditoria interna função de conformidade remuneração apetência pelo risco infraestrutura do risco prestação de informação Apreciação prudencial Análise abrangente Ajustamento da verificação realizada na fase 2, tendo em conta as especificidades da instituição Dois exemplos de perguntas de avaliação essenciais A entidade dispõe na sua organização de uma função de conformidade que está hierárquica e funcionalmente separada e é operacionalmente independente das funções responsáveis pelas atividades comerciais? A entidade dispõe de mecanismos para assegurar que os quadros de direção de topo possam atuar de forma atempada, no sentido de gerir a instituição de modo eficaz e, quando necessário, mitigar exposições ao risco adversas significativas, em particular posições em risco próximas ou que ultrapassam o declarado e aprovado em termos de apetência pelo risco ou os limites aos riscos? SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 14

Componente 3: Riscos em termos de fundos próprios Três perspetivas diferentes (3 blocos) Bloco 1 Perspetiva da supervisão Cada categoria de risco relacionada com os fundos próprios é avaliada e classificada separadamente em três fases. Dependendo da respetiva relevância, as quatro categorias de risco relacionadas com os fundos próprios são: risco de crédito risco de mercado risco de taxa de juro da carteira bancária risco operacional Bloco 2 Perspetiva da instituição de crédito As ANC recolhem informação sobre o processo de autoavaliação da adequação do capital interno (internal capital adequacy assessment process ICAAP), em consonância com as orientações da EBA e a regulamentação nacional. Âmbito da avaliação da fiabilidade do ICAAP: governação do ICAAP planeamento do capital conceção de cenários e realização de testes de esforço controlos internos, análises independentes e documentação do ICAAP dados e infraestrutura captação, gestão e agregação do risco Se os valores do ICAAP forem fiáveis, devem servir como ponto de partida para a quantificação dos fundos próprios no âmbito do SREP no bloco 2. As ANC dispõem de flexibilidade para utilizar métodos nacionais na avaliação da quantificação dos fundos próprios pela instituição de crédito. Bloco 3 Perspetiva prospetiva É introduzida flexibilidade, ao ser permitido às ANC aplicar testes de esforço do topo para a base ou da base para o topo, ou uma combinação de ambos os tipos. Devem ser assegurados os requisitos mínimos de garantia da qualidade no método adotado. As ANC têm a flexibilidade para traduzir cenários em choques. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 15

Componente 4: Riscos em termos de liquidez Três perspetivas diferentes (3 blocos) Bloco 1 Perspetiva da supervisão Cada categoria de risco relacionada com a liquidez é avaliada e classificada separadamente em três fases. As duas categorias de risco relacionadas com a liquidez são: liquidez de curto prazo sustentabilidade do financiamento Bloco 2 Perspetiva da instituição de crédito As ANC recolhem informação sobre o processo de autoavaliação da adequação da liquidez interna (internal liquidity adequacy assessment process ILAAP), em consonância com as orientações da EBA e a regulamentação nacional. Âmbito da avaliação da fiabilidade do ILAAP: governação do ILAAP estratégia de financiamento e planeamento da liquidez conceção de cenários, realização de testes de esforço e plano de financiamento de contingência controlos internos, análises independentes e documentação do ILAAP dados e infraestrutura captação, gestão e agregação do risco As ANC dispõem de flexibilidade para utilizar métodos nacionais na avaliação das necessidades de liquidez da instituição. Bloco 3 Perspetiva prospetiva* A avaliação utiliza a metodologia de teste de esforço do topo para a base, assente nos dados prudenciais reportados no âmbito do quadro de reporte comum (COmmon REPorting COREP). Exemplos de resultados: rácio de cobertura de liquidez superior ao mínimo regulamentar período mínimo de sobrevivência específico montante mínimo de ativos líquidos SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 16

Avaliação global no contexto do SREP Proporciona uma perspetiva geral sintética do perfil de risco de uma instituição: com base na análise de cada uma das quatro componentes do SREP como ponto de partida, as quatro componentes do SREP são consideradas igualmente importantes Tem em consideração: o planeamento do capital/da liquidez pela instituição, com vista a assegurar uma trajetória firme no sentido da aplicação plena da CRD IV e do regulamento em matéria de fundos próprios (Capital Requirements Regulation CRR) comparações entre pares o enquadramento a nível macro no qual a instituição opera De acordo com as orientações da EBA relativas ao SREP (quadro 13), a notação global decorrente do SREP reflete a avaliação global feita pela autoridade de supervisão quanto à viabilidade da instituição: uma notação mais alta reflete um maior risco para a viabilidade, advindo de uma ou mais características do perfil de risco da instituição, incluindo o seu modelo de negócio, estrutura de governação interna e riscos específicos para a sua solvência ou posição de liquidez. O perfil de risco de uma instituição é necessariamente multifacetado e muitos fatores de risco estão interrelacionados. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 16

As decisões SREP são tomadas pelas ANC, dado que estas são diretamente responsáveis pela supervisão das instituições menos significativas As decisões SREP para cada instituição adotadas pelas ANC podem incluir: Orientações do Pilar 2 Requisitos de fundos próprios Requisitos totais de fundos próprios segundo o SREP, que compreendem os requisitos mínimos de fundos próprios (8%) e os requisitos de fundos próprios adicionais (requisitos do Pilar 2) Requisito combinado de reservas de fundos próprios Aplica-se o máximo Reserva para o risco sistémico Reserva para outras instituições de importância sistémica Reserva contracíclica Reserva para instituições de importância sistémica mundial Limiar de ativação do montante máximo distribuível Requisitos quantitativos de liquidez Rácio de cobertura de liquidez superior ao mínimo regulamentar Períodos de sobrevivência mais elevados Outras medidas Reserva de conservação de fundos próprios Requisitos do Pilar 2 Outras medidas prudenciais qualitativas Medidas prudenciais suplementares (por exemplo, a restrição ou limitação da atividade, o requisito de redução dos riscos e a imposição de obrigações de prestação de informação adicional ou com maior frequência) Pilar 1 (Requisitos mínimos) As ANC devem implementar as orientações do Pilar 2, em consonância com as orientações revistas da EBA relativas ao SREP. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 18

Passos futuros Novos desenvolvimentos metodológicos A metodologia do SREP visa obter um equilíbrio entre o grau desejado de estabilidade e a necessidade de melhorias devido às modificações em curso dos quadros regulamentar e de supervisão. A metodologia tem igualmente em conta as reações dos supervisores ao serviço do MUS e as prioridades prudenciais no âmbito do MUS publicadas pelo BCE. O BCE, em conjunto com as ANC, continuará, portanto, a desenvolver a metodologia do SREP (por exemplo, nos domínios dos sistemas de avaliação do risco, do ICAAP/ILAAP e do risco informático). SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 19

Índice 1 SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Introdução 2 3 SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Metodologia SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Transparência e comunicação 20

3. SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS Transparência e comunicação Comunicação Informação do público em geral Esta apresentação, a fim de assegurar ao mercado maior transparência no tocante ao SREP das instituições menos significativas Regulamentação nacional e divulgação de informação financeira Diálogo com o setor Diálogo com associações bancárias O BCE e as ANC mantêm um diálogo com as associações bancárias europeias. As ANC mantêm um diálogo com as associações bancárias nacionais. Diálogo permanente entre as instituições menos significativas e as ANC Diálogo em matéria de supervisão entre as ANC e as instituições menos significativas Reuniões entre as ANC e instituições menos significativas específicas Decisões SREP tomadas pelas ANC (direito a ser ouvido) O objetivo é que as instituições de crédito disponham da: clareza necessária para compreender a metodologia e a análise do risco e adotar medidas corretivas certeza necessária para proceder ao planeamento do capital SREP das instituições menos significativas no âmbito do MUS 21