Taxocenose de abelhas e vespas em culturas de Capsicum annuum var. annuum no Parque Nacional Serra de Itabaiana e no seu entorno, Sergipe, Brasil

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Transcrição:

Acta Biológica Catarinense 2018 Maio-Ago;5(2):47-56 Taxocenose de abelhas e vespas em culturas de Capsicum annuum var. annuum no Parque Nacional Serra de Taxocenosis of bees and wasps in crops of Capsicum annuum var. annuum in Parque Nacional Serra de Itabaiana and its surroundings, Sergipe, Brasil Felipe Mendes FONTES 1, 5 ; Tessy Iracema Pereira ALVES 1 ; Favízia Freitas de OLIVEIRA 2 ; Frederico Machado TEIXEIRA 3 & Katia Peres GRAMACHO 45 RESUMO Este estudo teve como objetivo identificar as comunidades de abelhas e vespas nas culturas de Capsicum annuum var. annuum. O trabalho foi realizado em três propriedades, no entorno do Parque Nacional Serra de Itabaiana, onde foram efetuadas coletas com rede entomológica. Fizeram-se as coletas a cada 15 dias durante a floração da pimenta, entre os meses de janeiro e maio de 2014, no período das 8h às 16h. Os himenópteros coletados foram preparados e levados ao laboratório para a subsequente identificação e análise de frequência. Amostraram-se 299 indivíduos, totalizando 44 espécies/morfoespécies, sendo 18 de abelhas pertencentes à família Apidae e 26 de vespas Aculeata, pertencentes às famílias Crabronidae, Mutillidae, Pompilidae, Scoliidae, Sphecidae e Vespidae. As comunidades de abelhas e vespas apresentaram dissimilaridade entre as três propriedades, provavelmente em virtude de sua localização e qualidade do hábitat. As análises indicaram a dominância de algumas espécies, como Exomalopsis analis e Augochloropsis spp. Os resultados obtidos são essenciais para a identificação de potenciais polinizadores dessa cultura e para o desenvolvimento de trabalhos relacionados à interação das comunidades de polinizadores nativos com as culturas agrícolas regionais. Palavras-chave: agricultura; Apidae; pimenta, vespas Aculeata. Recebido em: 18 jan. 2018 Aceito em: 21 ago. 2018 ABSTRACT This study aimed to identify communities of bees and wasps in the cultures of Capsicum annuum var. annuum. The work was carried out in three properties, around the Serra de Itabaiana National Park, where samplings were done through entomological nets. Samplings were carried out every 15 days, during the flowering of the pepper, between January and May 2014, in the period from 8h to 16h. The collected hymenoptera were prepared and taken to the Laboratory for the subsequent identification and analysis of frequency. There were 299 individuals, totaling 44 species/ morphospecies, being 18 of bees belonging to the family Apidae and 26 of Aculeata wasps, belonging to the families Crabronidae, Mutillidae, Pompilidae, Scoliidae, Sphecidae and Vespidae. The communities of bees and wasps showed dissimilarity between the three properties, probably due to their location and the quality of the habitat. The analyzes indicated the dominance of some species such as Exomalopsis analis and Augochloropsis spp. The results obtained are essential for the identification of potential pollinators of this crop and for the development of works related to the interaction of native pollinator communities with regional agricultural crops. Keywords: Aculeata wasps; agriculture; Apidae; pepper. 1 Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente, Universidade Tiradentes (Unit), Rua Lagarto, 264, Centro CEP 49010-390 Aracaju, SE, Brasil. 2 Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto de Biologia, Salvador, BA, Brasil. 3 Faculdade do Nordeste da Bahia (Faneb), Coronel João Sá, BA, Brasil. 4 Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Mossoró, RN, Brasil. 5 Autor para correspondência: fmendesfontes@yahoo.com.br.

48 INTRODUÇÃO O estudo da diversidade de insetos que estão associados às diversas culturas, sejam elas de importância agrícola ou ornamental, é fundamental para gerar informações sobre os contextos ecológicos e base para o manejo integrado de pragas, possibilitando o reconhecimento de insetospraga, polinizadores e até mesmo bioindicadores de qualidade ambiental, de modo a contribuir para a compreensão sobre as inúmeras interações ecológicas existentes em um agroecossistema e para buscar torná-lo cada vez mais sustentável (GALLO et al., 2002; COSTA et al., 2008). Sabe-se que diversos cultivares são polinizados exclusivamente pelas abelhas e que cerca de 30% da produção dos alimentos é devida ao seu trabalho, sendo consideradas os maiores polinizadores do meio ambiente (KERR, 1997; KREMEN et al., 2002; MICHENER, 2007), juntamente com as vespas, como foi evidenciado por Gullan & Cranston (2008) e Farache et al. (2009), em que as vespas Eupristina verticillata, Bicyrtes angulata e Ammophila gracilis estavam polinizando a espécie de figo Ficus microcarpa e a erva daninha Waltheria americana, respectivamente. Apesar da importância desses insetos para a produção agrícola mundial e também para a manutenção do equilíbrio ecossistêmico, vem sendo evidenciado um decréscimo no número de polinizadores em decorrência de diversas ações antrópicas, muitas das quais desfavoráveis para a população de polinizadores, como: desmatamento, fragmentação de hábitat, utilização de pesticidas, queimadas e exploração irracional dos produtos das colmeias (KERR et al., 2001; LOPES et al., 2005; FREITAS et al., 2009). O gênero Capsicum pertence à família Solanaceae, a qual apresenta flores hermafroditas e sistema de reprodução do tipo autofecundação. São conhecidas 22 espécies nativas, e o Brasil mostra uma grande diversidade genética nesse grupo, desde espécies domesticadas até espécies silvestres, ambas encontradas em todas as regiões do país (PAULUS et al., 2014). As pimentas do gênero Capsicum possuem uma importante participação no mercado do agronegócio brasileiro, pois diversas espécies são utilizadas das mais diversas formas, tais como na fabricação de temperos, molhos, geleias, na indústria farmacêutica, na ornamentação, além de compor uma importante parte do mercado de hortaliças frescas do Brasil (TOFANELLI et al., 2003; BENTO et al., 2007; PINHEIRO et al., 2012). Visto que não foi realizado nenhum levantamento de abelhas e vespas na cultura agrícola de pimenta no Parque Nacional Serra de Itabaiana (Sergipe) e no seu entorno e levando em consideração a relativa importância desses animais para a manutenção do equilíbrio ecossistêmico, ainda se fazem necessárias mais informações sobre a composição da fauna de abelhas e vespas que ocorrem na região. Com base no exposto, este trabalho objetivou verificar e identificar a comunidade de abelhas e vespas nas culturas de Capsicum annuum var. annuum e formar uma coleção entomológica de referência para a cultura da região, visando determinar padrões de comunidade, além de traçar estratégias de uso racional da fauna apícola e de conservação das espécies da região em estudo. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em três propriedades onde há cultura de Capsicum annuum var. annuum, localizadas no entorno do Parque Nacional Serra de Itabaiana (10º25 15 S e 37º25 15 O), abrangendo o município de Areia Branca no estado de Sergipe (figura 1). A área total do parque compreende aproximadamente 7.966 ha, e o seu entorno consiste nos munícipios de Areia Branca, Itabaiana, Laranjeiras, Itaporanga D Ajuda e Campo do Brito (SOBRAL et al., 2007).

49 Figura 1 A) Brasil, com destaque para o estado de Sergipe; B) Localização da área do município onde foram realizadas as coletas, com destaque para o Parque Nacional Serra de Itabaiana; C) Setas e círculos apontam as propriedades onde foram feitas as coletas. Fonte: Adaptado de Google Maps. O Parque Nacional Serra de Itabaiana conserva remanescentes de caatinga e mata atlântica e é abrigo de diversas espécies endêmicas de vertebrados (SOBRAL et al., 2007) e invertebrados (DIAS & BRESCOVIT, 2004). Segundo a classifi cação de Köppen, o clima descrito para a região é subúmido ou tropical com verão seco (SOBRAL et al., 2007; DANTAS & RIBEIRO, 2010). As áreas de entorno onde foi feito o estudo encontram-se na localidade do Povoado do Junco, no munícipio de Areia Branca. São elas: propriedade de Roberto (área 01) (10 46 42,6 S e 37 22 41,4 O), localizada na entrada do Povoado do Junco, sendo uma plantação exclusiva de pimenta, com área de 500 m 2, com infl uência antrópica direta; propriedade Marceta (área 02) (10 47 25,7 S e 37 21 57,1 O), situada na zona rural do Povoado do Junco, sendo uma plantação de mesma proporção da área 01 ( 500 m 2 ) mas associada com outros cultivos, sem influência antrópica direta, com presença de vegetação próxima e açude; propriedade de João (área 03) (10º 47 25,7 S e 37 21 57,1 O), locada no interior do Povoado do Junco, sendo uma plantação de pequena escala de pimenta ( 350 m 2 ), associada com outros vegetais, com influência antrópica direta. Realizaram-se as coletas quinzenalmente, durante a fl oração da pimenta, entre os meses de janeiro e março de 2014, das 8h às 16h, com busca ativa durante 50 minutos, seguida de intervalo para descanso e organização dos materiais de 10 minutos. Os insetos foram capturados e sacrifi cados segundo a metodologia proposta por Almeida et al. (1998). Os exemplares foram levados até o Instituto de Tecnologia e Pesquisa Laboratório de Estudos Biológicos e Produtos Naturais (ITP-LBPN), localizado no município de Aracaju, onde foram mantidos em congelamento para evitar a sua degradação. Posteriormente, foram descongelados e montados. Após a montagem e a etiquetagem, colocaram-se os espécimes na estufa por no mínimo 24h, em temperatura controlada de 50 C ou até que a umidade fosse eliminada por completo. As abelhas e vespas foram encaminhadas para serem identifi cadas por especialista da área, Prof. Dra. Favízia Freitas de Oliveira, coordenadora do Laboratório de Bionomia, Biogeografi a e Sistemática de Insetos da Universidade Federal da Bahia (BIOSIS/UFBA). Caracterizaram-se as comunidades de abelhas e vespas de acordo com o número de espécies, gêneros e famílias. A frequência dos indivíduos entre as áreas estudadas foi dada pelo número de indivíduos coletados por hora. Para a determinação do período de maior visitação, contou-se o número de espécimes coletados a cada intervalo. Analisou-se a diversidade entre as áreas pelo índice de Shannon-Wiener; a dominância foi estabelecida pelo Índice de Dominância de Simpson (D) e o quociente de similaridade foi dado pelo coefi ciente de Jaccard, todos calculados por meio do software Past 1.93 (HAMMER et al., 2001). Para comparar a riqueza dos indivíduos em amostras de

50 tamanhos diferentes, efetuou-se a análise de rarefação a partir da riqueza de abelhas em função da abundância comum entre áreas, utilizando também o software Past 1.93 (HAMMER et al., 2001). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram totalizados cinco dias de amostragem, com um esforço amostral de 2.000 minutos. Coletaram-se 299 indivíduos, totalizando 44 espécies/morfoespécies de Hymenoptera, sendo 18 espécies de abelhas pertencentes à família Apidae e 26 de vespas Aculeata, pertencentes às famílias Crabronidae, Mutillidae, Pompilidae, Scoliidae, Sphecidae e Vespidae (tabela 1). Tabela 1 Insetos da ordem Hymenoptera coletados nas culturas de Capsicum annuum var. annuum nos meses de janeiro a março de 2014, entre 8 e 16h, em três propriedades no município de Areia Branca (SE). Localidade FAMÍLIA/Tribo/Espécie Área01 Área02 Área03 Total Abelhas APIDAE Apini Apis mellifera Linnaeus, 1758 13 10 1 24 Exomalopsini Exomalopsis (Exomalopsis) analis Spinola, 1853 4 32 2 38 Xylocopini Xylocopa (Neoxylocopa) frontalis (Olivier, 1789) 1 1 Xylocopa (Neoxylocopa) suspecta Moure & Camargo, 1988 1 1 Euglossini Euglossa (Glossura) carolina (Nemésio, 2009) 1 1 Euglossa cf. roubiki (Nemésio, 2009) 2 1 3 Meliponini Frieseomelitta doederleini (Friese, 1900) 1 1 Melipona (Michmelia) scutellaris Latreille, 1811 1 1 Trigona fuscipennis Friese, 1900 1 1 Trigona spinipes (Fabricius, 1793) 2 2 Augochlorini Augochlora sp. 1 4 4 Augochloropsis sp. 1 4 1 1 6 Augochloropsis sp. 2 1 3 4 Augochloropsis sp. 3 1 1 1 3 Augochloropsis sp. 4 1 1 Augochloropsis sp. 5 9 9 Augochloropsis sp. 6 10 13 8 31 Augochloropsis sp. 7 10 17 4 31 Total 48 97 17 162 continua...

51 Continuação da tabela 1 Localidade FAMÍLIA/Tribo/Espécie Área01 Área02 Área03 Total Vespas aculeadas CRABRONIDAE Crabronidae sp. 2 1 1 Crabronidae sp. 3 1 1 Crabronidae sp. 4 4 4 Crabronidae sp. 5 1 1 Crabronidae sp. 7 3 3 Crabronidae sp. 9 1 1 MUTILLIDAE Mutillidae sp. 1 1 1 2 POMPILIDAE Pompilidae sp. 1 1 1 Pompilidae sp. 2 1 1 Pompilidae sp. 3 1 1 SCOLIIDAE Scoliidae sp. 1 6 1 7 Scoliidae sp. 2 10 5 15 SPHECIDAE Sphecidae sp. 1 1 1 Sphecidae sp. 2 2 2 VESPIDAE Vespidae sp. 1 4 2 6 Vespidae sp. 2 2 2 Vespidae sp. 3 1 1 Vespidae sp. 4 1 1 Vespidae sp. 5 3 3 Vespidae sp. 6 1 1 Vespidae sp. 7 1 1 Vespidae sp. 9 5 3 8 Vespidae sp. 10 14 13 27 Vespidae sp. 11 1 1 Vespidae sp. 12 7 3 6 16 Epiponini Brachygastra lecheguana (Latreille,1824) 7 21 1 29 Total 69 56 12 137 Total geral 117 153 29 299 Apesar da escassez de pesquisas sobre a cultura de pimenta (Capsicum annuum var. annuum), existem alguns trabalhos que relatam a ocorrência de determinadas espécies de abelhas e vespas em culturas agrícolas pertencentes à família Solanaceae, como foi comprovado por Santos & Nascimento (2011). Tais autores, em trabalho realizado em culturas de tomate (Solanum), nas cidades de Itabaiana e Areia Branca (SE), coletaram um total de 101 indivíduos pertencentes à família

52 Apidae e 60 indivíduos pertencentes à família de vespas (não especificando as famílias). Alguns desses indivíduos eram morfologicamente semelhantes aos encontrados no presente estudo, fato observado durante o processo de sistematização das espécies. Somavilla & Köhler (2012), em uma pesquisa de preferência floral de vespas, registraram 73 espécies de vespas visitando culturas de Solanaceae. Notou-se que algumas espécies visitaram mais frequentemente as culturas de Capsicum annuum var. annuum. Assim, Exomalopsis (Exomalopsis) analis Spinola, 1853 esteve presente durante todo o período, sendo frequente entre 9h e 14h; Augochloropsis sp. 7 das 8h às 13h; Augochloropsis sp. 6 das 9h às 14h; e Apis mellifera Linnaeus, 1758 das 9h às 15h. As vespas que apresentaram maior atividade de visitação floral foram: Brachygastra lecheguana (Latreille, 1824), registrada no período das 9h às 15h; Vespidae sp. 12 entre 8h e 15h; Vespidae sp. 10 das 8h às 15h; e Scoliidae sp. 2 entre 9h e 15h. O índice de Shannon-Wiener, evidenciado na tabela 2, mostrou que houve uma diferença estatística na diversidade de espécies entre as áreas 03 e 01 (U = 515; p = < 0.0001) e áreas 03 e 02 (U = 559.5; p = 0.0003). Apesar de ter havido ocorrência de Hymenoptera nas três áreas, a cultura de pimenta presente na área 03 teve uma incidência menor em relação às outras áreas (01 e 02), por causa da aplicação diária de produtos químicos (fato percebido diretamente no campo no momento das coletas) para controle de pragas agrícolas. As aplicações podem ter interferido na qualidade ambiental, provocando a redução de visitantes florais e potenciais polinizadores. Dorval et al. (2010) asseguram que, para obter uma considerável diversidade de espécies, o ambiente necessita estar em equilíbrio dinâmico. Portanto, a utilização de agrotóxicos pode estar diminuindo a diversidade local de visitantes florais. Kremen et al. (2002), Larsen et al. (2005) e Pinheiro & Freitas (2010) afirmam que produtos químicos reduzem a densidade populacional de muitos polinizadores a níveis que podem chegar a interromper os serviços de polinização. Como se vê na tabela 2, o índice de Dominância (D) indicou que existe dominância entre as espécies. Sendo assim, elaborou-se um gráfico indicativo das seis espécies mais abundantes para cada uma das áreas (figura 2). O índice mostrou que as espécies que sobressaíram quanto à abundância nas três áreas foram: área 01 Vespidae sp. 10, área 02 Exomalopsis analis e área 03 Augochloropsis sp. 6. A alta dominância das espécies, verificada para as três áreas de estudo, pode contribuir para baixos índices de diversidade e de equitabilidade. Resultados semelhantes foram observados nos trabalhos de Garofalo et al. (1993) e Sofia & Suzuki (2004), realizados com comunidades de abelhas Euglossini, em que se notou que a alta dominância de uma espécie contribui para a queda dos índices de diversidade e de equitabilidade das comunidades. De acordo com o índice de Jaccard, demonstrado na tabela 2, a área 02 teve menor similaridade de espécies em relação às áreas 01 e 03. As áreas 01 e 03 apresentaram maior similaridade entre espécies possivelmente pela proximidade entre as propriedades e por possuírem vegetação semelhante circundando o entorno das áreas, diferentemente da área 02. É possível que tal dissimilaridade entre a área 02 e as áreas 01 e 03 ocorra por causa do maior distanciamento da área 02 da zona antrópica e da diferenciação da vegetação circundante, mais bem preservada em relação às outras duas propriedades. As curvas de rarefação, representadas pela figura 3, não atingiram a assíntota (df), indicando que o número de coletas não foi suficiente para amostrar todas as espécies possíveis para a região e que é necessário um maior número de amostragens nas culturas de Capsicum annuum var. annuum.

53 Tabela 2 Índices ecológicos para os indivíduos de Hymenoptera coletados nas culturas de Capsicum annuum var. annuum nos meses de janeiro a março de 2014, em três propriedades no município de Areia Branca (SE). Área 01 Área 02 Área 03 Riqueza (S) 30 28 10 Número de indivíduos 117 153 29 Dominância (D) 0.06626 0.1013 0.1677 Shannon-Wiener (H) 2.972 2.664 1.993 Jaccard (J) 0.8737 0.7995 0.8654 9 Figura 2 Curva de importância das seis espécies mais abundantes para cada uma das áreas, município de Areia Branca (SE), com coleta nos meses de janeiro a março de 2014. 1) Exomalopsis (Exomalopsis) analis Spinola, 1853; 2) Augochloropsis sp. 6; 3) Augochloropsis sp.7; 4) Brachygastra lecheguana (Latreille,1824); 5) Vespidae sp. 10; 6) Apis mellifera Linnaeus, 1758; 7) Vespidae sp. 12; 8) Scoliidae sp. 2; 9) Crabronidae sp.

54 Figura 3 Curva de rarefação de riqueza das espécies, com limites de confi ança (df), comparando as coletas nas três áreas de cultura de Capsicum annuum var. annuum, município de Areia Branca (SE), com coleta nos meses de janeiro a março de 2014. CONCLUSÃO Verificou-se que 18 espécies de abelhas e 26 de vespas visitam com maior frequência as plantações de Capsicum annuum var. annuum durante o período das 8h às 16h. Entretanto as análises indicaram que pode existir um número ainda maior de abelhas e vespas visitando essa cultura. A comunidade de abelhas e vespas encontradas nas três áreas apresentou uma dissimilaridade, possivelmente em virtude da localização das três áreas, as quais evidenciaram características diferentes quanto à sua fi tofisionomia. As áreas 01 e 03 têm infl uência antrópica direta, já que fi cam próximas à sede do povoado, e não possuem vegetação bem preservada, pois em todo o seu entorno há outras culturas agrícolas, tornando assim a paisagem homogênea e limitando a manutenção dos polinizadores nessas áreas. Além disso, na propriedade 03 observou-se, ao longo das coletas, a aplicação de agrotóxicos, que estão comprovadamente ligados ao declínio dos polinizadores. Já a área 02 fi ca locada na zona rural do povoado, circundada de diversas outras culturas agrícolas e também por remanescentes de mata, os quais tornam a paisagem mais heterogênea e possibilitam a nidifi cação dos polinizadores, além de haver um açude na área, o que dá provimento de água. Os resultados obtidos neste trabalho, especialmente a identifi cação das espécies de insetos visitantes da cultura de Capsicum annuum var. annuum, constituem informações relevantes para o conhecimento dos polinizadores potenciais dessa cultura agrícola, bem como para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à interação das comunidades de polinizadores nativos em culturas agrícolas regionais, com vistas ao aumento da produtividade agrícola. Tal fato reforça a importância das espécies de abelhas nesse cenário, tais como Exomalopsis analis e Augochloropsis spp., como polinizadores potenciais de Capsicum annuum var. annuum no município de Areia Branca.

55 AGRADECIMENTOS Agradecemos à Profa. Dra. Katia Peres Gramacho e ao Dr. Frederico Machado Teixeira o suporte oferecido no trabalho prático e nos acessos bibliográficos; aos alunos e companheiros de jornada Alice Tamara, Edgar Rodrigues, Lucas Morais, André Luís, Camila Resende e Flavia Cunha o auxílio nas coletas e nos trabalhos laboratoriais; a todos os proprietários e funcionários das respectivas propriedades. REFERÊNCIAS Almeida, L. M.; C. S. Ribeiro-Costa & L. M. Marinoni. Manual de coleta, conservação, montagem e identificação de insetos. Ribeirão Preto: Holos; 1998. 78 p. Bento, C. S.; C. P. Sudre; R. Rodrigues; E. M. Riva & M. G. Pereira. Descritores qualitativos e multicategóricos na estimativa da variabilidade fenotípica entre acessos de pimentas. Scientia Agraria. 2007; 8(2): 149-156. Costa, L. V.; M. T. G. Lopes; R. Lopes & S. R. M. Alves. Polinização e fixação de frutos em Capsicum chinense Jacq. Acta Amazonica. 2008; 38(2): 361-364. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s0044-59672008000200022. Dantas, T. V. P. & A. S. Ribeiro. Caracterização da vegetação do Parque Nacional Serra de Itabaiana, Sergipe, Brasil. Biotemas. 2010; 23(4): 9-18. doi: 10.5007/2175-7925.2010v23n4p9. Dias, S. C. & A. D. Brescovit. Microhabitat selection and co-occurrence of Pachistopelma rufonigrum Pocock (Araneae, Theraphosidae) and Nothroctenus fuxico sp. nov. (Araneae, Ctenidae) in tank bromeliads from Serra de Itabaiana, Sergipe, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia. 2004; 21(4): 789-796. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s0101-81752004000400011. Dorval, A.; O. P. Filho; R. A. T. M. Souza & M. N. Ferreira. Diversidade da entomofauna coletada com armadilhas luminosas na região noroeste do estado de Mato Grosso. Multitemas. 2010; 38: 121-143. Farache, F. H. A.; V. Tragante do Ó & R. A. S. Pereira. Nova ocorrência de vespas não-polinizadoras (Hymenoptera: Chalcidoidea) em sicônios de Ficus microcarpa no Brasil. Neotropical Entomology. 2009; 38(5): 683-685. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1519-566x2009000500020. Freitas, B. M.; V. L. Imperatriz-Fonseca; L. M. Medina; A. M. P. Kleinert; L. Galetto; G. Nates-Parra; J. Javier & G. Quezada-Euán. Diversity, threats and conservation of native bees in the Neotropics. Apidologie. 2009; 40: 332-346. doi: 10.1051/apido/2009012. Gallo, D.; O. Nakano; S. S. Neto; R. P. L. Carvalho; G. C. Baptista; E. B. Filho; J. R. P. Parra; R. A. Zucci; S. B. Alves; J. D. Vendramim; L. C. Marchini; J. R. S. Lopes & C. Omoto. Entomologia Agrícola. 10. ed. Piracicaba: FEALQ; 2002. 920 p. Garofalo, C. A.; E. Camillo; J. C. Serrano & J. M. M. Rêbelo. Utilization of trap nest by Euglossini species (Hymenoptera: Apidae). Revista Brasileira de Biologia. 1993; 53: 177-187. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s0101-81751998000300003. Gullan, P. J. & P. S. Cranston. Desenvolvimento e ciclo de vida dos insetos. In: P. J. Gullan & P. S. Cranston. Os insetos: um resumo de entomologia. Londres: Roca; 2008. p. 123-153. Hammer, Ø.; D. A. T. Harper & P. D. Ryan. Past: Paleontological Statistics Software Package for Education and Data Analysis. Paleontologia Electronica. 2001; 4(1): 1-9. Kerr, W. E. A importância da meliponicultura para o país. Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento. 1997; 1(3): 42-44. Kerr, W. E.; G. A. Carvalho; A. C. Silva & M. G. P. Assis. Aspectos pouco mencionados da biodiversidade amazônica. Mensagem Doce. 2001; 6(12): 21-41. Kremen, C.; N. M. Williams & R. W. Thorp. Crop pollination from native bees at risk from agricultural intensification. Proceedings of the National Academy of Science of the United States of America. 2002; 99(26): 16812-16816. Larsen, T.; N. M. Williams & C. Kremen. Extinction order and altered community structure rapidly disrupt ecosystem functioning. Ecology Letters. 2005; 8(5): 538-547. doi: 10.1111/j.1461-0248.2005.00749.x. Lopes, M.; J. B. Ferreira & G. Santos. Abelhas-sem-ferrão: a biodiversidade invisível. Agriculturas. 2005; 2(4): 1-3. Michener, C. D. The bees of the world. Baltimore: The John Hopkins University Press; 2007. 972 p. Paulus, D.; R. Valmorbida; A. Santin; E. Toffoli & E. Paulus. Crescimento, produção e qualidade de frutos de pimenta (Capsicum annuum) em diferentes espaçamentos. Horticultura Brasileira. 2014; 33(1): 91-100. doi: http://dx.doi. org/10.1590/s0102-053620150000100015.

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