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INFO 937 STF DIREITO REGISTRAL REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS Ampliação de serviços remunerados e necessidade de homologação de convênio Os ofícios do registro civil das pessoas naturais podem prestar outros serviços conexos remunerados, na forma prevista em convênio. Tal convênio, no entanto, deverá ser devidamente homologado pelo Poder Judiciário local. A fiscalização prévia e posterior dos convênios pelo Poder Judiciário é exigência constitucional e não pode ser suprimida por legislação federal. Plenário, ADI 5855 MC-REF/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 10.4.2019. (Info 937 STF) DIREITO REGISTRAL REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS Necessidade de pertinência temática na ampliação de serviços remunerados Os ofícios do registro civil das pessoas naturais podem prestar outros serviços remunerados, conforme dispõe o art. 29, 3º da LRP 1, desde que haja pertinência temática, ou seja, desde que esses serviços guardem alguma relação com o exercício das atividades delegadas, como, por exemplo, emissão de certidões e de documentos públicos. Plenário, ADI 5855 MC-REF/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 10.4.2019. (Info 937 STF) DIREITO CONSTITUCIONAL PROCESSO LEGISLATIVO Controle, pelo Poder Judiciário, dos requisitos de relevância e urgência da Medida Provisória. Os requisitos constitucionais legitimadores da edição de medidas provisórias relevância e urgência - apenas em caráter excepcional se submetem ao crivo do Poder Judiciário, por força da regra da separação de poderes. Assim, o Poder Judiciário deve substituir a análise subjetiva desses requisitos e apontar eventuais ausências somente em situações extremas. Plenário, ADI 5855 MC- REF/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 10.4.2019. (Info 937 STF) 1 Art. 29, 3º, Lei 6015/73 - Os ofícios do registro civil das pessoas naturais são considerados ofícios da cidadania e estão autorizados a prestar outros serviços remunerados, na forma prevista em convênio, em credenciamento ou em matrícula com órgãos públicos e entidades interessadas. (Incluído pela Lei nº 13.484, de 2017)
DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Multa de trânsito e exercício do direito de propriedade Os artigos 124, VIII, 128, e 131, 2º, do CTB, ao exigirem a quitação dos débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas, não limitam o direito de propriedade, tampouco constituem coação política para arrecadar o que é devido. Plenário, ADI 2998/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 10.04.2019. (Info 937 STF) DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Impossibilidade de estabelecimento de multa de trânsito pelo CONTRAN As penalidades administrativas, decorrente de infração de trânsito, têm de estar previstas em lei em sentido formal e material. Ato administrativo (ou legislativo) secundário não pode inovar na ordem jurídica. Portanto, não é possível o estabelecimento de sanção administrativa por parte do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), mediante resolução. Plenário, ADI 2998/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 10.04.2019. (Info 937 STF) Multa contratual de fidelidade telefônica e perda superveniente do vínculo empregatício É constitucional a norma estadual que obriga as concessionárias de telefonia fixa e celular a cancelarem multa contratual de fidelidade quando o usuário comprovar que perdeu o vínculo empregatício após a adesão ao contrato. Trata-se de norma de proteção ao consumidor, matéria sujeita à competência concorrente, na forma do art. 24, V, da CF 2. Plenário, ADI 4908/RJ, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 11.4.2019. (Info 937 STF) Competência para editar normas sobre uso de armas de menor potencial ofensivo É constitucional a Lei 13.060/2014, que disciplina o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo por agentes de segurança pública em todo o território nacional. A lei estabelece 2 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) V - produção e consumo;
diretrizes gerais para o uso de armas de fogo em âmbito nacional, sendo a União competente para a edição de normas gerais (art. 22, XXI e XXVIII, CF). Plenário, ADI 5243/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 11.4.2019. (Info 937 STF) Competência dos Estados para editar normas sobre pesca semiprofissional ou esportiva Compete à União editar normas gerais sobre habilitação, licenciamento e credenciamento de pescadores. Assim, é inconstitucional a norma estadual que determina o cadastro e a habilitação anual para o exercício da atividade de pesca semiprofissional ou esportiva na Federação de Pescadores do Estado. Plenário, ADI 3829/RS, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 11.4.2019. (Info 937 STF) Organização do Tribunal de Contas Estende-se aos Tribunais de Contas a reserva de iniciativa para deflagrar o processo legislativo cujo objeto seja alterar a sua organização ou o seu funcionamento. Plenário, ADI 5323/RN, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 11.4.2019. (Info 937 STF) Inobservância da regra constitucional de iniciativa legislativa reservada A promulgação de emenda à Constituição estadual não constitui meio apto para contornar a cláusula de iniciativa reservada, que se impõe, seja diante do texto original, seja diante do resultante de emenda. A inobservância da regra constitucional de iniciativa legislativa reservada acarreta a inconstitucionalidade formal das normas resultantes. Plenário, ADI 5323/RN, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 11.4.2019. (Info 937 STF) DIREITO ADMINISTRATIVO SERVIDOR PÚBLICO Cumulação de cargos dos profissionais da área de saúde Quando houver compatibilidade de horários, a existência de norma infraconstitucional
limitadora de jornada semanal de trabalho não constitui óbice ao reconhecimento da cumulação de cargos prevista no art. 37, XVI, da CF. Comprovado o cumprimento de ambas as jornadas, é possível a cumulação de cargos, ainda que a jornada de trabalho ultrapasse 60 horas semanais. Primeira Turma, RE 1176440/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 9.4.2019. (Info 937 STF) DIREITO PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS Agravo regimental em habeas corpus e possibilidade de sustentação oral O art. 937, 3º, do CPC 3, que prevê o cabimento de sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que extinga ação rescisória, mandado de segurança e reclamação, também se aplica ao habeas corpus. Segunda Turma, HC 152676/PR, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 9.4.2019. (Info 937 STF) 4 DIREITO PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS Impossibilidade de dilação probatória em habeas corpus A ação de habeas corpus não comporta dilação probatória, dado o seu rito célere e cognição sumária, voltados para afastar ilegalidade manifesta que comprometa a liberdade de ir e vir do cidadão, razão pela qual é inadmissível o exame de questões que demandam aprofundado exame do conjunto fático-probatório. Segunda Turma, HC 165036/PR, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 9.4.2019. (Info 937 STF) DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA PENA Absorção de condutas entre os delitos de corrupção passiva e lavagem de dinheiro Verificada a prática de atos autônomos de ocultação do produto do crime antecedente já consumado é possível afastar a consunção entre os delitos de corrupção passiva e lavagem de bens. Segunda Turma, HC 165036/PR, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 9.4.2019. (Info 937 STF) 3 Art. 937, 3º, CPC - Nos processos de competência originária previstos no inciso VI (ação rescisória, mandado de segurança e reclamação), caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga. 4 OBS: A Primeira Turma do STF decidiu o contrário, ou seja, que neste caso não cabe sustentação oral. Segundo o julgado publicado em 07/05/2019, o Regimento Interno do STF (artigo 131, parágrafo 2º) veda expressamente a possibilidade de sustentação oral em agravo interno e que o novo CPC a admite unicamente em ação rescisória, reclamação e mandado de segurança.