Potencial de Produção de Híbridos Comerciais de Sorgo Granífero na Chapada do Araripe PE

Documentos relacionados
DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

Adaptabilidade e Estabilidade de Híbridos de Milho no Nordeste Brasileiro no Biênio 2002/2003

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO ESTADO DO CEARÁ *

ENSAIO REGIONAL DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO DO NORDESTE

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE MILHO NO ESTADO DA BAHIA NO ANO AGRÍCOLA DE 1999/2000

Comportamento de Cultivares de Milho no Nordeste brasileiro: Safra 2010/2011

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1640

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1213

XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo

Avaliação de Cultivares Para Milho Verde na Zona da Mata de Pernambuco

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE FEIJÃO DO GRUPO COMERCIAL CARIOCA NO ESTADO DE SERGIPE NO ANO AGRÍCOLA 2001.

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE MANDIOCA NO AGRESTE PERNAMBUCANO. Introdução

Zoneamento de risco climático

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO CRIOULAS PARA A PRODUÇÃO DE SILAGEM NO MUNICÍPIO DE ARAQUARI - SC

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

Comunicado 122 Técnico

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GIRASSOL EM SAFRINHA DE 2005 NO CERRADO NO PLANALTO CENTRAL

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

Avaliação de Híbridos de Milho do Programa de Melhoramento Genético do DBI/UFLA

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUDOESTE PIAUIENSE

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO CERRADO DA BAHIA. 1

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

Avaliação de Cultivares de Milho na Região Central de Minas Geraisp. Palavras-chave: Zea mays, rendimento de grãos, produção de matéria seca, silagem

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA CULTIVADOS NO SEMI-ÁRIDO BAIANO

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero para Indicação no Estado do Rio Grande do Sul Safra 2012/13

DESEMPENHO DE LINHAGENS DE MAMONA EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1550

Resultados de Pesquisa dos Ensaios de Melhoramento de Soja Safra 2008/09

ENSAIO ESTADUAL DE SORGO SILAGEIRO 2015/2016

A VALIA CÃO DE LINHAGENS DE SOJA PARA INDICA çãó DE CUL TIVARES NO RIO GRANDE DO SUL

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA NO MUNICÍPIO DE SINOP-MT

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

Adaptabilidade e Estabilidade de Cultivares de Milho na Região Norte Fluminense

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1751

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

DESEMPENHO DE NOVAS CULTIVARES DE CICLO PRECOCE DE MILHO EM SANTA MARIA 1

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

PERFORMANCE DE GENÓTIPOS DE MAMONA AVALIADOS EM CERRADO DE RORAIMA 2008

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

Avaliação de cultivares de milho com e sem pendão visando a produção de minimilho na região Norte do estado de Minas Gerais 1

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Introdução e avaliação de genótipos de maracujá-amarelo no nordeste goiano

AVALIAÇÃO DE POPULAÇÕES DE SOJA DESTINADAS À ALIMENTAÇÃO HUMANA PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS

Missão da Embrapa Semiárido

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO PARA O ESTADO DO PARANÁ*

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE SOJA REGISTRADAS PARA CULTIVO NO RIO GRANDE DO SUL, NA SAFRA DE 1998/99

Avaliação de Características Agronômicas e de Produção de Abóbora em Áreas de Agricultura Familiar na Região Agreste de Sergipe

Recomendação de Cultivares de Milho para Áreas de Cerrados do Meio-Norte Brasileiro: Experimentos Conduzidos no Triênio

Avaliação de Cultivares de Sorgo Sacarino em Ecossistema de Cerrado no Estado de Roraima

VARIABILIDADE GENÉTICA EM LINHAGENS S 5 DE MILHO

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

Avaliação de cultivares de milho para produção de silagem em Patrocínio, MG

AVALIACAO DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO PARA O CERRADO DE RONDÔNIA

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO AVALIADOS EM RORAIMA 2008

Contribuições da experimentação com sorgos silageiro e de pastejo da Embrapa Milho e Sorgo em Passo Fundo, RS. Introdução

BRS Ponta Negra Variedade de Sorgo Forrageiro

Comportamento de genótipos de trigo para macarrão, em dois locais de Minas Gerais, no ano de 2009

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

Desempenho de cultivares de milho indicadas para cultivo no Rio Grande do Sul na safra

XXX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO Eficiência nas cadeias produtivas e o abastecimento global

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

INFLUÊNCIA DE BORDADURA NAS LATERAIS E NAS EXTREMIDADES DE FILEIRAS DE MILHO NA PRECISÃO EXPERIMENTAL 1

V Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

ENSAIOS REGIONAIS DO CERRADO CONDUZIDOS NO CERRADO DA BAHIA NA SAFRA 2004/05 1

Palavras-Chave: Adubação mineral. Adubação orgânica. Cama de Peru. Glycine max.

Transcrição:

Potencial de Produção de Híbridos Comerciais de Sorgo Granífero na Chapada do Araripe PE José N. Tabosa 1, Odemar V. dos Reis 1, Marta M. A. do Nascimento 1, Fredolino G. dos Santos 2, José A. dos S. Rodrigues 2, Hélio W. L. de Carvalho 3 e José A. Tavares 1 1 IPA- Av. Gal. San Martin, 1371 Bonji 50761-000 Recife PE tabosa@ipa.br 2 Embrapa Milho e Sorgo fred@cnpms.embrapa.br, Avelino@cnpms.embrapa.br ; 3 Embrapa Tabuleiros Costeiro helio@cnptc.embrapa.br Palavras-chave: Semi-árido do Araripe, avicultura, produção de grãos, híbrido não taninoso INTRODUÇÃO A Região do Araripe e adjacências vêm se comportando como produtora de sorgo granífero, principalmente no último quadriênio, configurado nos anos de 2003, 2004, 2005 e 2006. A área de cultivo registrada nesse período foi de 6 a 8 mil, 9 a 10 mil, 25 a 26 mil e mais de 35 mil hectares, respectivamente (Relatório IPA/PSP, 2006). Vale frisar que no corrente ano de toda esta atividade, apenas 8% foi contemplada com financiamento dos bancos oficiais. Esse programa de sorgo, denominado de Projeto Sorgo de Pernambuco, possui o apoio oficial do governo do Estado, através da SPRRA (Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária), juntamente com a AVIPE (Associação Avícola de Pernambuco). Por sua vez, a avicultura é considerada a cadeia produtiva mais importante no Estado, no âmbito do agronegócio, depois da indústria sucroalcooleira. Desse modo, o sucesso dessa atividade se deve ao cumprimento do zoneamento agroecológico e ao zoneamento de risco, para a cultura do sorgo. Vale frisar que essas ferramentas definiram para Pernambuco, o cenário de plantio, nas áreas apontadas como aptas em 112 municípios, o calendário de plantio em função da aptidão climática e edáfica, bem como as cultivares recomendadas (Barros et al., 2005; ZONEA- MENTO AGROECOLÓGICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO ZAPE, 2001). A cultura do sorgo nessa atividade se prende ao fato potencial de preencher, juntamente com o milho, o atendimento à demanda de grão para a avicultura estadual. Esta, além de consumir cerca de 600-800 mil toneladas anuais de milho, apresenta um índice de crescimento de cerca de 8% ao ano. Com isso, em face da complexidade e competividade de aquisição desse cereal, o parque avícola teve de recorrer ao sorgo, com vistas à redução de sua importação. Vale frisar que o milho produzido em Pernambuco, não atende sequer a 20% da demanda, além de apresentar limitações de cultivo no espaço semi-árido, onde o sorgo oferece maior sucesso na colheita. Nesse âmbito, face ao tipo de manejo empregado no sistema de produção de sorgo, notadamente quanto à natureza da cultivar a ser utilizada, há uma adequação maior em favor das variedades. Assim, objetiva-se nessa ação, a recomendação de novas variedades não taninosas de sorgo granífero para a região mencionada Sertão do Araripe e adjacências, onde predomina um solo do tipo Latossolo vermelho amarelo, clima semi-árido megatérmico e relevo plano (Tabosa et al., 1999). MATERIAL E MÉTODOS Ações foram conduzidas na Estação Experimental de Araripina, localizada na Chapada do Araripe, extremo oeste de Pernambuco, fronteira com os estados do Ceará e do Piauí. As coordenadas geográficas e de posição dessa localidade são 07º29 00

S de latitude e 40º36 00 WGr de longitude. Foram avaliadas 28 variedades de sorgo granífero oriundos de diferentes introduções e do banco ativo de germoplasma do IPA. Cada unidade experimental foi formada por duas fileiras de cinco metros de comprimento espaçados por 0,70m. A densidade de plantio foi de 15 plantas por metro linear. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizado com nove tratamentos e três repetições. Foi utilizado o teste de Tukey para comparação das médias obtidas. Para a variável produção de grãos, foi procedida análise conjunta envolvendo os três anos de avaliação. O plantio foi realizado no início da estação chuvosa que compreende o mês de janeiro. As demais variáveis analisadas foram: florescimento e altura média de planta. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 constam os resultados obtidos de produção de grãos dos híbridos comerciais de sorgo granífero na Chapada do Araripe, no decorrer do triênio 2003/2005. No ano de 2003, as chuvas foram distribuídas regularmente no decorrer do ciclo das plantas. Dos nove híbridos avaliados, seis deles apresentaram níveis de produtividade entre 3.142 a 4.790 kg/ha. Estes resultados podem ser considerados adequados apesar de ter ocorrido os seguintes pontos adversos: o quantitativo pluviométrico durante o ciclo da cultura foi de 287 mm, valor inferior ao exigido pelo sorgo, que é de 300 mm, de conformidade com Tabosa et al. (1999); Barros et al. (2004); outro ponto é que houve registro de ataque de pássaros, o que comprometeu parcialmente os resultados de produção de grãos. No ano de 2004, o ensaio foi implantado após a ocorrência de elevada concentração hídrica durante o mês de janeiro, que manteve o solo em condição favorável para a condução do ensaio. A partir daí, ainda foi favorecido com 458 mm durante o ciclo das plantas. Mesmo sendo detectado a ocorrência de baixo ataque de pássaros, os níveis de produtividade de cinco dos nove materiais avaliados foram considerados promissores. Estes variaram de 3.057 kg/ha para o material BRS 310 até 6.776 kg/ha para o AG1018. Estes resultados podem ser considerados superiores aos obtidos por Döwich (2005), no oeste baiano, onde foram avaliados híbridos comerciais em sistema de plantio direto. Neste caso, apenas um dos híbridos comerciais exibiu produção de grãos acima de 3.000 kg/ha. O ano de 2005, foi caracterizado por irregularidade na distribuição de chuvas, embora tenha disponibilizado durante o ciclo das plantas um quantitativo de 305 mm, com a ocorrência de veranicos. Apenas o material comercial BRS 310 exibiu produtividade de 3.933 kg/ha, apresentando incremento de cerca de 70% sobre a média de produção de grãos do ensaio. Apesar de grandes diferenças de produção de grãos entre as cultivares avaliadas, não foram registradas diferenças significativas entre elas (p<0,05). Esse fato também ocorreu quando foi levada em consideração a média de produção de grãos no triênio 2003/2005, através da análise conjunta dos dados. Mesmo não apresentando diferenças significativas, quatro dos híbridos avaliados apresentaram produtividade de 3.555 a 4.006 kg/ha de grãos, considerados adequados em face das adversidades ocorridas no decorrer do ano agrícola. Esses resultados são corroborados por França et al. (1992); Tabosa et al. (1993). Na Tabela 2 podem ser observados os resultados de altura de planta dos nove materiais avaliados no triênio mencionado. Independentemente das adversidades ocorridas em cada um dos anos hidrográficos em questão e além dos resultados médios avaliados conjuntamente, evidenciamse os seguintes pontos a considerar: a) essa variável foi pouco influenciada, quando foram consideradas as diferenças entre cada ano de avaliação. Os valores médios de 93 a 110 cm foram obtidos, para os ensaios de 2004 e 2005, respectivamente; b) na análise conjunta, o menor valor foi para a cultivar D740 ao passo que o híbrido AG 1018 chegou ao valor máximo de 123 cm. Na Tabela 3, constam os valores obtidos do número de dias para atingir o florescimento para cada um dos materiais avaliados. Nos anos de 2003 e 2004, a média de cada

ensaio foi de 72 a 73 dias, respectivamente. Todavia, no ano de 2005, onde ocorreram veranicos, o tempo gasto para atingir o florescimento foi cerca de 10 dias menor, cerca de 64 dias. Esse comportamento de acelerar o florescimento quando há uma deficiência hídrica, também é relatado por Tabosa et al. (1999). Tabela 1. Rendimento de grãos de híbridos comerciais de sorgo granífero na Chapada do Araripe PE, no triênio 2003/2005. Produção de grão (kg/ha) 2003 2004 2005 Média Saara 4.790 a 3.795 abc 2.081 a 3.555 a D 822 4.428 a 4.381 ab 2.157 a 3.655 a BRS 310 4.071 ab 3.097 bc 3.933 a 3.687 a D 741 3.714 ab 2.447 bc 2.323 a 2.828 a D 740 3.485 ab 2.703 bc 1.628 a 2.605 a AG 1018 3.142 ab 6.776 a 2.100 a 4.006 a DKB 860 2.714 b 1.074 bc 1.885 a 2.001 a SHS 400 2.600 b 2.900 bc 2.114 a 2.538 a DKB 57 2.400 b 3.271 bc 2.638 a 2.769 a Média 3.483 3.448 2.318 3.071 CV (%) 17 35 38 34 Chuva no ciclo 267 458 305 Média seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste De Tukey (p<0,05).

Tabela 2. Altura média de planta de híbridos comerciais de sorgo granífero na Chapada do Araripe PE, no triênio 2003/2005. Altura de planta (cm) 2003 2004 2005 Média Saara 113 abc 93 bc 113 abc 106 abc D 822 97 c 83bc 97b 92bc BRS 310 120 ab 93 bc 117 ab 110 ab D 741 107 abc 90 bc 107 ab 101 bc D 740 97 c 73 c 97 b 89 c AG 1018 123 a 120 a 127 a 123 a DKB 860 100 bc 90 bc 100 b 97 bc SHS 400 93 c 100 ab 120 ab 104 abc DKB 57 97 c 93 bc 117 ab 102 bc Média 105 93 110 103 CV (%) 6,97 7,68 7,37 7,34 Média seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Tabela 3. Dias de florescimento de híbridos comerciais de sorgo granífero na Chapada do Araripe PE, no triênio 2003/2005. Dias de Florescimento 2003 2004 2005 Média Saara 70abc 69e 65ab 68ab D 822 71abc 75d 63c 70ab BRS 310 68bc 61g 63c 64b D 741 73ab 76c 64b 71ab D 740 71abc 78b 66a 72ab AG 1018 66c 65f 64bc 65ab DKB 860 74ab 75d 64bc 71ab SHS 400 76a 75d 65ab 72ab DKB 57 76a 85a 65ab 75a Média 72 73 64 70 CV (%) 3,10 0,26 0,60 1,87 Média seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

LITERATURA CITADA FRANÇA, J.G.E. de; MACIEL, G.A.; SANTOS, J.P.O.; LIMA, M.M. de A.; TABOSA, J.N. Adoção do sorgo híbrido: uma alternativa para expansão da área cultivada no semi-árido de Pernambuco. IN: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, XIX. Porto Alegre, RS, 1992. Anais... Porto Alegre, 1992. p. 307-323. TABOSA, J.N.; FRANÇA, J.G.E. de; ARAÚJO, M.R.A. de; GUERRA, N.B. Teste em linhas de sorgo para consumo humano. Pesq. Agropec. Bras., v.28, n.12, p.1385-1390, 1993. TABOSA, J.N.; LIMA, G.S. de; LIRA, M. de A.; TAVARES FILHO, J.J.; BRITO, A.R.M.B. Programa de Melhoramento de Sorgo e Milheto em Pernambuco. IN: QUEIRÓZ, M.A. de; GOEDERT, C.O.; RAMOS, S.R.R., ed. RECURSOS GENÉTICOS E MELHORAMENTO DE PLANTAS PARA O NORDESTE BRASILEIRO. (On line). Versão 1.0. Petrolina-PE: Embrapa Semi-Árido/Brasília-DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, nov. 1999. Disponível : www.cepatsa.embrapa.br" http://www.cepatsa.embrapa.br;. ISBN 85-7405-001-6. RELATÓRIO IPA- EMPRESA PERNAMBUCANA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Programa de Sorgo Granífero de Pernambuco. SPRRA/IPA, Recife-PE, 2006. Disponível em:www.sprra.fisepe.pe.gov/"; www.sprra.fisepe.pe.gov. BARROS, A. H. C.; TABOSA, J. N. ; SILVA, A.A. G. DA; ANDRADE JÚNIOR; A.S. DE; SANTOS, J.C. P. DOS; AMARAL, J.A. B. DO; LACERDA, F. F.; ASSAD, E. D.; SIMÕES, R. Zoneamento de risco climático para o sorgo no Estado de Pernambuco, IN: Congresso Brasileiro de Meteorologia, XIII. Fortaleza, CE, 2004. CD ROM. ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO ZAPE. Recife: Embrapa Solos UEP-Recife, SPRRA, 2001. CD Rom Embrapa Solos. Documentos; nº 35. DÖWICH, I. Sorgo, uma alternativa de cobertura do solo para consolidação do PD no oeste baiano. In: Direto no cerrado. APDC Associação de plantio direto no cerrado. Ano 10, N.40,2005.P.3.