Entendendo a Responsabilidade Técnica



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Transcrição:

Entendendo a Responsabilidade Técnica Conselho Regional de Química 4ª Região

Entendendo a Responsabilidade Técnica Sumário APRESENTAÇÃO... 3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS... 4 CONSELHOS PROFISSIONAIS... 7 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL... 8 REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO... 9 CRIAÇÃO DOS CONSELHOS DE QUÍMICA... 12 REGISTRO DE PESSOAS JURÍDICAS NOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO... 14 REGULAMENTAÇÃO DA LEI Nº 2.800/56... 15 RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 20 DE OUTUBRO DE 1959... 18 RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 133, DE 26 DE JUNHO DE 1992... 19 RESPONSABILIDADE TÉCNICA... 20 Conceituação... 20 Valorizando a Responsabilidade Técnica... 22 Indicação de Responsável Técnico... 23 Deveres do Responsável Técnico... 25 Remuneração x Responsabilidade Técnica... 27 Abrangência da Responsabilidade Técnica... 28 I Atividade Industrial... 29 II Atividade Comercial... 34 III Prestação de Serviços... 38 Implicações legais da Responsabilidade Técnica... 45 ÉTICA PROFISSIONAL... 46 Conceituação... 46 RESOLUÇÃO ORDINÁRIA Nº 927, DE 11 DE NOVEMBRO DE 1970... 47 Conceituação Geral... 47 Diretrizes... 47 Sanções aplicáveis... 50 2

APRESENTAÇÃO OBJETIVO Entendendo a Responsabilidade Técnica é parte integrante da estratégia de atuação do CRQ-IV, que prioriza ações educativas de prevenção à ocorrência de infrações à legislação profissional. O Manual objetiva apresentar conceitos importantes sobre legislação, Responsabilidade Técnica e Ética Profissional, transmitindo informações e esclarecimentos aos Profissionais da Química que atuam ou pretendem atuar como Responsáveis Técnicos. Wagner Contrera Lopes Gerente de Fiscalização do CRQ-IV 3

CONCEITOS FUNDAMENTAIS ATOS NORMATIVOS São atos que têm, direta ou indiretamente, sua origem em um processo legislativo. Estão enquadrados nessa modalidade as Leis, Medidas Provisórias, Decretos-Lei e Decretos. Lei É um Ato Normativo originado a partir de um texto chamado Projeto de Lei e que tramita no Poder Legislativo. Possuem competência para editar Leis: a União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, todos sob o manto da Constituição Federal. Lei Federal O Projeto de Lei tramita no Congresso Federal, devendo ser aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado, restando ao Presidente da República a sanção ou veto. As leis federais têm domínio geográfico nacional e imperam em todo o Território do Pais. Lei Estadual e/ou Distrital O Projeto de Lei tramita na Assembleia Legislativa, devendo ser aprovada pelos Deputados Estaduais e/ou Distritais, restando ao Governador a sanção ou veto. A lei estadual tem domínio geográfico circunscrito ao Estado em que foi elaborada. As leis elaboradas no Distrito Federal têm domínio geográfico circunscrito a esse Distrito. Lei Municipal O Projeto de Lei tramita na Câmara Municipal, devendo ser aprovada pelos Vereadores, restando ao Prefeito a sanção ou veto. A lei municipal tem domínio geográfico circunscrito ao Município que a elaborou Hierarquia das Leis Convém destacar que, no alto da hierarquia legislativa, impera a Constituição do Brasil, com domínio geográfico e de competência sobrepostos aos domínios de todas as demais leis. Nenhuma lei pode prevalecer caso contrarie a Constituição Federal. Vigência da Lei A lei é levada ao conhecimento de todos por meio de sua publicação no Diário Oficial. Publicada, ninguém pode deixar de cumpri-la, alegando desconhecê-la. Sua força obrigatória, no entanto, está condicionada à sua vigência, ou seja, o dia em que começa a vigorar. As próprias leis costumam indicar a data em que entrarão em vigência. Cessação da obrigatoriedade da Lei A revogação de uma lei somente pode ser feita por outra lei. A revogação pode ser expressa ou tácita. É expressa quando uma nova lei taxativamente declara revogada a lei anterior. É tácita 4

quando a nova lei é incompatível com a lei anterior ou regular inteiramente a matéria de que a outra tratava. Medida Provisória É outra espécie de modelo normativo. A competência é exclusiva do Presidente da República. A MP surgiu com a atual Constituição Federal (Art. 62) em substituição ao antigo Decreto-Lei. Poderá ser editada somente em caráter de relevância e urgência, devendo de imediato ser levada à apreciação do Congresso Nacional. Sua validade é de 60 (sessenta) dia, prorrogáveis por mais 60 (sessenta) dias, totalizando 120 (cento e vinte) dias. Decreto-lei O Decreto-Lei era uma prerrogativa do Presidente da República antes do advento da Constituição Federal de 1988. Os Decretos-Leis, editados antes da C.F./88 continuam em vigor. O Decreto-Lei possui os mesmos efeitos de uma Lei. Decreto Os Decretos são atos restritos aos Chefes do Executivo Federal, Estaduais ou Municipais. Destinam-se a regulamentar situações gerais ou individuais previstas de maneira explícita ou implícita pela legislação. O Decreto não tem poder para ampliar, alterar ou dispor diversamente àquilo que está previsto em Lei. 5

ATOS NORMATIVOS DA ADMINISTRAÇÃO Atos Normativos da Administração São atos administrativos conferidos por Lei a determinados órgãos da administração pública. Enquadram-se nessa modalidade: Resoluções, Deliberações, Portarias. Resolução As Resoluções são atos expedidos pelas altas autoridades do Executivo (exceto o Chefe do Executivo, já que a este compete a expedição de Decretos) ou pelos presidentes dos tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, para disciplinar matéria de sua competência específica. São atos inferiores às leis e decretos e que não podem modificálos ou contrariá-los, mas unicamente complementá-los e explicá-los. Seus efeitos podem ser internos ou externos, conforme campo de atuação da norma. A título de exemplo, reportamo-nos à Lei nº 2.800/56, que confere ao Conselho Federal de Química competência legal para expedir resoluções para fiel interpretação e execução da referida Lei (artigo 8º, alínea f ). Deliberação As Deliberações são atos administrativos que emanam de órgãos colegiados ligados à administração. São atos que podem ser expedidos pelos Conselhos Regionais de Química, cuja competência fora delegada pelo CFQ, por regulamento ou regimento. Pode ter abrangência interna ou externa. Portaria As Portarias se diferenciam das Deliberações em relação à competência e abrangência. Somente os Chefes dos Órgãos poderão expedir Portarias, cuja abrangência deverá ser sempre de caráter interno, nunca externo. No caso dos Conselhos Regionais de Química a competência para expedir Portarias é do Presidente do CRQ. Consulta Pública As Consultas Públicas são abertas por órgãos da administração pública. Elas precedem determinados atos administrativos (resoluções, portarias, etc.) e têm o objetivo de submeter a matéria à sociedade e receber suas contribuições. Enquanto publicado como CP, o ato administrativo ainda não possui efeito legal, estando sujeito a modificações. 6

CONSELHOS PROFISSIONAIS FINALIDADE E ATRIBUIÇÕES Conselhos de Fiscalização Profissional São órgãos criados por lei para fiscalizar as várias áreas profissionais. Finalidade Os Conselhos têm como finalidade defender os interesses da sociedade nas questões relacionadas ao exercício profissional na respectiva área de atuação. Atribuições - Fiscalizar e disciplinar o exercício profissional na respectiva área de atuação. Na área Química, a fiscalização profissional é competência do Conselho Federal de Química e dos Conselhos Regionais de Química. SISTEMA CFQ/CRQs OBJETIVO E COMPETÊNCIAS Objetivo do Sistema CFQ/CRQs Zelar pelos interesses da sociedade nas questões relacionadas ao exercício da atividade Química. CFQ As atribuições principais são: Expedir as resoluções normativas para uniformizar procedimentos dos Conselhos Regionais de Química na interpretação da legislação profissional; Regulamentar as atribuições profissionais conforme a natureza e extensão do currículo de cada curso de formação profissional na área Química; Estabelecer o Código de Ética Profissional; Atuar como órgão julgador em segunda instância nas questões que envolvem o exercício da atividade Química. CRQs As atribuições principais são: Registrar profissionais da Química e pessoas jurídicas que desenvolvam atividades na área Química; Fiscalizar o exercício profissional na área da Química, impedindo e punindo infrações à lei; Zelar pelo cumprimento do Código de Ética. Conselho Regional de Química 4ª Região O CRQ-IV tem sua jurisdição no Estado de São Paulo. 7

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 C.L.T. (Consolidação das Leis do Trabalho). CRIAÇÃO DOS CONSELHOS DE QUÍMICA Lei nº 2.800, de 18 de junho de 1956. REGISTRO DE PESSOAS JURÍDICAS NOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO Lei nº 6.839, de 30 de outubro de 1980. REGULAMENTAÇÃO DA LEI Nº 2.800/56 Decreto nº 85.877, de 7 de abril de 1981. RESOLUÇÕES DO CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA Resolução Normativa nº 12, de 20 de outubro de 1959. Resolução Normativa nº 133, de 26 de junho de 1992. Resolução Ordinária nº 927, de 11 de novembro de 1970. 8

REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 C.L.T. Estabeleceu competência ao Ministério do Trabalho para fiscalizar a profissão. Artigo 325 É livre a profissão de Químico aos portadores de diploma de Químico, Químico Industrial e Engenheiro Químico.... Artigo 326 Para exercer a profissão é obrigatório o uso da Carteira de identidade profissional.... Artigo 332 Quem, mediante anúncios, placas, cartões comerciais ou outros meios capazes de ser identificados, se propuser ao exercício da química, em qualquer dos seus ramos, sem que esteja devidamente registrado, fica sujeito às penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da profissão.... Artigo 339 O nome do químico responsável pela fabricação dos produtos de uma fábrica, usina ou laboratório, deverá figurar nos respectivos rótulos, faturas e anúncios, compreendidas entre estes últimos a legenda impressa em cartas e sobrecartas.... Artigo 343 São atribuições dos órgãos de fiscalização: a) examinar os documentos exigidos para o registro profissional de que trata o art. 326 e seus 1º e 2º e o art. 327, proceder à respectiva inscrição e indeferir o pedido dos interessados que não satisfizerem as exigências desta Seção; b) registrar as comunicações e contratos, a que aludem o art. 350 e seus parágrafos e dar as respectivas baixas: c) verificar o exato cumprimento das disposições desta Seção, realizando as investigações que forem necessárias, bem como o exame dos arquivos, livros de escrituração, folhas de pagamento, contratos e outros documentos de uso de firmas ou empresas industriais ou comerciais, em cujos serviços tome parte um ou mais profissionais que desempenhem função para a qual se deva exigir a qualidade de químico.... 9

Artigo 346 Será suspenso do exercício de suas funções, independentemente de outras penas em que possa incorrer, o químico, inclusive o licenciado, que incidir em alguma das seguintes faltas: a) revelar improbidade profissional, dar falso testemunho, quebrar o sigilo profissional e promover falsificações, referentes à prática de atos de que trata esta Seção; b) concorrer com seus conhecimentos científicos para a prática de crime ou atentado contra a pátria, a ordem social ou a saúde pública; c) deixar, no prazo marcado nesta Seção, de requerer a revalidação e registro do diploma estrangeiro, ou o seu registro profissional no respectivo Conselho Regional de Química. Parágrafo único - O tempo de suspensão a que alude este artigo variará entre um mês e um ano, a critério do respectivo Conselho Regional de Química, após processo regular ressalvada a ação da justiça pública. Artigo 347 Aqueles que exercerem a profissão de químico sem ter preenchido as condições do art. 325 e suas alíneas, nem promovido o seu registro, nos termos do art. 326, incorrerão na multa de 2/5 (dois quintos) do valor de referência a 10 (dez) valores de referência regionais, que será elevada ao dobro, no caso de reincidência. (Atualizado de acordo com os dispositivos da Lei 8.383/91)... Artigo 350 O químico que assumir a direção técnica ou cargo de químico de qualquer usina, fábrica, ou laboratório industrial ou de análise deverá, dentro de 24 horas e por escrito, comunicar essa ocorrência ao órgão Fiscalizador, contraindo, desde essa data, a responsabilidade da parte técnica referente à sua profissão, assim como a responsabilidade técnica dos produtos manufaturados. 1º - Firmando-se contrato entre o químico e o proprietário da usina, fábrica ou laboratório, será esse documento apresentado, dentro do prazo de 30 dias, para registro, ao órgão Fiscalizador. 2º - Comunicação idêntica à de que trata a primeira parte deste artigo fará o químico, quando deixar a direção técnica ou o cargo de químico, em cujo exercício se encontrava, a fim de ressalvar a sua responsabilidade e fazerse o cancelamento do contrato. Em caso de falência do estabelecimento, a comunicação será feita pela firma proprietária. NOTA: Vide portaria Nº 39, de 19 de setembro de 1945, que regulou o registro dos contratos de trabalho dos químicos, nas condições do artigo supra. 10

Artigo 351 Os infratores dos dispositivos do presente capitulo incorrerão na multa de 1/10 (um décimo) do valor de referência a 10 (dez) valores de referência regionais, segundo a natureza da infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou, aplicada em dobro no caso de reincidência, oposição à fiscalização ou desacato à autoridade. (Atualizado de acordo com os dispositivos da Lei 8.383/91) Parágrafo único - São competentes para impor penalidades as autoridades de primeira instância incumbidas da fiscalização dos preceitos constantes do presente capítulo. 11

CRIAÇÃO DOS CONSELHOS DE QUÍMICA LEI Nº 2.800, DE 18 DE JUNHO DE 1956. Cria o Conselho Federal de Química e os Conselhos Regionais de Química, transferindo-lhes a competência para fiscalizar o exercício da profissão. Artigo 1º A fiscalização do exercício da profissão de químico regulada no Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 Consolidação das Leis do Trabalho, Título III, Capítulo I, Seção XIII será exercida pelo Conselho Federal de Química e pelos Conselhos Regionais de Química, criados por esta Lei.... Art. 15 - Todas as atribuições estabelecidas no Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943 - Consolidação das Leis do Trabalho referentes ao registro, à fiscalização e à imposição de penalidades, quanto ao exercício da profissão de químico, passam a ser de competência dos Conselhos Regionais de Química.... Artigo 20 Além dos profissionais relacionados no Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943 Consolidação das Leis do Trabalho São também profissionais da química os bacharéis em química e os técnicos químicos. 1º - Aos bacharéis em química, diplomados pelas faculdades de Filosofia, oficiais ou oficializadas após registro de seus diplomas nos Conselhos Regionais de Química para que possam gozar dos direitos decorrentes do Decreto-Lei nº 1.190 de 04 de Abril de 1939, fica assegurada a competência para realizar análises e pesquisas químicas em geral. (Vide R.N. 36 de 25.04.74) 2º - Aos técnicos químicos, diplomados pelos Cursos Técnicos de Química Industrial, oficiais ou oficializados, após registro de seus diplomas nos Conselhos Regionais de Química fica assegurada a competência para: (Vide R.N. 36 de 25.04.74) a) análises químicas aplicadas à indústria; b) aplicação de processo de tecnologia química na fabricação de produtos, subprodutos e derivados, observada a especialização do respectivo diploma; c) responsabilidade técnica, em virtude de necessidades locais e a critério do Conselho Regional de Química da jurisdição, de fábrica de pequena capacidade que se enquadre dentro da respectiva competência e especialização. (Vide R.N. 12 de 20.10.59) 12

3º - O Conselho Federal de Química poderá ampliar o limite de competência conferida nos parágrafos precedentes, conforme o currículo escolar ou mediante prova de conhecimento complementar de tecnologia ou especialização prestado em escola oficial.... Artigo 22 Os engenheiros químicos registrados no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, nos termos do Decreto-Lei nº 8.620, de 10 de janeiro de 1946, deverão ser registrados no Conselho Regional de Química, quando suas funções, como químico assim o exigem. Artigo 23 Independentemente de seu registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura os engenheiros industriais modalidade química deverão registrar-se no Conselho Regional de Química, para o exercício de suas atividades como químico. Artigo 24 O Conselho Federal de Química, em resoluções definirá ou modificará as atribuições ou competência dos profissionais da química, conforme as necessidades futuras. Parágrafo único - Fica o Conselho Federal de Química quando se tornar conveniente autorizado a proceder à revisão de suas resoluções de maneira a que constituam um corpo de doutrina, sob a forma de Consolidação. Artigo 25 O profissional da química, para o exercício de sua profissão, é obrigado ao registro no Conselho de Química a cuja jurisdição estiver sujeito, ficando obrigado ao pagamento de uma anuidade ao respectivo Conselho Regional de Química, até o dia 31 de março de cada ano, acrescido de 20% (vinte por cento) de mora, quando fora deste prazo.... Artigo 27 As firmas individuais de profissionais e as mais firmas, coletivas ou não, sociedades, associações, companhias e empresas em geral, e suas filiais, que explorem serviços para os quais são necessárias atividades de químico, especificadas no Decreto-Lei nº 5.452 de 1º de maio de 1943 - Consolidação das Leis do Trabalho - ou nesta lei, deverão provar perante os Conselhos Regionais de Química que essas atividades são exercidas por profissional habilitado e registrado. Parágrafo único - Os infratores deste artigo incorrerão em multa de l (um) a 10 (dez) salários mínimos regionais, que será aplicada em dobro pelo Conselho Regional de Química competente, em caso de reincidência. (Atualizada de acordo com os dispositivos da Lei 8.383/91) Artigo 28 As firmas ou entidades a que se refere o artigo anterior são obrigadas ao pagamento de anuidades ao Conselho Regional de Química em cuja jurisdição se situam, até o dia 31 de março de cada ano, ou com mora de 20% (vinte por cento) quando fora deste prazo. (Valores segundo os dispositivos da Lei 8.383/91) 13

REGISTRO DE PESSOAS JURÍDICAS NOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO LEI Nº 6.839, DE 30 DE OUTUBRO DE 1980. Dispõe sobre o registro em Conselhos de Fiscalização das empresas e suas filiais. Artigo 1º O registro de empresas e a anotação dos profissionais legalmente habilitados, delas encarregados, serão obrigatórios nas entidades competentes para a fiscalização do exercício das diversas profissões, em razão da atividade básica ou em relação àquela pela qual prestem serviços a terceiros. 14

REGULAMENTAÇÃO DA LEI Nº 2.800/56 DECRETO Nº 85.877, DE 7 DE ABRIL DE 1981. Aprova o regulamento para aplicação da Lei nº. 2.800/56, sobre o exercício da profissão de Químico. Artigo 1º O exercício da profissão de químico, em qualquer de suas modalidades, compreende: I - direção, supervisão, programação, coordenação, orientação e responsabilidade técnica no âmbito das respectivas atribuições; II - assistência, consultoria, formulações, elaboração de orçamentos, divulgação e comercialização relacionadas com a atividade de químico; III - ensaios e pesquisas em geral, pesquisa e desenvolvimento de métodos e produtos; IV - análise química e físico-química, químico-biológica, fitoquímica, bromatológica, químico-toxicológica, sanitária e legal, padronização e controle de qualidade; V - produção e tratamento prévio e complementar de produtos e resíduos químicos; VI - vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e serviços técnicos, elaboração de pareceres, laudos e atestados, no âmbito das respectivas atribuições; VII - operação e manutenção de equipamentos e instalações relativas à profissão de químico e execução de trabalhos técnicos de químicos; VIII - estudos de viabilidade técnica e técnico-econômica, relacionados com a atividade de químico; IX - condução e controle de operações e processos industriais, de trabalhos técnicos, montagens, reparos, e manutenção; X - pesquisa e desenvolvimento de operações e processos industriais; XI - estudo, elaboração e execução de projetos da área; XII - estudo, planejamento, projeto e especificações de equipamentos e instalações industriais, relacionados com a atividade de químico; XIII - execução, fiscalização, montagem, instalação e inspeção de equipamentos e instalações industriais, relacionadas com a Química; XIV - desempenho de cargos e funções técnicas no âmbito das respectivas atribuições; XV - magistério, respeitada a legislação específica. 15

Artigo 2º São privativos do químico: I - análises químicas ou físico-químicas, quando referentes à indústria química; II - produção, fabricação e comercialização, sob controle e responsabilidade, de produtos químicos, produtos industriais obtidos por meio de reações químicas controladas ou de operações unitárias, produtos obtidos através de agentes físicoquímicos ou biológicos, produtos industriais derivados de matéria prima de origem animal, vegetal, ou mineral, e tratamento de resíduos resultantes da utilização destas matérias primas sempre que vinculadas à Indústria Química; III - tratamento, em que se empreguem reações químicas controladas e operações unitárias, de águas para fins potáveis, industriais ou para piscinas públicas e coletivas, esgoto sanitário e de rejeitos urbanos e industriais; IV - o exercício das atividades abaixo discriminadas, quando exercidas em firmas ou entidades públicas e privadas, respeitado o disposto no Art. 6º; a) análise químicas e físico-químicas; b) padronização e controle de qualidade, tratamento prévio de matéria prima, fabricação e tratamento de produtos industriais; c) tratamento químico, para fins de conservação, melhoria ou acabamento de produtos naturais ou industriais; d) mistura, ou adição recíproca, acondicionamento embalagem e reembalagem de produtos químicos e seus derivados, cuja manipulação requeira conhecimentos de Química; e) comercialização e estocagem de produtos tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou explosivos, ressalvados os casos de venda a varejo; f) assessoramento técnico na industrialização, comercialização e emprego de matérias primas e de produtos de indústria Química; g) pesquisa, estudo, planejamento, perícia, consultoria e apresentação de pareceres técnicos na área de Química; V - exercício, nas indústrias, nas atividades mencionadas no Art. 335 da Consolidação das Leis de Trabalho; VI - desempenho de outros serviços e funções, não especificados no presente Decreto, que se situem no domínio de sua capacitação técnico-científica; VII - magistério superior das matérias privativas constantes do currículo próprio dos cursos de formação de profissionais de Química, obedecida a legislação do ensino. 16

Artigo 3º As atividades de estudo, planejamento, projeto e especificações de equipamentos e instalações industriais, na área de Química, são privativas dos profissionais com currículo da Engenharia Química. Artigo 4º Compete ainda aos profissionais de Química, embora não privativo ou exclusivo, o exercício das atividades mencionadas no Art. 1º, quando referentes a: a) laboratórios de análises que realizem exames de caráter químico, físicoquímico, químico-biológico, fitoquímico, bromatológico, químico-toxicológico, sanitário e químico legal; b) órgãos ou laboratórios de análises clínicas ou de saúde pública ou a seus departamentos especializadas, no âmbito de suas atribuições; c) estabelecimentos industriais em que se fabriquem insumos com destinação farmacêutica para uso humano e veterinário, insumos para produtos dietéticos e para cosméticos, com ou sem ação terapêutica; d) firmas e entidades públicas ou privadas que atuem nas áreas de química e de tecnologia agrícola ou agropecuária, de Mineração e de Metalurgia; e) controle de qualidade de águas potáveis, de águas de piscina, praias e balneários; f) exame e controle da poluição em geral e da segurança ambiental, quando causadas por agentes químicos e biológicos; g) estabelecimentos industriais em que se fabriquem produtos cosméticos sem ação terapêutica, produtos de uso veterinário sem indicação terapêutica, produtos saneantes, inseticidas, raticidas, anti-sépticos e desinfetantes; h) estabelecimentos industriais que fabriquem produtos dietéticos e alimentares; i) segurança do trabalho em estabelecimentos públicos ou particulares, ressalvada a legislação específica; j) laboratórios de análises químicas de estabelecimentos metalúrgicos. 17

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 20 DE OUTUBRO DE 1959 (COMPLEMENTADA PELA RN 133/92) DISPÕE SOBRE RESPONSABILIDADE TÉCNICA Art. 1º - Químico responsável é o profissional de nível superior que exerce direção técnica, chefia ou supervisão da fabricação de produtos químicos, da fabricação de produtos industriais obtidos por meio de reações químicas dirigidas ou, de laboratórios de controle químico. 1º - De acordo com o estabelecido na letra c do 2º, do art. 20 da citada Lei nº 2.800, poderá ser atribuída a técnico químico, a responsabilidade técnica, de fabrica de pequena capacidade, observado o disposto na Resolução Normativa nº 11 do Conselho Federal de Química. 2º - A responsabilidade técnica de laboratório de controle de análises químicas aplicadas à indústria, cabe também a técnico-químico, desde que o laboratório seja de pequena capacidade e execute trabalhos de reduzida complexidade. Art. 2º - Os Conselhos Regionais de Química só deverão aceitar indicações de responsabilidade técnica, depois de examinar cada caso individualmente e de verificar que as funções a serem exercidas pelo profissional indicado se enquadram dentro das atribuições da categoria a que o mesmo pertença. Art. 3º - O profissional indicado como responsável por determinada empresa, deverá declarar por escrito, ao Conselho Regional de Química, que aceita a responsabilidade que lhe é atribuída. Art. 4º - O químico responsável deverá provar, quando assim o exigir o Conselho Regional de Química, que realmente exerce função de chefia, direção técnica ou supervisão da fabricação de produtos químicos, da fabricação de produtos industriais obtidos por meio de reações químicas dirigidas ou, de laboratório de controle químico. Art. 5º - Os Conselhos Regionais de Química deverão considerar que a responsabilidade é limitada pela possibilidade material de exercê-la, principalmente em razão do tempo disponível pelo profissional. Art. 6º - A responsabilidade pode ser dividida, quando a empresa tiver mais de um profissional da química, devendo, no entanto, cada setor de responsabilidade ser rigorosamente definido. Art. 7º - Quando a atividade do profissional não abranger a totalidade da indústria, mas apenas os processos químicos de fabricação ou o laboratório de controle químico, a sua responsabilidade ficará restrita a esses setores, devendo o Conselho Regional de Química anotar tal restrição. 18

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 133, DE 26 DE JUNHO DE 1992 (COMPLEMENTA A RN 12/59) DISPÕE SOBRE RESPONSABILIDADE TÉCNICA Art. 1º - Responsabilidade Técnica no campo da Química envolve o sentido ético-profissional pela qualidade dos produtos fabricados ou serviços prestados, de conformidade com normas estabelecidas. 1º - Químico Responsável ou Responsável Técnico é o profissional da Química registrado em CRQ, que exerce direção técnica, chefia ou supervisão de laboratório de controle de qualidade e ou controle de processos, de setores de indústria, da fabricação de produtos e/ou serviços químicos, e bem assim, de produtos industriais obtidos por meio de reações químicas dirigidas (controladas) e operações unitárias da indústria química. 2º - Sempre que em uma Empresa for constatada a fabricação de produtos de linhas de produção de natureza diferentes, e/ou de laboratórios de controle de qualidade diversificados em seus fins, o Conselho Regional de Química deverá exigir um Responsável Técnico para cada setor de atividades ou de laboratório, de maneira que a Responsabilidade Técnica seja factível e efetiva. 3º - A aceitação de indicações de Responsabilidade Técnica, e a consequente emissão de A.R.T. (anotação de Responsabilidade Técnica ou Função Técnica) pelos CRQ s, somente será feita após o cumprimento do disposto no art. 2º da RN nº 12 de 20/10/59. Art. 2º - O profissional da Química que assumir Responsabilidade Técnica, deverá ser cientificado pelo CRQ, das obrigações contraídas, decorrentes do art. 350 e seus parágrafos, do Decreto-lei nº 5.452 de 01/05/43 - CLT. Art. 3º - Os Conselhos Regionais de Química deverão considerar que a Responsabilidade Técnica é limitada pela possibilidade de exercê-la, seja em razão da distância entre as fábricas ou postos de trabalho, seja pelo tempo disponível do profissional, particularmente quando se tratar de responsabilidade por mais de uma Empresa ou serviço. 1º - A execução de tarefas ligadas à Responsabilidade Técnica pode ser delegada a outro profissional da Química, desde que o mesmo esteja legalmente habilitado para executá-las. 2º - A delegação a que se refere o parágrafo anterior não isenta o Responsável Técnico das obrigações inerentes à responsabilidade assumida. 3º - A Responsabilidade Técnica é atribuição do profissional da Química e não de Pessoa Jurídica, sendo defeso a esta, assumir como Responsável Técnico. Art. 4º - A Responsabilidade Técnica do profissional constará do Cadastro do CRQ e dos rótulos dos produtos, embalagens e impressos em geral, de conformidade com o art. 339 do Decreto-lei nº 5.452 de 01/05/43 - CLT. 19

RESPONSABILIDADE TÉCNICA CONCEITUAÇÃO E ABRANGÊNCIA Conceituação Toda Pessoa Jurídica, de Direito Público ou Privado, que desenvolve alguma atividade que exige conhecimentos profissionais na área da Química, deve provar ao Conselho Regional de Química de sua jurisdição que tal atividade é exercida por profissional da Química legalmente habilitado e devidamente registrado no respectivo CRQ, conforme estabelece o artigo 27 da Lei nº 2.800, de 18 de junho de 1956. Entre os profissionais da Química pertencentes ao seu quadro de colaboradores, a entidade, a que se refere o parágrafo anterior, deverá indicar o Responsável Técnico (RT) perante o Conselho Regional de Química, conforme o previsto na Lei nº 6.839, de 30 de outubro de 1980. A Responsabilidade Técnica, conforme estabelecem as Resoluções Normativas n os. 12/59 e 133/92, do Conselho Federal de Química (CFQ), é uma posição de comando a ser assumida por Profissional da Química, para conduzir, orientar e se responsabilizar por todas as atividades na área da Química. A Responsabilidade Técnica não pode ser assumida por Pessoa Jurídica, devendo, no caso de terceirização de algum serviço, ser indicado pela empresa contratada o nome do profissional da Química que será designado para atuar como Responsável Técnico. Nesse caso, a empresa contratada também deverá ser registrada no Conselho Regional de Química. A Responsabilidade Técnica exige autonomia na tomada de decisões. Assim sendo, a posição hierárquica ocupada pelo profissional da Química deve ser considerada quando da indicação do Responsável Técnico. Caso não haja um profissional com autonomia para tomar decisões referentes a todas as atividades da área Química, deverão ser indicados, como Responsáveis Técnicos, tantos profissionais da Química quanto forem necessários. A Responsabilidade Técnica tem vigência de vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, independentemente do horário de trabalho do Responsável Técnico. 20