fev-18 mar-18 mai-18 jun-18 jun-18 jul-18 ago-18 out-18 nov-18 dez-18 dez-18 jan-19 fev-19 (VALE3 - Compra) Compre e espere a poeira baixar Luiz Francisco Caetano, CNPI* lcaetano@plannercorretora.com.br +55 11 2172-2563 Revisamos as projeções da, considerando uma expectativa de perdas com a mitigação dos problemas derivados do rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho. Com isso, reduzimos o Preço Justo da VALE3 de R$ 60,00 para R$ 56,00. Porém, com as quedas recentes da ação (19,0% desde o acidente), vemos um potencial expressivo de valorização (23,1%) e alteramos nossa recomendação de Venda para Compra. Como o processo de reparação dos danos praticamente nem começou, é normal que seus desdobramentos mantenham a empresa na mídia de forma negativa e isso comprometa a ação no curto prazo. A mudança na recomendação: Após o acidente ocorrido na Barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, as ações da caíram 19,0%, com uma redução no valor de mercado de R$ 55,1 bilhões. A queda das ações reflete a expectativa de perdas elevadas com a mitigação dos danos, além de eventuais diminuições das vendas e danos à imagem da empresa. Acreditamos que as vidas perdidas e o impacto ambiental não têm preço, mas há um custo para mitigar os danos e tentamos estimá-lo, mesmo que pela falta de dados neste momento, isso tenha de ser feito sem garantia de acurácia. Uma estimativa para os custos de reparação: No momento não temos nenhum dado concreto que nos ajude a estimar quais serão os custos derivados do acidente em Brumadinho. Como ainda não foram determinadas com clareza as responsabilidades, além das discussões de indenizações e multas estarem na fase inicial, o cálculo do impacto financeiro para a fica mais difícil. Porém, acreditamos que podemos, a partir dos dispêndios incorridos pela no acidente de Mariana, estimar os valores em Brumadinho. Como a extensão do segundo acidente é maior em termos de vidas perdidas e a responsabilidade da agora é de 100% (foi da metade em Mariana - a outra parte era da BHP), temos que multiplicar o valor gasto no primeiro acidente. Em Mariana, a vai contribuir com R$ 10 bilhões (mais R$ 10 bilhões da BHP) durante 15 anos para a Fundação Renova, encarregada do trabalho de reparação dos danos daquele acidente. Para suportar estes gastos, a já fez duas provisões (2T16 e 2T18) que somaram R$ 5,2 bilhões (US$ 1,6 bilhão), que é o valor presente das obrigações futuras para a Fundação. Além disso, a concedeu créditos para o capital de giro da Samarco de R$ 800 milhões, totalizando R$ 6 bilhões (aproximadamente US$ 1,8 bilhão) de gastos até o momento. Disclosure e certificação do analista estão localizados na última página deste relatório. Dados da Ação Recomendação COMPRA Cotação atual (R$) R$ /ação 45,49 Preço justo R$ /ação 56,00 Potencial % 38,937681994 23,1- Var. 52 sem. (Min/Max) R$ /ação 62,42 Total de ações milhões 5.284,5 Ações Ordinárias % 100,0 Free Float % 52,1 Vol. Méd, diário (1 mês) R$ milhões 1.720,0 Valor de Mercado R$ milhões 240.391 Desempenho da Ação Dia Ano 52 Sem. VALE3 0,5% -10,8% 1,9% Ibovespa 1,2% 11,1% 15,2% Cotação de 19/02/2019 Principais Múltiplos 2017 2018E 2019E P/L (x) 11,5 14,2 59,2 VE/EBITDA (x) 4,6 4,9 4,7 ROE (%) 11,9 10,5 2,4 Div. Liq./EBITDA (12m) (x) 1,2 0,6 0,6 Receita Líquida (US$ mm) 33.967 36.541 34.820 Lucro Líquido (US$ mm) 5.507 4.794 1.092 Margem Bruta (%) 38,1 39,1 37,9 Margem EBITDA (%) 45,2 46,0 45,2 Margem Líquida (%) 16,2 13,1 3,1 Payout (%) 26,0 50,0 50,0 Retorno Dividendo (%) 2,3 3,5 0,8 Cotação/VPA (x) 1,5 1,4 1,4 Fonte: Economática. Projeções: Planner Corretora. Figura 1: Desempenho da ação em 12M 150 140 130 120 110 100 Com base nestes dados, estimamos que o custo total de mitigação do acidente em Brumadinho possa ser o dobro daquele incorrido em Mariana, lembrando que para a será quatro vezes maior (valor presente de R$ 24 bilhões - US$ 6,5 bilhões), dado que a empresa agora arcará sozinha com todo o custo. Naturalmente, este dinheiro não sairá do caixa de uma só vez, mas ao longo de muitos anos, talvez quinze como em Mariana, mas esperamos que seja provisionado 90 80 VALE3 Fonte: Economatica IBOV Página 1
mai-12 jul-12 set-12 nov-12 dez-12 fev-13 abr-13 jun-13 ago-13 set-13 nov-13 jan-14 mar-14 mai-14 jun-14 ago-14 out-14 dez-14 fev-15 abr-15 mai-15 jul-15 set-15 nov-15 jan-16 fev-16 abr-16 jun-16 ago-16 out-16 nov-16 jan-17 mar-17 mai-17 jul-17 ago-17 out-17 dez-17 fev-18 mai-18 jul-18 nov-18 jan-19 nos resultados de 2019. O valor é equivale a 39% do EBITDA que estimamos para a em 2018. Impacto do acidente na produção e nas vendas: A justiça já determinou o fechamento de três minas da, por precaução em relação à segurança das barragens de rejeitos. Estas minas são: Brucutu, com capacidade para produzir 30 milhões de toneladas ao ano, Várzea Grande (13 milhões de t./ano) e a mina do Córrego do Feijão (8 milhões t./ano), onde ocorreu o acidente. O montante somado da produção destas minas chega a 51 milhões de toneladas ao ano, volume equivalente a 13,9% do total produzido pela em 2017. As minas desta região produzem minério de baixo teor com alto percentual de sílica, que é concentrado e usado como matériaprima para a produção de pelotas. Este minério é também misturado a outros tipos produzidos pela, para atender as especificações de cada consumidor. Não acreditamos que o impacto nas vendas possa ser igual àquele do volume de produção paralisado. Isso porque a pode elevar a produção em outras minas, principalmente no Sistema Norte, e tem estoques em toda sua cadeia de produção, começando nas minas, passando por portos no Brasil e o terminal na Malásia. Em nossas projeções, estimamos para este ano uma perda de 25 milhões de toneladas na produção e nas vendas de minério, caindo para 15 milhões em 2020 e voltando ao normal em 2021. Impacto do acidente no preço do minério: As cotações do minério de ferro foram impactadas nos últimos dias pelo acidente de Brumadinho, com o temor de queda pronunciada na produção da. No dia anterior ao acidente, a cotação do minério era de US$ 72,13 por tonelada (código Bloomberg - ISIX62IU), que subiu para US$ 85,21/t (cotação do dia 19/fevereiro), numa alta de 18,1%. As notícias de redução na produção e a declaração de força maior da nos contratos relativos ao minério proveniente da mina de Brucutu, que foi interditada pela justiça, contribuíram em muito para esta alta nos preços. Não esperamos que as cotações permaneçam nos patamares atuais, porque acreditamos que os embarques da vão se normalizar e não haverá falta de produto no mercado. No entanto, o preço médio no 1T19 já é 8,9% maior que no 4T18, o que é positivo para os resultados da, contrabalançando alguma eventual redução de vendas. Figura 1: Relação entre o ADR da e a Cotação do Minério de Ferro 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ADR Minério de Ferro Fonte: Bloomberg Página 2
1T12 2T12 3T12 4T12 1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 US$ Milhões É importante notar ainda que as ações da, que tinham subido muito desde a posse do novo presidente da empresa (maio/2017) e descolado da cotação do minério de ferro, voltaram a se aproximar da commodity. Isso foi em decorrência da desvalorização da ação desde o acidente e a alta recente nos preços do minério. Últimos resultados: A tem obtido bons resultados operacionais nos últimos trimestres, com aumento das vendas e do EBITDA. Isso ocorreu mesmo em uma conjuntura em que os preços do minério não apresentaram alta e tivemos baixas expressivas nas cotações dos metais básicos. Um exemplo disso é o crescimento de 124,6% do EBITDA entre o 3T15 (pior trimestre recente) e o 3T18, mesmo com o preço do minério de ferro subindo apenas 10,0% na comparação destes períodos. Figura 2: - EBITDA Trimestral 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 Antes do acidente havia um consenso de que os resultados da tinham excelentes perspectivas. Ao lado disso, a boa geração de caixa operacional, a diminuição dos investimentos e a forte queda da dívida indicavam perspectivas positivas para a remuneração dos acionistas. A expectativa era que a empresa distribuísse aos acionistas em torno de US$ 4 bilhões (R$ 2,80 por ação no câmbio atual) relativo aos resultados de 2018. Como esperamos que as vendas da tenham apenas uma pequena redução em 2019 e que os preços do minério não terão nenhuma baixa considerável, a vai continuar gerando muito caixa e poderá distribuir proventos elevados, assim que o custo do acidente ficar mais claro. Página 3
- Resumo dos Resultados Projetados US$ milhões 2016 2017 2018E 2019E 2020E Receita Líquida 27.488 33.967 36.541 34.820 35.010 Lucro Bruto 9.838 12.928 14.286 13.211 13.852 Despesas Operacionais -1.546-1.704-1.522-1.455-1.458 Desps. Gerais e Administrativas -507-531 -520-495 -497 Outras Rec. (Desps) Operacionais -1.039-1.173-1.002-960 -961 Resultado Operacional (EBIT) 8.292 11.224 12.763 11.756 12.394 Result. Financ. Líquido 1.863-3.019-5.995-4.089-3.879 Equivalência Patrimonial -875 39 190 400 400 Impairment /Provisão Brumadinho -1.240-985 -640-6.500 0 Resultado Antes do I. R e C. Social 6.127 7.259 6.318 1.567 8.915 I.R e Contr. Social -2.781-1.495-1.494-502 -2.855 Resultado Líquido 3.982 5.507 4.794 1.092 6.214 Lucro por Ação 0,75 1,04 0,91 0,21 1,18 EBITDA 12.181 15.338 16.797 15.734 16.391 Margem Bruta 35,8% 38,1% 39,1% 37,9% 39,6% Margem EBITDA 44,3% 45,2% 46,0% 45,2% 46,8% Margem Líquida 14,5% 16,2% 13,1% 3,1% 17,7% Fonte: e Planner Corretora Página 4
Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. O presente relatório se destina ao uso exclusivo do destinatário, não podendo ser, no todo ou em parte, copiado, reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Planner Corretora. As opiniões, estimativas, projeções e premissas relevantes contidas neste relatório são baseadas em julgamento do(s) analista(s) de investimento envolvido(s) na sua elaboração ( analistas de investimento ) e são, portanto, sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado. Declarações dos analistas de investimento envolvidos na elaboração deste relatório nos termos do art. 21 da Instrução CVM 598/18: O(s) analista(s) de investimento declara(m) que as opiniões contidas neste relatório refletem exclusivamente suas opiniões pessoais sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Página 5