CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP CAT Nº 041 / 2010



Documentos relacionados
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP CAT Nº 046 / 2010

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

PARECER COREN-SP 007/2014 CT PRCI nº /2012 Tickets nº , , , , e

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 057 / 2011

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP CAT Nº 040 / 2010

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 073/2011

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 010 / 2011

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 043 / 2011

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP 030/2012 CT PRCI n /2012 Tickets n s e

PARECER COREN-SP 014/2014 CT PRCI n Tickets nº

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 053 / 2011

PARECER COREN-SP 002/2015 CT Processo nº 5334/2014

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP 006/2012 CT PRCI nº /2012 e Ticket n

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN SP Nº 022/CAT/2010

O Art. 5º, Inciso II da Constituição Federal da República Federativa do Brasil:

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

PARECER COREN-SP CT 052/2013 PRCI nº Tickets nº ,

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 047 / 2011

Razão Social da Instituição R E G I M E N TO DO SE R V I Ç O DE EN F E R M A G E M. Mês, ano

PARECER COREN-SP 004/2015 CT PRCI n 2339/2015

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

PARECER COREN-SP 011/2014 CT PRCI 776/2014 Revisado em setembro/2014

SUMÁRIO. 1.Histórico Legislação pertinente Análise Considerações Conclusão Referências 7.

LEI Nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986

1ª Adequação do Regimento do Serviço de Enfermagem do Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro Oeste do Paraná INTRODUÇÃO

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

REGIMENTO DA DIRETORIA DE ENFERMAGEM HOSPITAL SÃO PAULO/ HU da UNIFESP. Subseção I. Subseção II. Subseção III. Subseção IV. Subseção V.

PARECER COREN-SP 001 / CT PRCI n /2012 Tickets nº ,

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP CAT Nº 026/2010

PARECER TÉCNICO N. 011/2015. SOLICITANTE: Enfermeiro Antônio José de Andrade/COREN

PARECER COREN-SP 042/2014 CT PRCI nº 5441/2014 Tickets nºs , e

PARECER COREN-SP 039 /2013 CT. PRCI n Tickets nºs , , , , e

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 027 / 2011

CONSULTA DE ENFERMAGEM E SEUS ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS. Prof. Ms. Naldiana Cerqueira

SAÚDE PÚBLICA PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. Palestrante: Carolina Ferri

CÂMARA TÉCNICA ASSISTENCIAL PARECER TÉCNICO Nº 003/2011

Procedimento Operacional Padrão (POP) Assistência de Enfermagem Título. Mecanismos de Prevenção de Quedas do Paciente

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

R E S O L U Ç Ã O. Fica aprovado o Regulamento para Atividades Práticas do Curso de Enfermagem, bacharelado, da Faculdade do Maranhão FACAM.

Diagnóstico e prescrição feitos por enfermeiro(a) em Unidades Básicas de Saúde. Cons. Rosylane Nascimento das Mercês Rocha

DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM DOSE UNITÁRIA - OPINIÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE AS MUDANÇAS NO PROCESSO DE TRABALHO

ANEXO A do Contrato de Gestão nº /2013 G E S T Ã O D A U N I D A D E D E P R O N T O A T E N D I M E N T O. UPA Senador Camará

SUMÁRIO. de curativos. 3.2 Limitações. Página 1 de 7

CONSULTA Nº /03

Impresso em 27/08/ :26:39 (Sem título)

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

PROCEDIMENTO OPERACIONAL

NOTA TÉCNICA SOBRE A ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCRITOS POR PSICÓLOGOS E PSICÓLOGAS NO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - SUAS

ANEXO 1 REGIMENTO INTERNO DA COMISSÃO NACIONAL DE RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM CAPÍTULO I DA NATUREZA, FINALIDADE, SEDE E FORO

ANÁLISE DOS INDICADORES DE ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CIRÚRGICO

PARECER CONSULTA Nº 006/2012 CRM/PA PROCESSO CONSULTA Nº 387/2012 PROTOCOLO N 2844/2012 INTERESSADO: N.B

Esta é uma história sobre 4 (quatro) pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

Introdução. Escritório de projetos

REGULAMENTO DO PERFIL DE COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO GESTOR

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - Cetec. Ensino Técnico. Qualificação: Sem Certificação Técnica

RESOLUÇÃO Nº 015/2009-CONSUNIV-UEA ESTÁGIO SUPERVISIONADO

PARECER COREN-SP 063/2013 CT PRCI n Ticket

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ

PARECER CREMEC N.º 07/ /03/2014

TRANSMISSÃO VERTICAL DO HIV E SÍFILIS: ESTRATÉGIAS PARA REDUÇÃO E ELIMINAÇÃO

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL Autarquia Federal Lei nº 5.905/73

RESOLUÇÃO CFM nº 1598/2000 (Publicado no D.O.U, 18 de agosto de 2000, Seção I, p.63) (Modificada pela Resolução CFM nº 1952/2010)

PARECER CREMEB 24/11 (Aprovado em Sessão Plenária de 20/09/2011)

PARECER COREN-SP 07/2015 CT Processo nº 2699/2015

PARECER COREN-SP 012 /2014 CT PRCI n /2012 Ticket n : , ,

PAD Coren/DIPRE nº 622 /2013 PARECER TÉCNICO nº 004/2013

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO RISCO OPERACIONAL PAPÉIS E RESPONSABILIDADES

-CAPÍTULO I ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE RISCO

Chamada CNPq-SETEC/MEC N º 17/ Apoio a Projetos Cooperativos de Pesquisa Aplicada e de Extensão Tecnológica Perguntas Frequentes

PARECER TÉCNICO Nº 012/2012- ASPIRAÇÃO DE PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAIS, DE QUEM É A COMPETÊNCIA

LEI Nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP ASFOR e GEFIS Nº 059 / 2011

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DA BOA VISTA PREFEITURA DO MUNICÍPIO

CREAS - Institucional. O que é o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)?

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

Pesquisa sobre Segurança do Paciente em Hospitais (HSOPSC)

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. PARECER COREN-SP 016/2012 CT PRCI n /2012 e Ticket n e

Componente Municipal do Sistema Nacional de Auditoria do SUS Secretaria Municipal de Saúde

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP CAT Nº 008 / 2010

BELO HORIZONTE, 20 DE NOVEMBRO DE À COMISSÃO DO PROCESSO SELETIVO PREFEITURA MUNICIPAL DE POUSO ALTO/MG

MODELO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES CONTRATANTES

Auditoria Operacional. A experiência do TCE-BA

PARECER CREMEB Nº 28/13 (Aprovado em Sessão Plenária de 23/07/2013)

Atitude. (Enciclopédia Barsa 1997)

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS PORTARIA Nº 693, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2014

Transcrição:

PARECER COREN-SP CAT Nº 041 / 2010 Assunto: Transferência de paciente entre setores e comunicação entre as equipes. 1. Do fato Profissional de enfermagem descreve que na instituição onde atua, pacientes internados recebem quimioterapia em outro setor, no ambulatório. Porém, a prescrição da unidade de internação é diferente da utilizada na unidade de quimioterapia, ou seja, não existe continuidade da assistência proposta na unidade de internação. 2. Da fundamentação e análise Durante a hospitalização, o paciente recebe cuidados de diversos profissionais e pode ser encaminhado a diferentes unidades a fim de realizar exames diagnósticos e procedimentos terapêuticos, sendo exposto a riscos durante este processo de transferência de unidade. 1 Falhas na comunicação durante a passagem de plantão e a transferência do paciente para outras unidades interferem seriamente na continuidade do cuidado, podendo ocasionar danos à saúde do paciente. A passagem de informações deve contemplar condições atuais do paciente, recentes mudanças no tratamento e possíveis complicações que podem ocorrer, de um profissional para outro, de uma equipe para outra, ou de um profissional para o paciente e seus familiares, a fim de manter a continuidade do cuidado, seja em diferentes unidades, instituições, ou no processo de alta para casa. 2,3 A segurança do paciente nas transições de cuidado, em especial relacionada a segurança na medicação, compreende o processo que compara a atual prescrição de medicamentos com os que o paciente já está fazendo uso, durante as transições de cuidado que inclui a transferência entre serviços, profissionais ou níveis de cuidado. 4 1

De acordo com a Lei nº 7.498 5, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências, o Art. 11 determina que o enfermeiro exerça todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe: I - privativamente: c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem; II - como integrante da equipe de saúde: b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência de enfermagem. (Grifos nossos) 3. Da Conclusão O monitoramento contínuo, intervenções e avaliação do paciente entre unidades, como no caso questionado, geram informações necessárias ao seu adequado acompanhamento. É imperativo que estejam contempladas nas anotações de enfermagem todos os procedimentos e cuidados realizados com o paciente a fim de garantir sua segurança. Dessa maneira, mesmo em situações nas quais não se disponha de instrumentos específicos para esse fim, as anotações de enfermagem devem ser capazes de subsidiar a continuidade da assistência de enfermagem de forma segura. De acordo com o Art. 72 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem 6 o enfermeiro deve registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar de forma clara, objetiva e completa no prontuário do paciente, o qual é um documento 2

único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo. Nestes casos, chama-se a atenção também para o profissional médico que de acordo com o Artigo 69 do Código de Ética Médica 7 tem a obrigação de elaborar um prontuário médico para cada paciente. É fundamental a existência de protocolo institucional que padronize os cuidados a serem prestados assim como ações de enfermagem referentes a transferência do paciente entre setores da mesma instituição ou para outras instituições, a fim de garantir assistência de enfermagem segura, sem riscos ou danos ao cliente causados por negligência, imperícia ou imprudência (artigo 12 do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem 6 ). Ressalta-se que os procedimentos de enfermagem devem sempre ter respaldo em fundamentação científica e devem ser realizados mediante a elaboração efetiva do Processo de Enfermagem, previsto na Resolução COFEN 358/2009 8. É o nosso parecer. São Paulo, 18 de dezembro de 2010. Enfª Daniella Cristina Chanes COREN-SP-115.894 Profª. Drª Maria de Jesus Castro S. Harada COREN-SP 34.855 Coordenadora da Câmara de Apoio Técnico 3

Revisão Técnico-Legislativa Enfº Cláudio Alves Porto COREN-SP-2.286 Enfª Mirela Bertoli Passador COREN-SP-72.376 Enfª Regiane Fernandes COREN-SP-68.316 Referências Bibliográficas 1. Avelar AFM. Soluções para a segurança do paciente. In: Pedreira MLG, Harada MJCS. Dia a dia segurança do paciente. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2009. pp.197-214. 2. World Health Organization. Patient safety solutions. 2007. [citado 2009 Dez 20]. Disponível em: http://www.who.int/patientsafety/solutions/patientsafety/ps- Solution3.pdf. 3. Pickering BW, Hurley K, Marsh B. Identification of patient information corruption in the intensive care unit: Using a scoring tool to direct quality improvements in handover. Crit Care Med 2009; 37(11): 2905 12. 4. The Joint Commission. In.: Sentinel Event Alert, 2006 [citado 2010 Jan 17]. Disponível em: http://www.jointcommission.org/sentinelevents/sentineleventalert/sea_35.htm 5. Brasil. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://site.portalcofen.gov.br/node/4161 6. COFEN. Resolução nº 311/2007, aprova a reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Disponível em: http://site.portalcofen.gov.br/node/4394. 4

7. CFM. Resolução nº 1931/2009 Aprova o Código de Ética Médica. Disponível em: http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=category&id=9&itemid =122 8. COFEN. Resolução nº 358/2009 Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outra providências. Disponível em: http:/site.portalcofen.gov.br/node/4384. 5