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Transcrição:

porosos com interação termo-química 106 Figura 6.37: Variação da saturação decorrente da variação de temperatura no contorno. 6.2.5 Exemplo da mina de Doyon Devido à falta de dados de monitoramento de pilhas de estéril no Brasil, que possibilitassem uma simulação e posterior comparação entre resultados numéricos e de campo, foi necessário simular uma pilha de estéril do Canadá que possui estas informações. Logo, este exemplo (mina de Doyon), a seguir, tem como objetivo simular um cenário em que pode-se avaliar o acoplamento fluxo bifásico X calor comparando os resultados com dados de campo (Sracek, 2004 [86]) e da simulação numérica realizada através do TOUGH2 (Sracek, 2004 [86]). A mina de Doyon se localiza em Québec no Candá e o cenário representado por ela é de uma pilha de estéril. A figura 6.38 mostra a planta da área a ser analisada. Os resultados a seguir representam a área 6 na planta (site 6). O modelo conceitual dos processos de transporte da mina de Doyon é mostrado na figura 6.39. A figura 6.40 apresenta os dados de entrada e condições de contorno para a simulação da mina de Doyon. A figura 6.41 mostra a malha de elementos finitos usada na análise. A malha é composta de 7058 nós e 3685 elementos. As figuras 6.42, 6.43 e 6.44 mostram uma seqüência de evolução da variação da temperatura no talude da pilha de estéril. estéril. A figura 6.46 apresenta a variação da temperatura no talude da pilha de

porosos com interação termo-química 107 Figura 6.38: Planta da Mina de Doyon (Sracek, 2004 [86]). Figura 6.39: Modelo conceitual dos processos de transporte da mina de Doyon (Sracek, 2004 [86]).

porosos com interação termo-química 108 Figura 6.40: Dados de entrada e condições de contorno da simulação da pilha. Figura 6.41: Malha de elementos finitos usada na simulação da pilha. A distribuição da temperatura se apresenta da forma descrita na figura 6.46 devido ao suprimento de oxigênio naquela região. A região corresponde à zona de máxima evaporação, sendo representada pelo local 6 na planta da mina (figura 6.38). Com o intuito de comparar o resultado apresentado na figura 6.46, com o obtido na simulação numérica realizada através do TOUGH2 (Sracek, 2004 [86]), fez-se uma seção longitudinal no talude de 20m de profundidade e plotouse a figura 6.47. A figura 6.48 apresenta os vetores referentes ao fluxo de vapor no talude da pilha de estéril. O comportamaneto do fluxo é bem semelhante ao encontrado por Sracek(2004) [86]. O resultado da saturação em comparação com o obtido pelo TOUGH2 (Sracek, 2004 [86]), também, é apresentado para uma seção transversal de 30m medida a partir do pé do talude a figura 6.49.

porosos com interação termo-química 109 Figura 6.42: Período de simulação = 12 Figura 6.43: Período de simulação = 60 meses meses Figura 6.44: Período de simulação = 162 meses Figura 6.45: Escala de cores Não se apresentou valores de concentração de elementos químicos ou espécies químicas em solução, por não se ter conseguido resultados bons, decorrente da alta resistência iônica (> 10) para mina de Doyon. Por causa deste valor de resistência iônica, o Phreeqc forneceu valores de concentração em solução maiores que os de campo, como era de se esperar. Isto aconteceu porque o Phreeqc utiliza a expressão de Debye-Hückel para cálculo da resistência iônica e não a de Pitzer, que neste caso seria a mais indicada. Na realidade, na simulação usando o Phreeqc se despreza parte da precipitação de minerais, conseqüentemente, considera-se uma parcela maior de dissolução destes minerais.

porosos com interação termo-química 110 Figura 6.46: Variação da temperatura na pilha. Figura 6.47: Comparação da variação da temperatura na pilha ao longo de uma seção longitudinal (Tese x TOUGH2). Figura 6.48: Vetores referentes ao fluxo de vapor no talude da pilha de estéril.

porosos com interação termo-química 111 Figura 6.49: Comparação da variação da saturação na pilha ao longo de uma seção transversal (Tese x TOUGH2).