RESUMO DE IMPRENSA Domingo e Sábado, 28 e 27 Outubro de 2012 PÚBLICO (DOMINGO, 28) 1. Passos quer reforma profunda do Estado até 2014. O Estado precisa de uma reforma tão profunda que é necessário um refundação do programa de ajustamento, defendeu o primeiroministro. No encerramento das jornadas parlamentares do PSD/CDS, o primeiro-ministro enfatizou a necessidade de emagrecer o Estado e quer comprometer o PS com essa transformação. (págs. 1, 8 e 9) 2. Exportações de azeite disparam 40% este ano. Nunca se tinha vendido tanto ao estrangeiro. Vendas entre Janeiro e Agosto valem mais de 161 milhões de euros. A produção atingiu, no ano passado, o valor mais alto desde 1967. Com mais de 76 mil toneladas de azeite a abastecer o mercado interno e externo, o sector vive, actualmente, um período áureo. Mais de 62% de toda a produção nacional está no Alentejo. (págs. 1, 20 e 21) DIÁRIO DE NOTÍCIAS (DOMINGO, 28) 3. Portas e Passos desafiam PS a aliar-se à reforma do Estado. Passos desafia PS a refundar memorando e o Estado. Jornadas parlamentares conjuntas do PSD e CDS ensaiaram novo fôlego para a coligação que tem estado dividida. Seguro diz que Passos falhou e está aflito. (págs. 1, 12 e 13) 1
4. Entrevista a Jerónimo de Sousa, líder do PCP. O Partido Socialista está à espera que o poder lhe cai no colo. Um governo de iniciativa presidencial seria para salvar a política de direita. (págs. 1, 8 e 9) 5. Lavar à moda americana e ensinar xadrez a brincar. Mudar de vida. No último ano e meio, 9331 empresas fecharam portas em situação de insolvência, mas nasceram 48 149 novos negócios uma média de três por hora. As estatísticas do Ministério da Justiça revelam que, em 2011, foram criadas 31 125 empresas (21 347 na hora e as restantes online) e 17 024, entre Janeiro e Junho deste ano (das quais 10 709 na hora). (pág. 16) PÚBLICO (SÁBADO, 27) 6. Governo suspende novos cheques-dentista a crianças e jovens. Razões orçamentais levam ministério a suspender medida até final do ano a crianças e jovens de sete, dez e 13 anos. Idosos no complemento solidário, grávidas e portadores de VIH continuam a beneficiar. (manchete, pág. 5) 7. PSD e CDS discutem OE. Portas: Portugal tem de ser mais proactivo perante a troika. Na abertura das jornadas parlamentares, PSD/CDS, os dois ministros de Estado pareciam estar concertados. ( ) ANA e mercados marcam debate de OE Rectificativo. ( ) Se acharmos que os impostos são excessivos temos de reduzir de forma estrutural a despesa pública Vítor Gaspar, ministro de Estado e das Finanças. (págs. 1, 2 e 3) 8. Grécia e zona euro em novo contra-relógio para evitar bancarrota. Atenas precisa de receber mais uma tranche do empréstimo da troika até 15 de Novembro, mas o acordo final ainda está por finalizar. O cenário de uma nova reestruturação de dívida, 2
afectando os credores oficiais, continua em cima da mesa. ( ) Taxa de desemprego em Espanha ultrapassa os 25%. (págs. 14 e 15) 9. Portugueses unem forças com investidores estrangeiros para concorrer à venda da ANA. Grupos como a Sonae Sierra, Auto Sueco e Mota-Engil integram consórcios que apresentaram propostas não vinculativas. (pág. 17) 10. Autoridades espanholas não conseguem erradicar o jacinto-de-água do rio Guadiana. Desde 2004, já se investiram milhões para retirar cerca de 300 mil toneladas da infestante, mas a sua proliferação persiste. (pág. 27) DIÁRIO DE NOTÍCIAS (SÁBADO, 27) 11. Banco de Portugal e BCE travam ouro para empréstimos. Ministro das Finanças pode até ir estudar hipótese, mas os estatutos que regem o Banco Central Europeu e os bancos centrais da Zona Euro impedem que o ouro sirva para alavancar dívida dos Estados. A independência das entidades nacionais que integram o Sistema de Bancos Centrais dirigido pelo Banco Central Europeu blinda o uso do ouro por parte dos governos que contraírem nova dívida pública por esta via. O DN apurou junto de altos responsáveis que a hipótese de o Executivo português poder deitar mão às 383 toneladas de ouro que estão no Banco de Portugal é vedado pelos tratados europeus. Ainda assim, ministro Vítor Gaspar disse que ia olhar para o assunto. (manchete, pág. 16, suplemento Dinheiro Vivo) 12. Grande entrevista. Patrick Monteiro de Barros: Os tecnocratas têm de perceber que o Manel e a Maria contam. Patrick Monteiro de Barros é um dos poucos verdadeiros empreendedores portugueses. Ganha e perde dinheiro. Esteve na fundação da Telecel, na Galp, PT 3
e hoje é administrador na holding do Grupo Espírito Santo. (1.ª pág. e págs. 1 e 8 a 11, suplemento Dinheiro Vivo) 13. Diplomatas vão ter de estagiar em empresas. Quem entrar agora na carreira diplomata tem de ganhar experiência empresarial, diz Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros. (págs. 1, 6 e 7, suplemento Dinheiro Vivo) 14. Banco Santander abre guerra ao crédito. A instituição financeira vai disponibilizar 1500 milhões de euros de crédito às empresas. O objectivo é conseguir alocar 30% desta linha a novos clientes. (págs. 1 e 13, suplemento Dinheiro Vivo) 15. Opinião. A democracia é responsável. Por Ricardo Reis. Quando estamos desesperados, uma contrariedade menor parece o fim do mundo. Um passo na direcção errada põe em causa toda a longa caminhada. Nestas alturas vale a companhia fria dos números para nos amparar e devolver a serenidade. Esta semana, o professor João César da Neves começou um artigo no DN com uma frase bombástica: Em democracia, Portugal nunca conseguirá controlar a despesa pública. Olhando para o esperado aumento na despesa para o ano, César das Neves resignava-se à incapacidade de controlar o famoso monstro sem a intervenção de uma ditadura. A frustração é compreensível, mas os dados do presente desmentem em absoluto o diagnóstico. Entre 2010 e 2012, e dando por isso crédito aos dois governos, PS e PSD-CDS, a despesa total do Estado caiu 11,4 mil milhões de euros. Em 2010, o rácio da despesa total com o PIB era 51,3%; em 2012 as estimativas são de 46,6%. Desde 1979, este indicador só tinha caído mais do que 2% três vezes e o recorde era a quebra de 2,7% entre 1986 e 1988. Vale a pena repetir: entre 2010 e 1012 a despesa total como rácio do PIB cai 4,7%. Um corte extraordinário, alcançado pelos três principais partidos portugueses, com eleições e muita democracia pelo meio. Uma segunda medida do tamanho do monstro é o consumo público. Enquanto que a despesa pública contabiliza todos os 4
gastos, incluindo pensões e subsídios para os bolsos dos privados, no consumo público medem-se os recursos absorvidos pelo Estado que deixam de estar disponíveis para outros usos. O consumo público vai cair de 37,3 mil milhões em 2010 para 30,7 mil milhões em 2012. São 3% do PIB em dois anos. Este indicador só tinha caído mais do que 1% do PIB duas vezes desde a revolução: 1,2% em 2007 e 1% em 1979. Olhando para os dados em ditadura, entre 1953 e 1974, a quebra de 3% no monstro é mais do dobro do que alguma vez aconteceu. Em 2009, antes das últimas eleições ganhas por José Sócrates, investiguei os argumentos na altura expostos nos editoriais de Martim Avillez Figueiredo. Olhando para os números, dei-lhe razão: a despesa subia continuamente e os défices eram sempre pagos à custa de mais impostos. Tal como João César das Neves hoje, fiquei na altura chocado e desapontado. Só que, desde então, Portugal tem feito um ajustamento extraordinário. Tem-nos custado muito a todos, mas fizemos mais, muito mais, para controlar o tamanho do Estado do que Salazar alguma vez fez nas décadas em que supostamente controlou as finanças públicas com mão de ferro. Para além disso, apesar deste corte gigante, não passou um dia no último mês sem que alguém da sociedade civil não exigisse ainda mais cortes na despesa como alternativa ao aumento de impostos. Duvido que uma ditadura conseguisse este feito. Sem liberdade, o povo exige pão e circo e nenhum ditador deixa de os fornecer com dinheiro público. Mas numa democracia, em crise, os portugueses unem-se em liberdade e combatem as adversidades com sacrifícios e muita coragem. (pág. 2, suplemento Dinheiro Vivo) 16. Empresas espanholas vão pagar para despedir quem tiver mais de 50 anos. Nova lei aprovada ontem e abrange empresas com mais de cem trabalhadores e que tenham tido lucros em dois exercícios. (pág. 16, suplemento Dinheiro Vivo) 5
i (SÁBADO, 27) 17. Taxas dos portos portugueses baixam 20% até Dezembro. Medida do Governo visa aumentar a competitividade das empresas exportadoras. ( ) O governo quer avançar com mais medidas que visam diminuir os custos para as empresas exportadoras e aumentar a competitividade dos portos nacionais num contexto económico de forte concorrência. (pág. 8) 18. Álvaro Santos Pereira promete guerra total à burocracia nacional. FMI alerta que Portugal ocupa o último lugar entre 188 países na rapidez de licenciamentos comerciais e industriais. ( ) Na melhor das hipóteses, um negócio demora 255 dias a ver a luz do dia. (pág. 8) EXPRESSO (SÁBADO, 27) 19. Patrões e sindicatos chumbam OE. Conselho Económico e Social dá parecer negativo e pede renegociação imediata de memorando com a troika. ( ) Mas a base de críticas dos parceiros sociais incide, não tanto sobre a fórmula encontrada para resolver a situação de crise da economia portuguesa, mas sobretudo os pressupostos em que se baseou a definição da fórmula aplicada a Portugal. Segundo o CES, liderado por Silva Peneda, o programa da troika sofre de três grandes erros de concepção que condicionaram os resultados da austeridade e condenarão o sucesso da estratégia definida. Em primeiro lugar, defendem os parceiros sociais, o programa não tem em conta o alto nível do endividamento das famílias e das empresas portuguesas. Por outro lado, não teve em conta a estrutura produtiva muito desequilibrada do país, que está sobretudo assente em pequenas e médias empresas altamente descapitalizadas. Finalmente, a troika não teve em linha de conta o impacto que a quebra do mercado interno tem no nível de desemprego português. (pág. 10) 6
20. Restaurar a dívida. Muito, pouco ou nada? Há cada vez mais vozes a considerar a dívida pública insustentável e a defender uma reestruturação. Mesmo com a dívida a aproximar-se dos 124% do PIB em 2013, a troika garante que é sustentável. Mas há riscos cada vez maiores e a factura com juros continua a crescer. Uma renegociação dos prazos e taxas ou mesmo um corte são cenários que começam a ser apontados. Disseram: Não se trata de desistir do ajustamento da troika. Mas de evitar o seu desaire. O montante a emitir poderia ser acima de 100 mil milhões com prazo de quase perpetuidade e juros módicos, Miguel Cadilhe, ex-ministro das Finanças. Renegociar a dívida agora só vai servir para manter as rendas dos interesses instalados que nos trouxeram a actual situação, Daniel Dias, Universidade de Illinois, EUA. Portugal deve adoptar uma posição negocial dura. O sucesso negocial depende muito da credibilidade da ameaça de uma reestruturação unilateral, Nuno Monteiro, Universidade de Yale, EUA. Que o actual ritmo de ajustamento tem pouca credibilidade poucos duvidarão, mas não vejo a renegociação da dívida como alternativa ao actual processo de ajustamento ; Rui Pedro Esteves, Universidade de Oxford, Reino Unido. (suplemento Economia, págs. 1, 8 e 9) 21. Privatização da ANA. Decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa só depois de 2022. Base do Montijo é a escolhida para aeroporto secundário. Expandir o aeroporto de Lisboa custa 321 milhões. Portela pode ser aumentada até suportar 23 milhões de passageiros por ano e 50 movimentos por hora. O Governo garante a quem comprar a ANA um contrato de concessão que terá, pelo menos, 50 anos de duração e uma taxa inicial de serviço de 10,3 por passageiro para 2013. (suplemento Economia, págs. 1 e 12) 22. Cimpor. Centro de decisão está a deslocar-se para o Brasil. Catorze quadros de topo da Cimpor foram substituídos por trabalhadores do novo accionista, a InterCement. Manda quem pode. É uma 7
máxima que se aplica aos negócios e que começa a ser visível na Cimpor controlada pela brasileira Camargo Corrêa, após uma OPA que há quatro meses lhe garantiu 94,8% da cimenteira portuguesa. E da qual resultou a divisão das fábricas da Cimpor por 12 países, entre a Camargo Corrêa e a também brasileira Votorantim. (suplemento Economia, pág. 10) 23. Breves. Já é o sétimo hotel do Brasil da Vila Galé. O novo projecto do grupo terá lugar no Rio de Janeiro num antigo palacete do Bairro da Lapa, inspirado no tema da Bossa Nova. Abre em 2014 e representa um investimento de 30 milhões. (suplemento Economia, pág. 16) 24. O Exame do Conselho dos Doze. Ministro das Finanças ou dos Negócios Estrangeiros. Gaspar podia ficar em Bruxelas a renegociar longamente a dívida. É unânime: não há melhor. 2. Concorda com a tese de Miguel Cadilhe de que Portugal pode renegociar honradamente os juros e a globalidade da dívida? António Pires de Lima É importante reforçar a nossa credibilidade externa e (re) negociar o reajustamento de forma que não penalize brutalmente a economia. Henrique Neto Em consonância coma resposta à pergunta anterior, concordo com uma renegociação discreta da dívida, tal como proposto por Miguel Cadilhe. Não vejo mesmo qualquer outra alternativa. Mira Amaral Terá de ser em privado. Não se pode correr o risco de insinuar que Portugal não pode ou não quer honrar os seus compromissos. (suplemento Economia, pág. 18) 25. Tróia. Quando vai desencalhar? Destino levará mais tempo a consolidar. O Verão correu melhor do que em 2011, o que num contexto de crise não é mau. O balanço é positivo, mas ainda longe do potencial deste destino e também com algum sacrifício do preço, salienta Alfredo Reis, administrador da Amorim Turismo, que detém o Tróia Design Hotel, o casino e o centro de congressos. (suplemento Economia, págs. 24 e 25) 8
26. Portugal na mira dos investidores. Os institucionais estrangeiros estão atentos às cotadas portuguesas. PT traz investidores a Lisboa. É uma megaconferência, sem paralelo, aquela que a Portugal Telecom realiza no Pavilhão Atlântico na segunda e terça-feira, 29 e 30 de Outubro. O evento conta com a presença de mais de 100 investidores, incluindo os maiores do mundo, com activos sob gestão na ordem de um bilião de dólares. A PT pretende atrair capital, chamou fundos de investimento, analistas e as três grandes agências de rating para estarem presentes em Lisboa. Na conferência, sobre tecnologia e inovação, Zeinal Bava, presidente executivo, vai mostrar o que a PT tem de melhor. (suplemento Economia, pág. 35) 9