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Transcrição:

Comunicado Proposta de tarifas e preços para a energia eléctrica e outros serviços em 2007 A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anuncia hoje os valores da proposta de tarifas de energia eléctrica a vigorar em 2007. Nos termos do Regulamento Tarifário, o Conselho Tarifário deve emitir parecer sobre esta proposta até 15 de Novembro. Tendo em conta a posição do Conselho Tarifário, a ERSE procederá posteriormente à aprovação dos valores finais que deverão ser publicados até 15 de Dezembro. A proposta de tarifas de energia eléctrica para 2007 que a ERSE submete ao Conselho Tarifário prevê aumentos para todos os consumidores, no continente e nas regiões autónomas. Consciente do impacte negativo que tais aumentos inevitavelmente terão sobre as famílias, sobre as empresas e sobre a taxa de inflação, a ERSE considera ser seu dever explicar desde já aos consumidores, domésticos e empresariais, às empresas reguladas e à opinião pública, as razões da subida do preço da electricidade. A explicação sucinta que a ERSE agora apresenta, com a preocupação de garantir a máxima transparência, restringe-se aos aspectos mais relevantes do processo de fixação das tarifas para 2007. A análise deste processo em toda a sua complexidade não pode prescindir da leitura dos documentos enviados ao Conselho Tarifário que serão oportunamente publicados. Recorda-se que de acordo com o nível de custos do sistema eléctrico, em 2006 as Tarifas de Venda a Clientes Finais (TVCF) em baixa tensão deveriam ter subido 14,7%, relativamente a 2005. No entanto, o n.º 4 do artigo 4º do Decreto-Lei n.º 187/95, de 27 de Julho, estabelecia que [o] valor global resultante da aplicação das tarifas e preços,( ), a clientes finais em baixa tensão (BT), não pode, em cada ano, ter aumentos superiores à taxa de inflação esperada para esse ano. A aplicação desta disposição legislativa produziu um défice tarifário, em 2006, de 369 milhões de euros. Por outro lado, o Decreto-Lei n.º 90/2006, de 24 de Maio, veio alterar a forma como o sobrecusto com a aquisição de energia eléctrica a produtores em regime especial a partir de fontes de energia renováveis é repercutido nos consumidores de energia eléctrica. A revisão extraordinária de tarifas de energia eléctrica operada pela ERSE na sequência do referido diploma produziu efeitos a partir de 1 de Julho de 2006 e criou um défice suplementar de 30 milhões de euros. A aplicação das disposições legislativas anteriormente referidas produziu um défice tarifário total, em 2006, de 399 milhões de euros que é suportado transitoriamente pelas empresas reguladas e será recuperado, com juros, através das tarifas aplicáveis aos consumidores em baixa tensão em 2007 e no(s) ano(s) seguinte(s). 1

Por outro lado, importa recordar que as tarifas em vigor em 2006 contêm ainda uma subsidiação cruzada dos consumidores em baixa tensão aos consumidores nos restantes níveis de tensão. Esta situação transitória não é aceitável face ao direito nacional e comunitário, pelo que importa corrigi-la. O efeito conjugado, em 2007, da eliminação integral do défice tarifário e da regularização da subsidiação cruzada, conduziria ao aumento médio de 18,7% das tarifas de energia eléctrica, repartido da seguinte forma: consumidores em baixa tensão (BT) +22,7%; muito alta tensão (MAT) +26,0% e alta tensão (AT) +20,0%. Consciente das dificuldades que tais aumentos comportariam para as famílias e para as empresas, a ERSE optou por uma evolução gradual. Assim, o montante do défice tarifário de 2006 de Portugal continental a recuperar em 2007, de acordo com a presente proposta, é de 132 milhões de euros, ou seja, 33% do montante total, ficando para recuperar no(s) ano(s) seguinte(s) 264 milhões de euros (valores actualizados para 2007). A subsidiação dos consumidores em baixa tensão aos restantes consumidores será de 19 milhões de euros. Além da recuperação parcial do défice tarifário de 2006 e da regularização parcial da subsidiação cruzada, os seguintes factores contribuem também, significativamente, para o aumento das tarifas de energia eléctrica: 1) Manutenção em alta dos preços do petróleo e do gás natural Os preços actuais do fuel e do gás natural utilizados para produção de electricidade nas centrais do Sistema Eléctrico de Serviço Público encontramse, actualmente, cerca de 31% e de 16% acima dos valores de 2005, respectivamente. 2) Ajustamentos de 2005 e de 2006 Os ajustamentos definitivos de 2005 e provisórios de 2006 a repercutir em Portugal continental nas tarifas de 2007, de acordo com o Regulamento Tarifário, perfazem 44 milhões de euros. Estes ajustamentos referem-se, essencialmente, a correcções dos balanços energéticos previsionais. 3) Custos de interesse económico geral Os custos de interesse económico geral incluídos na proposta de tarifas para 2007 atingem 742 milhões de euros, representando um aumento de 45 % face a 2006. Entre estes custos destacam-se as rendas aos municípios (234 milhões de euros), o sobrecusto com a cogeração (164 milhões de euros), o sobrecusto com as energias renováveis (157 milhões de euros) e os custos com a convergência tarifária com as regiões autónomas (118 milhões de euros). Importa recordar que os custos de interesse económico geral representam, em 2007, 13% do preço médio dos clientes do sistema público, sendo particularmente afectados os consumidores em baixa tensão normal (17%) e em muito alta tensão (14%). Recorda-se ainda que o peso dos custos de interesse económico geral tem vindo a subir continuamente desde 1999. Nesse ano, representaram apenas 3,5% do preço médio dos clientes do sistema público, contra 10,4% em 2006 e 13,4% em 2007. 2

No Continente, a variação nominal proposta é diferenciada por nível de tensão e tipo de fornecimento da seguinte forma: Variação 2007/2006 Tarifas de Venda a Clientes Finais 12,4% Venda a Clientes Finais em NT 7,8% Venda a Clientes Finais em MAT 9,3% Venda a Clientes Finais em AT 9,2% Venda a Clientes Finais em MT 7,2% Venda a Clientes Finais em BT 14,4% Venda a Clientes Finais em BTE 7,7% Venda a Clientes Finais em BTN> 20,7 kva 8,9% Venda a Clientes Finais em BTN< 20,7 kva 15,7% Na Região Autónoma dos Açores, a variação nominal proposta é diferenciada por nível de tensão e tipo de fornecimento da seguinte forma: Variação 2007/2006 Tarifas de Venda a Clientes Finais da RAA 10,2% Venda a Clientes Finais em MT 1,7% Venda a Clientes Finais em BT 14,0% Venda a Clientes Finais em BTE 7,2% Venda a Clientes Finais em BTN> 17,25 kva 9,3% Venda a Clientes Finais em BTN< 17,25 kva 15,5% 3

Na Região Autónoma da Madeira, a variação nominal proposta é diferenciada por nível de tensão e tipo de fornecimento da seguinte forma: Variação 2007/2006 Tarifas de Venda a Clientes Finais da RAM 16,2% Venda a Clientes Finais em MT 11,5% Venda a Clientes Finais em BT 17,1% Venda a Clientes Finais em BTE 14,7% Venda a Clientes Finais em BTN> 20,7 kva 15,5% Venda a Clientes Finais em BTN< 20,7 kva 18,2% A proposta inclui ainda a seguinte evolução nominal das tarifas por actividade face a 2006: Tarifa de Energia e Potência Variação 2007/2006 Sem limitação de acréscimos em BT em 2006 nem recuperação de défice de BT em 2007-10,2% Com limitação de acréscimos em BT em 2006 e recuperação de défice de BT em 2007 7,5% Tarifa de Uso Global do Sistema 35,4% Tarifas de Uso de Redes Uso da Rede de Transporte em MAT 10,2% Uso da Rede de Transporte em AT 14,2% Uso da Rede de Distribuição em AT -4,8% Uso da Rede de Distribuição em MT 5,6% Uso da Rede de Distribuição em BT 6,8% Tarifas de Comercialização Comercialização de Redes 5,4% Comercialização 21,2% 4

Em termos reais, todos os consumidores de energia eléctrica no continente pagarão menos em 2007 do que pagaram em 1998, antes do início da regulação tarifária. A descida mais significativa registou-se na muito alta tensão (-16%) e a menos expressiva na baixa tensão especial (praticamente 0%). Isto apesar do aumento da tarifa de energia e potência, entre 1999 e 2007, em termos reais, de 16% e do já referido aumento dos custos de interesse económico geral, no mesmo período: 463% em termos nominais e 348% em termos reais. Se os custos de interesse geral em 2007 se situassem ao mesmo nível de 1999, em termos reais, os consumidores domésticos em baixa tensão normal iriam pagar, em 2007, menos 12%, do que pagaram em 1999. A convergência tarifária das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira está assegurada a 100% em termos globais, verificando-se apenas ligeiros desvios na iluminação pública dos Açores (- 19%) e nos consumidores em média tensão da Madeira (+ 6%). Nos termos do Regulamento Tarifário, o défice de 52 milhões de euros gerado em 2006 relativamente à convergência tarifária com as Regiões Autónomas será repercutido nas tarifas de 2008. São igualmente propostos ao Conselho Tarifário os preços regulados previstos no Regulamento de Relações Comerciais e no Regulamento da Qualidade de Serviço. Lisboa, 16 de Outubro de 2006 5

PREÇO MÉDIO DO SEP EM 2007 DE ACORDO COM A PROPOSTA A figura seguinte mostra o peso das várias componentes que compõem a TVCF em cada nível de tensão. 0,16 0,14 0,12 100% 0,10 Tarifa de acesso /kwh 80% 0,08 60% 0,06 40% 0,04 Energia TVCF 0,02 20% 0,00 0% MAT MAT AT AT MT MT BTE BTE BTN BTN TOTAL TOTAL Comercialização de Redes 0,0% 0,1% 2,7% 3,0% 3,7% 3,0% Uso Rede de Distribuição de BT 16,1% 18,9% 13,1% Uso Rede de Distribuição de MT 14,4% 6,0% 6,4% 7,3% Uso Rede de Distribuição de AT 1,8% 0,9% 0,8% 0,7% 0,8% Uso Rede de Transporte 3,2% 4,8% 3,7% 3,2% 3,3% 3,5% Uso Global do Sistema 19,1% 16,8% 10,9% 9,1% 11,8% 12,2% Comercialização 0,0% 0,0% 1,1% 1,3% 2,7% 2,0% Energia e Potência 77,6% 76,5% 66,3% 60,6% 52,5% 58,1% 6

EVOLUÇÃO DAS TARIFAS DE ENERGIA ELÉCTRICA NO CONTINENTE EVOLUÇÃO DAS TARIFAS DE VENDA A CLIENTES FINAIS - PORTUGAL CONTINENTAL Tarifas 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Variação 2007/1998 real 100 87 85 81 72 70 71 78 79 84-16% MAT nominal 100 90 90 90 84 84 86 97 101 110 10% AT MT BTE BTN real 100 87 83 81 74 73 73 80 81 86-14% nominal 100 90 89 90 87 86 90 100 104 114 14% real 100 87 84 81 75 75 75 79 84 88-12% nominal 100 90 89 90 88 89 92 99 108 116 16% real 100 93 90 87 86 85 85 85 95 100 0% nominal 100 95 95 96 97 100 102 105 119 128 +28% real 100 93 90 87 87 86 86 86 85 96-4% nominal 100 95 95 96 98 101 103 106 107 123 +23% EVOLUÇÃO DAS TARIFAS DE ACESSO ÀS REDES 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Variação 2007/1999 real 100 88 82 143 176 186 246 247 284 + 184% MAT nominal 100 91 89 162 204 220 299 307 362 + 262% AT MT BTE real 100 88 82 154 178 184 230 234 265 + 165% nominal 100 91 88 174 206 218 279 291 338 + 238% real 100 91 84 138 145 143 153 157 168 + 68% nominal 100 94 91 156 168 169 186 195 214 + 114% real - - - - - 100 105 110 117 + 17% nominal - - - - - 100 108 116 126 + 26% EVOLUÇÃO DAS TARIFAS POR ACTIVIDADE REGULADA EM PORTUGAL CONTINENTAL Energia e Potência Tarifas 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Variação 2007/1999 real 100 98 103 107 105 108 111 111 116 +16% nominal 100 101 111 121 122 127 135 138 149 +49% Uso Rede Transporte Uso Rede Distribuição AT real 100 90 75 71 66 73 75 70 78-22% nominal 100 93 81 80 77 87 91 88 100 0% real 100 94 84 71 69 55 50 53 49-51% nominal 100 97 91 80 80 65 61 66 63-37% Uso Rede Distribuição MT real 100 94 87 81 75 72 66 69 71-29% nominal 100 97 94 91 87 86 80 86 90-10% Uso Rede Distribuição BT Uso Global do Sistema real 100 94 88 72 67 65 67 66 69-31% nominal 100 97 95 81 78 77 81 82 88-12% real 100 85 86 112 147 155 218 254 335 +235% nominal 100 88 93 126 170 184 264 316 428 +328% 7

PRINCIPAIS PRESSUPOSTOS UTILIZADOS PARA O ESTABELECIMENTO DA PROPOSTA TARIFÁRIA Taxa de inflação em 2007 2,4 % Variação do Índice de Preços Implícitos no Consumo Privado 2,2 % Taxa de juro Euribor a 3 meses a 30 de Junho de 2006 3,055 % Taxa de câmbio EUR/USD 1,28 Taxa de crescimento do consumo de energia eléctrica (2007/2006) Continente 3,9 % Região Autónoma dos Açores 5,2 % Região Autónoma da Madeira 6,3 % 8

PROVEITOS PERMITIDOS POR EMPRESA E ACTIVIDADE REGULADA EM 2007 CONSTANTES DA PROPOSTA REN 3 10P PEUR Actividade de Aquisição de Energia Eléctrica 2 585 271 Actividade de Gestão Global do Sistema 659 062 Actividade de Transporte de Energia Eléctrica 198 706 EDP Distribuição 3 10P PEUR Actividade de Distribuição de Energia Eléctrica 1 109 416 Actividade de Comercialização de Redes 151 121 Actividade de Comercialização 93 196 EDA 3 10P PEUR Actividade de Aquisição de Energia Eléctrica e Gestão do Sistema 119 025 Actividade de Distribuição de Energia Eléctrica 34 833 Actividade de Comercialização de Energia Eléctrica 8 041 EEM 3 10P PEUR Actividade de Aquisição de Energia Eléctrica e Gestão do Sistema 118 902 Actividade de Distribuição de Energia Eléctrica 33 368 Actividade de Comercialização de Energia Eléctrica 7 051 9

CUSTOS DE INTERESSE GERAL O montante total dos custos de interesse geral - custos com política energética, política ambiental e com o interesse económico geral - repercutido nas tarifas de 2007, perfaz 742 milhões de euros, representando 14,4% do total de proveitos permitidos em Portugal continental, e é repartido da seguinte forma: Unidade: 10 3 EUR Custos de interesse económico geral 2006 2007 Variação 2007/2006 Sobrecusto PRE-FER (renováveis e resíduos) 106 396 157 266 47,8% Sobrecusto PRE-NFER (cogeração) 110 831 164 003 48,0% Rendas dos Municípios 218 117 233 608 7,1% Sobrecusto RAA *(38 325); 0 70 796 *(84,7%); - Sobrecusto RAM *(14 011); 0 47 231 *(237,1%); - Plano de Promoção da Eficiência no Consumo 0 10 000 - Terrenos dos centros electroprodutores 68 139 **(198 971); 56 232 **(192,0%); -17,5% OMIP, S.A. e OMI CLEAR, S.A. 7 982 2 145-73,1% Autoridade da Concorrência (AdC) 320 318-0,6% Total 511 785 (884 339); 741 600 (72,8%); 44,9% Nota: Entre parêntesis apresentam-se os custos com a convergência tarifária nas Regiões Autónomas não aceites na tarifa de UGS em 2006 (*) e a recuperar nas tarifas de 2008 e a remuneração dos terrenos dos centros electroprodutores (**) considerando que os encargos relativos aos anos 1999 a 2003 e não incluídos nas tarifas em 2006 seriam integralmente pagos em 2007 (na realidade estes encargos são pagos em 10 anos, entre 2006 e 2015). Os encargos com os terrenos em 2007 incluem ainda a amortização dos terrenos dos centros electroprodutores hídricos em 2007. 10

Custos de Interesse Económico Geral MAT AT MT BTE BTN TOTAL Sobrecusto PRE-FER Sobrecusto PRE-NFER Rendas municípios Sobrecusto RAA Sobrecusto RAM Plano Promoção Eficiência no Consumo Terrenos /MWh 0,00 0,00 0,04 0,25 7,30 3,36 % TVCF 0,0% 0,0% 0,0% 0,2% 4,9% 2,8% /MWh 3,23 3,28 3,41 3,63 3,62 3,50 % TVCF 6,3% 5,6% 3,6% 2,9% 2,4% 3,0% /MWh - - - 7,06 9,81 4,99 % TVCF - - - 5,7% 6,5% 4,2% /MWh 1,39 1,42 1,47 1,57 1,56 1,51 % TVCF 2,7% 2,4% 1,6% 1,3% 1,0% 1,3% /MWh 0,93 0,94 0,98 1,04 1,04 1,01 % TVCF 1,8% 1,6% 1,0% 0,8% 0,7% 0,9% /MWh 0,20 0,20 0,21 0,22 0,22 0,21 % TVCF 0,4% 0,3% 0,2% 0,2% 0,1% 0,2% /MWh 1,11 1,12 1,17 1,24 1,24 1,20 % TVCF 2,2% 1,9% 1,2% 1,0% 0,8% 1,0% OMIP /MWh 0,04 0,04 0,04 0,05 0,05 0,05 % TVCF 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% AdC /MWh 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 % TVCF 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Total 2007 /MWh 6,91 7,02 7,34 15,07 24,86 15,83 % TVCF 13,5% 11,9% 7,7% 12,2% 16,6% 13,4% Estes custos têm vindo a aumentar continuamente ao longo do tempo. A figura seguinte mostra a evolução dos custos de interesse económico geral incluídos nas tarifas entre 1999 e 2007. 1 000 [milhões de euros] 900 800 700 600 500 400 300 200 100 2008-2015 Pagos em 2007 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 PRE Rendas dos Municípios Convergência nas RA's PPEC Terrenos OMIP Autoridade da Concorrência 11

CONVERGÊNCIA COM AS REGIÕES AUTÓNOMAS Os preços médios da RAA e da RAM por tipo de fornecimento, em 2007, em percentagem dos preços médios em Portugal continental e corrigidos da estrutura de consumos, são os seguintes: Tipo de fornecimento TVCFA/TVCF TVCFM/TVCF MT 102 106 BT 99 99 BTE 101 101 BTN > 100 101 BTN < (s/ IP) 100 98 IP 81 100 Global MT e BT 100 100 O impacte do mecanismo de convergência tarifária nas Tarifas de Venda a Clientes Finais no Continente e nas Regiões Autónomas - isto é, quanto deveriam subir as tarifas nas Regiões Autónomas para proporcionar os proveitos actualmente permitidos às respectivas empresas se não houvesse transferência dos consumidores do Continente - é o seguinte: Tarifas de Venda a Clientes Finais Sem convergência Com convergência Continente 10,0% 12,4% Região Autónoma dos Açores 90,5% 10,2% Região Autónoma da Madeira 57,1% 16,2% 12