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Transcrição:

TRATAMENTO QUÍMICO E BIOLÓGICO DE SEMENTES DE SOJA PARA O CONTROLE DE Sclerotinia sclerotiorum Cesar de Matos Silva 1, Maíra Tiaki Higuchi 2, Ciro Hideki Sumida 3, Gabriel Danilo Shimizu 4. 1 Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Agrárias, Londrina-PR. czinha.matos@gmail.com 2 Instituto Agronômico do Paraná, IAPAR, Londrina-PR. maira.tiaki@gmail.com 1 Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Agrárias, Londrina-PR. cirosumida@hotmail.com 4 Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Agrárias, Londrina-PR. gabrield.shimizu@gmail.com RESUMO - O mofo branco causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum é uma das principais doenças da soja, ela está distribuída em todas as regiões produtoras e proporciona perdas de rendimento de grão podendo chegar a 30%. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência do tratamento químico e biológico em sementes infectadas pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum. O ensaio foi realizado por meio da técnica de rolos com papel de germinação (28 cm x 38 cm). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com treze tratamentos e oito repetições (50 sementes/repetição). Os tratamentos foram representados por T1: testemunha, T2: Certeza, T3: Frowncide, T4: Standak Top, T5: Maxim Advanced, T6: Cruiser Advanced, T7: Maxim, T8: Dynasty, T9: Maxin XL, T10: Sumilex, T11: Ecotrich (250 g p.c./100 kg de sementes), T12: Ecotrich (500 g p.c./100 kg de sementes) e T13: Ecotrich (1000 g p.c./100 kg de sementes). Após sete dias de incubação dos rolos de papel em câmaras BOD, a temperatura de 20±2 C, avaliou-se a porcentagem de infecção das sementes de acordo com características morfológicas do patógeno e formação de escleródios. Os resultados indicam que as melhores respostas para incidência foram o Cruiser Ad, Maxim Ad, Certeza e Maxim XL e para germinação foram os Cruiser Ad, Maxim Ad, Maxim XL, Dynasty, Certeza, Sumilex. Na análise de regressão para Ecotrich, o ponto de máximo estimado foi de 575,81g/100kg de sementes, com porcentagem de germinação de 60,01% de germinação e para incidência o ponto de máximo foi de 772,72 g/100kg de sementes, com incidência de 14,17%. Palavras-chave: mofo branco, incidência, germinação. INTRODUÇÃO A produção de soja (Glycine max) representa uma importante cultura para o agronegócio brasileiro, excepcionalmente a partir da década de 80, tornando-se a leguminosa mais produzida no mundo (Sediyama, 2009). Na safra 16/17 a soja obteve produção mundial de 351,3 milhões de toneladas em uma área cultivada de 120,96 milhões de hectares. O Brasil apresenta área cultivada de 33,89 milhões de hectares, com produção de 113,92 milhões de toneladas e produtividade média de 3.362 kg.ha -1, ocupando a posição de segundo maior produtor de soja (Conab, 2017).

As doenças são um dos principais fatores limitantes na soja. Dentre as doenças, destaca-se a podridão branca ou mofo branco causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum. Trata-se de um fungo que sobrevive na forma de escleródios no solo e em restos culturais e é considerado como um dos mais destrutivos, podendo infectar aproximadamente 408 espécies de plantas (Boland e Hall, 1994). O controle de S. sclerotiorum ainda é complexo e deve ser realizado através da adoção de medidas que visem à redução do inoculo e/ou redução da taxa de progresso da doença. Os recentes trabalhos de pesquisa têm verificado que o controle químico é uma das principais medidas de controle e deve ser empregado em conjunto às demais (Meyer et al., 2014). Métodos alternativos como o controle biológico vêm recebendo destaque devido à utilização de microrganismos como fungos e bactérias (Ethur et al., 2006). Fungos do gênero Trichoderma veem sendo utilizados e são caracterizados como micoparasitas de S. sclerotiorum, capazes de colonizar micélios e escleródios (Huang e Erickson, 2008). A utilização de sementes de soja sadias é fundamental para o bom estabelecimento de uma lavoura, todavia estas podem representar uma eficiente forma de disseminação e sobrevivência de fitopatógenos (Toledo, 2011). Sendo assim, o tratamento de sementes destacase como uma eficiente ferramenta para barrar o desenvolvimento da doença. Em trabalhos recentes desenvolvidos em condições controladas, demonstraram que o tratamento químico de sementes infectadas pelo fungo foi eficaz em reduzir o inoculo inicial (Machado, 2008). Desta forma, o presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a eficiência do tratamento químico e biológico de sementes de soja infectadas pelo fungo S. sclerotiorum. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em condições controladas, no Laboratório de Fitopatologia da Universidade Estadual de Londrina UEL. O isolado de S. sclerotiorum foi obtido através da coleta de plantas doentes, no município de Mauá da Serra PR. Os escleródios retirados das plantas doentes foram submetidos à assepsia (3 min em álcool 50% e 3 min em hipoclorito de sódio a 1%) e incubados por sete dias em meio de cultura BDA acrescido de 33,0 mg de estreptomicina (Ferraz et al., 2003) à temperatura de 20 ± 2 C e fotoperíodo de 12 horas. Após a purificação do isolado, foram produzidos os escleródios, os quais foram armazenados à temperatura de 7,0 ± 3 C.

As sementes foram inoculadas artificialmente por meio da técnica de rolos com papel de germinação (28 cm x 38 cm). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com treze tratamentos e oito repetições (50 sementes/rolo de papel/repetição). Os tratamentos foram representados por T1: testemunha, T2: Certeza, T3: Frowncide, T4: Standak Top, T5: Maxim Advanced, T6: Cruiser Advanced, T7: Maxim, T8: Dynasty, T9: Maxin XL, T10: Sumilex, T11: Ecotrich (250g de p.f./100 Kg de sementes), T12: Ecotrich (500g de p.f./100 Kg de sementes) e T13: Ecotrich (1000g de p.f./100 Kg de sementes). Após sete dias de incubação dos rolos de papel em câmaras BOD, à temperatura de 20±2ºC e fotoperíodo 12 horas, avaliaram-se a porcentagem de infecção das sementes de acordo com características morfológicas do patógeno e formação de escleródios e a porcentagem de germinação. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk e a homogeneidade de variâncias (Bartlett). Quando aceito os pressupostos, foi realizado a análise de variância (ANAVA) e o teste de Scott-Knott, em nível de 5% de significância. Para a estimativa da dose de máxima eficiência, foi realizada uma ANAVA para regressão, tendo como variável resposta à dose do produto comercial Ecotrich. Na escolha do modelo de regressão, adotaramse os critérios: regressão significativa, teste F parcial, teste de multicolinearidade, ANAVA para falta de ajuste, coeficiente de determinação (R 2 ). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os pressupostos de normalidade e homogeneidade de variância foram aceitos. Pela análise de variância foi constatado efeito significativo para à variável incidência de mofo branco, onde a pior resposta foi obtida na testemunha sem controle, com 92% de incidência. A pior resposta observada entre os tratamentos foi o Ecotrich na dose 250g/100 kg de sementes, com 68,75% de incidência. Os melhores resultados foram dos fungicidas químicos Cruiser Ad, Maxim Ad, Certeza e Maxim XL (Figura 1). O tratamento com o Fluazinam no presente estudo apresentou incidência de 12,75%, contudo, quando em mistura com o Tiofanato metílico e na dose de 180 e 215 ml/100kg de sementes, apresentou incidência de 0,25%, resultados similares foram obtidos por Juliatti et al. (2011), que observaram erradicação do fungo quando efetuado o tratamento com o Fluazinam em mistura com o Tiofanato metílico.

Figura 1. Incidência do mofo branco após tratamento com diferentes fungicidas químicos e biológicos. Londrina PR, 2017. Médias seguidas de letras maiúsculas distintas entre as colunas diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05). CV(%) = 33,05. As barras indicam o desvio padrão. Para a variável porcentagem de germinação, a pior resposta foi observada na testemunha sem controle, com 36,25%, e nos tratamentos Ecotrich 250g/100kg e Ecotrich 1000g/100kg, com 37,5% e 42,75%, respectivamente. Os melhores resultados foram dos fungicidas químicos, Cruiser Ad, Maxim Ad, Maxim XL, Dynasty, Certeza, Sumilex (Figura 2). A aplicação do Fluazinam+Tiofanato metílico (Certeza) não diferiu estatisticamente com o tratamento com Procimidona (Sumilex) na porcentagem de germinação. Resultados similares foram observados por Uemura et al. (2012), que observou 74% de plântulas normais com Fluazinam+Tiofanato metílico e 62,5% para Procimidona, não diferindo estatisticamente. Figura 2. Germinação das sementes infectadas com mofo branco e tratadas com fungicidas químicos e biológicos. Londrina PR, 2017. Médias seguidas de letras maiúsculas distintas entre as colunas diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05). CV(%) = 42,75. As barras indicam o desvio padrão.

Para a definição do ponto de máxima eficiência do produto comercial Ecotrich, adotouse o ajuste quadrático. A Figura 3A, representa o gráfico para porcentagem de germinação, onde a equação quadrática (y = -9E -05 x2 + 0,0999x + 31,259) apresentou R 2 de 0,58, sendo que o ponto de máximo estimado foi de 575,81g/100kg de sementes, com porcentagem de germinação de 60,01% de germinação. A Figura 3B, representa o gráfico para incidência de S.sclerotiorum, onde a equação quadrática (y = 0,0001x 2-0,2171x + 98,068) apresentou R 2 de 0,89, sendo que o ponto de máximo foi de 772,72g/100kg de sementes, com incidência de 14,17%. Figura 3. Regressão para doses de Ecotrich na variável porcentagem de germinação (A) e Incidência de mofo branco (B). ** significativo a 5%. CONCLUSÃO Os fungicidas Cruiser Ad, Maxim Ad, Certeza e Maxim XL apresentaram melhor resposta nas variáveis estudadas. Na análise de regressão o ponto de máximo estimado para germinação foi de 575,81g/100kg de sementes, com porcentagem de 60,01% e para incidência o ponto de máximo foi de 772,72 g/100kg de sementes, com incidência de 14,17%. REFERÊNCIAS BIBLIOGGRÁFICAS BOLAND, G.J.; HALL, R. Index of plant hosts of Sclerotinia sclerotiorum. Canadian Journal of Plant Pathology, v.16, p.93 108, 1994. CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento, 2017. Disponível em: http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/17_06_08_09_02_48_boletim_graos_junh o_2017.pdf Acesso: 20 de junho de 2017.

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