Biblioteca Política de Seleção e desenvolvimento de coleção 2007
1 INTRODUÇÃO Atualmente com o crescimento do fluxo de informações tornou-se necessário adotar critérios para uma Política de Atualização e de Expansão do Acervo das Bibliotecas UNIEURO, que tem como objetivo adequar-se as demandas informacionais dos Cursos da Instituição. A implantação da Política de Atualização e de Expansão do Acervo das Bibliotecas serve de suporte para uma política de seleção, possibilitando de maneira clara, objetiva e controlado o processo de aquisição, doação, permuta de materiais bibliográficos e especiais das Bibliotecas do UNIEURO. É essencial que se estabeleça uma política de seleção como processo de tomada de decisões, enquanto que a aquisição é o resultado da implementação das decisões tomadas. Hoje com a necessidade de expansão bibliográfica dos documentos às bibliotecas têm por objetivo ampliar e melhorar as estruturas existentes, projetando espaços futuros para novas instalações físicas. Atualmente a área total da Biblioteca Hilson Bona é de 1.690,56m 2 ; sendo que 396,85m 2 para o acervo; 105,61 m 2 para salas de estudo em grupo; 872m 2 para o salão de estudo; 24m 2 para a área para estudo individual; 30,34m 2 para Mídiateca/Videoteca; 30m 2 para as Ilhas de computadores; 231,76 m 2 para área de circulação. A área de estudo é adequada aos padrões estabelecidos para bibliotecas universitárias, em seus 872m 2 destinados somente à leitura, há 57 mesas coletivas e 20 mesas individuais, perfazendo um total de 248 assentos. Existem ainda 12 cabines disponíveis para grupos de estudos que comportam até 10 pessoas por sala. Além das 6 ilhas de computadores, espaço para leitura de jornais e sala de multimídia. A política de seleção tem os seguintes objetivos: a) Prestar apoio e assistência às pesquisas, projetos e atividades acadêmicas desenvolvidos pela instituição; b) Identificar os elementos nos campos de interesse da Biblioteca; c) Possibilitar o crescimento racional e equilibrado do acervo; d) Determinar os itens de informação compatíveis com a formação da coleção versus interesses da instituição; e) Estabelecer critérios mínimos para a duplicação de títulos; f) Estimular programas cooperativos de aquisição; g) Traçar diretrizes para a avaliação do acervo; h) Estabelecer parâmetros para o descarte de material; i) Organizar e preservar a memória da instituição, assim como toda produção intelectual. A consecução de tais objetivos exige como condição que todas as solicitações de compra de material informacional (bibliográfico e audiovisual) seja centralizada na Biblioteca,
única forma de controlar a formação da coleção, considerando fatores intervenientes, tais como: a) Os objetivos e os programas de ensino e pesquisa do UNIEURO, o que demanda acompanhamento sistemático das reformulações dos cursos já implementados, bem como, atenção especial às perspectivas de criação de novos cursos; b) Condições atuais da coleção das Bibliotecas, o que pressupõe reconhecimento das áreas satisfatórias e/ou deficitárias; c) Conhecimento do acervo das Bibliotecas do Distrito Federal, em particular, bem como da possibilidade de acesso a elas; d) Demandas e necessidades dos usuários em potencial, incluindo discentes docentes e o corpo técnico-administrativo; e) Acompanhamento da produção bibliográfica nas diversas áreas do conhecimento humano através de contato sistemático e permanente com editores e distribuidores brasileiros; f) Previsão dos recursos financeiros anuais assegurados em forma de orçamento; g) Situação dos cursos em vigor, no que concerne ao seu reconhecimento e às normas impostas pelo Ministério da Educação e do Desporto (MEC), por meio de Secretaria de Ensino Superior (SESu). Comissões de Ensino de Especialistas(CEE) em cada curso. 2. POLÍTICA DE SELEÇÃO Como primeiro passo para operacionalização da Política de Seleção, foi constituída uma Comissão de Seleção, com objetivo de evitar que o acervo se transforme em agrupamento desajustado de documentos. Sendo formada por: a) Docentes, representante de cada Curso, designado pelos Coordenadores de cada área, responsável em intermediar o processo de seleção entre a Biblioteca e os demais membros do corpo docente, no sentido de apresentar os pedidos selecionados para aquisição, dentro de prazos e normas preestabelecidos pela própria Comissão, a cada início de ano letivo; b) Aluno representante do Corpo discente, a quem compete encaminhar as Coordenações de seus respectivos cursos sugestões do alunado; c) Bibliotecário responsável pelo processo de seleção. 2.1 Atribuições da Comissão de Seleção A Comissão de Seleção têm como atribuições:
a) Manter atualizada a política de seleção e descarte do material bibliográfico e/ou audiovisual; b) Traçar plano anual para seleção e aquisição, por curso, de acordo com as políticas estabelecidas; c) Analisar os pedidos selecionados para aquisição, condições do acervo, disciplinas a serem oferecidas e quantitativo de alunos em sala de aula; d) Avaliar a incorporação dos títulos ao acervo, adquiridos por doação e permuta. De forma mais específica, compete ao Bibliotecário integrante da Comissão, as seguintes funções: a) Avaliar o acervo, segundo orientação contida neste documento; b) Manter atualizados catálogos de editores e livreiros; c) Enviar catálogos de editores e livreiros, junto com formulário de sugestões a todos os Coordenadores de Curso, a cada início do semestre letivo; d) Verificar no catálogo geral da Biblioteca, a necessidade dos títulos sugeridos com suas respectivas quantidades a fim de fundamentar a decisão final da Comissão de Seleção. 3. FORMAÇÃO DO ACERVO Para formação do acervo são adotados os seguintes critérios: a) Adequação do material aos objetivos educacionais da instituição; b) Autoridade do autor e/ou editor; c) Atualização do material; d) Equilíbrio e organização da obra quanto à distribuição do conteúdo; e) Qualidade técnica do ponto de vista gráfico e/ou sonoro; f) Custo justificável, considerando a verba disponível e a possibilidade de substituição por outros itens já constantes do acervo; g) Idioma acessível aos usuários. O acervo da Biblioteca do UNIEURO, é formado por diversos tipos de materiais: a) Obras de referências b) Enciclopédias, mapas geográficos e históricos e atlas; c) Livros;
d) Periódicos (abstracts, revistas especializadas e gerais, jornais etc.); e) Toda produção intelectual da instituição; f) Trabalhos finais de conclusão de curso (independente de sua natureza) produzidos pelo corpo discente; g) Multimeios (DVD, CD -ROM, fitas cassete e de vídeo); h) Outras publicações de interesse da Instituição. 3.1 Conteúdo Em se tratando de uma biblioteca vinculada a uma instituição em desenvolvimento, a priori, deve privilegiar as áreas de conhecimento concernentes aos Cursos de Graduação e Pós Graduação, Pesquisa e Extensão em funcionamento e/ou em processo de criação. Para cada campo do conhecimento, devem ser analisados, com rigor, os seguintes tópicos: a) Demanda de oferta da matrícula por curso; b) Número de professores por curso; c) Grade curricular; d) Demanda por disciplina. 3.2 Fontes de Informação para Seleção Para a formação do acervo, a Comissão de Seleção, além de traçar o perfil da instituição e de seus usuários, em termos de demanda informacional, necessita de conhecimentos mínimos acerca dos próprios materiais a serem adquiridos, o que só é possível via estudo de fontes de informação para seleção, com destaque para os (as): a) Materiais distribuídos por editores, distribuidores e livrarias - catálogos e listagens; b) Resenhas e anuários de periódicos; c) Bibliografias gerais e especializadas; d) Guias de literatura gerais e especializados; e) Catálogos, listas de novas aquisições e boletins de outras bibliotecas; f) Visitas às livrarias, exposições literárias, feiras de livros e eventos similares; g) Informações coletadas através de redes eletrônicas de informação, com ênfase para a Internet;
h) Publicações de entidades diversificadas, como a Fundação da Biblioteca Nacional, o Sindicato Nacional de Editores de Livros e a Câmara Brasileira do Livro e Similar; i) Lista de periódicos especializados com base na relação da Quallis CAPES. 3.3 Duplicação de Títulos Diante da inexistência de uma medida padrão, a duplicação de títulos deve ser determinada pela demanda de cada título em particular, o que exige estatística de uso, e análise da possibilidade de utilização de outras publicações de conteúdo similar. No entanto, é de suma relevância verificar se a demanda é apenas transitória, decorrente da indicação de um determinado professor ou de um evento específico, o que não justifica a duplicação de títulos. Por outro lado, é preciso também seguir o parâmetro ditado pelas CEE/MEC, que prevê livros/texto em quantidade suficiente para atender aos alunos, idealmente da ordem de um exemplar para cada dez alunos. Para os periódicos, a previsão é de 15 títulos nacionais e três internacionais, por curso. Este número é considerado como mínimo, estando a coleção de periódicos, permanentemente, em desenvolvimento. 4 AQUISIÇÃO 4.1 Compra No caso dos itens aprovados, compete ao Bibliotecário chefe acompanhar o processo de compra, seguindo os seguintes passos: a) Receber a solicitação dos Coordenadores dos Cursos; b) Realizar levantamentos dos títulos e verificar a existência destes no acervo; c) Encaminhar os títulos selecionados ao Pró-Reitor de Graduação, para efetivar a compra; d) Informar ao solicitante, formalmente, o andamento da aquisição; e) Receber o material adquirido, mediante conferência com as notas fiscais emitidas, formalizando, se for o caso, possíveis falhas, e/ou declarando o recebimento, no verso das notas fiscais, mediante data e assinatura; f) Remeter ao setor responsável as notas fiscais recebidas e conferidas; g) Acompanhar, sistematicamente e de forma contínua, o recebimento dos fascículos das publicações periódicas, sobretudo, no caso de compra, considerando, essencialmente, sua periodicidade (diária, semanais, quinzenais, mensais, bimestrais, semestrais etc); h) Encaminhar ao processamento técnico.
4.2 Doação Sistematicamente, a cada início de ano, a Biblioteca deve encaminhar ofício circular às instituições-editoras de livros e periódicos (outras Faculdades/ Universidades, Embaixadas, Órgãos Governamentais Federais, Estaduais e Municipais; Institutos de Pesquisa, Associações e /ou Sindicatos de Classe; Organizações Não-Governamentais), solicitando o encaminhamento das publicações sob sua responsabilidade, excluindo-se, obviamente, as editoras comerciais. No caso de doações remetidas sem solicitação, é fundamental que a Biblioteca possa dispor livremente das obras recebidas, integrando ao acervo somente o que interessa e evitando exigências incompatíveis com a expansão ordenada de Bibliotecas Universitárias, tais como a de armazenar a doação, em separado. É recomendável que profissionais de informação procedam a uma seleção prévia do material in loco. De forma geral, as etapas que devem ser seguidas são: a) Enviar agradecimento do material recebido; b) Fazer a seleção do material; c) Encaminhar, para permuta ou doação com outras instituições, os materiais considerados inadequados aos interesses da Instituição; d) Encaminhar ao processamento técnico. 4.3 Permuta Além de se incorporar a novos programas cooperativos que visam à permuta de material e que se tornam gradativamente comuns a quaisquer bibliotecas, a Biblioteca deve preparar, a cada ano, uma lista de duplicata e de demanda. Quanto aos passos de operacionalização, no caso da permuta, estes são similares à doação, sendo os seguintes: a) Agradecer o recebimento do material recebido; b) Colocar à disposição da Comissão de Seleção itens sobre os quais restam dúvidas sobre sua adequação; c) Encaminhar para permuta ou doação a outras instituições, os materiais considerados inadequados aos interesses da Instituição; d) Encaminhar para processamento técnico. 5. AVALIAÇÃO DA COLEÇÃO Dentre as atividades das bibliotecas, uma das mais importantes é a avaliação da coleção. A comparação sistemática e contínua entre o solicitado e o existente permite a formação e manutenção de uma coleção atualizada, completa e adequada às necessidades dos usuários, o que torna a avaliação, elemento essencial para o desenvolvimento da coleção.
Sua consecução pressupõe os seguintes passos: a) Levantamento detalhado do acervo atual, o que pressupõe análise quantitativa e qualitativa; b) Registro acerca do uso do material existente; c) Levantamento da documentação sobre o status quo dos temas preferenciais, além do acervo; d) Contato com a Comissão de Seleção, a fim de determinar interesses e expectativas da comunidade acadêmica. 6 POLÍTICA DE DESCARTE A seleção do material a ser adquirido e o descarte dos itens que devem ser expurgados, é parte integrante do processo de formação do acervo, esta deve ocorrer, no mínimo, a cada dois anos. Os responsáveis pelo descarte designados pela Comissão de Seleção devem observar os seguintes requisitos: a) Analisar o conteúdo dos documentos, de acordo com os objetivos de cada Curso da Instituição; b) Obsolescência do material; c) Desgaste de exemplares (pelo tempo e manuseio); d) Desuso do material. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Todo e qualquer processo de seleção traz em si uma forma implícita de censura. Assim sendo, resta à Comissão de Seleção encontrar formas de amenizar tal tendência, com base no compromisso assumido pelo bibliotecário, quando de sua formação: prometo tudo fazer para preservar o cunho liberal e humanista da profissão(...), fundamentado na liberdade de investigação científica e na dignidade da pessoa humana. Partindo da premissa irrefutável de que a comunidade universitária compõe-se de cidadãos com capacidade crítica e discernimento, o UNIEURO, como qualquer Instituição de Ensino Superior, deve integrar à sua coleção, publicações que reflitam pontos de vistas diversos e/ou antagônicos, em qualquer aspecto-religioso, político, ideológico, filosófico. Assim procedendo, vai atingir um nível ideal de identificação com o seu público, integrado por pessoas de segmentos sociais, culturais e econômicos diversificados. As normas e padrões, definidos neste documento, deverão ser utilizados por todas as Bibliotecas que integram o Centro Universitário UNIEURO.