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Transcrição:

INTRODUÇÃO O presente documento constitui o Resumo Não Técnico (RNT) do processo de Licenciamento Ambiental da empresa ZINCONORTE Metalomecânica e Galvanização, S.A., localizada em Vila do Conde, que tem como atividade principal o fabrico de estruturas metálicas e como secundária a galvanização por imersão a quente. Ao longo deste documento a unidade industrial será designada unicamente por ZINCONORTE e o projeto por ZINCONORTE Metalomecânica e Galvanização, S.A. A ZINCONORTE pertence ao Grupo Metalcon Investimentos SGPS, S.A., cuja estratégia passa pela promoção de um crescimento sustentado de todas empresas que o integram e no envolvimento de todos os colaboradores nos processos de melhoria contínua e no compromisso de contribuírem para uma gestão integrada. Foi fundada em abril de 1989, desenvolvendo desde então a sua atividade no fabrico de estruturas metálicas e galvanização por imersão a quente. O Grupo Metalcon aposta ainda na consolidação das posições adquiridas pelas empresas que o compreendem nos respetivos mercados de atuação, promovendo o cross-selling entre estas, criando novas oportunidades de negócio e, aproveitando as sinergias emergentes, racionalizando os custos na sua atividade e gestão. As atividades desenvolvidas pela ZINCONORTE enquadram-na no regime jurídico da prevenção e controlo integrados da poluição (RJPCIP) 1, designadamente nas rubricas de Processamento de metais ferrosos por aplicação de revestimentos protetores de metal em fusão com uma capacidade de tratamento superior a 2 t de aço bruto por hora (rubrica 2.3 c) do Anexo I do RJPCIP) e Tratamento de superfície de metais ou matérias plásticas que utilizem um processo eletrolítico ou químico, quando o volume das cubas utilizadas no tratamento realizado for superior a 30 m 3 (rubrica 2.6 do Anexo I do RJPCIP). Tendo em consideração os objetivos de um Resumo não técnico, este documento sintetiza os dados e informações apresentados no formulário de Licenciamento Ambiental com maior relevância para o público. 1 Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 127/2013, de 30 de agosto. 1/10

1. INFORMAÇÃO GERAL 1.1 Identificação e localização da instalação A ZINCONORTE é uma indústria que se dedica ao fabrico de estruturas metálicas (atividade principal, com CAE n.º 25110) e aos tratamentos de superfície através da galvanização por imersão a quente (atividade secundária, com CAE n.º 25610). Localiza-se na Rua Comendador, Macieira da Maia, concelho de Vila do Conde e distrito do Porto (Figura 1). Ocupa uma área total de 18.319 m 2. 1 Figura 1 Localização da ZINCONORTE sobre fotografia aérea. 1.2 Regime de Funcionamento Perspetiva-se que o período de funcionamento da ZINCONORTE no futuro seja de 24 horas por dia (em 3 turnos diários), durante 5 dias por semana e 8 horas por dia no fim de semana. Numa fase inicial, o período de laboração deverá ser de 8 ou 16 horas por dia, durante 5 dias por semana. A paragem anual ocorrerá em agosto, cerca de 3 semanas e os restantes dias distribuídos ao longo do ano. 1.3 Número de Trabalhadores O número de funcionários será de 113 numa fase de funcionamento da empresa à capacidade nominal. 1.4 Produções Estima-se uma produção anual de produtos galvanizados por imersão a quente na ordem de 18000 t. Relativamente às construções metálicas, tendo em conta as oscilações de mercado, não existe um valor estimado para esta atividade. 2/10

1.5 Atividades desenvolvidas O processo de fabrico da ZINCONORTE está dividido nas seguintes etapas: 1. Receção e armazenagem 2. Construções metálicas 3. Galvanização 4. Embalagem e Expedição O fluxograma geral do processo produtivo, com a indicação das etapas onde são gerados efluentes líquidos, emissões gasosas e resíduos, são apresentados na Figura 2. Efluentes líquidos Emissões gasosas Efluentes líquidos Resíduos Figura 2 Fluxograma do processo de fabrico da ZINCONORTE. 3/10

Para além das atividades identificadas anteriormente, é possível identificar várias atividades de apoio ao processo produtivo da empresa, tais como: - Manutenção - Áreas sociais (instalações sanitárias, balneários e refeitório). - Estação de tratamento de águas residuais domésticas. - Sistemas de tratamento de emissões para a atmosfera (filtro de mangas e lavadores de gases). - Produção de ar comprimido. - Transformação de energia. - Áreas de armazenamento (matéria-prima, produto acabado, componentes, resíduos não perigosos, resíduos perigosos e produtos químicos). 1.6 Segurança e saúde no trabalho Os serviços de Segurança e Saúde no trabalho estão organizados de acordo com a Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, alterada pela Lei n.º 3/2014, de 28 de janeiro. Os serviços são internos, fornecidos por uma empresa do grupo, a Metalogalva Irmãos Silvas, S.A, com três técnicos de segurança (2 dos quais superiores). Relativamente à vigilância da saúde dos trabalhadores, a empresa possui serviços de medicina no trabalho suportados por uma médica do trabalho credenciada, assistido por uma enfermeira. 4/10

2. INFORMAÇÃO AMBIENTAL 2.1 Condições Ambientais do Local De acordo com a carta de ordenamento do atual Plano Diretor Municipal (PDM) de Vila de Conde, datada de 2015-10-08, a ZINCONORTE encontra-se localizada em Área de Ocupação Condicionada. Como condicionantes próximas, a ZINCONORTE encontra-se parcialmente incluída numa Reserva Ecológica Nacional (REN), cerca de 0,6 ha, cujo condicionalismo está identificado como área com risco de erosão, e localiza-se próxima de uma zona classificada como Reserva Agrícola Nacional (RAN), que se estende a partir do caminho público localizado a este da ZINCONORTE. De referir ainda a proximidade da ZINCONORTE ao Rio Ave, a uma distância de 650 m. É importante destacar que o projeto ZINCONORTE Metalomecânica e Galvanização, S.A que se descreve está, em simultâneo com o processo de Licenciamento Ambiental, sujeita a um procedimento de avaliação de impacte ambiental (AIA) que tem como objetivo, de uma forma preventiva, estabelecer as medidas para evitar, reduzir ou compensar os efeitos mais importantes do projeto no ambiente. Estas medidas são designadas, no seu conjunto, por medidas de mitigação. 2.2 Consumos de materiais Como matéria-prima a ZINCONORTE consome materiais não perigosos, designadamente zinco e ligas para a galvanização e material metálico para a construção das estruturas metálicas. Como matérias auxiliares a ZINCONORTE consome produtos não perigosos e perigosos, dos quais se destacam, do ponto de vista da quantidade e perigosidade, os produtos utilizados na linha de tratamento prévia ao processo de galvanização por imersão a quente. 2.3 Consumos de água O abastecimento de água à ZINCONORTE é realizado exclusivamente por um furo existente nas instalações da empresa, dado à data do presente documento não existir na área onde a empresa se insere rede pública de abastecimento de água. A captação subterrânea da empresa encontra-se devidamente licenciada junto da entidade competente. A água é usada para uso doméstico (casas de banho, balneários e refeitório) e uso industrial (essencialmente para a linha de tratamento de superfície que antecede o processo de galvanização por imersão a quente), sendo previamente tartada por adição de hipoclorito de sódio (doseador automático). Estima-se um consumo anual de água pela ZINCONORTE de 3.240 m 3. A ZINCONORTE tem implementadas na sua instalação medidas de utilização racional dos consumos de água, das quais de destacam a reutilização da água saturada proveniente dos lavadores de gases na preparação de banhos, realização de lavagens estáticas, sendo as mesmas reaproveitadas na constituição/reposição dos banhos de decapagem química quando se encontram saturadas e minimização 5/10

dos consumos através do prolongamento do tempo de utilização dos banhos de tratamento, designadamente o de fluxagem e desengorduramento. 2.4 Consumos energéticos A ZINCONORTE utiliza energia elétrica, energia térmica que é obtida a partir da queima de gás natural e gasóleo. A energia elétrica é utilizada em toda a instalação que implique este uso (equipamentos, iluminação, etc.); o gás natural é usado nos queimadores associados à galvanização e o gasóleo na frota da empresa e empilhadores. Estima-se um consumo anual de energia pela ZINCONORTE de 440 tep (tonelada equivalente de petróleo). A ZINCONORTE tem implementadas medidas de utilização racional da energia, destacando-se o aproveitamento do calor dos gases do forno de galvanização para aquecimento do banho de fluxagem, existência de um plano de manutenção periódica dos queimadores do forno de galvanização e ao nível da sensibilização dos colaboradores para as boas práticas na utilização de equipamentos. 2.5 Emissões de águas residuais e pluviais As águas residuais da ZINCONORTE são exclusivamente de origem doméstica (casas de banho, balneários e refeitórios), uma vez que os banhos da linha de tratamento de superfície associada à galvanização são encaminhados como resíduos quando se encontram saturados, para entidades devidamente licenciadas para o efeito. As águas residuais domésticas são encaminhadas para tratamento na ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) instalada na ZINCONORTE, onde ocorre o tratamento biológico das águas, sendo posteriormente descarregadas para uma linha de água que vai desaguar no rio Ave. Esta descarga encontra-se devidamente licenciada junto da entidade competente, encontrando-se estabelecido na licença um programa de autocontrolo qualitativo e quantitativo das águas tratadas previamente à sua descarga (trimestral para azoto total e fósforo total e mensal para os restantes parâmetros). Estima-se uma descarga anual de água doméstica tratada na ETAR de aproximadamente 640 m 3. As águas pluviais são recolhidas em rede própria e descarregadas numa linha de água que faz fronteira este com a instalação industrial, desaguando no rio Ave. Face às condições existentes, a descarga das águas residuais domésticas e pluviais da ZINCONORTE não deverá resultar em impactes significativos sobre o ambiente no seu todo. 2.6 Emissões para a atmosfera A ZINCONORTE tem na sua instalação 5 fontes fixas, associadas ao processo de galvanização por imersão a quente (1 fonte fixa), aos queimadores a gás natural associados ao forno (1 fonte fixa) e decapagem com ácido clorídrico (3 fontes fixas). As emissões resultantes do forno de galvanização são encaminhadas para um sistema de filtro de mangas previamente à sua descarga na atmosfera. As emissões gasosas dos 6/10

processos de decapagem são conduzidas para equipamentos de fim-de-linha para o respetivo tratamento (3 lavadores de gases), sendo posteriormente canalizadas para o exterior através de chaminés. O histórico existente sobre as monitorizações das fontes referidas demonstra o cumprimento dos valores limite de emissão para os parâmetros monitorizados. Estas fontes serão alvo de monitorizações periódicas de modo a avaliar a conformidade das emissões com os limites legais estabelecidos. Para além das fontes fixas, na ZINCONORTE existem emissões difusas associadas aos processos de soldadura realizados na secção de construções metálicas e aplicação de retoques com sprays de zinco após a galvanização, sempre que necessário. Considerando que as fontes de emissão difusas referidas são pouco significativas, uma vez que ocorrem esporadicamente, sem grande impacto para o ambiente, não existem para estas fontes em particular medidas de redução das emissões difusas. No entanto, encontramse implementadas na ZINCONORTE diversas medidas de forma a controlar e reduzir a quantidade e a perigosidade das suas emissões difusas, das quais se destacam as seguintes: controlo das condições de operação (temperatura, ph e concentração) dos banhos de tratamento de superfícies, em particular da decapagem, instalação de um sistema de captação e tratamento das emissões da decapagem previamente ao seu envio para a atmosfera e tina de galvanização dotada de uma campânula que extrai as emissões para um filtro de mangas. Atendendo ao descrito, não se prevê a emissão de odores nocivos ou incómodos para a atmosfera nem a existência de impactes ambientais significativos sobre o ambiente no seu todo. 2.7 Gestão de Resíduos Os resíduos produzidos na ZINCONORTE são recolhidos de modo seletivo, codificados, quantificados e entregues a entidades licenciadas para a sua gestão, quer no transporte, quer no destino final, dando cumprimento ao estabelecido no regime geral da gestão de resíduos. Em 2011 a ZINCONORTE enviou para tratamento externo 420 t de resíduos, tendo sido enviado para eliminação apenas um dos tipos de resíduos produzidos Ácidos de decapagem. Na Tabela 1 é apresentada uma descrição dos principais resíduos enviados, em termos de tipologia e quantidade. Tabela 1 Descrição e quantidade dos resíduos expedidos em 2011 pela ZINCONORTE Resíduo Quantidade produzida anualmente (t) Operação de valorização / eliminação (1) Ácidos de decapagem 193,48 D9 Escórias de zinco 56,37 R13 Cinzas de zinco 77,525 R13 Aparas e limalhas de metais ferrosos 88,94 R4 Outros solventes e misturas de solventes 0,1 R13 Embalagens de papel e cartão 1,63 R13 7/10

Resíduo Quantidade produzida anualmente (t) Operação de valorização / eliminação (1) Embalagens de plástico 0,65 R13 Embalagens contendo ou contaminadas por resíduos de substâncias perigosas Adsorventes, materiais filtrantes (incluindo filtros de óleo não anteriormente especificados), panos de limpeza e vestuário de proteção contaminados por substâncias perigosas 0,03 R13 0,135 R13 Plástico 0,02 R13 (1) Os R correspondem a operações de valorização e os D a operações de eliminação. A ZINCONORTE dispõe de áreas específicas para o armazenamento dos resíduos gerados, procedendo ao seu envio para entidades externas licenciadas para a sua gestão quando as quantidades armazenadas assim o justificam. No envio dos resíduos para o exterior da unidade são utilizadas as Guias de Acompanhamento de Resíduos, as quais são mantidas em arquivo atualizado em conjunto com a restante documentação deste domínio. Atendendo ao tipo de equipamento e infraestruturas instalados na ZINCONORTE para a recolha e armazenamento dos resíduos gerados, bem como ao facto das operações de transporte, valorização e eliminação dos resíduos a enviar para o exterior serem efetuadas por entidades devidamente licenciadas para o efeito, não se afiguram como previsíveis quaisquer impactes significativos sobre o ambiente, nas suas diversas componentes. 2.8 Controlo de Ruído Em novembro de 2015 a ZINCONORTE realizou uma avaliação de ruído ambiental, de acordo com o Regulamento Geral do Ruído (RGR), que permitiu verificar que a empresa dá cumprimento ao critério de incomodidade no ponto recetor e nos 3 períodos de referência do RGR (diurno, entardecer e noturno). Relativamente ao critério de exposição máxima, embora os valores obtidos nas medições revelem excedência dos valores limite Lden e Ln, conclui-se que o incumprimento do parâmetro Ln, não pode ser atribuído ao funcionamento da ZINCONORTE, mas sim ao funcionamento das fontes que compõem o ruído residual. Importa referir que o ruído de tráfego rodoviário é a principal fonte sonora no ponto avaliado, nos três períodos de referência. As medições foram efetuadas apenas com a atividade de fabrico de estruturas metálicas em funcionamento, e respetivas atividades de suporte a este processo, uma vez que a atividade de galvanização se encontra suspensa. No entanto, a atividade em funcionamento atual é a principal fonte geradora de ruído. Quando a galvanização iniciar a sua atividade, a ZINCONORTE deverá reavaliar os níveis de ruído emitido para o exterior. 8/10

3. DESATIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO Não se prevê que as instalações da ZINCONORTE venham a ser desativadas, nem parcial nem totalmente. Caso venha a acontecer, previamente à desativação será elaborado e submetido à aprovação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA, IP) um Plano de Desativação com o objetivo de adotar as medidas necessárias e destinadas a evitar qualquer risco de poluição e a repor o local da exploração em estado ambientalmente satisfatório e compatível com o futuro uso previsto para o local desativado. 9/10

4. ADOÇÃO DAS MELHORES TÉCNICAS DISPONÍVEIS A ZINCONORTE reconhece na gestão ambiental uma componente fundamental do seu sucesso empresarial, promovendo a melhoria contínua do seu desempenho. Nesse sentido, a empresa tem vindo a adotar um conjunto de medidas destinadas a reduzir o impacte das suas atividades para o meio ambiente, as quais são a seguir descritas. Em toda a instalação Adaptação do programa de monitorização de diversos indicadores ambientais e o seu cumprimento. Existência de um plano de manutenção das instalações de modo a otimizar a sua eficiência energética, em particular os queimadores associados à galvanização. Otimização de sistemas de iluminação. Otimização dos motores elétricos (variadores de velocidade). Otimização da eficiência do fornecimento de energia elétrica através da instalação de baterias de condensadores. Estabelecimento de áreas específicas para armazenamento de materiais perigosos (produtos químicos e resíduos). No setor da galvanização e linha de pré-tratamento de superfície Instalação de uma fase de desengorduramento para pré-tratamento das peças. Otimização da gama de operação do banho de decapagem com controlo regular dos parâmetros operacionais, designadamente o teor de ferro e teor de ácido livre. Existência de unidades de extração e tratamento, por lavador de gases do ar extraído da decapagem assegurando uma emissão de ácido clorídrico dentro da gama 2 30 mg/nm 3. Controlo do efeito real de decapagem do banho, com utilização de um inibidor de decapagem para impedir uma sobredecapagem. Reutilização da água saturada proveniente dos lavadores de gases e da etapa de lavagem na preparação de banhos de decapagem. Etapa de lavagem estática depois da decapagem química. Otimização da gama de operação do banho de fluxagem, com controlo regular dos parâmetros operacionais, designadamente temperatura e concentração. Aproveitamento do calor dos gases do forno de galvanização para aquecimento do banho de fluxagem. Captura das emissões provenientes da imersão no banho de zinco fundido por meio de encerramento da cuba e redução das poeiras por tratamento em filtro de mangas, assegurando uma emissão de partículas dentro da gama < 5 mg/nm 3. 10/10