Desempenho Agronômico de Leguminosas Forrageira em Solos de Baixa Fertilidade

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Transcrição:

( I 'FOL 446Z Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuAria Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rond8nia Ministério da Agricultura e do Abastecimento N 124, fev./97, p.1-4 Desempenho Agronômico de Leguminosas Forrageira em Solos de Baixa Fertilidade Introdução Newton de Lucena Costa 1 Claudio Ramalho Townsenrf João Avelar Maqalhães" Em Rondônia, o nitrogênio é um dos nutrientes mais limitantes ao estabelecimento e manutenção das pastagens cultivadas em solos de terra firme, os quais apresentam alta acidez, baixa capacidade de troca catiônica e elevados teores de alumínio. Estas limitações podem ser superadas pelo uso de calcário e fertilizantes, no entanto, os altos custos destes insumos na região justificam a busca por alternativas técnica, ecologica e economicamente mais viáveis. Deste modo, espécies de leguminosas tolerantes à acidez do solo e a baixos níveis de nutrientes disponíveis no solo, podem ser de grande utilidade em sistemas agrícolas, considerando-se o potencial de fixação de nitrogênio atmosférico através da simbiose com bactérias do gênero Rhizobium. A identificação de leguminosas forrageiras adaptadas às condições edafoclimáticas regionais e que apresentem produtividade e valor nutritivo compatíveis com as exigências dos animais, representa a primeira etapa para a implantação de uma pecuária com índices zootécnicos satisfatórios. A introdução contínua de germoplasma forrageiro tem contribuído de forma positiva e significativa para o sucesso dos programas de melhoramento, formação e/ou recuperação de pastagens e, consequentemente, para uma alimentação mais econômica e racional dos rebanhos (Dias Filho & Serrão, 1982; Costa et ai., 1991). Neste trabalho avaliou-se o desempenho agronômico de leguminosas forrageiras, visando selecionar aquelas mais promissoras para a formação de pastagens melhoradas nas condições ecológicas de Porto Velho, Rondônia. Material e Métodos o ensaio foi conduzido no Campo Experimental da Embrapa Rondônia, localizado no município de Porto Velho (96 m de altitude, 8 0 46' de latitude sul e 63 5'de longitude oeste), durante o período de outubro de 1987 a setembro de 1998. O solo da área experimental é um Latossolo Amarelo, textura argilosa, fase floresta, o qual foi apresentava as seguintes características químicas: ph (1 :2,5) = 4,9; AI = 2,3 cmol/dm3; Ca + Mg = 1,3 cmol/dm-': P = 2 mg/kg e K = 66 mg/kg. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com três repetições. Foram avaliadas 10 espécies de leguminosas forrageiras, pertencentes aos gêneros Sty/osanthes (4), 1 Eng. Agr., M.Sc., Embrapa Rondônia, Caixa Postal 406, CEP 78.900-970, Porto Velho, Rondônia. 2 Zootec., M.Sc., Embrapa Rondônia 3 Med. Veter., M.Sc., Embrapa Rondônia / /

CT/124, Embrapa Rondônia, fev./97, p.2-4 Pueraria (1) e Centrosema (5). As parcelas mediam 2,5 x 5,0 m, sendo a área útil de 3,0 m2 A adubação de estabelecimento constou da aplicação de 50 kg de P205/ha, sob a forma de superfosfato triplo. As avaliações para a determinação dos rendimentos de matéria seca (MS) foram realizadas, após a uniformização das parcelas, a intervalos de 8 e 12 semanas de crescimento, durante dois períodos de máxima (844 mm) e mínima precipitação (121 mm). Os cortes foram realizados a uma altura de 10 cm acima do solo nas espécies decumbentes e a 20 cm nas cespitosas. Os parâmetros avaliados foram rendimento de MS, teores de proteína bruta (PB), fósforo e cálcio. Resultados e Discussão 1. Estabelecimento Doze semanas após a semeadura, as especies que se destacaram com as maiores percentagens de cobertura do solo (90 a 100%) e menores infestações de plantas daninhas (O a 10%) foram C. acutifo/ium CIAT-5277, C. acutifolium CIAT-5234 e P. pheseotoiaes. As maiores alturas de plantas foram observadas em S. guianensis CIAT-64-A (30 cm), S. guianensis CIAT-136 (28 cm) e S. humilis CIAT-1304 (24 cm). Com relação ao aspecto fitossanitário, as espécies de Sty/osanthes não apresentaram quaisquer problemas. Já, as espécies de Centrosema foram atacadas por insetos do tipo comedores (Diabrotica speciosa), enquanto que em C. brasilianum CIAT-5247 detectou-se a ocorrência do fungo Rhizoctonia so/ani (queima-das-folhas), com índice de danos de 20%. 2. Rendimento de Forragem Durante o período de máxima precipitação, os maiores rendimentos de MS foram obtidos com C. acutifo/ium CIAT-5277 (4,11 t/ha), C. macrocarpum CIAT-5062 (3,87 t/ha), C. acutifo/ium CIAT-5234 (3,71 t/ha) e S. guianensis CIAT-64-A (3,55 t/ha), os quais não diferiram entre si (P > 0,05) e superaram em 30,9; 23,2; 18,1 e 13,0%, respectivamente, os rendimentos de forragem fornecidos por P. pbeseotoides. Já, no período de mínima precipitação, as leguminosas mais produtivas foram C. macrocarpum CIAT-5062 (2,08 t/ha), C. acutifolium CIAT-5277 (1,95 t/ha) e S. guianensis CIAT-64-A (1,87 t/ha). Com relação ao rendimento total de MS acumulado durante o período experimental, C. acutifolium CIAT-5277 (6,06 t/ha), C. macrocarpum CIAT-5062 (5,95 t/ha) e S. guianensis CIAT-64-A (5,42 t/ha) forneceram os maiores valores, enquanto que S. humilis CIAT-1304 (2,73 t/ha), C. pubescens CIAT-438 (3,10 t/ha) e C. brasilianum CIAT-5247 (3,22 t/ha) proporcionaram os menores rendimentos de forragem, evidenciando pouca adaptação às condições ecológicas de Porto Velho (Tabela 1). O desempenho agronômico das leguminosas mais promissoras, em termos de produção de forragem, foi bastante satisfatório, sendo superior aos relatados por Costa et ai. (1990, 1995), Dias Filho et ai. (1991) e Passoni et ai. (1992), avaliando diversas leguminosas forrageiras tropicais em condições ecológicas semelhantes. Todas as leguminosas avaliadas apresentaram crescimento estacional, sendo esta característica mais acentuada em C. acutifolium CIAT-5234, P. pheseotoides e S. humi/is CIAT1304. Já, C. macrocarpum CIAT-5062, S. guianensis CIAT-64-A, C. acutifolium CIAT-5277 e C. brasilianum CIAT-5247 foram as espécies com melhor distribuição estacional da produção de forragem.

CT/124,Embrapa Rondônia, fev./97, p.3-4 3. Composição Química da Forragem o maior teor de PB foi fornecido por S. guianensis CIAT-64-A (18,7%), o qual não diferiu (P > 0,05) do observado com S. guianensis CIAT-136 (18,1 %). Para os teores de fósforo, os maiores valores foram obtidos por S. guianensis CIAT-136 (0,217%) e C. macrocarpum CIAT-5062 (0,194%). Com relação aos teores de cálcio, S. guianensis CIAT-136 (0,72%), C. acutifolium CIAT-5234 (0,69%), C. macrocarpum CIAT-5062 (0,68%) e P. phaseoloides (0,65%) proporcionaram as maiores concentrações (Tabela 2). Os teores de PB e cálcio observados em todas as leguminosas avaliadas foram satisfatórios, sendo suficientes para atender às exigências requeridas por bovinos de corte em crescimento e vacas em lactação (três a quatro meses após o parto), em regime de pastejo, os quais segundo o National Research Council (1976, 1978) seriam de 8,5 a 11,0% e 9,2 a 12,0% de PB e, 0,18 a 0,30% e 0,25 a 0,29% de cálcio, respectivamente. Para os teores de fósforo, apenas os obtidos com S. guianensis CIAT-136, C. macrocarpum CIAT-5062 e P. phaseoloides foram superiores aos requerimentos mínimos para bovinos de corte ou leite, o qual de acordo com o National Research Council (1978) seria de 0,18% na matéria seca. Conclusões As leguminosas forrageiras mais promissoras para a formação e lou renovação de pastagens nas condições edafoclimáticas de Porto Velho, considerando-se os rendimentos, a qualidade e a distribuição estacional de forragem, foram C. acutifolium CIAT-5277 e CIAT- 5234, C. macrocarpum CIAT-5062 e S. guianensis CIAT-136 e CIAT-64-A; Referências Bibliográficas COSTA, N. de L.; GONÇALVES, C.A.; OLIVEIRA, J.R. da C. Avaliação aqronorruca de leguminosas forrageiras em Ariquemes, Rondônia, Brasil. In: REUNIÓN DE LA RED INTERNACIONAL DE EVALUACIÓN DE PASTOS TROPICALES - AMAZONíA, 1., 1990, Lima, Peru. Memórias... Cali, Colombia, CIAT, 1990. v.1, p.113-117. COSTA, N. de L.; GONÇALVES, C.A.; ROCHA, C.M.C. da. Avaliação agronômica de leguminosas forrageiras nos cerrados de Rondônia, Brasil. Pasturas Tropicales, v.13, n.1, p.36-40, 1991. COSTA, N. de L.; OLIVEIRA, J.R. da C.; MAGALHÃES, J.A.; LEÔNIDAS, F. das C. Produção e composição química de leguminosas forrageiras em Rondônia. Porto Velho: EMBRAPA- CPAF Rondônia, 1995. 7p. (EMBRAPA-CPAF Rondônia. Comunicado Técnico, 105). DIAS FILHO, M.B.; SERRÃO, E.A.S. Introdução e avaliação de leguminosas forrageiras na região de Paragominas, Pará. Belém: EMBRAPA-CPATU, 1982. 18p. (EMBRAPA-CPATU. Circular Técnica, 29). DIAS FILHO, M.B.; SIMÃO NETO, M.; SERRÃO, E.A.S. Avaliação agronômica de leguminosas forrageiras para a Amazônia Oriental brasileira. Pasturas Tropicales, v.13, n.3, p.33-37, 1991. OUTRA, S.; SOUZA FILHO, A.P.; SERRÃO, E.A.S. Introdução e avaliação de forrageiras em áreas de cerrado do Território Federal do Amapá. Belém: EMBRAPA-CPATU, 1981. 23p. (EMBRAPA-CPATU. Circular Técnica, 14). NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Requeriments of beef cattle. 5.ed. Washington: National Academy of Science, 1976. 56p. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Requeriments of dairy cattle. 5.ed. Washington: National Academy of Science, 1978. 76p. PASSONI, F.; ROSEMBERG, M.; FLORES, A. Evaluación de gramíneas y leguminosas forrajeras en Satipo, Peru. Pasturas Tropicales, v.14, n.1, p.32-35, 1992.

CT/124, Embrapa Rondônia, fev./97, p.4 TABELA 1 - Rendimento de matéria seca (t/ha) de leguminosas forrageiras, durante os períodos de máxima e mínima precipitação. Porto Velho, RO. Leguminosas Máxima Precipitação 1 Mínima Precipitaçãoé Total P. phaseoloides C. pubescens CIAT-438 C. acutifolium CIAT-5277 C. acutifolium CIAT-5234 C. brasilianum CIAT-5247 C. macrocarpum CIAT-5062 S. guianensis CIAT-136 S. hamata CIAT-147 S. humilis CIAT-1304 S. guianensis CIAT-64-A 3,14 b 2,24 c 4,11 a 3,71 ab 2,18 c 3,87 a 3,29 b 2,37 c 1,98 c 3,55 ab 1,10 cde 0,86 de 1,95 a 1,23 cd 1,04 cde 2,08 a 1,44 bc 1,16 cde 0,75 e 1,87 a 4,24 cd 3,10 ef 6,06 a 4,94 bc 3,22 ef 5,95 a 4,73 bc 3,81 de 2,73 f 5,42 ab - Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (P > 0,05) pelo teste de Tukey 1 - Médias de seis cortes 2 - Médias de dois cortes TABELA 2 - Teores de proteína bruta, fósforo e cálcio de leguminosas forrageiras. Porto Velho, RO. Leguminosas Proteína bruta (%) Fósforo (%) Cálcio (%) P. phaseoloides C. pubescens CIAT -438 C. acutifolium CIAT-5277 C. acutifolium CIAT-5234 C. brasilianum CIAT-5247 C. macrocarpum CIAT-5062 S. guianensis CIAT-136 S. hamata CIAT-147 S. humilis CIAT-1304 S. guianensis CIAT-64-A 16,1 cd 14,4 ef 16,5 bc 15,9 cd 14,8 def 15,7 cde 18,1 ab 13,9 f 14,2 ef 18,7 a 0,186 bc 0,165 cd 0,170 bcd 0,173 bcd 0,155 d 0,194 ab 0,217a 0,168 cd 0,153 d 0,175 bcd 0,65 ab 0,44 e 0,61 bc 0,69 a 0,48 e 0,68 ab 0,72 a 0,57 cd 0,50 de 0,62 bc - Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (P > 0,05) pelo teste de Tukey Publicação financiada com recursos do Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia - PLANAFLORO.

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