A eficácia da acupuntura no tratamento de estrias: Revisão bibliográfica



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1 A eficácia da acupuntura no tratamento de estrias: Revisão bibliográfica Cátia Miharu Okabe¹ catia_miharu@hotmail.com Orientadora: Gislaine Ogata Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional Faculdade Ávila Resumo As estrias cutâneas são definidas como rupturas das fibras elásticas, localizadas na derme e classificada como uma atrofia tegumentar adquirida de aspecto linear. Geralmente são bilaterais e perpendiculares às fendas cutâneas. É uma patologia que pode interferir diretamente no estado comportamental e emocional do paciente, principalmente nas mulheres. O uso da acupuntura no tratamento das estrias tem por objetivo provocar um processo inflamatório agudo no tecido acometido pela estria para que haja regeneração do mesmo. Para a realização do estudo descritivo de revisão bibliográfica, foram pesquisados artigos científicos oriundos de periódicos, disponibilizados ou não por via on line, sites com referência no assunto e livros, priorizando a acupuntura no tratamento de estrias. Perante a revisão bibliográfica realizada, verificou-se que a literatura sobre o assunto é escassa, e há necessidade de estudos científicos para averiguar melhor seus efeitos, se estes são temporários ou definitivos, e se tem aspecto preventivo ou curativo. Palavras-Chaves: Estrias Atrófica; Acupuntura; Fisioterapia Dermato-Funcional. 1. Introdução Atualmente a sociedade relaciona a importância da beleza com determinados valores que se entrecruzam, como a exigência de uma boa aparência imposta pelo mercado, a exposição da imagem no meio de convívio, como na mídia e a rotulação do consumismo por uma valorização de estilo de vida narcisista (HORIBE, 2000). A fisioterapia vem adquirindo cada vez mais espaço e ampliando seu leque de áreas de atuação. Uma destas áreas é a dermato-funcional que tem como base a prevenção e recuperação físico funcional dos distúrbios endócrino-metabólicos, dermatológicos e músculo-esqueléticos. O fisioterapeuta, através de recursos físicos, pode atuar nas diversas alterações do padrão estético como: obesidade, acne, cicatrizes hipertróficas, entre outras. Destas alterações estéticas quem condicionam um incômodo pessoal podemos destacar as estrias, podendo desencadear um comprometimento emocional e psicológico diante da insatisfação corporal, principalmente nas mulheres, nas quais se manifestam com maior frequência. Os fatores que podem causar o rompimento da estria são: crescimento rápido na adolescência, engordar ou emagrecer muito, gravidez sem controle de peso ou alterações hormonais (GUIRRO; GUIRRO, 2004). ¹Graduada em Fisioterapia; Pós-graduada em Fisioterapia Dermato-Funcional.

2 As estrias são regiões de atrofia da pele. Possuem aspecto linear, com comprimento e largura variáveis. Podem ser raras ou numerosas, com disposição paralela uma às outras e perpendiculares ás linhas de clivagem da pele (GUIRRO E GUIRRO, 2002). Inicialmente tem aspecto eritemato-violáceas, finas e podem gerar pruridos. Com a evolução do quadro, adquirem o aspecto esbranquiçado, quase nacarado, tornando-se mais largas (MILANI, JOÃO E FARAH, 2006). As estrias são causadas por um desequilíbrio estrutural das fibras conjuntivas da derme e alterações elásticas que desencadeiam afinamento da pele por força de tensão. São caracterizadas como lesões atróficas, lineares, paralelas e perpendiculares às linhas da fenda cutânea (linhas de Langer). (BORGES, 2010). Segundo Kede e Sabatovich (2004), a frequência extremamente elevada das estrias, sobretudo o sexo feminino, permite o questionamento se, de fato, devem ser consideradas como anormais; no entanto, problemas de ordem estética e/ou psicológica, que muitas vezes resultam, justificam a busca de tratamentos mais eficazes. O que não pode contestar é a grande incidência dessa afecção, segundo Azulay e Azulay (1999), a maior prevalência ocorre na faixa etária dos 14 aos 20 anos, sendo cerca de 3 a 6 vezes mais frequentes no sexo feminino do que no masculino. A estria é um problema que não tem solução, mas existem tratamentos alternativos, tanto médico como fisioterapêuticos, que suavizam as linhas recentes, bem como as mais antigas e esbranquiçadas que deformam a pele. A acupuntura não é novidade na estética, porém, esse procedimento somente agora, vem se firmando com outros tratamentos para combater as estrias. Essa técnica é interessante, pois não atua somente para amenizar as estrias, a sua ação se estende beneficamente em todo o organismo. Além disso, possui inúmeras vantagens com relação a outros métodos. Trata-se de uma técnica natural, quase indolor, de tempo para recuperação. Além disso, os efeitos são percebidos rapidamente e o custo do tratamento é mais baixo e sem efeitos colaterais. O tratamento estético pela acupuntura visa não só resultados externos, como os benefícios nutricionais, a suavidade na estria, e a melhora na tonicidade muscular, esse tratamento visa a normalização dos sistemas e órgãos internos que possuem influências diretas nas diversas regiões do corpo. Trata-se primeiramente o interior, para depois atuar nos resquícios externos, a parte estética propriamente envolvida. Portanto, no tratamento estético pela acupuntura, o objetivo é o equilíbrio energético entre Yang e Yin, sendo Yang a parte externa (pele, músculos e tecidos superficiais estéticos), e Yin a porção interna do organismo (órgãos e vísceras funções orgânicas). 2. Fundamentação Teórica 2.1 Pele A pele é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida, e que isola os componentes orgânicos do meio externo. Consitui-se em complexa estrutura de tecidos de várias naturezas, dispostos e inter-relacionados de modo a adequar-se, de maneira harmônica, ao desempenho de suas funções (SAMPAIO E RIVITTI, 2001). Para O Sullivan e Schimitz (1993), a pele é denominada como o maior órgão corporal, compreendendo 15% do peso total de um indivíduo. Atua na regulação e conservação dos fluidos corporais, regulação térmica, excreção do suor e eletrólitos, secreção sebácea para lubrificação, síntese de vitamina D, órgão sensorial e aspecto e individualização estética. Para Guirro e Guirro (2002) a pele representa o maior órgão sensitivo do nosso corpo que recebe estímulos de temperatura, dor e tato. É um dos mais versáteis órgãos, que proporciona diversas funções singulares como: proteção contra elementos da natureza, lesões mecânicas e químicas,

3 invasão de agentes infecciosos, prevenção contra dessecação, termorregulação e regeneração tecidual a qual é importante para o resultado no tratamento das estrias (NASCIMENTO, ET AL, 2007). A regeneração é um processo complexo, porém essencial a qual o corpo seria incapaz de sobreviver. Envolvem ações integradas das células, matrizes extracelulares e mensageiros químicos que visam restaurar a integridade do tecido lesionado o mais rápido possível. Nela ocorre uma série de eventos complexos envolvendo células originárias do tecido vascular e conjuntivo para o lugar da lesão (NASCIMENTO, et al, 2007). Apresenta-se por uma porção epitelial de origem endotérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, conhecida como derme. A qual é o local de maior comprometimento na distensibilidade cutânea e também responsável por alterações como lesões atróficas (MORAES, et AL, 2000). Dentre as camadas descritas, a derme é a camada mais complexa e importante, compostas de tecido conjuntivo, onde existem diversas moléculas, células de defesa e um emaranhado de fibras, onde sua principal função é sustentar, dar força e elasticidade à pele. (NOGUEIRA, 2007) De acordo com Dângelo e Fattini, (1998) a derme divide-se em camadas, onde se destacam a camada papilar, mais superficial com fibras colágenas, e substância fundamental amorfa em abundância, a delgada mais vascularizada é disposta em torno dos anexos cutâneos, ela juntamente com derme papilar é denominada derme adventicial. Já a reticular a qual se encontra mais profunda, é mais espessa e menos vascularizada, é composta de feixes colágenos mais espessos, dispostos paralelamente à epiderme. Segundo Vieira (2006) as fibras de colágeno podem ser encontradas na derme papilar, reticular, bem como nas traves septais da hipoderme, membranas basais e na derme reticular média, mergulhadas em material amorfo da matriz extracelular localizada na derme, são elas as responsáveis pela elasticidade da pele. A qualidade do tecido depende da qualidade inerente às fibras, de sua orientação, de seu agrupamento em rede e de sua relação com o meio intersticial. Se estas características estiverem em desarmonia, a elasticidade do tecido estará comprometida, assim poderá ocasionar o aparecimento de estrias (VIEIRA, 2006) 2.1.1 Epiderme Para Porto (2001), a epiderme é um epitélio estratificado formado de quatro camadas celulares, as quais para Bechelli (1988) apud Pressi e Lima (2005), de dentro para fora recebem, respectivamente, o nome de germinativa ou basal, malpighiana ou corpo mucoso, glanulosa ou córnea. A epiderme de uma pessoa adulta compõe-se de três tipos básicos de células, os queratinócitos, os melanócitos e as células de Langerhans. As células de Langerhans são células dendríticas, de origem e função discutidas. São hoje consideradas células monocitárias macrofágicas de localização epidérmica, com função imunológica, atuando no processamento primário de antígenos exógenos que atingem a pele. Além de sua localização epidérmica, essas células são encontradas na derme, nos linfáticos da derme, linfonodos e timo (SAMPAIO E RIVITTU, 2001). Segundo Sampaio e Rivitti (2001), a camada granulosa é formada por células granulosas, assim denominadas por caracterizarem-se pela presença de grande quantidade de grânulos, os quais são de tamanho e forma irregulares e compõe-se de queratohialina. Para Junqueira e Carneiro (1999), a camada córnea é composta por queratina, proteína fibrosa resistente, representada por células epidérmicas anucleadas. A capa córnea é variável conforme a região, sendo mais espessa nas regiões palmoplantares, conferindo proteção contra a penetração de agentes químicos e físicos. Nas regiões palmoplantares existe mais uma camada, denominada extrato

4 lúcido, que se situa entre a camada córnea e a granulosa, sendo composta de células anucleadas, planas e transparentes. Segundo os mesmo autores, dispostas sobre a membrana basal, separam a epiderme da derme, as células são de dois tipos: a camada basal representa à maioria, têm reprodução constante, dando origem às outras camadas epidérmicas; localizados entre as células basais, encontram-se os melanócitos ou células claras de Masson, assim denominadas por apresentarem citoplasma claro e núcleo pequeno e picnótico. A camada espinhosa ou malpighiana está situada acima da camada basal. É constituída por um grupo de células escuras, achatadas, quase aderentes, com núcleo de difícil visualização pela presença de grande quantidade de grânulos cromatófilos grãos de queratomalina, que expressam a queratinização da epiderme (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 1999). As funções da epiderme são: proteção contra traumas físicos e químicos, principalmente em função da camada córnea; resistência às forças de tensão a epiderme; prevenção da desidratação e perda de eletrólitos, além da proteção contra o encharcamento do corpo quando em contato com a água, graças à impermeabilidade da queratina. Restrição da passagem de corrente elétrica, devido à alta impedância que a caracteriza; proteção contra a entrada de substâncias tóxicas; proteção dos efeitos nocivos do UV, através da melanina (CUCÉ E NETO, 1990 apud PRESSI E LIMA 2005). 2.1.2 Derme A derme, localizada sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados (SAMPAIO E RIVITTI, 2000). Para Guirro e Guirro (2004), a derme apresenta uma variação considerável de espessura nas diferentes partes do corpo sendo que a sua espessura média é de aproximadamente dois milímetros. Sua superfície externa é extremamente irregular, observando-se as papilas dérmicas. O principal componente da derme é o colágeno, uma proteína fibrosa que atua como a principal proteína estrutural de todo o corpo. Ele é encontrado nos tendões, ligamentos e no revestimento dos ossos, da mesma forma que na derme, e representa 70% do peso seco da pele (ARNOLD JR, ODOM E JAMES, 1994). As funções da derme são: promover a flexibilidade á pele; determinar proteção contra traumas mecânicos; manter a homeostase, armazenar sangue para eventuais necessidades primárias do organismo; determinar cor da pele, por ação da melanina, hemoglobina e dos carotenos; ruborização, quando de respostas emocionais e é a segunda linha de proteção contra invasões por microorganismos, por ação dos leucócitos e macrófagos aí existentes (CUCÉ E NETO, 1990 apud PRESSI E LIMA 2005). 2.1.3 Hipoderme Para Junqueira e Carneiro (1999), a hipoderme, também chamada de tecido celular subcutâneo, situa-se logo abaixo da derme e apresenta lóbulos de células adiposas delimitadas por septos conjuntivo-elásticos. É rica em tecido adiposo e representa importante reserva calórica para o organismo, alem de funcionar, em certas regiões, como um coxim, conferindo proteção contra traumas. Porém, para Farias (2004) e Junqueira e Carneiro (1999), constituída por tecido conectivo frouxo não faz parte da pele em relação aos órgãos subjacentes, embora tenha a mesma origem da derme. Sua espessura varia, pois, ela pode acumular maior ou menos quantidade de gordura, dependendo da região e do estado de nutrição o individuo.

5 Segundo Guirro e Guirro (2004), a tela subcutânea compõe-se em geral de duas camadas das quais a mais superficial é a chamada de areolar, que é composta por adipócitos globulares e volumosos, em disposição vertical, onde os vasos sanguíneos são numerosos e delicados. Abaixo da camada areolar existe uma lâmina fibrosa, de desenvolvimento conforme a região, que é a fáscia superficialis ou subcutânea. Esta fáscia separa a camada areolar da camada mais profunda, a camada lamelar, sendo que nesta ocorre aumento de espessura e ganho de peso, com aumento de volume dos adipócitos, que chegam a invadir a fáscia superficialis. Na camada lamelar ocorre a maior mobilização de gorduras quando o individuo obeso inicia um programa de redução ponderal. 2.1.4 Anexos da pele Segundo Bechelli (1988) apud Pressi e Lima (2005), os pêlos estão contidos nos folículos pilosos, que resultam da invaginação da epiderme. Compõe-se de três camadas concêntricas: medula, córtex e epidermicula. As unhas são lâminas queratinizadas que recobrem a última falange dos dedos. Uma unha tem quatro partes: a posterior ou raiz, que está em uma dobra da pele; a lâmina, que está aderente ao leito ungueal na sua porção inferior e as dobras laterais e a borda livre (SAMPAIO E RIVITTI, 2001). As glândulas sebáceas são glândulas acinosas, ramificadas, produtora de lipídios, originando-a na região posterior do folículo piloso, distribuem-se por todo o corpo com exceção das regiões palmo-plantares. A grande maioria descarrega seu conteúdo na luz dos folículos, por meio de um púnico ducto. As restantes abrem-se diretamente na superfície da pele (CUCÉ E NETO, 1990 apud PRESSI E LIMA, 2005). 2.2 Elasticidades da Pele A elasticidade dos tecidos é de fundamental importância para o homem em vários órgãos inclusive a pele, que responde consecutivamente á solicitações fisiológicas e patológicas no decorrer de sua vida, devido principalmente á presença de fibras elásticas no tecido. (MORAES, et al, 2000) Esta fibra pode ser determinada pela orientação das linhas de fenda, ou linhas de Langer, linhas que determinam a orientação das fibras no tecido. A tensão da elasticidade varia de direção conforme a região do corpo, e isto se deve à variação da direção geral das fibras colágenas e elásticas da derme. (GUIRRO E GUIRRO, 1996). As fibras de colágeno conferem a estrutura ao tecido e as de elastina, a flexibilidade, estas estão intimamente entrelaçadas na derme, sendo um dos principais tecidos de suporte da pele. A elastina, uma proteína fibrilar de alto peso molecular é composta por vários aminoácidos raros, como a desmosina e a isodesmosina, responsáveis por suas características (NASCIMENTO, et al, 2007). Segundo Junqueira (1995), o componente principal das fibras elásticas é a proteína elastina, uma fibra que resiste a fervura e ácidos, cedendo facilmente mesma às mínimas trações, porém retomam sua forma inicial logo que cessem as forças deformantes. São sintetizadas por células diversas, como fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas. As mudanças nas estruturas que suportam a força tênsil geram uma debilitação na espessura do tecido conectivo que aliado a maiores tensões sobre a pele como na obesidade, por exemplo, produzem as estriações cutâneas (MAIO, 2004). As fibras elásticas com lesões recentes, por exemplo, apresentam-se estriadas, e nas lesões envelhecidas, fragmentam-se e se concentram em locais isolados, e assim obtém uma ligeira depressão na textura da pele denominada estria (KEDE e SABATOVICH, 2004).

6 2.3 A pele na Medicina Chinesa Na medicina chinesa as cores da pele dividem-se em 5 cores: azul, vermelho, amarelo, branco e preto, correspondendo respectivamente aos cinco órgãos: o fígado, o coração, o baço, os pulmões e os rins. Mudanças na cor da pele fornecem informação sobre a natureza de uma doença e várias síndromes de diversos órgãos, enquanto que o brilho da pele, que é, o grau de umidade da pele, reflete na prosperidade ou declínio do Qi-vital (energia vital) e da essência dos órgãos. (ZUCCO, 2004). O Qi defensivo consiste em proteger o organismo do ataque de fatores patogênicos exteriores, tais como Vento, Calor, Frio e Umidade. Além disso, aquece, hidrata e nutre parcialmente a pele e os músculos, ajusta a abertura e o fechamento dos poros e, portanto regula a sudorese, além de regular a temperatura corpórea (principalmente através do controle da sudorese) (ZUCCO, 2004). 2.4 Estrias Segundo Carramaschi 1995), as estrias têm sido motivo de estudo há muitos anos, Roederer em 1773 fez o primeiro estudo cientifico em gestantes, Troisier e Menetrier em 1989, descreveram as estrias como uma doença inócua e desfigurante. Em 1984, Unna suspeitou que fatores endógenos influenciariam as fibras elásticas do tecido conjuntivo, e em 1936, Nardelli pela primeira vez as chamou de estrias atróficas. Assim teve inicio a busca da fisiopatologia e tratamento das estrias. As estrias caracterizam-se por afecções dermatológicas, em sua grande maioria desagradáveis do ponto de vista estético. São lesões atróficas lineares paralelas, em geral obedecendo às linhas de clivagem da pele (BORGES, 2006). Apresenta diminuição de volume e número das células, da espessura da pele e separação das fibras colágenas. Encontra-se no local uma menos elasticidade, pregueamento e alargamento da epiderme, secura e ausência de pêlos. Microscopicamente, ocorre um rompimento das fibras da derme e um desarranjo das fibras colágenas (GUIRRO et al., 1991). Surgem com maior freqüência na puberdade e, sobretudo, no sexo feminino. Podem ocorrer em pessoas com obesidade grave, no período gestacional e nos estados infecciosos. Pode estar relacionada ainda a algum comprometimento hormonal caracterizado pelo aumento de glicocorticóides, podendo ser evidenciado, por exemplo, na síndrome de Cushing e nas corticoterapias intensivas (gerais ou locais). Podem ocorrer ainda com o uso tópico ou sistêmico de esteróides, onde haja aumento excessivo de massa muscular, no crescimento intenso e rápido na adolescência etc (BORGES, 2006). Na gravidez pode ocorrer em até 90% das vezes, principalmente no terceiro trimestre, fato predominantemente relacionado à distensão mecânica. É mais prevalente em multíparas do que em primiparas. As localizações preferenciais são: abdômen, mamas e quadris (AZULAY E AZULAY, 1999). A estria é relatada na maior parte da literatura como sendo uma lesão irreversível. Essa irreversibilidade está embasada em exames histológicos, que mostram redução no número e volume dos elementos da pele, rompimento de fibras elásticas, pele delgada, redução da espessura da derme, com fibras colágenas separadas entre si. No centro da lesão há poucas fibras elásticas, enquanto na periferia estas, encontram-se onduladas e agrupadas (LIMA, PRESSI, 2005). Quando surge, a estria apresenta uma inflamação dermal e vasos capilares dilatados marcam sua apresentação inicial, fazendo que se pareçam ligeiramente rosadas. Ficam mais escuras com o tempo, apresentando aspecto avermelhado-roxo. Posteriormente, após anos instaurados, as estrias assumem características branco-nacaradas, parecendo-se hipopigmentadas e fibróticas.

7 Medem normalmente de 5 a 10 cm de comprimento, podendo chegar até 15 cm (BORGES, 2006). Para Guirro e Guirro (2004), o surgimento dos sintomas iniciais são variáveis, sendo que os primeiros sinais clínicos podem ser caracterizados por: prurido, dor (em alguns casos) e erupção papular plana e levemente eritematosa (rosada). As estrias são denominadas nessa fase inicial de rubras (striae rubrae). Na fase seguinte, onde o processo de formação já está praticamente estabelecido, as lesões tornam-se esbranquiçadas, quase nacaradas, sendo denominadas nessa fase de estria Alba (striae albae). A cor, normalmente, é caracterizada de acordo com o período de insaturação: quanto mais avermelhada, mais recentes; e quanto mais esbranquiçadas, mais antigas. A evolução natural do processo dura de 6 a 12 meses, período no qual as estrias naturalmente esmaecem em coloração, o que dá uma impressão de melhora e o que torna a avaliação objetiva dos vários tratamentos mais difícil (MAIO, 2004). Quanto à localização das estrias pode-se observar uma incidência maior nas regiões que apresentam alterações teciduais como glúteos, seios, abdômen, coxas, região lombossacra (comum em homens), podendo ocorrer também em regiões pouco comuns como fossa poplítea, tórax, região ilíaca, antebraço e porção anterior do cotovelo (GUIRRO E GUIRRO, 2004). 2.5 Acupuntura A acupuntura é o recurso da Medicina Tradicional Chinesa mais conhecida no Ocidente. É uma técnica onde é feita a introdução, circulação, mobilização de agulhas, promovendo o equilíbrio do organismo, o fortalecimento dos órgãos e das vísceras do corpo. A acupuntura trabalha nos canais de energia do corpo favorecendo a prevenção e interrupção de um processo de adoecimento (DIAS & SOUZA, 2003). Apesar de parecer novidade, a acupuntura estética nasceu na década de 70 e tem, basicamente, o mesmo princípio que a versão tradicional. Agulhas são colocadas em determinados pontos do corpo para harmonizar a energia. (DIÁRIO DE S. PAULO, 2006). A Medicina Tradicional Chinesa considera o mundo como um todo, e que esse todo é o resultado de duas forças contrárias presente no universo: o YIN e o YANG. O Yin, segundo a medicina oriental, é a matéria, e o Yang é a energia que a coloca em movimento. As duas forças se complementam e se transformam constantemente uma em outra. Para uma saúde perfeita, o segredo é manter essas duas forças em harmonia, equivalentes. As alterações da pele também são classificadas segundo a teoria do Yin e do Yang, sendo que os problemas agudos apresentam características mais Yang, e os crônicos, características mais Yin. (NAKANO & YAMAMURA, 2005; SERPA, 2006). A acupuntura possui inúmeras vantagens se comparada a outras técnicas. Além de ser praticamente indolor, não necessita de tempo para recuperação, o custo é baixo, não possui efeitos colaterais e os resultados são rápidos. Com a acupuntura estética, os efeitos são do interior para o exterior, a pessoa se reequilibra e rejuvenesce. (FERNANDES, s.d.). Através da acupuntura facial, por exemplo, podemos promover duas ações no organismo: a primeira ação é localizada, onde a puntura facial desencadeia reações fisiológicas. O corpo entende a inserção da agulha como uma agressão, assim promove no local um aumento na circulação sanguínea, nutrição e oxigenação celular, aumento da energia vital Qi que tonifica a musculatura revitalizando a pele, suavizando as rugas. Essa agressão estimula a produção de colágeno através da proliferação de células fibroblásticas. O estímulo da agulha inserida na pele faz com que haja uma nova produção de colágeno e elastina no tecido, fechando os sulcos que ali existiam; a segunda ação consiste em estimular o equilíbrio interno dos órgãos, pois temos a representação dos Zang Fu (órgãos e vísceras) na face. Assim, alterações de manchas, cor, traços, marcas de expressão e rugas são indicativos de como o interior do organismo se encontra. Dessa forma, é necessário que o interior esteja equilibrado para que o reflexo no

8 exterior seja belo. Temos que ver o indivíduo como um todo, não existe beleza sem saúde ou saúde sem beleza, as duas caminham juntas sempre (LIMA, 2007). Na estria a hiperemia e o edema que surgem no local estimulado ocorre através das substâncias locais liberadas pela lesão da agulha, responsáveis pela dilatação dos vasos e aumento da sua permeabilidade (GUYTON, 1997). Cada espaço da lesão é preenchido por um exsudato inflamatório composto de leucócitos, eritrócitos, proteínas plasmáticas e fáscias de fibrina. Daí ocorre um processo de epitelização, onde as células epidérmicas adentram no interior das fendas formadas pela agulha e formação de fibrina originada pela hemorragia da microlesão. A reação inflamatória e a epitelização formam os fibroblastos e capilares para a profundidade da lesão (GUIRRO E GUIRRO, 2004). Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o mecanismo de ação ocorre devido a estimulação local que libera QI (energia) e XUE (sangue), elementos essenciais para a recomposição celular local. A estimulação através de agulhas provoca um processo inflamatório agudo seguido de hiperemia, edema, aumentando a permeabilidade dos vasos, a proliferação de capilares, a liberação de substâncias colágenas, resultando por fim em uma regeneração tecidual. 2.6 Técnicas de tratamento com acupuntura Técnica de pica-pau (sangria): indicada para estrias fininhas e irregulares. Esta técnica é realizada da seguinte forma: insere a agulha a 2cm e retirar, realizando um efeito semelhante a um pássaro. Técnica de costura: consiste em realizar um efeito semelhante ao de costurar, preenchendo os espaços livres das estrias largas, ou seja, o acupunturista deverá inserir uma agulha a 45 no inicio e outra no final da estria e realizar a técnica anterior. Técnica de transfixação: consiste em transfixar a agulha de acupuntura nas estrias retas. Em cada técnica o paciente deverá permanecer com as agulhas durante 25 minutos. Outras Técnicas Desde o início da década de 1990, os europeus utilizam microcristais de várias origens para realização da microdermoabrasão, como hidróxido de alumínio, corundun, diamantes, quimicamente inertes. Estas substâncias são jateadas sobre a pele, com pressão assistida e, simultaneamente, são aspiradas. Assim recolhendo as impurezas obtidas da camada córnea, espinhosa, granulosa e malpighiana, dependendo do número de passagens sobre a área e a pressão utilizada (DEFERRARI, 2004). Os tratamentos realizados com microdermoabrasão (peeling de cristal) têm a vantagem de ter uma tecnologia não evasiva e não cirúrgica, devido a sua técnica especial de remover células envelhecidas, estimular a produção de células jovem e novo colágeno (BORGES, 2006). Já o peeling químico consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos à pele, produzindo uma destruição controlada da epiderme e derme posteriormente ocorrendo sua repitelização. Propicia melhor aparecia da pele danificada por fatores extrínsecos, intrínsecos e também por cicatrizes remanescentes (VELASCO, et al, 1004) Esses peeling são classificados de acordo com a profundidade atingida na pele, sendo muito superficial quando somente age na camada córnea, superficial ao atingir a epiderme, médio quando atinge a derme papilar e o profundo alcançando a derme reticular (KEDE e SABATOVICH, 2004). De acordo com NAKANO E YAMAMURA (2005), o uso da eletroacupuntura melhora a profundidade das estrias logo nas primeiras sessões. Outras respostas ocorrem com a utilização desse método como a melhora do aspecto geral na região tratada, a normalização da coloração das estrias e a melhora da microcirculação regional das estrias (BORGES et al., 2007).

9 3. Metodologia Este trabalho propõe uma revisão bibliográfica, retirada de sites com referências no assunto e livros, usando como palavras-chaves: estrias, acupuntura e fisioterapia dermato-funcional, com um estudo qualitativo do tipo descritivo exploratório os quais têm como objetivo proporcionar um artigo mais explícito, com um aprimoramento de ideias. 4.Resultados e Discussão Este estudo foi realizado com o objetivo de demonstrar a eficácia do uso da acupuntura no tratamento das estrias atróficas. Essa pesquisa nasce da necessidade de se observar a efetividade da acupuntura no tratamento das estrias, contribuindo assim com o perfil científico no campo da fisioterapia dermato-funcional, com o propósito de auxiliar o tratamento de mulheres e homens com estrias atróficas. É de comum acordo entre os autores que o uso da acupuntura na estria é um método eficaz e que possui aplicabilidade clínica, uma vez que proporciona a regeneração da pele ocasionada pelos estímulos das agulhas e dos processos envolvidos na inflamação aguda com suas várias técnicas de aplicação. É de extrema importância à avaliação prévia do paciente ao tratamento e aos fatores que interferem diretamente no seu resultado. De acordo com VENTURA (2003), a resposta ao tratamento está diretamente ligada com o aspecto da pele, a idade do paciente, o tamanho e localização das estrias, a capacidade reacional da paciente, o tempo do aparecimento das lesões, a freqüência das sessões e também da escolha correta do tipo de tratamento. Também é necessário observar, que para um bom resultado, não se deve realizar uma nova sessão até que o quadro inflamatório tenha desaparecido por completo, evitando assim que o processo inflamatório gerado venha a se tornar crônico, atrapalhando dessa forma o resultado esperado (ARAÚJO E MORENO, 2003). Apesar da revisão de vários autores, o tratamento das estrias atróficas através da acupuntura ainda se encontra pouco pesquisado, não existindo um estudo mais profundo e detalhado no qual se possa ter certeza de suas respostas e se realmente essa resposta, com o passar doa anos não será modificada. É necessário que haja mais pesquisas, a fim de se protocolar um tratamento seguro para aumentar a efetividade do tratamento, sem que haja dúvidas de seus resultados, e que traga resultados satisfatórios aos pacientes. 5. Conclusão A estética associada à acupuntura nada mais é que a junção e reelaboração do clássico com o novo, da milenar tradição chinesa com recentes paradigmas estéticos forjados pela nossa sociedade moderna. E, por isso mesmo, o tratamento a que nos propomos não é sintomático, uma vez que estamos buscando restabelecer a harmonia interna, que, por sua vez, se manifestará externamente (FERNANDES, 2008). O princípio da acupuntura estética é o mesmo da acupuntura convencional: utilizar as agulhas em pontos específicos para estimular a produção de substâncias. Existem diversas técnicas de tratamento de estrias tais como microdermoabrasão, peeling entre outros e no caso da acupuntura estética, a liberação de certas substâncias na corrente sanguínea aumenta a nutrição dos tendões, ligamentos e músculos, e colabora para a produção de novas fibras, colágeno, melhorando o tônus da pele. Assim estes tratamentos individualizados ou até

10 mesmo a união destes, possibilitam melhora da auto-estima das pacientes, o que demonstra a possível efetividade destes tratamentos. Conclui-se, portanto, que a acupuntura é atualmente uma das melhores alternativas para quem busca algo novo e saudável para melhorar a estética, obtendo resultados que se fazem visíveis, tanto no físico quanto no psicológico. Porém, sugere-se a realização de pesquisas atuais para averiguar melhor seus efeitos, se estes são temporários ou definitivos, e se tem aspecto preventivo ou curativo. Mesmo sem tantos respaldos científicos que comprovem a eficácia da técnica e escassez de referências sobre o assunto, é certo afirmar que o uso da acupuntura independente da sua técnica traz evidentes melhoras ao aspecto da pele tratada. Logo, com esta revisão bibliográfica, podemos concluir que a acupuntura possui importante atuação na restauração da pele estriada. Referências Bibliográficas ARAÚJO, A M F; MORENO, A M. Tratamento fisioterápico dermato-funcional por estimulação das estrias com corrente galvânica filtrada. Revista Fisio & Terapia, v.7, n.40, p.31-33, ago-set, 2007. AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. ARNOLD JUNIOR, H. L.; ODOM, R. B.; JAMES, W. D. Doenças da pele de Andrews: Dermatologia Clínica. 8º Ed. São Paulo: Manole, 1994. BECHELLI, L. M. Compêndio de dermatologia In: PRESSI, L.; LIMA; K. S. O uso da microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas: análise comparativa do trauma mecânico e da microcorrente. Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo, 2005. BORGES, F. S. Dermato-funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2.ed. São Paulo: Phorte, 2010. CARAMASCHI, F. R.; LANDMAN, G.; VANA, L. P. M.; FERREIRA, M. C. Estudo das fibras oxitalânicas em estrias: variações em relação à pele normal. Ver. Hosp. Clin. Fac. Méd. S. Paulo. São Paulo, n.50, p.35 38, 1995. CUCÉ, L. C.; NETO, C. F. Manual de dermatologia. In PRESSI, L.; LIMA; K. S. O uso da microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas: análise comparativa do trauma mecânico e da microcorrente. Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo, 2005. DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana, sistêmica e segmentar. São Paulo: Atheneu, 1998.

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