MATÉRIA SECA E AMIDO EM GENÓTIPOS DE MANDIOCA DE MESA (Manihot esculenta Crantz) CULTIVADOS SOB SISTEMA IRRIGADO E DE SEQUEIRO

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Transcrição:

MATÉRIA SECA E AMIDO EM GENÓTIPOS DE MANDIOCA DE MESA (Manihot esculenta Crantz) CULTIVADOS SOB SISTEMA IRRIGADO E DE SEQUEIRO Rosangela Nascimento da Silva Ribeiro 1, Maurício Antônio Coelho Filho 2, Carlos Alberto da Silva Ledo 2, Luciana Alves de Oliveira 2, Jussimar da Silva Rocha 1 1 Estudantes de Pós-Graduação. E-mail: rosangela.ribeiro@catu.ifbaiano.edu.br jussimar_rocha@hotmail.com; 2 Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, 44380-000, Cruz das Almas, BA. E-mail: mauricio-antonio.coelho@embrapa.br; carlos.ledo@embrapa.br; luciana.oliveira@embrapa.br Introdução Os órgãos mais importantes da mandioca são as raízes tuberosas, que acumulam amido no tecido parenquimatoso como principal componente da massa seca. O teor de matéria seca nas raízes de mandioca pode variar de 30 a 40%, e é tido como alto quando comparado com outras fontes de carboidratos de mesma natureza. A matéria seca e o amido estão ligados à idade da cultura e às condições climáticas (ALVES et al., 2008), sendo diretamente dependentes da disponibilidade hídrica, além de serem características varietais importantes (TORO & CAÑAS, 1982). A irrigação proporciona aumento no rendimento da mandioca e permite ofertar o produto no mercado durante o ano todo pelo escalonamento do plantio. Assim, o fornecimento de água às plantas em períodos críticos, através da irrigação, poderá favorecer o desenvolvimento de raízes comerciais em um período menor de tempo, sem prejuízos aos teores de matéria seca ou amido. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito de diferentes épocas de colheita e da irrigação nos teores de matéria seca e amido em raízes de mandioca de mesa. Material e métodos O experimento foi instalado em setembro de 2011 no campo experimental da Embrapa Mandioca e Fruticultura, localizado no município de Cruz das Almas, Recôncavo Baiano, a 12 40 39 de latitude Sul e 39 06 23 de longitude Oeste, a uma altitude de 226 m. O município apresenta precipitação média anual de 1.200 mm e umidade relativa e temperatura média anuais de 80% e 24 C, respectivamente (BORGES et al., 2002) e um período de déficit hídrico prolongado, compreendido entre os meses de setembro a março,

que chega a representar 27,1% da média total de chuva precipitada (D ANGIOLELLA et al., 1999). O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com três repetições, no esquema fatorial 10 x 3 x 2: 10 cultivares, duas condições de manejo (irrigado e sequeiro) e avaliações em três épocas de colheita (seis, oito e dez meses). Nas parcelas foram dispostas as condições de manejo e os genótipos avaliados foram: Amarelo I, Branca, Dona Rosa, BRS Dourada, Eucalipto, BRS Gema de Ovo, Imbé, Neilton, Saracura e Talo Branco; cada uma constituindo uma subparcela. Os dados foram submetidos à análise de variância, as médias das cultivares foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott, as médias das condições de manejo foram comparadas pelo teste de F e as médias das épocas foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Os teores de matéria seca e amido foram determinados pelo método da balança hidrostática (GROSSMANN & FREITAS, 1950). Utilizou-se o método da irrigação localizada com gotejadores autocompensados da AGROJET modelo GA-4, com vazão nominal de 4 L.h -1 e pressão de trabalho de 8 m.c.a.. Nas linhas laterais os emissores foram espaçados a cada 0,40 m. O manejo da irrigação foi com base na evapotranspiração da cultura e reposição de 100% da lâmina d água, e o monitoramento da umidade do solo foi feito pelo método da Reflectometria no Domínio da Frequência (FDR), com tubos de acesso instalados até 0,50 metros de profundidade, sendo as leituras realizadas através do aparelho Diviner 2000. Os dados climatológicos mensais do período de condução do experimento encontram-se na Figura 1, referente às medias de precipitação pluvial (mm), temperatura ( C) e umidade relativa do ar. mm 150 125 100 75 50 25 0 Precipitação (mm) Umidade relativa Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Temperatura média ( C) Mai Jun Jul Ago 100 80 60 40 20 0 C/% Figura 1. Médias mensais de precipitação, temperatura e umidade relativa do ar no período de outubro de 2011 a setembro de 2012. Cruz das Almas BA, 2012.

Resultados e discussão Houve claro déficit hídrico no solo durante a fase de crescimento vegetativo mais intenso da mandioca (dez./2011 a mai./2012) quando ocorrem as maiores taxas de crescimento das folhas e ramos. A percentagem de água disponível à planta foi reduzida abaixo dos 20% entre os 90 e 210 dias após o plantio no tratamento de sequeiro, coincidindo com o período de maior demanda hídrica da cultura. No mesmo experimento foi observado efeito da irrigação, quando a parcela de sequeiro produziu ao redor de 58% a menos que o irigado. No presente estudo, não foi evidenciado efeito da maior disponibilidade hídrica nos teores de materia seca e amido. Podendo inferir que não houve direcionamento de carboidratos da raiz para a parte aérea das plantas e o crescimento vegetativo ocorreu sem afetar o material de reserva das raízes. Plantas em sequeiro tiveram seu crescimento reduzido, porém mantendo o teor de amido nos mesmos níveis comparado as irrigadas. Houve interação significativa (p < 0,05) entre a época de colheita e os cultivares para os teores de amido e matéria seca. No desdobramento dos cultivares dentro das épocas é possível observar que aos oito meses de idade, as raízes do cultivar Talo Branco apresentaram os menores teores de matéria seca (27,60%) e amido (22,94%) seguido do cultivar Branca com 28,85% e 24,20% de matéria seca e amido, respectivamente (Tabela 1). Para as demais épocas de colheita não houve diferença significativa entre as cultivares e os valores médios de matéria seca variaram entre 29,40% (Dourada) a 31,71% (Neilton) aos 6 meses de idade. Na colheita aos 10 meses esses valores foram de 31,10% de matéria seca e 26,45% de amido para a cultivar Branca e 35,73% e 31,08% para Gema de Ovo (Tabela 1). Estudando o efeito das épocas de colheita dentro das cultivares observa-se que para os aipins Amarelo I, Branca, Eucalipto, Imbé, Neilton e Saracura não há diferença estatística entre os teores de matéria seca e amido em função da idade de colheita. Para os cultivares Dona Rosa e Gema de Ovo os máximos teores de matéria seca e amido das raízes (33,33% e 28,68%; 35,73% e 31,08%, respectivamente) foram obtidos aos 10 meses, indicando ser esta a época mais indicada para colheita destas cultivares sem prejuízos aos teores de matéria seca e amido.

Tabela 1. Valores médios dos teores de matéria seca (MS) e amido () de raízes Cultivar tuberosas estimados a partir do peso específico. Cruz das Almas- BA, 2012. Idade de colheita 6 meses 8 meses 10 meses Médias Amarelo I 31,22Aa 26,57Aa 31,42Aa 26,77Aa 33,30Aa 28,64Aa 31,98 27,33 Branca 30,94Aa 26,29Aa 28,85Ba 24,2Ba 31,10Aa 26,45Aa 30,30 25,65 Dona Rosa 29,98Ab 25,33Ab 31,84Aab 27,19Aab 33,33Aa 28,68Aa 31,72 27,07 Dourada 29,40Ab 24,75Ab 32,66Aa 28,01Aa 32,78Aa 28,13Aa 31,61 26,96 Eucalipto 30,10Aa 25,45Aa 30,98Aa 26,33Aa 33,06Aa 28,41Aa 31,38 26,73 G. de Ovo 29,61Ab 24,96Ab 31,41Ab 26,76Ab 35,73Aa 31,08Aa 32,25 27,60 Imbé 30,30Aa 25,65Aa 31,14Aa 26,49Aa 31,34Aa 26,69Aa 30,93 26,28 Neilton 31,71Aa 27,06Aa 30,79Aa 26,14Aa 32,90Aa 28,25Aa 31,80 27,15 Saracura 29,86Aa 25,21Aa 30,03Aa 25,38Aa 32,02Aa 27,37Aa 30,64 25,99 T. Branco 31,27Aa 26,62Aa 27,60Bb 22,94Bb 31,65Aa 27,00Aa 30,17 25,52 Médias 30,44 25,79 30,67 26,02 32,72 28,07 Conclusões Não há efeito da irrigação nos teores de matéria seca e amido. Os clones Imbé e Neilton podem ser colhidos aos seis meses de idade sem redução dos teores de matéria seca e amido. Referências ALVES, J. M. A. et al. Avaliação de dois clones de mandioca em duas épocas de colheita. Universidade Federal de Roraima, Boa Vista-RR. Revista Agroambiental on line, v.2, n.2, p.15-24, jul/dez 2008. BORGES, M. de F.; FUKUDA, W. M.; ROSSETI, A. G. Avaliação de variedades de mandioca para consumo humano. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília v. 37, n. 11, p. 1559-1565, 2002. D ANGIOLELLA, G. L. B.; CASTRO NETO, M. T. de; COELHO, E. F. Balanço hídrico em solos de Tabuleiros Costeiros do Recôncavo Baiano. Revista Bahia Agrícola, v. 3, set. de 1999. Disponível em: http://www.seagri.ba.gov.br/revista/rev_1199/bal_hidr.htm. Acesso em: 31 de jan. de 2013.

GROSSMAN, J.; FREITAS, A. C. Determinação do teor de matéria seca pelo peso específico em mandioca. Revista Agronômica, Porto Alegre, v. 14, n. 160/162, p. 75-80, 1950. SOUZA, M. J. L. de et al. Características agronômicas da mandioca relacionadas à interação entre irrigação, épocas de colheita e cloreto de mepiquat. Acta Scientiarum Agronomy Maringá, v. 32, n. 1, p. 45-53, 2010. TORO, J.C.; CAÑAS, A. Determinacion Del contenido de materia seca y almidon en yuca por el sistema de gravedad especifica. In: Centro Internacional de Agricultura Tropical. Investigacion, producion y utilizacion. Cali, 1982, p.28-49.