CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REGIMES ADUANEIROS



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Transcrição:

1. CONCEITOS Regime é um conjunto de regras que estabelecem certa conduta obrigatória. É método, sistema ou forma de governo. Logo, chamamos de regime aduaneiro ao tratamento tributário e administrativo aplicáveis às mercadorias submetidas a controle aduaneiro, segundo a natureza e objetivos da operação, e de acordo com as leis e regulamentos aduaneiros. Os regimes aduaneiros estão dividos em regimes comum e especiais. O regime aduaneiro geral ou comum, como o nome já indica, caracteriza-se pela generalidade das importações, com pagamento de direitos aduaneiros, ou ainda, com a concessão de isenção ou redução desses direitos. Consiste na importação de bens à título definitivo, ficando portanto autorizado o seu consumo no País após a sua nacionalização. No caso de exportação considera-se desnacionalizado a mercadoria após o desembaraço aduaneiro. Já os regimes especiais são as exceções ao regime geral, visa atender situações de temporariedade dos bens no território aduaneiro ou a concessão de benefício fiscal. Devido a importância econômica significativa para o País, são denominados também de "Regimes Econômicos", ou "Regimes Suspensivos", porque suspende o pagamento dos direitos aduaneiros durante sua vigência. Com a edição do novo Regulamento Aduaneiro desapareceu a dicotomia que existia nos regimes especiais de típicos e atípicos. Alguns dos regimes anteriormente considerados atípicos passaram para a categoria única de regimes aduaneiros especiais (RAE). Todavia, somente a ZFM e ALC passaram a ser chamados de regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais (RAAAE). As Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) não foram mais contempladas no novo RA. O site da Secretaria da Receita Federal assim dispõe sobre os Regimes Aduaneiros Especiais 1 Os regimes aduaneiros especiais, em suas mais variadas espécies, apresentam como característica comum a exceção à regra geral de aplicação de impostos exigidos na importação de bens estrangeiros ou na exportação de bens nacionais (regimes comuns de importação e de exportação), além da possibilidade de tratamento diferenciado nos controles aduaneiros. A importância econômica dos regimes aduaneiros especiais não se restringe à desoneração de impostos na importação de bens estrangeiros destinados a industrialização no País de produto final a ser exportado, com seus efeitos positivos sobre a balança comercial decorrentes de maior competitividade do produto nacional no mercado internacional. A utilização de regimes aduaneiros especiais, tendo em vista a natureza de cada uma de suas espécies e respectivas aplicações, também tem outros efeitos importantes na atividade econômica, tais como: 1 Nota do Site da Receita em 28/10/2003 1

a) o armazenamento, no País, de mercadorias estrangeiras, por prazo determinado, permitindo ao importador manutenção de estoques estratégicos e o pagamento de tributos por ocasião do despacho para consumo; b) realização de feiras e exposições comerciais; e c) o transporte de mercadorias estrangeiras com suspensão de impostos, entre locais sob controle aduaneiro. Afora isso, ao permitir a realização de eventos de natureza cultural, esportiva e científica, com a utilização de bens estrangeiros, os regimes aduaneiros especiais possibilitam maior integração do País com o exterior. 2. MODALIDADES DE ESPECIAIS De acordo com o novo Regulamento Aduneiro (Dec. nº 4543/02) são os seguintes: - Trânsito Aduaneiro (art. 267 a 305); - Admissão Temporária (art. 306 a 323 ); - Admissão Temporária para Utilização Econômica (art. 324 a 331); - Admissão Temporária para Aperfeiçoamento Ativo (art. 332 a 334) - Exportação Temporária (art. 385 a 401); - Exportação Temporária para Aperfeiçoamento Passivo (art. 402 a 410); - Drawback: Suspensão, isenção e restituição (art. 335 a 355); - Entreposto Aduaneiro de importação e de exportação (art. 356 a 371); - Recof - Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (art. 372 a 380); - Recom - Regime Ad. Especial de Importação de Insumos (art. 381 a 384 ); - Repetro Regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural (411 a 415); - Repex Regime aduneiro especial de importação de petróleo bruto e seus derivados (art. 416 a 423); - Reporto - Regime Tributário para incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária ( novo regime criado pela MP 206-04. art. 12); - Loja Franca ou free shop (art. 424 a 427); - Depósito Especial (art. 428 a 435) (antigo DEA e DAD); - DAF - Depósito Afiançado (art. 436 a 440); - DAC - Depósito Alfandegado Certificado (art. 441 a 446); - Depósito Franco (art. 447 a 451). 2.1. Características dos regimes especiais - Suspensão do crédito tributário. - Permanência no regime por prazo determinado. - Garantia (real ou pessoal) dos tributos em termo de responsabilidade. - Os bens ingressam no país mas não se integram à riqueza nacional. - Os bens podem ser ou não despachados para consumo. Com a edição da Lei nº 10.833, de 29.12.03 veio consolidar uma prática que já era comum no regime de drawback, para outros regimes especiais voltados à industrialização para 2

exportação. No caso, a solidariedade pelas obrigações e benefícios tributários, como define o artigo 59 da citada lei. Art. 59. O beneficiário de regime aduaneiro suspensivo, destinado à industrialização para exportação, responde solidariamente pelas obrigações tributárias decorrentes da admissão de mercadoria no regime por outro beneficiário, mediante sua anuência, com vistas na execução de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado. 1 o Na hipótese do caput, a aquisição de mercadoria nacional por qualquer dos beneficiários do regime, para ser incorporada ao produto a ser exportado, será realizada com suspensão dos tributos incidentes. 2 o Compete à Secretaria da Receita Federal disciplinar a aplicação dos regimes aduaneiros suspensivos de que trata o caput e estabelecer os requisitos, as condições e a forma de registro da anuência prevista para a admissão de mercadoria, nacional ou importada, no regime. 2.2. Prazos de suspensão dos tributos (RA art. 262) Art. 262. O prazo de suspensão do pagamento das obrigações fiscais pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais, na importação, será de até um ano, prorrogável, a juízo da autoridade aduaneira, por período não superior, no total, a cinco anos. 1o A título excepcional, em casos devidamente justificados, o prazo de que trata este artigo poderá ser prorrogado por período superior a cinco anos, observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda. 2o Quando o regime aduaneiro especial for aplicado a mercadoria vinculada a contrato de prestação de serviço por prazo certo, de relevante interesse nacional, o prazo de que trata este artigo será o previsto no contrato, prorrogável na mesma medida deste. Art. 263. Os bens admitidos nos regimes de admissão temporária e de exportação temporária, por força de acordos ou convênios internacionais firmados pelo País, estarão sujeitos aos prazos neles previstos. 2.3. Garantia dos tributos (RA art. 264) Art. 264. Ressalvado o disposto no Capítulo VII 2, as obrigações fiscais suspensas pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais serão constituídas em termo de responsabilidade firmado pelo beneficiário do regime, conforme disposto nos arts. 674 e 676. 2.4 Penalidades A Lei nº 10.833/03 (ex-mp 135) veio instituir novas penalidades pelo descunprimento de requisitos dos regimes especiais no art. 72. Art. 72. Aplica-se a multa de: I 10% (dez por cento) do valor aduaneiro da mercadoria submetida ao regime aduaneiro especial de admissão temporária, ou de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo, pelo descumprimento de condições, requisitos ou prazos estabelecidos para aplicação do regime; e II 5% (cinco por cento) do preço normal da mercadoria submetida ao regime aduaneiro especial de exportação temporária, ou de exportação temporária para aperfeiçoamento passivo, pelo descumprimento de condições, requisitos ou prazos estabelecidos para aplicação do regime. 1o O valor da multa prevista neste artigo será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando do seu cálculo resultar valor inferior. 2o A multa aplicada na forma deste artigo não prejudica a exigência dos impostos incidentes, a aplicação de outras penalidades cabíveis e a representação fiscal para fins penais, quando for o caso. 3. APLICADOS EM ÁREAS ESPECIAIS 2 O Capítulo VII trata do Entreposto Industrial sobre controle informatizado - RECOF 3

Os RAAAE são regimes extraordinários, que fazem parte dos regimes econômicos. Visam conceder tratamentos aduaneiros diferenciados a nível de tributação e de despacho, para determinadas áreas da região, ou para determinadas atividades econômicas. São regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais pelo novo regulamento: - ZFM - Zona Franca de Manaus (art. 452 a 463), incluindo: Amazônia Ocidental (art. 464 a 467); Entreposto Internacional da ZFM (art. 468 a 471); - ALC -Áreas de Livre Comércio (arts. 472 a 481). 3.1.Características dos regimes de áreas especias - atender ao desenvolvimento de polos econômicos regionais; - suspensão do crédito tributário na admissão e isenção na aplicação ou uso para fins determinado. 4. TRANSFERÊNCIA DE REGIMES(RA art.265). Poderá haver transferência de um regime aduaneiro especial para outro, dentro do prazo e no limite do novo regime. Art. 265. Poderá ser autorizada a transferência de mercadoria admitida em um regime aduaneiro especial ou aplicado em área especial para outro, observadas as condições e os requisitos próprios do novo regime e as restrições estabelecidas em ato normativo da Secretaria da Receita Federal. Art. 266. No caso de descumprimento dos regimes aduaneiros especiais de que trata este Título, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos impostos incidentes, com acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, calculados da data do registro da declaração de admissão no regime ou do registro de exportação, sem prejuízo da aplicação de penalidades específicas. Os procedimentos sobre a transferência de mercadorias importadas em regime aduaneiro especial (ou ainda em áreas especiais) para outro estão disciplinados na IN SRF nº 121/2002. Art. 2º A transferência de mercadoria de um regime para outro, ocorrerá: I - em relação à totalidade ou parte da mercadoria; e II - com ou sem mudança de beneficiário. 1º O disposto neste artigo somente se aplica às operações de importação realizadas a título não definitivo e sem cobertura cambial, exceto para as transferências de mercadorias entre os regimes aduaneiros atípicos da Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio, devendo, em ambos os casos, serem observadas as condições e os requisitos próprios do novo regime. 2º Na hipótese de mudança de beneficiário, a transferência fica condicionada à autorização expressa do consignante. 3º A restrição estabelecida no 1º não se aplica à transferência de mercadorias: (NR pela IN 410/2004) I - do regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade suspensão, para o de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (Recof), desde que previamente autorizado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex); e II - do regime aduaneiro especial de Entreposto Industrial para o de: a) Recof; ou b) drawback, na modalidade suspensão, desde que previamente autorizado pela Secex.. Art. 3º A transferência será realizada mediante a extinção, parcial ou total, do regime anterior e a admissão, no novo regime, da quantidade de mercadoria transferida. 4

1º A extinção será feita mediante retificação da Declaração de Importação (DI) relativa à admissão no regime anterior. 2º A retificação referida no parágrafo anterior será realizada de ofício, pela autoridade aduaneira que concedeu o regime anterior, nos termos da Instrução Normativa SRF que dispõe sobre norma geral de despacho aduaneiro, e consistirá na averbação, no campo destinado a Informações Complementares, da quantidade, classificação fiscal, descrição e valor da mercadoria transferida, bem assim a identificação do novo regime e o número da respectiva DI e, ainda, o saldo remanescente de mercadoria que permaneça no regime. Em relação ao regime de drawback, a Portaria Secex nº 14/04 permite transferências entre outros regimes. Art. 64. Poderá ser solicitada a transferência para o Regime de Drawback de mercadoria depositada sob Regime Aduaneiro Especial de Entreposto na Importação, Entreposto Industrial ou sob Depósito Alfandegado Certificado - DAC, observadas as condições e os requisitos próprios de cada Regime. Art. 160. Poderá ser solicitada a transferência de mercadoria importada para outro Ato Concessório de Drawback, modalidade suspensão, mediante pedido da beneficiária, no módulo específico Drawback do SISCOMEX. A Lei nº 10.833/03 também veio resolver a polêmica que existia na prática, quanto à cobrança dos juros e multa de mora, quando havia substituição de beneficiário do regime suspensivo. Art. 63. A Secretaria da Receita Federal fica autorizada a estabelecer: I - hipóteses em que, na substituição de beneficiário de regime aduaneiro suspensivo, o termo inicial para o cálculo de juros e multa de mora relativos aos tributos suspensos passe a ser a data da transferência da mercadoria; e II - os serviços permitidos no regime de entreposto aduaneiro na importação e na exportação. LEGISLAÇÃO ATOS LEGAIS - Dec. 4543/2002 (RA) art. 262 a 266 - Lei nº10.833/2003 (DOU 30.12.2003) -Altera a Legislação Tributária Federal e dá outras providências. (Alterada pela Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004) ATOS NORMATIVOS - IN SRF 121/2002 (DOU 16.01.2002) - Dispõe sobre a transferência de mercadoria importada e admitida em regime aduaneiro especial ou atípico para outro. - IN SRF 410/2004 (DOU 23.3.2004) - Altera a Instrução Normativa SRF nº 121, de 11 de janeiro de 2002, que dispõe sobre a transferência de mercadoria importada e admitida em regime aduaneiro. 5