Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito da 1ª Secção de Comércio da Instância Central de Guimarães J3 Processo nº 2677/15.3T8GMR V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº 206 013 876, Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como os respectivos anexos (lista provisória de créditos e inventário). P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 22 de junho de 2015 Página 1
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Processo nº 2677/15.3T8GMR da Instância Central de Guimarães 1ª Secção de Comércio J3 I Identificação do Devedor Augusto Eduardo Salgado de Oliveira, N.I.F. 128 569 425, separado judicialmente de pessoas e bens de Maria do Carmo Teixeira Fraga, residente na Rua de Moçambique, nº 103 - B, 3. Esq., freguesia de Creixomil, concelho de Guimarães. II Situação profissional e familiar do devedor O devedor reside, em casa propriedade de seus filhos, Eduardo Bruno Fraga Salgado de Oliveira e Carolina Fraga Salgado de Oliveira 1. O devedor encontra-se desempregado, tendo solicitado o subsídio de desemprego em 22 de Março 2015, que ainda não foi deferido. III Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) O devedor foi sócio e gerente da sociedade Têxteis Sobreiros Fábrica de Malhas, Lda., com o NIPC 501 321 764, a qual foi declarada insolvente em 05 de Novembro de 2014 2, no âmbito do processo nº 594/14.3T8VNF 3. Enquanto sócio e gerente desta empresa, o devedor prestou o seu aval em diversas operações bancárias realizadas pela sociedade. O mesmo se verificou por ocupar a posição de sócio e gerente da empresa Leite & Oliveira, Lda., com o NIPC 500 164 592, a qual foi 1 Este imóvel foi para a propriedade dos filhos através de doação efectuada em 16 de Dezembro de 2006 2 Esta empresa já havia sido declarada insolvente em 24 de Agosto de 2011, através do Processo de Insolvência nº 2725/11.6TJVNF, que correu termos no 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão. Em 19 de Abril de 2012, no âmbito deste processo, foi homologado um Plano de Insolvência contudo, este não foi cumprido, motivo pelo qual foi requerida a insolvência, dando origem a este segundo processo. 3 Que corre termos na Instância Central de Via Nova de Famalicão 2ª Secção de Comércio J1. Página 1 de 5
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Processo nº 2677/15.3T8GMR da Instância Central de Guimarães 1ª Secção de Comércio J3 declarada insolvente em 01 de Dezembro de 2014 4, no âmbito do processo nº 5454/14.5T8VNF 5. Com o encerramento desta empresa em 27 de Janeiro do corrente, determinada em Assembleia de Credores, o insolvente ficou desempregado e consequentemente, viu diminuído os rendimentos suficientes para fazer face às responsabilidades por si assumidas. Refere o devedor na petição inicial que a situação de carência económica que passou a viver resultou do facto de ter ficado desempregado com o encerramento da empresa Leite & Oliveira, Lda. e a consequente perda da retribuição mensal que auferia como gerente (Euros 595,00). Pelo facto de não lhe ser possível cumprir as obrigações por si assumidas, foi o insolvente demandado judicialmente, encontrando-se contra si pendentes acções de carácter executivo. Na qualidade de sócio e gerente da sociedade Leite & Oliveira, Lda., o devedor veio a dar o seu aval num contrato de crédito celebrado entre a mesma e o Banco Comercial Português, S.A. 6. Face ao incumprimento do contrato, foi instaurada a acção executiva nº 2530/14.8T8GMR, tendo sido penhorado o imóvel descrito na Conservatória do Registo Predial de Guimarães sob o nº 50, da freguesia de Sande (São Martinho) e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 480º e na matriz predial rústica sob o artigo 341º, da freguesia de Sande São Martinho, concelho de Guimarães (verba nº 1 do inventário). 4 Esta empresa já havia sido declarada insolvente em 09 de Setembro de 2011, através do Processo de Insolvência nº 2726/11.6TJVNF, que correu termos no 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão. Em 01 de Outubro de 2012, no âmbito deste processo, foi homologado um Plano de Insolvência contudo, este não foi cumprido, motivo pelo qual a empresa se apresentou à insolvência, dando origem a este segundo processo. 5 Que corre termos na Instância Central de Via Nova de Famalicão 2ª Secção de Comércio J2. 6 Sendo o insolvente devedor subsidiário, veio o Banco Comercial Português, S.A. reclamar um crédito no valor de Euros 48.435,17. Página 2 de 5
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Processo nº 2677/15.3T8GMR da Instância Central de Guimarães 1ª Secção de Comércio J3 Para além deste crédito, enquanto sócio e gerente da sociedade Têxteis Sobreiros Fábrica de Malhas, Lda., o devedor veio a dar o seu aval 7 num contrato celebrado entre esta empresa e o Banif Banco Internacional do Funchal, S.A.. Dada a responsabilidade solidária do devedor, veio o Banif Banco Internacional do Funchal, S.A. reclamar que lhe seja reconhecido um crédito no valor de Euros 47.229,09. Pelas reclamações apresentadas, enquanto devedor solidário, o devedor apresenta um passivo superior a Euros 95.000,00. As dificuldades em honrar os seus compromissos decorrem assim de duas situações distintas: a) A insolvência das empresas em que ocupava a posição de sócio e gerente e, perante isso, o vencimento imediato de todas as obrigações, nomeadamente daquelas em que prestou aval; b) Ao facto de ter ficado desempregado, resultado do encerramento da empresa Leite & Oliveira, Lda., e com isso não dispor de capacidade financeira para honrar os seus compromissos. Sem capacidade de cumprimento das suas obrigações vencidas, o devedor viu-se na obrigação de se apresentar a tribunal e requerer que fosse declarada a sua insolvência. IV Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Não aplicável. 7 Garantia bancária a favor do IAPMEI Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento, em 18.12.1997, no valor de Euros 47.229,09. Página 3 de 5
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Processo nº 2677/15.3T8GMR da Instância Central de Guimarães 1ª Secção de Comércio J3 V Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) O devedor apresentou o pedido de exoneração do passivo restante, nos termos do artigo 235º e seguintes do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas. Estabelece o nº 4 do artigo 236º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas que na assembleia de apreciação do relatório é dada aos credores e ao administrador da insolvência a possibilidade de se pronunciarem sobre o requerimento do pedido de exoneração do passivo. Por sua vez, o artigo 238º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas enumera as situações em que o pedido de exoneração do passivo é liminarmente indeferido. A aceitação do pedido de exoneração do passivo determina que durante um período de 5 anos o rendimento disponível que a devedora venha a auferir se considere cedido a um fiduciário. Integram o rendimento disponível todos os rendimentos que advenham a qualquer título à devedora com exclusão do que seja razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno da devedora e do seu agregado familiar, não podendo exceder três vezes o salário mínimo nacional (subalínea i da alínea b) do nº 3 do artigo 239º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas). Actualmente o salário mínimo nacional mensal é de Euros 505,00. Conforme atrás foi referido, o devedor encontra-se desempregado, sem auferir, até ao momento, qualquer valor a título de subsídio de desemprego, pelo que o seu rendimento disponível é, nesta altura, nulo. Não existem elementos, nem na minha posse, nem nos autos, que permitam concluir que o pedido de exoneração deve ser indeferido, nomeadamente por eventual violação do dever de apresentação à Página 4 de 5
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Processo nº 2677/15.3T8GMR da Instância Central de Guimarães 1ª Secção de Comércio J3 insolvência, conforme previsto na alínea d) do nº 1 do artigo 238º do CIRE. Nesta conformidade, sou de parecer que nada obsta a que seja deferido o pedido de exoneração do passivo apresentado pela devedora, devendo fixar-se o rendimento disponível nos termos previsto na subalínea i da alínea b) do nº 3 do artigo 239º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas. Os credores deverão ainda deliberar no sentido da liquidação do activo constante do inventário elaborado nos termos do artigo 153º do CIRE. Castelões, 22 de Junho de 2015 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 5 de 5
Processo nº 2677/15.3T8GMR da 1ª Secção de Comércio (J3) da Instância Central de Guimarães (Artigo 154º do C.I.R.E.)
Insolvência de "Augusto Eduardo Salgado de Oliveira" Processo nº 2677/15.3T8GMR da 1ª Secção de Comércio (J3) da Instância Central de Guimarães Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) # Identificação do Credor Montante dos Créditos e sua Natureza Valor do Crédito Garantidos Privilegiados Comuns Subordinados Sob Condição C/ Voto S/ Voto % Fundamento Mandatário Banco Comercial Português, S.A. Banco Comercial Português, S.A. 1 Praça D. João I, nº 28 Praça D. João I, nº 28 48.435,17 48.435,17 26,4058% Aval 4000 295 Porto 4000 295 Porto NIF / NIPC: 501 525 882 NIF: 501 525 882 BANIF Banco Internacional do Funchal, S.A. Carlos Araújo, Dr. Rua João de Tavira, nº 30 Rua Fernão Vaz Dourado, 77/83 2 47.229,09 47.229,09 Aval 9000 075 Funchal 4150 322 Porto NIF / NIPC: 511 202 008 NIF: 122 865 600 Caixa Económica Montepio Geral Rua Áurea, nº 219 a 241 3 1100 062 Lisboa NIF / NIPC: 500 792 615 Fazenda Nacional 75.786,00 75.786,00 41,3169% Relacionado 4 11.300,56 11.300,56 Reversão Fiscal 5 Hilaturas Victoriano Ouigdemont, S.A. Sant Esteve D'En Bas, Apt. 144 0017 800 Olot, España A17025156 Instituto da Segurança Social, I.P. 42.805,00 42.805,00 23,3364% Relacionado 6 Praça da Justiça 4714 505 Braga 1.126.781,40 1.126.781,40 Reversão Fiscal 7 Pincoltêxteis Confecções, Lda. Rua das Almas, nº 199 4760 437 Cavalões, VNF NIF / NIPC: 501 625 160 16.400,00 16.400,00 8,9409% Relacionado Total 183.426,17 1.185.311,05 183.426,17 1.185.311,05 100,0000% O Administrador da Insolvência 22 de junho de 2015 (Nuno Oliveira da Silva) Elaborado por Nuno Oliveira da Silva Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) - Folha 1 de 1
Processo nº 2677/15.3T8GMR da 1ª Secção de Comércio (J3) da Instância Central de Guimarães (Artigo 153ºdo C.I.R.E.)
Processo nº 2677/15.3T8GMR da Comarca do Braga - Instância Central de Guimarães 1ª Secção de Comércio J3 Inventário (artigo 153º do Código da Insolvência e da Recuperação das Empresas) Relação dos bens e direitos passíveis de serem apreendidos a favor da massa insolvente: Verba Tipo Localização Descrição da Verba Valor 1 Imóvel Lugar de Moinhos, freguesia de Sande São Martinho, concelho de Guimarães Prédio Misto constituído por casa de rés-do-chão e andar, com logradouro e campo do moinho; Descrito na Conservatória do Registo Predial de Guimarães sob o nº 50 da freguesia de Sande (São Martinho) e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 480º e na matriz predial rústica sob o artigo 341º, da freguesia de Sande São Martinho, concelho de Guimarães. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 22 de Junho de 2015 Página 1 de 1 do Inventário