GREVE GERAL CONTRA A SENZALA CAPITALISTA Andréa Margon 1
Faz tempo que não se vê um Brasil tão presente. Faz tempo que o chamado Gigante Adormecido dorme, profundamente. Hoje, 28 de abril de 2017, grande parte da Nação mostrou, para o Mundo, seu descontentamento. As ditas Reformas trabalhista e previdenciária, nova versão da Lei Áurea, apontam para um futuro nas senzalas capitalistas. Trabalhadores, adjetivados de Vagabundos por uma minoria, tomaram às ruas. O objetivo comum foi o de, NO GRITO, barrar os desmandos no Congresso Nacional, cordeiro do último Golpe de Estado praticado no Brasil. No Espírito Santo, inúmeras categorias saíram em busca de um abraço da ESPERANÇA, que não pode falhar num momento tão delicado. A Grande Vitória parou durante todo o dia. Rodoviários, professores, comerciários e a categoria que é responsável pelo grande parte do PIB local, os trabalhadores portuários. O Espírito Santo, em sua vocação para o comércio exterior, tem nesse setor um ponto fraco econômico, pois abriga um dos maiores complexos portuários do país. No início da manhã, em todos os portos do estado e no Centro de Vitória (capital do ES), os manifestantes esboçavam sorrisos. A alegria de voltar às ruas e do reencontro com a liberdade de expressão eram 2
evidentes. Entre os Trabalhadores Portuários do Espírito Santo a greve foi GERAL. Teve início às 07h e o término está previsto para às 19h. A Polícia Militar fez intervenção truculenta, na parte da manhã, no Centro da capital. A mesma corporação que, em fevereiro, se aquartelou em movimento reivindicatório por salários dignos e condições de trabalho. Na ocasião, mesmo com um cenário similar ao criado por José Saramago em Ensaio sobre a Cegueira, os PMs conquistaram o apoio da população e, principalmente, dos trabalhadores capixabas que deram apoio estrutural, além de político. 3
Pois é, essa mesma PM avançou contra os participantes do movimento com bombas, spray de pimenta e balas de borracha. Tudo isso após um acordo feito entre as partes de que a caminhada seguiria e desobstruiria o trânsito que estava vazio frente a paralisação dos rodoviários. 4
Mesmo com a agressão os manifestantes seguiram sua caminhada. Seguiram certos do seus propósitos. Certos de que a esperança os abraçava maternalmente. A contrariedade que envolve trabalhadores, frente as propostas de mudanças na regras trabalhista e previdenciária, dá-se pelo fato de 5
que há comprovação de que o que chamam de rombo na Previdência Social e a flexibilização da relação capital-trabalho não procedem. Primeiramente, não há rombo na Previdência Social. Ao contrário! A Previdência é superavitária. O primeiro grande problema é que o próprio Governo Federal descapitaliza a instituição para investir em outros setores. O segundo é a inadimplência de grandes empresas que, vira e mexe, são anistiadas de suas dívidas. Quanto a reforma nas Leis Trabalhistas é clara de que sua criação é fruto do compadrinhamento entre Governo e empresariado. As mudanças, somente, beneficiam o empregador que pretende tornar o trabalhador seu escravo, precarizando suas atividades, pisando no legislado e reduzindo salários. 6
Aí vem o questionamento: o povo é quem vai pagar por tudo isso? No Centro de Vitória (ES) cerca de mais de mil pessoas saíram do Mercado da Vila Rubim e seguiram para o bairro Santa Lúcia, local da sede da Federação das Indústrias (Findes). Nos demais portos Velha (TVV LogIn); Terminal de Produtos Siderúrgicos (TPS) Condomínio de Praia Mole que reúne Guerdau Açominas, Usiminas e Arcelor Mittal e Portocel cerca de 500 trabalhadores portuários participaram do movimento. CONFIRA MAIS FOTOS. Centro de Vitória Vila Rubim 7
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Centro de Vitória Palácio Anchieta 9
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TPS 18
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TVV 23
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