BRASIL: ESTAGNAÇÃO SOVIÉTICA OU PASSAPORTE PARA O MUNDO RICO? Mailson da Nóbrega. São Paulo, 14 de abril de 2011
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1 BRASIL: ESTAGNAÇÃO SOVIÉTICA OU PASSAPORTE PARA O MUNDO RICO? Mailson da Nóbrega São Paulo, 14 de abril de 2011
2 As bases da crise dos anos 1980 nasceram antes Nacional desenvolvimentismo: modelo de industrialização ineficiente. Incentivos ao rent-seeking Educação: vista como subproduto do crescimento Controle de preços: formação de cartéis Comércio exterior: fontes de mais distorções Inovação: ausência de incentivos Regime fiscal e monetário: expansão insustentável Correção monetária: o ovo da serpente da indexação Modelo rende dividendos políticos enquanto funciona
3 Reação à crise do petróleo (anos 1970): nova ineficiências Em vez de um ticket para a Coréia do Sul, compramos um para a Índia (a dos anos 1970) Reação à crise: mais Estado (II PND), mais fechamento da economia. Modelo se aprofunda Sustentação: crédito externo abundante (reciclagem competitiva dos petrodólares) Políticas fiscal e monetária expansionistas Inflação se acelera; indexação se amplia Ritmo de crescimento perde fôlego
4 Crise da dívida externa (anos 1980): pá de cal no modelo Parada súbita do crédito externo: reversão do déficit em conta corrente Novas restrições às importações, mais subsídios às exportações, mais distorções, mais inflação Duas maxidesvalorizações (1979 e 1983): choque inflacionário em ambiente de ampla indexação Nova política salarial: mais indexação, mais inflação Surgem novos diagnósticos para a inflação brasileira Fracassos de planos de estabilização preparam o ataque frontal à inflação (Plano Real)
5 Democracia e Constituição de 1988: um modelo de gastos públicos Democracia: expectativas de solução milagrosa Mote da época: resgatar a dívida social Constituição: força de grupos de interesse Vencedores: Estados, municípios, servidores públicos, aposentados, pensionistas e estatistas Legislação trabalhista anacrônica vira mandamento constitucional Rumo à explosão dos gastos de custeio e à redução dos investimentos públicos
6 A qualidade do gasto piora Fonte: IBGE, IpeaData, STN e Sérgio Gobetti.
7 Fonte: Ministérios do Planejamento, Fazenda e Previdência. Mudanças estruturais no gasto público Estrutura da despesa não financeira da União (em % do total) Benefícios assistenciais e subsídios 3% 26% Inativos e pensionistas 6% 12% Benefícios previdenciários acima de 1 salário mínimo 13% 24% Subtotal 22% 62% Pessoal ativo 17% 15% Saúde 8% 7% Outras despesas correntes 37% 10% Investimentos 16% 6% Total 100% 100%
8 Fonte: STN. Elaboração - Tendências Evolução dos gastos do governo federal Em % do PIB
9 Os efeitos do novo modelo Piora do sistema tributário (que continua) Aumento do déficit previdenciário (bomba-relógio) Menor capacidade de investimento do setor público Deficiências estruturais (Giambiagi) Baixo nível de escolaridade Gargalos de infraestrutura e logística Restrições à competitividade sistêmica Má qualidade do gasto público Escassez de poupança interna (pública, em especial) Baixa capacidade de inovação Modelo rende dividendos políticos enquanto funciona
10 Em meio à crise, sinais de mudança, consolidação e esperança Avanços institucionais nas finanças públicas Abertura da economia Reação aos excessos estatistas: privatização Estabilidade monetária (Plano Real) Lei de Responsabilidade Fiscal Lula interrompe a modernização e aprofunda modelo Democracia se enraíza A ordem virtuosa (Fukuyama) Estado forte Estado de Direito (rule of law) Accountability
11 O futuro: estagnação soviética ou passaporte para o mundo rico? Estagnação soviética Reformas não andam Gastos públicos aumentam. Estatização se amplia Deficiências de infraestrutura se agravam Ganhos de produtividade despencam Oposição ineficaz Rumo à riqueza O oposto. Nova realidade gera reação da sociedade Forma-se ambiente para renovação de lideranças Reverte-se trajetória da estagnação Qual o cenário mais provável?
12 Rua Estados Unidos, 498, , São Paulo, SP Tel , Fax
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