POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃOE DE FISCALIZAÇÃO DA CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL

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Transcrição:

POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃOE DE FISCALIZAÇÃO DA CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL 1. Introdução 1.1. Nos termos e para efeitos do n.º 4 do artigo 115.º-C do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (doravante RGICSF ), aprovado pelo Decreto- Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro, e alterado e republicado pela Lei n.º 16/2015, de 24 de fevereiro, o presente documento define a Política de Remuneração dos Membros do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho de Administração Executivo da Caixa Económica Montepio Geral (doravante Caixa Económica ), doravante a Política de Remuneração. 1.2. A Política de Remuneração é elaborada de acordo com a legislação e regulamentação aplicáveis, designadamente: a) RGICSF; b) O Código das Sociedades Comerciais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, conforme alterado; c) Regulamento Delegado (UE) n.º 604/2014 da Comissão, de 4 de março de 2014, que complementa a Diretiva 2013/36/UE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas técnicas de regulamentação para efeitos dos critérios qualitativos e quantitativos adequados para identificar as categorias de pessoal cujas atividades profissionais têm um impacto significativo no perfil de risco da instituição; d) A Orientação da Autoridade Bancária Europeia (EBA) GL44, de 27 de setembro de 2011, sobre o governo interno das instituições; e) Os Estatutos da Caixa Económica. 1.3. Em matéria de política remuneratória, o RGICSF, na sequência da transposição da Diretiva n.º 2013/36/UE pelo Decreto-Lei n.º 157/2014, de 24 de Outubro, aparece conformado pela preocupação já subjacente ao Decreto-Lei n.º 104/2007, de 3 de abril, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 88/2011, de 20 de julho, e ao Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011 de as instituições de crédito adotarem uma política de remunerações coerente com uma gestão de riscos sã e prudente e desprovida de incentivos à assunção de riscos em níveis superiores ao risco tolerado pela instituição de crédito. 1.4. As políticas e práticas de remuneração assim definidas são aplicáveis a colaboradores cuja atividade profissional tenha um impacto significativo no perfil de risco das instituições. Os membros do órgão de administração e de fiscalização, respetivamente porque adoptam decisões no exercício da função de gestão ou fiscalizam o processo de tomada de decisão, são os responsáveis em última análise pela instituição e pela sua estratégia e atividades, pelo que poderão sempre ter um impacto significativo no perfil de risco da instituição. 1.5. A aprovação da Política de Remuneração encontra-se legalmente confiada à Assembleia Geral da Caixa Económica, sob proposta do Comité de Remunerações, 1

eliminando assim eventuais riscos de conflito de interesse em relação à possibilidade de os Membros do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho de Administração Executivo poderem influenciar, interferir ou participar no processo decisório da Política de Remuneração. 2. Princípios gerais 2.1. A Política de Remuneração encontra-se definida atenta a específica natureza da Caixa Económica, enquanto caixa anexa ao Montepio Geral Associação Mutualista, e a missão e os valores a que se encontra por inerência dessa natureza vinculada, designadamente: a) Criar valor para os depositantes, investidores, clientes e demais contrapartes da Caixa Económica, obtendo níveis de rendibilidade sustentados numa oferta universal de produtos e serviços que satisfaçam integralmente as necessidades bancárias e financeiras dos associados e clientes; b) Desenvolver uma atividade de banca de retalho que se diferencia pelas suas finalidades mutualistas e representa os valores da participação associativa e da solidariedade, vocacionada para a captação de poupanças e para o crédito aos segmentos de particulares, empresários em nome individual, microempresas, pequenas e médias empresas e instituições do terceiro setor, acompanhada de uma oferta universal de produtos e serviços bancários, mutualistas e financeiros. 2.2. A Política de Remuneração é construída como um instrumento de gestão estratégica de negócio, tendo em vista: a) Atrair e reter colaboradores de elevado talento, que permitam a criação de valor no longo prazo e o aumento da produtividade organizacional; b) Recompensar o nível de responsabilidade profissional e assegurar a equidade interna e a competitividade externa; c) Potenciar o compromisso e motivação das pessoas e promover desempenhos de excelência, reconhecendo e premiando o mérito; d) Concretizar de forma sustentada os objetivos estratégicos, valores e interesses de longo prazo da Caixa Económica. 2.3. Partindo dos princípios referidos nos dois parágrafos anteriores, a Política de Remuneração é definida tendo presente as regras aplicáveis neste domínio às instituições de crédito, visando a criação de incentivos que assegurem uma assunção de riscos compatível com a estratégia, a tolerância e a cultura de risco da Caixa Económica, bem como com uma gestão sã e prudente por parte dos Membros do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho de Administração Executivo. 2.4. A Política de Remuneração atribui à Comissão de Remunerações a responsabilidade fundamental por garantir que os respetivos princípios e regras são devidamente executados, designadamente por via da formulação de juízos informados e independentes sobre a política remuneratória dos Membros do Conselho Geral e de Supervisão, do Conselho de Administração Executivo da Caixa Económica e dos Membros da Mesa da Assembleia Geral e as práticas remuneratórias aplicáveis aos mesmos, bem como sobre os incentivos criados para efeitos de gestão de riscos, de capital e de liquidez. 2

2.5. A Política de Remuneração tem como pressuposto central que o processo de preparação e tomada de decisões pelo Conselho Geral e de Supervisão e pelo Conselho de Administração Executivo da Caixa Económica é isento e imparcial, devendo a Comissão de Remunerações avaliar se estatutariamente estão estabelecidos mecanismos efetivos de prevenção de conflitos de interesses por parte dos respetivos Membros. 2.6. A Política de Remuneração é materializada tendo em consideração a atividade, a estrutura e a dimensão da Caixa Económica, bem como as práticas do mercado, assentando a sua definição em critérios objetivos, transparentes, coerentes e compatíveis com a hierarquia de responsabilidades e competências dos remunerados. 3. Modalidades de remuneração 3.1. A Política de Remunerações da Caixa Económica distingue as remunerações dos Membros do Conselho Geral e de Supervisão e dos Membros do Conselho de Administração Executivo, atentas as suas responsabilidades e dedicação ao exercício das funções. 3.2. No caso dos membros do Conselho de Administração Executivo, a respetiva remuneração pode incluir uma componente variável, desde que não limitando a capacidade da instituição de crédito para reforçar a sua base de fundos próprios, a qual constitui um instrumento de gestão privilegiado para recompensar um desempenho (i) consentâneo com a estratégia, a tolerância e a cultura de risco da Caixa Económica e (ii) singular por referência à prossecução da sua missão e valores. 3.3. A remuneração dos membros do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho de Administração Executiva é revista numa base anual nas mesmas condições em que forem revistas as remunerações do quadro de pessoal da Caixa Económica, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral. 4. Remuneração dos membros do Conselho Geral e de Supervisão 4.1. A remuneração dos Membros do Conselho Geral e de Supervisão da Caixa Económica é composta exclusivamente por uma componente fixa mensal, paga em dobro nos meses de janeiro (subsídio de férias) e novembro (subsídio de Natal). 4.2. O montante da componente fixa, definido pela Assembleia Geral sob proposta da Comissão de Remunerações, atende à responsabilidade associada ao desempenho das funções dos membros do Conselho Geral e de Supervisão, tal como descritas no modelo de avaliação interno de adequação dos titulares desses órgãos, bem como à disponibilidade e experiência e qualificações profissionais exigidas para o exercício dessas funções. 4.3. Os membros do Conselho Geral e de Supervisão da Caixa Económica que acumulem cargos em entidades que integrem o perímetro supervisão em base consolidada do grupo da Caixa Económica, ou nas quais esta detenha uma participação qualificada, auferirão um montante não superior a 10% calculado sobre a remuneração fixa mensal. 3

5. Remuneração dos membros do Conselho de Administração Executivo 5.1. Componente fixa 5.1.1. A componente fixa da remuneração dos membros do Conselho de Administração Executivo atende à experiência e qualificação profissionais exigidas e à responsabilidade associada ao desempenho das respetivas funções, tal como descritas no modelo de avaliação interno de adequação dos titulares desses órgãos, sendo constituída por: a) Remuneração fixa mensal, paga em dobro nos meses de janeiro (subsídio de férias) e novembro (subsídio de Natal); b) Ajudas de custo, em caso de deslocação, pagas em idênticas condições às que são devidas aos membros do quadro de pessoal. 5.1.2. A componente fixa pode ser majorada até 10% calculado sobre a remuneração fixa mensal em função da experiência profissional relevante de cada um desses membros após proposta formulada para o efeito pelo Comité de Remunerações. 5.1.3. Os membros do Conselho de Administração Executivo que acumulem cargos em entidades que integrem o perímetro supervisão em base consolidada do grupo da Caixa Económica, ou nas quais esta detenha uma participação qualificada, auferirão um montante não superior a [10]% calculado sobre a remuneração fixa mensal. 5.2. Componente variável 5.2.1. A remuneração dos membros do Conselho de Administração Executivo pode incluir uma componente variável, aprovada pela Assembleia Geral sob proposta da Comissão de Remunerações, a qual não pode exceder 20% da respetiva remuneração fixa anual. 5.2.2. A componente variável da remuneração dos membros do Conselho de Administração Executivo apenas pode ser atribuída em exercícios em que a Caixa Económica não tenha apresentado prejuízos e deve depender de uma avaliação plurianual do desempenho de cada membro. 5.2.3. Quando a Assembleia Geral decida atribuir um montante variável de remuneração aos membros do Conselho de Administração Executivo, 70% dessa remuneração é diferida por um período de três anos contados a partir da decisão de atribuição da mesma. 5.2.4. O montante da remuneração variável que não seja objeto de diferimento é pago em numerário, sendo o valor remanescente pago em unidades de participação do Fundo de Participação da Caixa Económica tendo por referência o seu valor nominal na data da decisão da atribuição da remuneração variável. 5.2.5. O direito ao pagamento da componente variável da remuneração sujeita a diferimento é adquirido numa base proporcional anual ao longo do período de diferimento, ficando esse direito condicionado à existência de uma situação financeira sustentável da Caixa Económica e a uma avaliação positiva do desempenho do seu titular. 5.2.6. A atribuição de componente variável aos membros do Conselho de Administração Executivo da Caixa Económica fica dependente de prévia aceitação escrita pelos 4

mesmos da respetiva sujeição a mecanismos de redução (malus) e de reversão (clawback), conforme previstos e definidos nos n.ºs 9 e 10 do artigo 115.º-E do RGICSF. 5.2.7. Os critérios para aplicação desses mecanismos a que se refere o parágrafo anterior são aprovados pela Assembleia Geral mediante proposta da Comissão de Remunerações, os quais devem, pelo menos, considerar as seguintes situações: a) Operações aprovadas durante um ou mais mandatos com impacto material negativo na situação patrimonial da Caixa Económica, designadamente no nível de fundos próprios, solvência ou liquidez, durante o período mínimo de três anos após o pagamento da componente variável; b) Factos supervenientes ao pagamento da componente variável que determinem a perda de adequação para o exercício de funções de membro do Conselho de Administração Executivo da Caixa Económica e consequente a revogação da autorização para o exercício de funções por parte da autoridade competente ou, no caso de o titular em questão já ter cessado funções, que fossem susceptíveis de fundamentar a perda de adequação; c) Incumprimentos graves do código de conduta e demais normativos internos da Caixa Económica. 5.2.8. A atribuição de componente variável aos membros do Conselho de Administração Executivo da Caixa Económica fica igualmente dependente de prévio compromisso escrito pelos mesmos de que não celebrarão contratos de cobertura de risco ou de transferência de risco relativamente a qualquer componente diferida que possam minimizar os efeitos resultantes do risco inerente ao sistema de remuneração estabelecido. 5.2.9. A componente variável é atribuída com base num Modelo de Medição de Desempenho, aprovado pela Assembleia Geral sob proposta da Comissão de Remunerações, baseado em critérios mensuráveis e pressupostos pré-determinados. 5.2.10. O Modelo de Medição de Desempenho a que se refere o parágrafo precedente deve atender às exigências legais aplicáveis e conter, pelo menos, os seguintes parâmetros: a) Análise e validação dos critérios de desempenho: - Análise da aderência dos critérios de medição de desempenho à atividade desenvolvida pela Caixa Económica; - Análise do alinhamento da estrutura de indicadores com a estratégica da Caixa Económica e com os demais requisitos definidos na lei; - Comparação da estrutura de indicadores com as práticas de referência no sector. b) Análise e validação dos níveis de desempenho: - Análise do equilíbrio entre performance de curto prazo e médio prazo; - Análise da capacidade do modelo medir a sustentabilidade do desempenho num quadro plurianual; - Análise do grau de alinhamento dos níveis de desempenho com o planeamento e controlo do negócio. 5

5.2.11. O Modelo de Medição de Desempenho deve permitir verificar se do exercício das funções do membro do Conselho de Administração Executivo resultou uma riqueza efetivamente criada para a Caixa Económica, se essa criação de riqueza é sustentável no longo prazo (três a cinco anos), se não houve assunção excessiva de riscos e se foi dado cumprimento às regras aplicáveis à atividade desenvolvida. 5.2.12. No caso de serem imputados à Caixa Económica responsabilidades por danos causados por atos de gestão, a remuneração variável pode, mediante deliberação da Assembleia Geral, ser suspensa até ao apuramento de tais pretensões e, no caso de serem consideradas procedentes, a respetiva remuneração deve ser deduzida do valor indemnizatório a liquidar por tais danos. 6. Outros benefícios 6.1. São atribuíveis aos membros do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho de Administração Executivo os seguintes benefícios: a) Pensão de reforma, atribuível de acordo com os Planos de Reforma dos Administradores, aprovados em Assembleia Geral; b) Reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais nos termos previstos na cláusula 38.ª do ACT; c) Um seguro de saúde que proporcione cobertura idêntica na cláusula 144.ª do ACT, se não tiverem acesso direto a esta proteção. 6.2. São igualmente atribuíveis direitos de utilização de cartões de crédito, telemóveis e de veículos automóveis de serviço, em termos e condições aprovados pela Assembleia Geral sob proposta da Comissão de Remunerações, tendo em conta a prática seguida nas demais instituições de crédito de dimensão equivalente. 7. Comité de Remunerações 7.1. Compete à Comissão de Remunerações formular juízos informados e independentes sobre a política e práticas de remuneração e sobre os incentivos criados para efeitos de gestão de riscos, de capital e de liquidez. 7.2. A Comissão de Remunerações é responsável pela preparação das decisões relativas à remuneração, incluindo as decisões com implicações em termos de riscos e gestão dos riscos da instituição de crédito em causa, que devam ser tomadas pelo órgão social competente. 7.3. No âmbito da sua atividade, a Comissão de Remunerações deve observar os interesses de longo prazo dos acionistas, dos investidores e de outros interessados na instituição de crédito, bem como o interesse público. 7.4. A Comissão de Remunerações avalia anualmente a presente Política, tendo por base a experiência concreta decorrente da sua aplicação, as melhores práticas do setor, bem como a legislação, regras e demais orientações relevantes no domínio das competências atribuídas àquela comissão. 6

7.5. Sempre que considere necessária a sua revisão, a Comissão de Remunerações elabora uma proposta fundamentada de alteração da presente Política de Remuneração, que submete à consideração da Assembleia Geral. 8. Outras disposições 8.1. No caso de destituição sem justa causa, têm os membros do Conselho de Administração Executivo direito a receber um valor indemnizatório pelos danos sofridos cujo valor máximo corresponde ao das remunerações mensais fixas que presumivelmente aufeririam até ao termo do mandato. 7