SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL ABRIL DE 2011
Atividade industrial abaixo do usual em abril Abril de 2011 www.fiergs.org.br Após dois meses de crescimento, a atividade industrial gaúcha voltou a cair em abril 1. A percepção da maioria dos empresários sugere que a situação atual do setor não apenas deixou de crescer, como a retomada deverá ser gradual nos próximos seis meses. Os indicadores de condições atuais, que refletem a percepção dos empresários em relação aos últimos seis meses, apontaram quedas no mês, especialmente, no que diz respeito à produção e a utilização da capacidade instalada, que voltou a operar abaixo do padrão usual. Os estoques de produtos finais continuam acima do planejado. Essa acumulação indesejada é reflexo da estagnação da atividade, que contrariou as expectativas anteriores de crescimento gradual. O alto nível dos estoques apresenta-se como um entrave adicional, adiando a retomada do setor. Nesse cenário pouco favorável, não surpreende a queda no otimismo dos empresários industriais. O modesto dinamismo da atividade industrial gaúcha há mais de ano vem impactando as expectativas. O agravamento na conjuntura econômica demanda externa fraca, câmbio valorizado e política monetária restritiva - sinaliza uma desaceleração econômica, captada pelas expectativas menos otimistas externalizadas pelos empresários. Embora as expectativas com relação à demanda continuam positivas, o indicador diminuiu com relação a março, o mesmo ocorrendo com o indicador de emprego. No que se refere às exportações, as perspectivas são de queda. Assim, espera-se que o setor manterá o atual ritmo bastante gradual nos próximos meses. Nível de atividade e estoques no mês A desaceleração da atividade industrial em abril, ainda que sazonalmente esperada, foi mais intensa que a normal para o mês, sinalizando que o setor continua, de uma forma geral, pouco aquecido. O indicador de produção ( pontos) denotou queda e o nível de utilização da 1 A partir de janeiro, as perguntas sobre o nível de utilização da capacidade instalada, evolução de estoques, evolução de número de empregados e expectativa de número de empregados, antes formuladas trimestralmente, passam a ser realizadas mensalmente. Sondagem industrial Abril de 2011 Unidade de Estudos Econômicos 1
capacidade instalada (76,5%) foi considerada pelos empresários abaixo do usual ( pontos) para o mês de abril. Como resultado, as empresas viram seus estoques de produtos finais se acumularem bem acima do desejado. De fato, a frustração das expectativas de demanda fez com que a acumulação de estoques fosse registrada por uma parcela significativa de empresas. Ao registrar 55,7 pontos, o indicador marcou o terceiro maior valor da série. O nível de emprego registrou estabilidade (50 pontos), demonstrando desaquecimento em relação aos meses anteriores. Volume de produção no mês Número de empregados no mês 58 68 53 53 53 50 55 53 56 60 45 43 59 52 41 35 46 62 55 52 53 50 jan-10 fev-10 mar-10 abr-10 mai-10 jun-10 jul-10 ago-10 set-10 out-10 nov-10 dez-10 jan-11 fev-11 mar-11 abr-11 Nível de UCI no mês Nível de UCI em relação ao usual no mês FÁCIL Percentual Médio 78 78 76 73 64 71 73 76 75 77 77 80 71 75 78 77 55 46 35 33 39 44 50 DIFÍCIL 2011/1 Nível de estoques no mês Nível de estoques no mês (planejado) ACIMA DO PLANEJADO 52 53 53 53 52 50 50 46 50 43 50 53 50 52 52 52 53 52 56 ABAIXO DO PLANEJADO jan-10 fev-10 mar-10 abr-10 mai-10 jun-10 jul-10 ago-10 set-10 out-10 nov-10 dez-10 jan-11 fev-11 mar-11 abr-11 Expectativas Sondagem industrial Abril de 2011 Unidade de Estudos Econômicos 2
Industriais continuam otimistas Ainda positivas, as expectativas com relação aos próximos seis meses também sofreram processo de revisão. Os industriais encontram-se menos e pouco otimistas, sobretudo entre as pequenas e médias empresas. De uma forma geral, os indicadores caíram em relação a março, sugerindo uma retomada gradual e menos intensa do que a esperada em meses anteriores. A indústria gaúcha ressente-se da valorização cambial e da fraca demanda externa. Mesmo assim, o setor espera aumentar o atual ritmo de crescimento nos próximos meses, ainda que esse processo seja bastante gradual. Quanto à evolução da demanda, o indicador (58 pontos) demonstra ainda uma perspectiva de crescimento, voltado especialmente, para o mercado doméstico, visto que as exportações ( pontos), na expectativa dos empresários, deverão apresentar redução. Nesse contexto, espera-se um incremento moderado do nível de emprego e das compras de matérias-primas. Expectativas de demanda Expectativas de n de empregados 6162 59 48 37 DE 6467 60 656563626161 6562 58 59 59 6158 DE DE 59 52 53 53 58 56 55 52 45 53 39 DE Expectativas de compras de matérias-primas EXPECTATVA DE 61 61 6565 63 6060 63 5956 60 555653 59 5855 37 DE Expectativas de exportações DE 50 5355 505250 525352 52 48 44 50 4342 4341 DE fev/10 jun/10 ago/10 dez/10 fev/10 jun/10 ago/10 dez/10 Perfil da amostra: 142 empresas sendo 60 pequenas, 56 médias e 26 grandes. Período de coleta: De 03 a 13 de maio de 2011. NOTA A Sondagem industrial é elaborada pela unidade de Política Econômica da CNI em conjunto com as Federações de Indústria de 23 estados do Brasil (no caso do RS Unidade de Estudos Econômicos - FIERGS), embora sejam consultadas empresas de todo o território nacional. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas Sondagem industrial Abril de 2011 Unidade de Estudos Econômicos 3
excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, aos estoques e à situação financeira têm como referência o trimestre anterior. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas freqüências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos de empresas Pequenas (entre 20 a 99 empregados), Médias (entre 100 e 9 empregados) e Grandes (500 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável Pessoal Ocupado em 31/12/2004, segundo a CEE/MTE. Sondagem industrial Abril de 2011 Unidade de Estudos Econômicos 4