Graduação, Residência Médica e Mercado de Ensino após a Lei Mais Médicos

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META DA TAXA SELIC 14,5% 14,25% 13,75% 13,75% 13,5% 13,00% 13,25% 12,75% 12,25% 11,75% 12,75% 12,25% 12,75% 12,50% 12,5% 12,00%

META DA TAXA SELIC 14,5% 13,75% 14,25% 13,75% 13,5% 13,25% 12,75% 13,00% 12,75% 12,50% 12,00% 12,25% 11,75% 12,5% 11,25% 11,00% 10,50% 11,25% 11,5%

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META DA TAXA SELIC 14,5% 14,25% 13,75% 13,75% 13,5% 13,00% 13,25% 12,75% 12,25% 11,75% 12,75% 12,25% 12,75% 12,50% 12,5% 12,00%

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META DA TAXA SELIC 14,5% 13,75% 14,25% 13,75% 13,5% 13,25% 12,75% 13,00% 12,75% 12,50% 12,00% 12,25% 11,75% 12,5% 11,25% 11,00% 10,50% 11,25% 11,25%

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Transcrição:

Graduação, Residência Médica e Mercado de Ensino após a Lei Mais Médicos Mario Scheffer DMP-FMUSP OPAS 22/10/2018

Por que estudar médicos? Força de trabalho essencial: recursos-chave, numerosos, consomem volume expressivo do financiamento, mercado de trabalho dinâmico, diversidade e mobilidade, bellweather do sistema de saúde (Dussault, 2003) Brasil: medidas nacionais sobre formação, oferta, provimento, distribuição Planejamento: aproximar a formação e a oferta de médicos das necessidades do sistema de saúde e da população. Monitoramento e avaliação Bases de dados e evidências sobre médicos para orientar decisões das políticas e programas

Formação e educação médica oferta (graduação e especialização), perfil, mercado de ensino, avaliação da formação Um sistema de informações em RH para apoiar políticas Mercado de trabalho e pratica profissional dinâmicas, fluxos, remuneração, atratividade, áreas de atuação, especialidades pratica publica e privada, demais profissões saúde Sistema de Saúde regulação, provimento, competências, gestão, financiamento, qualidade e efetividade Ref: WHO. Health workforce 2030: a global strategy on human. Contas nacionais relativas aos Recursos Humanos para a Saúde 2016

Demografia Médica idade, gênero, formação, especialização, distribuição, mobilidade, fixação, trajetória profissional inserção no sistema de saúde, mercado de trabalho, remuneração, vínculos, jornadas, práticas 2011 2013 2015 2018 DMP/FMUSP. Apoio : CFM/Cremesp

Crise e Saúde 2018/2020 Como a crise econômica e as decisões políticas associadas a ela afetam o sistema de saúde (SP e MA), o trabalho médico e os serviços? Figure : Conceptual framework, theory of change and research objectives Economic crises supply- and demand-side effects on health systems Crisis-related health conditions Unemployment Falling disposable income Austerity measures Public health sector Health Workforce Expected changes and reactions in the health workforce Increased workload Price and salary changes Intentions to leave the public sector Intentions to leave rural areas Demand and supply-side interventions to alleviate impact of the crisis Incentives to health workforce Subsidies to vulnerable users Workforce regulatory interventions Workforce training policies EDITAL Financiamento: MRC/Fapesp/Fapema Instituições: FMUSP/UFMA/QMUL Regulatory changes Consolidation of private sector Objective 1: Mapping existing evidence Private health sector Objective 2: Interviews Multiple Job- Holding Adaptation and resilience Objective 3: Surveys Market regulatory interventions Other???? Objective 4: Policy dialogues REF: Scheffer M; Russo, G ; Seabra, MT, 2018

Setor Privado da Saúde Projeto CNPQ Nº405077/2013-0 2015-2018 1) Planos de Saúde; (2) Hospitais Privados; (3) Organizações Sociais; (4) Medicina Diagnóstica; (5) Indústria Farmacêutica; (6) Farmácias e Drogarias; (7) Escolas Médicas DIMENSÕES ESTUDADAS : contábil-financeira (tendências de financeirização e acumulação de capital) patrimonial (estrutura proprietária, investimentos, fusões e aquisições) política (atuação junto a governos, lobbies, estratégias para interferir nas políticas e se beneficiar em legislações, acesso a fundos públicos)

Lei 12.871/13 Lei Mais Médicos: componente da Formação Maior oferta de Graduação e Residência Médica Características, Consequências (formação, demografia médica, mercado de trabalho e sistema de saúde)

Abertura de cursos e vagas após 2014 20/03/2018

DADOS PRELIMINARES Em 2018 ( out.) Em 2013 209 cursos 24.750 vagas Após Mais Médicos 117 cursos 9.137 vagas 326 cursos 33.887 vagas Fonte: E-MEC. Demografia Médica (FMUSP)

Cursos e vagas de Medicina após a Lei Mais Médicos ( 2014-2018) Interiorização + de 80% vagas não capital Privatização + de 70% vagas privadas Fonte: Scheffer, M. Demografia Médica (FMUSP). E-MEC

DADOS PRELIMINARES CURSOS Interior Capital Total N % N % N % Antes de 2014 123 58,9% 86 41,1% 209 100,0% Após 2014 103 88,% 14 12,0% 117 100,0% Total 226 69,3% 100 30,7% 326 100,0% VAGAS Interior Capital Total N % N % N % Antes de 2014 12.333 49,8% 12.417 50,2% 24.750 100,0% Após 2014 7.453 81,6% 1.684 18,4% 9.137 100,0% Total 19.786 58,4% 14.101 41,6% 33.887 100,0% Fonte: Demografia Médica (FMUSP) e E-MEC

Escolas médicas no Interior fixam médicos nessas localidades? 275.800 médicos (1980-2014) 57% migraram (Estado) migraram: 93,4% dos formados em escolas em cidades com menos de 100.000 hab. Quem são e de onde vem os alunos? Para onde vão os formados? Origem, migração territorial e movimentação profissional

DADOS PRELIMINARES CURSOS Privados Públicos Total N % N % N % Antes de 2014 121 57,9% 88 42,1% 209 100,0% Após 2014 79 67,5% 38 32,5% 117 100,0% Total 200 61,3% 126 38,7% 326 100,0% VAGAS Privadas Públicas Total N % N % N % Antes de 2014 16.665 67,3% 8.085 32,7% 24.750 100,0% Após 2014 6.663 72,9% 2.474 27,1% 9.137 100,0% Total 23.328 68,8% 10.559 31,2% 33.887 100,0% Fonte: Demografia Médica (FMUSP) e E-MEC

Aumento privadas (até 2014) maioria das matrículas, altos valores de mensalidades, pior desempenho que as públicas Novas questões Ampliação de vagas privadas após 2014 Financeirização, grupos educacionais elitização x democratização da entrada (impacto de Fies e Prouni?) competição (cenário de retração de recursos públicos) qualidade do ensino (diretrizes, estruturas, campos de pratica) Sem modelo de avaliação (!)

DADOS PRELIMINARES 10 Grupos Privados beneficiados após 2014 27 cursos/ 2.348 vagas 536 V 5 C 487 V 5 C Média mensalidade R$ 7.602,06 : 20 de R$ 4 a 7 mil; 21 de R$ 7 a 11 mil; e 2 de R$ 11 a 13 mil); 43 cursos inicio após 2014 ( consulta em 2017) 365 V 5 C 179 V 3 C 175 V 2 C 170 V 2 C 153 V 1 C 100 V 1 C 100 V 2C 83 V 1 C KROTON UNINOVE ESTACIO NRE - Educacional LAUREATE SUPREMA SÃO LEOPOLDO MANDIC CRUZEIRO DO SUL ATENAS FAMINAS Fonte: Costa-Couto, MH; Dal Poz, M; Scheffer, M

Ranking das 8 maiores empresas de ensino superior do país, em 2017 Setor privado de ensino médico (2018) 200 cursos, 23.000 vagas Potencial e tendência de fusões/aquisições/concentração Fonte: Hoper Educação e Folha de S. Paulo

Oferta e distribuição de Residência Médica (médicos especialistas) após a Lei Mais Médicos 20/03/2018

Pro Residência: 2010 Meta MM : 12,4 mil novas vagas de RM até 2017 Residência Médica 40.479 médicos cursando RM em 2018 em 2017 eram 35.187 + 5292 ou 15% 25 20 15 Médicos Residentes por 100.000 habitantes (2017) 6.574 programas 10 23,70 19,00 16,00 16,90 799 5 8,70 8,10 instituições 0 Sudeste Sul Centro-Oeste Nordeste Norte Brasil Fonte: CNRM e Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

Residência Médica Expansão da oferta 3000 2500 2000 1500 1000 500 2637 1.810 De 2016 para 2017 1730 1.198 1237 922 1677 1.210 R1 R2 1000 998 1043 834 668 508 626 VAGAS R1 2017 2016 16499 11820 2018 19314 497 468 502 404 405 359 435 0 Clinica Médica Pediatria Ginecologia e Obstetrícia Cirurgia Geral Anestesiologia Ortopedia e Traumatologia Medicina de Família e Comunidade Psiquiatria Radiologia e Diagnóstico por Imagem Oftalmologia Cardiologia Fonte: CNRM e Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

Vagas de RM autorizadas e não ocupadas (2017) Estados com mais de 40% de vagas não ocupadas em 2017 Autorizadas 58.077 Ocupadas 35.178 Não ocupadas 22.899 39,4% Em 2018 59.217 autorizadas 40.479 ocupadas 18.738 ociosas (31,64%) 44,80% 46,30% 44,80% 47,50% 44,00% 47,90% 57,90% 48,50% 53,70% 49,10% 49,50% Maranhão Ceará Amapá Alagoas Sergipe Tocantins Rio Grande do Sul Piauí Bahia Amazonas Mato Grosso do Sul 7.158 São Paulo 2.492 Rio de Janeiro Estados com maior numero de vagas ociosas 2017 2.491 Minas Gerais Fonte: CNRM e Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

5000 4500 4466 Residência Médica Distribuição de vagas ocupadas ( 2017) 4000 3500 3000 2500 3448 3018 2895 2579 2292 2000 1500 1000 500 1554 1448 1290 1173 1073 0 Clinica Médica Pediatria Ginecologia e Obstetrícia Cirurgia Geral Anestesiologia Ortopedia e Traumatologia Medicina de Família e Comunidade Psiquiatria Radiologia e Diagnóstico por Imagem Oftalmologia Cardiologia Fonte: CNRM e Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

89,20% 85,70% 83,30% 80,20% Vagas de RM autorizadas e não ocupadas (2017) Especialidades com mais de 60% de vagas de RM não ocupadas 78,60% 73,90% 68,10% 64,30% 63% 60,10% Fonte: CNRM e Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

Vagas de RM autorizadas e não ocupadas (2017) Especialidades com maior numero de vagas ociosas 4389 1803 1762 1530 1127 1162 1060 Medicina de Família e Comunidade Clínica Medica Pediatria Ginecologia e Obstetrícia Medicina Intensiva Cirurgia Geral Cardiologia Fonte: CNRM e Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

Residência Médica As vagas de RM são suficientes e qualificadas? Vagas de R1 autorizadas (potencial) 22.432 (2017) Vagas de R1 ocupadas (real) 16.499 Novos médicos/ registros CRMs (2016) 18.753... 33.000 (após 2025) Total de médicos sem titulo/rm 170.000 Por que há tantas vagas de RM não ocupadas? Limitação de financiamento/bolsas Falta de estrutura/preceptores Desistências e afastamentos Baixa procura (+ vagas/- candidatos) Programas novos Mudança de gestores de serviços Questões administrativas e legais Falhas no registro de dados Entre outros motivos Como planejar a oferta? qual a necessidade de médicos especialistas em quais especialidades estratégicas para o sistema de saúde e a população? Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

Para onde irão tantos novos médicos? 20/03/2018

Médicos no Brasil em 2018 (out.) Dados de outubro de 2018 457.829 médicos = 2,2 médicos por 1.000 habitantes DOBROU o número (desde 1990) + de 100 mil (2010-2017) 500 mil (em 2020)

Médico/1.00 0 habitantes (OCDE) Noruega Áustria Lituânia Alemanha Suécia Suiça Espanha Itália Dinamarca Espanha Islândia Austrália Eslováquia Holanda Média dos Países Letônia França Finlândia Israel Luxemburgo Hungria Nova Zelândia Bélgica Eslovênia Reino Unido Estados Unidos Canadá Polônia Japão México Coreia do Sul Brasil Turquia 4,6 4,5 4,4 4,3 4,2 4,1 3,9 3,8 3,8 3,7 3,5 3,4 3,4 3,4 3,3 3,2 3,1 3,1 3,1 3 3 2,9 2,8 2,7 2,7 2,5 2,4 2,3 2,2 2,2 1,8 5,1 5,1 0 1 2 3 4 5 6 Brasil pode se aproximar de Canadá, Estados Unidos, Reino Unido? Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

34.000 novos médicos por ano ( total de vagas atuais) 35000 Novos registros Novas vagas 30000 25000 20000 15000 10000 5000 8514 8536 9253 9299 26734 29049 22511 29574 27156 18611 18081 19771 25038 16508 21219 12738 18801 18753 10575 11298 16425 12205 12705 10525 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018. *Projeção: altera com novas aberturas de cursos e vagas ou congela com moratória

Desigualdades em várias dimensões 20/03/2018

Hiperconcentração X desertos médicos

Desequilíbrio: muito mais médicos no privado (Inquério com médicos) Setor Público Exclusivo Ambos Setor Privado Exclusivo 21,6% 51,5% 26,9% Hospital público ( 51,5%; AB ( 23,5%); AS (4,8%) 73,1% No Setor Público 70% da população 78,4% No Setor Privado 30% da população Consultorio particular ( 40,1%); Hospital privado ( 38.1%); Clinica /ambulatorio ( 31,1%) Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil

Público (jovens, mulheres, sem especialidade, maior carga horaria) Dupla pratica (mais de 50%). Afeta a disponibilidade no setor público Privado (homens, mais idade, especialistas, menor carga)

Mais mulheres Total de médicos (2017) Ano Novos registros de mulheres Novos registros de homens Total 2010 6.445 50,7% 6.260 49,3% 12.705 2011 8.845 53,6% 7.663 46,4% 16.508 2012 8.711 53% 7.714 47% 16.425 54,4% de homens 45,6% de mulheres 2013 10.083 54,2% 8.528 45,8% 18.611 2014 10.180 54,1% 8.621 45,9% 18.801 2015 9.756 54% 8.325 46% 18.081 2016 10.297 54,9% 8.456 45,1% 18.753 Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

Homens são maioria em 36 das 54 especialidades médicas Mulheres diferem na escolha de especialidades, na migração interna, na jornada de trabalho, e no modo de exercício profissional

.Ṇo Brasil há disparidade de renda (mulheres ganham menos) por carga horária, ajustada por : tempo de formado, especialidade, entre outras variáveis

Distribuição nas especialidades BRASIL 62,5% especialistas 37,5% sem título Clínica Médica Pediatria Cirurgia Geral Ginecologia e Obstetrícia Anestesiologia 42.728 39.234 34.065 30.415 23.021 Dados de 2017 Medicina de Família e Comunidade 5.486 Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018. 5 especialidades Têm quase 50% dos especialistas Psiquiatria 10.396 Dermatologia 8.317 Cirurgia plástica 6.304

Perfil dos recém-formados em Medicina 48% Qual a primeira opção de Residência Médica? 4.600 participantes 14,00% 12,30% 12,00% 11,50% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% 8,80% 8,60% 7,10% 5,20% 5,20% 5,20% 5% 4,80% 3,40% 3,10% 2% 1,60% 1,50% Fonte: Scheffer M. et al., Demografia Médica no Brasil 2018.

+ Radiologia, Neurocirurgia, Cardiologia

Considerações finais Esforços permanentes de pesquisa Estudos sobre médicos: dinâmicos e tensionados pela regulamentação estatal pelo mercado e pelos interesses econômicos pelo financiamento e funcionamento do sistema de saúde pelas necessidades de saúde pela ação das entidades corporativas pelas escolhas profissionais Quantitativas e qualitativas; multidimensionais e multicêntricas Fatores endógenos (especialização, gênero, idade, condições de trabalho, remuneração, mobilidade, produção) Fatores exógenos ( necessidades da população, organização, funcionamento e relação entre público e privado no sistema de saúde) Aprimorar e coordenar bases de dados. Produzir dados primários Planejamento e avaliação da formação, oferta e práticas Estudos e projetos DMP-FMUSP Demografia Médica no Brasil 2020 Inquérito nacional sobre mercado de trabalho (2018 x 2014) Coorte com recém-formados de 2014/2015 ( 4600 base) Mercado de ensino médico ( + UERJ, UFRJ) Impacto da crise econômica no sistema de saúde e na profissão médica 2018/2020(USP/UFMA/QMUL) Fapesp + MRC Especialidades. Planejamento de oferta e necessidades de especialistas. Residência Médica no Brasil

OBRIGADO! CONTATO: MSCHEFFER@USP.BR 20/03/2018