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Transcrição:

PARLAMENTO EUROPEU 2009-2014 Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros 18.12.2012 2012/2255(INI) PROJETO DE RELATÓRIO sobre os direitos das mulheres nos países dos Balcãs candidatos à adesão (2012/2255(INI)) Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros Relatora: Marije Cornelissen PR\922432.doc PE502.079v01-00 Unida na diversidade

PR_INI ÍNDICE Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU...3 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS...9 PE502.079v01-00 2/10 PR\922432.doc

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre os direitos das mulheres nos países dos Balcãs candidatos à adesão (2012/2255(INI)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta o artigo 3.º do Tratado da União Europeia e os artigos 8.º e 19.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, Tendo em conta a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, Tendo em conta a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDCM), adotada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 18 de dezembro de 1979, Tendo em conta o Pacto Europeu para a Igualdade entre Homens e Mulheres (2011-2020) aprovado pelo Conselho em março de 2011 1, Tendo em conta a Declaração e a Plataforma de Ação de Pequim, aprovadas pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres, em 15 de setembro de 1995, e as suas Resoluções de 18 de maio de 2000, sobre o seguimento dado à Plataforma de ação de Pequim 2, de 10 de março de 2005, sobre o seguimento dado ao programa de ação da Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres Plataforma de Ação (Pequim+10) 3 e de 25 de fevereiro de 2010 sobre Pequim + 15 Plataforma de Ação das Nações Unidas para a Igualdade de Género 4, Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 21 de setembro de 2010, intitulada «Estratégia para a Igualdade entre Homens e Mulheres 2010-2015» (COM(2010)0491), Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 9 de novembro de 2010, intitulada «Parecer da Comissão sobre o pedido de adesão da Albânia à União Europeia» (COM(2010)0680), que afirma que a igualdade de género não está plenamente garantida na prática, nomeadamente no domínio do emprego e do acesso à assistência económica, Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 9 de novembro de 2010, intitulada «Parecer da Comissão sobre o pedido de adesão do Montenegro à União Europeia» (COM(2010)0670), que afirma que a igualdade de género não é integralmente assegurada na prática, Tendo em conta os relatórios intercalares da Comissão de 2012, relativos aos países candidatos e potenciais candidatos, que acompanham a Comunicação da Comissão, de 10 de outubro de 2012, intitulada «Estratégia de alargamento e principais desafios para 2012-2013» (COM(2012)0600), 1 Anexo às Conclusões do Conselho de 7 de março de 2011. 2 JO C 59 de 23.2.2001, p. 258. 3 JO C 320 E de 15.12.2005, p. 247. 4 JO C 348 E de 21.12.2010. PR\922432.doc 3/10 PE502.079v01-00

Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 10 de outubro de 2012, sobre um estudo de viabilidade relativamente a um Acordo de Estabilização e de Associação entre a União Europeia e o Kosovo (COM(2012)0602), Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 10 de outubro de 2012, sobre as principais conclusões do relatório global de acompanhamento sobre o estado de preparação da Croácia para a adesão à UE (COM(2012)0601), Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 5 de março de 2008, intitulada «Balcãs Ocidentais: Reforçar a perspetiva europeia» (COM(2008)0127), Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 27 de janeiro de 2006, intitulada «Os Balcãs Ocidentais rumo à UE: consolidação da estabilidade e aumento da prosperidade» (COM(2006)0027), Tendo em conta as Conclusões do Conselho, de 2 e 3 de junho de 2005, nas quais os Estados-Membros e a Comissão são convidados a reforçar os mecanismos institucionais de promoção da igualdade entre homens e mulheres e a criar um enquadramento para avaliar a aplicação da Plataforma de Ação de Pequim, a fim de garantir um acompanhamento mais coerente e sistemático dos progressos realizados, Tendo em conta as Conclusões do Conselho, de 30 de novembro e de 1 de dezembro de 2006, sobre a revisão da aplicação pelos Estados-Membros e as instituições da UE da Plataforma de Ação de Pequim indicadores relativos aos mecanismos institucionais, Tendo em conta as Conclusões do Conselho, de 30 de setembro de 2009, sobre a revisão da aplicação pelos Estados-Membros e as instituições da UE da Plataforma de Ação de Pequim, Tendo em conta a sua Resolução, de 4 de dezembro de 2008, sobre a situação das mulheres nos Balcãs 1, Tendo em conta o artigo 48.º do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros (A7-0000/2012), A. Considerando que sete países dos Balcãs Ocidentais Albânia, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Kosovo, Antiga República Jugoslava da Macedónia, Montenegro e Sérvia estão em diferentes fases do processo de se tornarem Estados-Membros da União Europeia; considerando que estes países precisam de adotar e aplicar o acervo comunitário e outras obrigações da UE na área da igualdade de género durante este processo, B. Considerando que a aplicação dos direitos das mulheres e das medidas em prol da igualdade de género exige a sensibilização pública para esses direitos, formas judiciais e não judiciais de invocar esses direitos, e instituições governamentais e independentes para iniciar, executar e acompanhar essa aplicação, 1 JO C 21 E de 28.1.2010, p. 8. PE502.079v01-00 4/10 PR\922432.doc

Observações gerais 1. Verifica que os países dos Balcãs Ocidentais candidatos à adesão adotaram grande parte da legislação necessária no processo de adesão à UE, mas que essa legislação não está a ser, em muitos casos, efetivamente aplicada; 2. Observa com preocupação que a população da maioria dos países não tem pleno conhecimento da legislação e das políticas existentes para promover a igualdade de género; insta a Comissão e os governos dos países candidatos à adesão a promover a sensibilização através dos meios de comunicação social e de campanhas públicas, de programas de educação e do empenho pessoal dos membros e funcionários do governo; 3. Observa com preocupação a falta de recursos financeiros e humanos atribuídos ao funcionamento de instituições independentes e governamentais incumbidas de iniciar e aplicar medidas em prol da igualdade de género na maioria dos países; insta as autoridades a todos os níveis a acompanhar medidas e planos de ação com os recursos adequados para a sua aplicação; 4. Observa com preocupação a falta de informações estatísticas sobre a igualdade de género e sobre a violência contra as mulheres, necessárias para acompanhar a aplicação, que sejam uniformizadas e possam ser comparadas ao longo do tempo, entre os países candidatos à adesão e entre os Estados-Membros da UE e os países candidatos à adesão; insta os governos dos países dos Balcãs candidatos à adesão a estabelecer uma metodologia comum para a recolha de informações estatísticas em conjunto com o Eurostat, o EIGE e outros institutos competentes; 5. Congratula-se com o aumento de iniciativas regionais transfronteiras na área dos direitos das mulheres e da igualdade de género; insta os governos e a Comissão a apoiar essas iniciativas e a divulgar as boas práticas decorrentes das mesmas, nomeadamente através da utilização dos fundos de pré-adesão e da disponibilização de subvenções suficientes para essas iniciativas; 6. Convida o Governo do Montenegro e os Governos da Sérvia, Macedónia e Albânia, assim que derem início às negociações de adesão, a celebrar um acordo quadro com os seus parlamentos e a sociedade civil sobre o envolvimento de organizações da sociedade civil, nomeadamente na área dos direitos das mulheres e da igualdade de género, nas negociações de adesão e na elaboração de planos de ação para a reforma resultantes dessas negociações, e a assegurar o seu acesso aos documentos pertinentes relativos ao processo de adesão; 7. Insta a Comissão a fazer da aplicação dos direitos das mulheres e da igualdade de género uma prioridade no processo de adesão dos países dos Balcãs Ocidentais, continuando a abordar estas questões em relatórios intercalares e a enfatizar a sua importância nos contactos com as autoridades, e dando um bom exemplo, ao garantir que as suas próprias delegações, equipas de negociação e representação em reuniões e nos meios de comunicação social sejam equilibradas do ponto de vista do género; PR\922432.doc 5/10 PE502.079v01-00

Observações específicas por país, para além das observações gerais: Albânia 8. Insta o Governo albanês a aplicar a legislação que estabelece uma quota de 30 % para as mulheres na tomada de decisão política, garantindo que a lei seja aplicada o mais rigorosamente possível e que sejam impostas sanções dissuasivas em caso de incumprimento, especialmente com vista às eleições legislativas de 2013; 9. Insta o Governo albanês a aplicar a Estratégia Nacional para a Integração e o Desenvolvimento, estabelecendo uma instituição de recurso na forma de um Comissário para os casos de discriminação de género; 10. Insta o Governo albanês a aplicar e, se necessário, adaptar, indicadores de desempenho para acompanhar a aplicação dos direitos das mulheres e das medidas em prol da igualdade de género; Bósnia e Herzegovina 11. Insta todas as autoridades da Bósnia e Herzegovina a alinhar a legislação em matéria de igualdade de género, bem como a prática jurídica a diferentes níveis, a fim de criar uma situação jurídica uniforme no país e fortalecer o departamento responsável pela igualdade de género a nível central; 12. Observa com preocupação o baixo nível de conhecimento da legislação em matéria de igualdade de género e da legislação contra a violência sobre as mulheres, não só entre a população em geral, mas também entre aqueles que trabalham na aplicação da lei; insta as autoridades a aplicar um plano de ação para sensibilizar e formar os agentes policiais; 13. Observa com preocupação a falta de recursos financeiros e humanos para a aplicação do plano de ação relativo à Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para mecanismos institucionais que assegurem a igualdade de género e para abrigos para vítimas de violência doméstica; insta as autoridades bósnias, a todos os níveis, a incluir um financiamento suficiente para esses efeitos nos seus orçamentos; Croácia 14. Insta o Governo croata a trabalhar no alinhamento da sua legislação com o acervo comunitário da UE nas áreas restantes da igualdade de género, especificamente na Lei sobre a segurança e a saúde no trabalho e na Lei sobre a repressão da discriminação, antes da sua adesão à União Europeia; 15. Felicita a Croácia pela criação do gabinete do Provedor para a Igualdade de Género, e pela sensibilização para os direitos das mulheres e para as medidas em prol da igualdade de género criada pela visibilidade desse gabinete; recomenda que todos os países da região considerem a opção de seguir este exemplo como uma boa prática; insta o Governo croata a assegurar o financiamento adequado para os Provedores e a seguir as recomendações PE502.079v01-00 6/10 PR\922432.doc

feitas pelos mesmos; 16. Insta o Governo croata a estabelecer um diálogo estrutural com organizações da sociedade civil, especialmente tendo em vista a situação após a adesão; Kosovo 17. Congratula-se com o papel atribuído à Assembleia do Kosovo na aprovação, revisão e acompanhamento do Programa para a Igualdade de Género; insta à aplicação das recomendações decorrentes dos relatórios de acompanhamento; 18. Insta o Governo kosovar a criar, o mais rapidamente possível, o Centro para a Igualdade de Tratamento proposto; 19. Felicita o Kosovo pela formação dos agentes policiais na abordagem de casos de violência baseada no género e pela criação de salas especiais nas esquadras de polícia para as vítimas e os seus filhos; insta o Governo kosovar a formar também o sistema judicial na abordagem destes casos e a aumentar o número de abrigos para as vítimas e a possível duração da estadia nesses abrigos; Antiga República Jugoslava da Macedónia 20. Insta o Governo macedónio a tornar o assédio sexual e o assédio com base no género infrações penais, a garantir que ambos os progenitores estejam autorizados a tirar a licença parental ou a licença para assistência à família para cuidar de familiares doentes, e a proporcionar uma melhor proteção jurídica no mercado de trabalho às mulheres grávidas ou que deram à luz; 21. Verifica que o mecanismo do Ministério do Trabalho e da Política Social para lidar com queixas de discriminação de género não funciona corretamente e insta o Governo macedónio a tomar medidas para melhorar a forma como essas queixas são tratadas; 22. Observa com preocupação a aplicação fragmentada das estratégias e planos de ação para a igualdade de género e a falta de coordenação de esforços; insta o Governo macedónio a aumentar os recursos financeiros e humanos disponíveis para o Departamento para a Igualdade de Género; Montenegro 23. Observa com preocupação que a percentagem de mulheres na tomada de decisão política praticamente não aumentou nas últimas décadas; insta o Governo montenegrino a reformar a legislação nessa área e a garantir o seu cumprimento; PR\922432.doc 7/10 PE502.079v01-00

24. Insta o Governo montenegrino a aumentar os recursos humanos e financeiros disponíveis para o Departamento para a Igualdade de Género, a aplicação do quadro legal e institucional para fazer cumprir a igualdade de género e o Plano de Ação para a Igualdade de Género; 25. Congratula-se com a inclusão de medidas em matéria de igualdade de género no programa de reforma montenegrino para a adesão; insta o Governo montenegrino a dar prioridade a ações para aplicar disposições em matéria de igualdade de género nas negociações sobre o Capítulo 23, «Sistema Judicial e Direitos Fundamentais»; Sérvia 26. Insta o Governo sérvio a aplicar o Programa de Integração Nacional, estabelecendo mecanismos dentro do Ministério para os Direitos Humanos e das Minorias para acompanhar a aplicação da lei que proíbe a discriminação, e para melhorar as capacidades administrativas dos organismos que lidam com a igualdade de género; 27. Insta o Governo sérvio a formar os agentes policiais e judiciais em sensibilização e no tratamento adequado dos casos de discriminação e violência baseada no género, a tornar a assistência jurídica gratuita para as vítimas, e a resolver o problema geral do atraso dos processos nos tribunais; 28. Felicita o Governo e o Parlamento sérvio pela sua estreita cooperação com as organizações da sociedade civil na elaboração de um plano de ação para aplicar a Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas; insta o Governo a disponibilizar recursos humanos e financeiros suficientes para a sua aplicação; 29. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão e aos governos dos países dos Balcãs candidatos à adesão. PE502.079v01-00 8/10 PR\922432.doc

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS «Os nossos países são um verdadeiro paraíso para os direitos das mulheres e a igualdade de género. No papel, quero eu dizer», afirmou recentemente um representante da sociedade civil sobre os países dos Balcãs Ocidentais candidatos à adesão. Embora estes países tenham trabalhado bastante para adotar a legislação necessária para alinhar as suas leis com o acervo comunitário da UE no campo dos direitos das mulheres e da igualdade de género, a aplicação desses direitos, para que as mulheres possam invocá-los na prática, é menos satisfatória. Para que os direitos das mulheres e as disposições em matéria de igualdade de género sejam eficazes, é necessário haver mecanismos de aplicação. As pessoas têm de estar cientes dos direitos que possuem, de ser capazes de denunciar a discriminação ou a violação dos seus direitos a uma autoridade, e as suas denúncias têm de ser devida e oportunamente tratadas para que, na prática, os seus direitos sejam significativos. A Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros elaborou o seu último relatório sobre os direitos das mulheres e a igualdade de género nos países dos Balcãs candidatos à adesão em 2008. Desde então, a maioria dos países dos Balcãs Ocidentais tem progredido no caminho para a adesão à UE, embora a ritmos diferentes. A Croácia está quase a aderir, o Montenegro iniciou as negociações, a Sérvia e a Macedónia obtiveram o estatuto de candidato e a Albânia, a Bósnia e Herzegovina e o Kosovo estão a trabalhar, com diferentes medidas de sucesso, para dar os próximos passos para a adesão. Promover a igualdade de género é uma parte vital desses processos, não só porque as mulheres são metade da população dos países candidatos à adesão, mas também porque a igualdade de género é um valor fundamental da UE, consagrado no seu Tratado. Neste relatório, optou-se por abordar especificamente os mecanismos de aplicação nos países candidatos à adesão, em vez de enumerar os problemas relativos aos direitos das mulheres e à igualdade de género em geral. O objetivo é fazer apelos concretos aos países para que estes adaptem as suas leis, políticas, orçamentos e/ou quadros institucionais, para que fique claro o que se pretende deles em matéria de igualdade de género. Por conseguinte, questões como as lacunas nos sistemas de saúde para as mulheres e a falta de educação destinada à eliminação de estereótipos de género foram deixadas de fora do âmbito deste projeto de relatório, dado que não são abordadas por mecanismos de aplicação específicos estabelecidos pelas autoridades. A violência contra as mulheres é incluída para alguns países, uma vez que, nessa área, os governos podem ser incitados a fornecer uma linha direta, abrigos, proteção policial e um tratamento judicial adequado dos casos. Outra opção foi abordar os países especificamente pelo nome, em vez de fazer apenas observações gerais acerca da região como um todo. Isto justifica-se pelas diferentes fases do processo de adesão em que os países se encontram atualmente. Além disso, existe um perigo em abordá-los apenas como um todo. Se esta situação ocorrer, há a possibilidade de nenhum deles se sentir visado. O projeto de relatório começa, por isso, com observações gerais que, de alguma forma, dizem respeito a todos os países ou que exijam esforços concertados de mais PR\922432.doc 9/10 PE502.079v01-00

do que um país. Depois disso, as medidas necessárias de países específicos são enumeradas por país e por ordem alfabética. Para cada um dos países, as observações, além das observações gerais, foram feitas em uma ou mais das seguintes áreas: - alinhamento da legislação com o acervo da UE em matéria de igualdade, outra legislação; - estratégias e planos de ação; - organismos governamentais, parlamentares e independentes; - esforços da polícia e do sistema judicial; - aspetos orçamentais; - cooperação com a sociedade civil; - acompanhamento, informação e recolha de dados. Como base do presente relatório, utilizei um estudo realizado recentemente a meu pedido. Para esse estudo, perguntou-se a um grande número de delegações da UE, autoridades e organizações da sociedade civil dos países dos Balcãs Ocidentais candidatos à adesão o que exige a UE dos futuros Estados-Membros em matéria de direitos das mulheres e de igualdade de género, quais os mecanismos e ferramentas de que dispõem para aplicar leis e políticas, e qual a eficácia das mesmas na prática. Além disso, organizei um workshop em Sarajevo, em outubro de 2012, com organizações da sociedade civil, parlamentares e representantes do governo da maioria dos países da região, e mantive muitas conversações individuais e em grupo com representantes da sociedade civil, organismos para a igualdade de género, membros do parlamento e funcionários do governo. PE502.079v01-00 10/10 PR\922432.doc